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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - IGREJAS - Capelas e oratórios
Capelas e oratórios da Baixada Santista [05]


A passagem do tempo e as ações humanas vão levando consigo os vestígios de muitas construções de caráter religioso, como os inúmeros oratórios e as capelas espalhadas pelo terreno hoje ocupado pelas cidades da Baixada Santista. Em alguns casos, fica a memória. Em outros, até ela se vai, por não ser apoiada pelos vestígios de sua existência, que faz com que as lembranças se esfumem até desaparecerem ou virarem mitos e lendas. Por isso, o pesquisador de História e professor Francisco Carballa procurou recuperar essas memórias e relacionar as edificações religiosas menores, neste relato por ele enviado em de novembro de 2012, para publicação em Novo Milênio:

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Capelas e igrejas particulares

Francisco Carballa

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[05] Capela de Santo Amaro da Fortaleza da Barra Grande

Atualmente descaracterizada na parte interna, datando de 1742, segue o estilo colonial dos jesuítas, mas dessa forma de arte só restou a estrutura, pois, durante a restauração, retiraram o supedâneo e o altar azulejado que tinha dois pequenos mosaicos de azulejos com São Miguel de um lado e do outro com Santo Amaro de origem muito antiga de tamanho médio e cores azuis, mais recentes na parte central o painel com cores azuis representando a primeira missa.

Também se perdeu o oratório central, com características de meados do século XIX, que fora levado para a Capitania dos Portos; a imagem do orago foi levada para o Museu de Arte Sacra de Santos, mas seu báculo de ferro foi retirado e levado para a imagem de gesso que representa Santo Amaro do Guarujá, de onde desapareceu, talvez devido ao peso.

Segundo um morador da praia da Santa Cruz dos Navegantes, que trabalhava de cozinheiro no Bar Chave de Ouro e frequentava o Amsterdam Bar, no início dos anos 80, a própria população estaria pilhando a construção secular [06].


NOTA:

[06] Bar famoso que do final do século XIX chegou até os anos 90 quando, ao ser alargada a Rua João Octávio, o quarteirão foi demolido do número 10 até a Rua General Câmara. Aquele antigo estabelecimento ocupava a esquina dessas duas ruas, sendo visão obrigatória para quem passava de bonde. Esse mesmo senhor disse que os moradores estavam pilhando as telhas do prédio e que alguns moleques haviam jogado um canhão ou dois ao mar em gente do mesmo forte, disse ainda que mantinha em sua casa bolas de canhão.


Entrada da antiga capela na fortaleza
Foto: Eraldo Silva, em folheto de divulgação turística da Universidade Católica de Santos