Algumas das espécies vivem em área de mangue, como o guará-vermelho
Foto: Raimundo Rosa/Arquivo, publicada com a matéria
Santos tem 19 aves ameaçadas de extinção, aponta levantamento da Semam
Esse é o saldo de um estudo da Secretaria de Meio Ambiente, que também aponta que a maioria das aves vive na Área Continental
GUSTAVO T. DE MIRANDA 13/08/2016 - 08:01 - Atualizado em 13/08/2016 - 08:14
Ao menos 19 aves que pertencem ao ecossistema existente em Santos são consideradas
ameaçadas de extinção. Os números fazem parte do Levantamento da Avifauna de Santos 2016, feito pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semam).
Os pássaros ameaçados são: albatroz-de-nariz-amarelo, savacu-de-coroa, guará-vermelho, gavião-pombo-pequeno, gavião-asa-de-telha, o gavião-pato, saracura-matraca, saracura-do-mangue e piru-piru.
Também estão na lista o trinta-réis-boreal, trinta-réis-real, papagaio-moleiro, choquinha-cinzenta, pavó, araponga, saíra-sapucaia, figuinha-do-mestre, pixoxó e cigarra. Outras quatro espécies são consideradas quase ameaçadas: caracoleiro,
papagaio, entufado e graúna.
A lista produzida pela Semam reúne 260 pássaros que convivem no habitat típico da Mata Atlântica. Segundo a bióloga Sandra Pivelli, do Orquidário de Santos, a maior parte das aves ameaçadas vive na Área Continental da
Cidade. "É muito por conta de falta de preservação", diz.
Catalogadas |
A trilha de birdwaching (observação de aves) em Santos tem várias espécies catalogadas. Algumas delas são conhecidas como o bem-te-vi, o macuco e a garça-branca-pequena, que pode ser vista
no Mercado Municipal de Peixe e nos canais da Cidade. Também integram a lista o sanhaçu-cinzento e tiê-sangue |
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Outra espécie que se encontra na mesma categoria é a graúna
Foto: divulgação, publicada com a matéria
Na Área Insular, as espécies são mais generalistas e aguentam o ambiente alterado — de florestal para urbano. A bióloga ainda explica que, eventualmente, algumas que estão ameaçadas tentam se adaptar.
É o caso do gavião-asa-de-telha. Segundo Sandra, apesar de ele viver essencialmente em núcleos de floresta, é possível encontrar o animal na Praça dos Andradas, ao lado da Rodoviária de
Santos.
Sandra destaca que o Centro de Santos reúne algumas praças que ficam em uma área próxima. Além disso, a região tem quantidade razoável de árvores. "Na Praça da República, elas são altas e frondosas. Viram uma certa área de escape para as aves",
relata.
Para que atraiam os pássaros, essas árvores precisam suprir o que o animal precisa para sobreviver. "Pode virar ninho, oferecer alimentação, refúgio, água. Se existe a possibilidade de existir uma floresta urbana, ela promove a proteção das aves",
acrescenta.
Segundo Sandra, quanto mais espécies de árvores nativas da Mata Atlântica nas calçadas e na casa das pessoas, melhor vai ser para a fauna em geral. "Causa um benefício geral, além do conforto climático que as árvores nos dão, quebrando o cinza do
ambiente urbano".
Observação - Há em Santos 14 pontos que funcionam como área de observação de pássaros. São eles: o Orquidário, a Fazenda Cabuçu, o Jardim Botânico, o jardim da praia,
na região da Beneficência Portuguesa, também na área do Hospital Guilherme Álvaro, na praça Caio Ribeiro de Moraes, o Morro da Nova
Cintra, o Teatro Rosinha Mastrângelo, a Pinacoteca Benedito Calixto, os manguezais, a Ilha Diana e o Engenho dos Erasmos.
Conforme Sandra, para observar pássaros é preciso estar atento. "Não seja barulhento, nem ofereça perigo à ave. Se você estiver integrado, quietinho, elas chegam até muito perto. Isso pode ser no quintal da sua casa, na praça. Algumas entram até
pela janela".
O papagaio é uma das aves citadas como quase ameaçadas na Cidade
Foto: divulgação, publicada com a matéria |