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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TRANSPORTES
Rodoviária foi inaugurada em 1969 (1)

Denominada (na reforma feita em 1996) Terminal Jaime Rodrigues Estrella Júnior, a Estação Rodoviária de Santos, na Praça dos Andradas (defronte ao prédio da Cadeia Velha) foi inaugurada em 30 de dezembro de 1969, sendo a cerimônia assim descrita pelo antigo jornal Cidade de Santos, na edição do dia seguinte, último daquele ano:


Foto não legendada, publicada com a matéria

Ninguém ouviu os discursos na inauguração da Rodoviária

Com a presença de autoridades civis e militares e diretores de empresas de ônibus, foi inaugurada ontem à tarde, pelo prefeito Clóvis Bandeira Brasil, a Estação Rodoviária de Santos, que vai começar a funcionar normalmente a partir do dia 16, como prevê a Prefeitura. Nos 15 boxes da plataforma de embarque estavam os carros da Ultra (Cometa), Rápido Brasil, Breda, Coringa, Viação São Paulo e Nossa Senhora da Penha.

Obras - O primeiro a falar foi o presidente da Prodesan, sr. Anibal Martins Clemente, que ressaltou a importância da Estação Rodoviária no desenvolvimento da cidade, "que está recebendo de 10 a 20 mil pessoas por dia e logo essa estação será pequena". Prevendo a expansão, a Prefeitura já desapropriou uma área situada ao lado da Rodoviária, que futuramente servirá para sua ampliação.

A seguir, o prefeito Bandeira Brasil discursou, relacionando as obras de sua administração, especialmente o edifício Marechal Arthur da Costa e Silva e a Estação Rodoviária, ressaltando que "Santos acompanha o progresso que em geral se verifica em nosso país e que em futuro breve fará com que o Brasil seja uma potência mundial". Disse ainda que, em 1970, as obras vão prosseguir, dando especial destaque à pavimentação de avenidas, construção do Teatro Municipal, melhoramentos nos morros de Santos e no distrito de Bertioga.

No final, o chefe de gabinete do prefeito, major Castro Faria, inaugurou um novo ônibus da Ultra, que, segundo a empresa, fará o percurso São Paulo-Santos em apenas 60 minutos.

Já na inauguração, o sistema de som da Rodoviária apresentou defeitos, que impediram à maior parte do público de ouvir os discursos. Os alto-falantes emitiam um som baixo e imperfeito. Várias pessoas comentaram que, se continuar assim, os passageiros perderão os ônibus na plataforma de embarque, pois não vão ouvir os avisos.


Foto não legendada, publicada com a matéria

Matéria do Diário Oficial de Santos, em 10 de janeiro de 1970:


A Rodoviária veio dar vida a uma parte da cidade que se moderniza
Foto publicada com a matéria

Estação Rodoviária de Santos

A Estação Rodoviária de Santos está situada na Praça dos Andradas, entre a Rua Visconde do Embaré e a Avenida Getúlio Vargas, ocupando um terreno de 5.200 m² e tendo uma área construída de 3.930 m².

É uma obra de utilidade pública, constituída de um só pavimento, elevado em relação ao nível da rua, e destinada a centralizar o movimento de passageiros entre Santos e municípios vizinhos.

A obra foi executada pela "Companhia Construtora Centenário", em regime de empreitada por preço global, com reajuste. Foi iniciada em março de 1968 e o início de seu funcionamento está previsto para o dia 16 do corrente.

A construção da Estação Rodoviária foi contratada pelo preço de NCr$ 1.087.713,44; porém, com os aditamentos havidos, este valor passou para NCr$ 1.283.45,07. Até o momento foi paga à empreiteira a quantia de NCr$ 1.053.618,39, restando por faturar ainda NCr$ 230.126,68, não se incluindo nesses valores os reajustes havidos.

A estrutura principal da obra é composta por vinte e dois pilares de concreto, sobre os quais se apóiam onze vigas de concreto protendido, com vão de quinze metros entre os pilares, e balanços simétricos de treze metros, para os dois lados. A cobertura é constituída de canaletas de concreto protendido, de cinco centímetros de espessura, com o espaço entre elas preenchido por domos de fiber-glass, transparentes. Todo o concreto da Rodoviária é aparente, sem revestimento.

O piso, tanto o externo quanto o interno, é em mosaico português, com desenhos em branco e preto; as escadas de acesso à Estação são revestidas de oxocret preto.

Para atendimento do público que vai utilizar a Rodoviária, estão previstos os seguintes serviços; restaurante, lanchonete, livraria, engraxataria, bombonière, charutaria, banca de frutas, agência de turismo, loja de material fotográfico, de artigos de praia, de bijuterias, polícia, despachos, maleiro e quarenta guichês destinados à venda de passagens.

Já se acham devidamente locados, através de concorrência pública, os serviços de restaurante, lanchonete, engraxataria, livraria e barbearia. Os locais destinados à administração geral e ao controle das saídas dos veículos pertencem à própria Prodesan.

O embarque de passageiros será feito em quinze plataformas dispostas em diagonal, nos fundos da Estação, e haverá também local para embarque nos expressinhos.

Em frente à plataforma e em toda a extensão da Estação haverá um grande painel luminoso, em acrílico, destinado à propaganda, que será explorada por firma especializada.

Toda a iluminação da Rodoviária será em luz fluorescente, com lâmpadas de alta potência, com grande efeito luminoso à noite.

A Rodoviária é dotada ainda de gerador próprio, para prevenir eventuais falhas de fornecimento de energia, e de circuito interno de televisão, com transmissão feita da própria cabine de controle.

Em estudo feito por firma especializada de planejamento, está previsto, para a Rodoviária de Santos, um movimento diário de doze mil passageiros.

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