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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (U)
Sem memória (10-B)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas.

A transformação contínua das cidades nem sempre é devidamente documentada. Em conseqüência, perdem-se valiosas referências para os pesquisadores não apenas da evolução arquitetônica, como também das mudanças comportamentais, históricas, geográficas etc. Apenas nos primeiros anos do século XXI os remanescentes do patrimônio arquitetônico santista começaram a ser tratados pela população como relíquias e valorizados como referência de suas épocas, apesar da resistência de quem deveria justamente preservá-los, como se observa nesta matéria do jornal santista A Tribuna em 19 de junho de 2007, uma terça-feira:


Abraço simbólico, organizado por alunos, marcou despedida do imóvel,

apesar da continuidade das aulas
Foto: Rogério Soares, publicada com a matéria

POMPÉIA
UniSantos tenta vender casarão

Intenção é fazer caixa para ampliar Campus Dom Idílio

Da Redação

A Sociedade Visconde de São Leopoldo, mantenedora da Universidade Católica de Santos (UniSantos), pretende vender o terreno hoje ocupado pelo Centro de Ciências da Educação da instituição - a antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafis), na Rua Euclides da Cunha, 247, na Pompéia.

A intenção é fazer caixa para a ampliação do Campus Dom Idílio José Soares, na Avenida Conselheiro Nébias, Vila Nova. Novos prédios para os atuais e futuros cursos seriam erguidos em uma área já pertencente à UniSantos, com frente para a Rua da Constituição (paralela à avenida).

A reitora da universidade, Maria Helena de Almeida Lambert, afirmou não haver nada definitivo em relação à planejada venda dessa parte do Campus Pompéia. Disse, porém, ser "lógico" que a extensão do Dom Idílio dependerá de recursos provavelmente oriundos da negociação do espaço da Euclides da Cunha.

"Talvez em 2009", prosseguiu a reitora, o estendido Campus Dom Idílio centralizará todos os cursos da UniSantos e sua administração. Assim, também caminhariam para a desocupação e a venda os edifícios por onde se dispersam as faculdades.

O entrave para a decisão final é a existência do casarão no número 247, sob processo de tombamento, desde janeiro de 2005, no Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa). Por causa do estudo, o imóvel não pode ser demolido nem passar por modificações em suas características originais.

Apesar da alegada incerteza, os cursos e setores administrativos da UniSantos mantidos na antiga Fafis funcionarão na Vila Nova a partir do segundo semestre. Ou seja, essa parte do Campus Pompéia será esvaziada. A transferência completa deverá ocorrer durante as férias de julho.

FRASE 

"A área ainda é nossa. Vamos pensar com calma no que fazer"

Maria Helena de Almeida Lambert,

reitora da UniSantos

Despedida - Há uma semana, estudantes e ex-alunos dos cursos de História, Geografia, Matemática e Filosofia da UniSantos promoveram um adeus ao prédio, apesar de as aulas continuarem até o fim do mês. Um abraço simbólico marcou a cerimônia, na qual um coral se apresentou e se agitaram lenços brancos em sinal de despedida.

A diretora-secretária da Visconde de São Leopoldo, Clotilde Paul, também professora do curso de História, revelou que seus alunos sugerem a transformação do casarão da Pompéia em um centro cultural. A reitora comentou ter recebido o pedido, mas não adiantou como responderá a ele.

SAIBA MAIS
O casarão

Em 20 de janeiro de 2005, o Condepasa aprovou a abertura do processo de tombamento do casarão da Rua Euclides da Cunha, 247. Antes de integrar o Campus Pompéia, o imóvel, erguido na década de 1920, serviu como residência para um alto comerciante de café. As características arquitetônicas da construção motivaram a possibilidade de que seja considerada patrimônio histórico municipal.

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