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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CINEMA - LIVRO - CRONOLOGIA
O cinema em Santos - Cronologia 03 [1911-1920]

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Mais ampla cronologia já publicada dos cinemas e da atividade cinematográfica em Santos e região, é organizada pelas datas de início, mudança de nome e fim dos cinemas, comprovada principalmente por publicações contemporâneas aos eventos.

Esta cronologia é indicada no livro "Santos: Uma História de Cinema", dos jornalistas Madô Martins e Carlos Pimentel Mendes, lançado em 12/2024 com apoio cultural da Prefeitura Municipal de Santos.

De 1911 a 1920:


O Cinema Brasil surgiu em 1911 no local do antecessor Chantecler.
"Dotado de todas as exigências sanitárias", algo essencial em tempos de pandemia

Jornal A Tribuna, 29/1/1911, página 2

28/1/1911 a 11/5/1911 – Inaugurado pela Empresa Fonseca & Comp., o Cinema Brasil, na Rua Quinze de Novembro, 96 (onde funcionava o Cinema Chantecler) teve a renda da sessão inaugural revertida para o Asilo de Órfãos. No dia seguinte, A Tribuna registrava: "É um excelente salão dotado de todas as exigências sanitárias e oferecendo um aspecto agradável a sua decoração". Mesmo assim, na edição de 11 de maio deste jornal, o inspetor da Polícia Municipal Epiphanio de Freitas comunicava que desde o dia 8 daquele mês a empresa havia fechado aquela casa de espetáculos.



Inspetor comunica o fechamento do Cinema Brasil desde o dia 8 de maio
Jornal A Tribuna, 11/5/1911, página 1

Em São Vicente existiu em 1912 um cinema homônimo, pertencente a João Bensdorf e funcionando em instalações do Rink Vicentino. Em 8/9/2012, esse local foi usado para uma promoção com associados destinada às obras de instalação do São Vicente Athletic Club.


Palace Hotel do José Menino também destaca o cinematógrafo entre as atrações para os hóspedes, em 1911
Jornal A Tribuna, 17/4/1911, página 3

17/4/1911 – 25/6/1922 – O Palace Hotel, situado na Praia do José Menino, 124, anunciava em 1911, entre suas atrações "Casino com diversões, majestoso Parque e poética Vila, onde funciona todos os dias, com entrada franca ao público, um aparelho cinematográfico, exibindo-se às quartas, sábados, domingos, dias santos e feriados, vistosos fogos de artifício, fazendo-se ouvir ao mesmo tempo uma das mais excelentes bandas de música".


A ampliação das atividades no setor de exibição cinematográfica foi contínua, inclusive com o novo Casino Vila Balneária
Jornal A Tribuna, 19/6/1920, página 8



Em 1922, o Casino Palace Hotel, no José Menino, continuava usando as sessões de cinema como atrativo para os hóspedes e visitantes, com entrada franca
Jornal A Tribuna, 25/6/1922, página 11

Em 1922, circulava no mesmo jornal A Tribuna o anúncio do Casino Palace Hotel, na Praia do José Menino, 143-147, que todas as noites, com entrada franca " às pessoas que estiverem decentemente trajadas", exibia "esplêndidos filmes das melhores fábricas nacionais, americanas, alemãs, italianas e francesas", como Lua de Mel Acidentada, com Robert Warwick e Elaine Hammerstein, além de dramas de W. Harp e comédias de Carlitos.


Em 1911, o Cinema Pathé anunciava programação especial pelo feriado de Tiradentes
Jornal A Tribuna, 21/4/1911, página 3

20/4/1911 a 20/9/1913Cine Pathé (da Empresa Candburgh, passou em 29/5/1912 para a Empresa A. T. Barbosa & Co.) - Rua 15 de Novembro, 23-A, Centro. Um dos primeiros filmes anunciados foi O Guarany, apresentado pela empresa em 21/4/1911, o segundo dia de funcionamento.


Cine Pathé, da empresa Candburg, anunciava os filmes vespertinos
Jornal A Tribuna, 24/12/1912, página 6

Em 12/5/1911, a propaganda destacava: "AVISO. Único salão em que a projecção é nítida e clara e não prejudica a vista. Vêr para crêr. Isto é só no Pathé". Em 1/10/1912, a revista santista A Fita registrava anúncio de que este cinema santista "passará por uma grande e radical transformação, tornando-se pela comodidade, beleza e higiene um dos mais preferidos do público santista". Em 10/11/1912, era destacado como integrante da Cia. Internacional Cinematographica, junto com o Polytheama Rio Branco.


Em 1912, a Companhia Internacional Cinematographica destacava em página inteira seus cinemas Pathé e Politheama
Jornal A Tribuna, 10/11/1912, página 10

Em 20/9/1913, publica em A Tribuna anúncio de que "às 6 ¼ da tarde" exibiria em "deslumbrante soirée" o filme Uma Filha de Eva, informando ainda, junto com o Polytheama Rio Branco (outra sala exibidora da Companhia Internacional Cinematográfica) que "de hoje em diante, não repete fitas". Sumiu em seguida das listas dos cinemas santistas. Em 1921/22 havia um cinema homônimo em S. Vicente.


Anúncio em agosto de 1912 anunciava importante transforçaão no Pathé
Revista A Fita, nº 17, de 15/8/1912, página 17

24/2/1912 – Registrava o jornal A Tribuna que o bar e restaurante Chops Haak, na Praça da República, 58, promovia sessões de cinema todas as noites e naquele dia exibiria o filme As Três Princesas Árabes. Entrada grátis. [[Mais...]]


Em 22/10/1912, o Circo das Novidades anunciava a estreia do leão Kruger...
e que "inaugurar-se-á" o Cinema Apollo

Jornal A Tribuna, 22/10/1912, página 3

22/10/1912 a 1/1913Cinema Apollo, inaugurado em 1912, na casa de diversões Circo das Novidades (instalado desde o dia 17/10 no Redondéu da Rua Amador Bueno), com pré-estreia em 22/10 e abertura ao público em 4/12.


Em dezembro de 1912 surgiu enfim o cinema Apollo, com programação mista de tela e palco
Jornal A Tribuna, 4/12/1912, página 5

Com programa misto ao vivo e na tela, ao ar livre, tinha as sessões suspensas em caso de chuva. Em 16/12/1912, alterou a programação para ocorrer às terças, quintas, sábados e domingos, desaparecendo a partir de 5/1/1913.


Mesmo com texto neutro, por falta de informação complementar, o Apollo era regularmente citado na imprensa
Jornal A Tribuna, 15/12/1912, página 7



O Theatro Parisiense começou em 1914, em meio à Primeira Guerra Mundial, anunciando "às 18 ½ horas - Grandiosas sessões cinematographicas"
Jornal A Tribuna, 31/10/1914, página 9

c.1914 a 3/11/1924 – Já em funcionamento em 31/10/1914, o Theatro Parisiense, nos meses iniciais chamado de Parisien – na Rua S. Leopoldo, 1, esquina do Largo do Rosário (depois Praça Rui Barbosa, no Centro) –, da empresa Barbosa, Santos & Comp., foi adaptado como cinema, com plateia de apenas 410 poltronas, compensando com 28 camarotes e uma varanda ao redor do salão. Anunciava "grandiosas sessões cinematográficas" no jornal daquele dia.


O 'Parisiense' foi por um tempo denominado 'Parisien'
Jornal A Tribuna, 22/2/1915, página 6

Em 7/3/1919 constava como pertencente à Empresa Geral Cinematographica Claude Darlot e em 1/8/1919 estava integrado à Empresa Cine-Theatral. No final da década de 1920 passou ao controle de Octávio Januzzi. Encerrou as atividades com as sessões de cinema do dia 3/11/1924.


Em 1924, o ‘Parisiense’ fechou as portas, sem nem se despedir do público, sendo seus bens leiloados nos anos seguintes
Jornal A Tribuna, 3/11/1924, página 4

Em 10/2/1925 a equipe Th. Parisiense começou a anunciar a volta às atividades, com eventos no Hipódromo de Santos e outros locais. No ano de 1926 ocorreu uma série de grandes leilões de tecidos no prédio do ex-Teatro Parisiense, pelo leiloeiro Natalino Mauá.


No Natal de 1926, o Belezinha do Gonzaga voltou às atividades... incluindo cinema ao ar livre
Jornal A Tribuna, 24/12/1926, página 12

1914 a 18/2/1933Parque do Belezinha do Gonzaga (ao ar livre), na Av. Ana Costa, 537, Gonzaga, era inicialmente um carrossel, porém foi expandindo as atividades, chegou a ter hipismo e até um zoológico. Depois de suspender as atividades devido a obras, foi reaberto em 3/4/1921, com diversas melhorias.

Em 22/11 e 4/12/1926 foi ali leiloada a cota da massa falida de Carlos Augusto de Araújo na sociedade Laudelino & Cia., permitindo que em 24/12 daquele ano fossem reiniciadas as atividades, com a exibição ao ar livre do filme Esperança Perdida e de uma comédia, seguindo-se grande baile.

Em 2/12/1928 começou a funcionar ali o Parque Brahma, do mesmo dono Zeferin Moran e seu irmão, com os mesmos filmes (em ordem invertida) do Belezinha: o drama (A) Última Edição, com Ralph Lewis, e o drama policial Lady Robin Hood, com Evelyn Brent. Em 18/2/1933 foi reinaugurado como Luna Park.


Primeiro anúncio de filme em exibição pelo Theatro Carlos Gomes: era o Linda de Chamouny
Jornal A Tribuna, 21/1/1914, página 8

21/1/1914 a 4/8/1937Theatro Carlos Gomes (antigo Bijou Cinema), foi instalado na Rua Lucas Fortunato, 29, Vila Mathias, pela Empresa Bensdorp Cia. Em 2/2/1914 anunciava em A Tribuna que naquela noite apresentaria Linda de Chamouny, "importantíssimo drama em 6 longas partes" produzido pela Centauro Film.

O estabelecimento era em 1926 o único que restava a Marcolino de Andrade. Com a exibição do filme Miss Europa, com Louise Brocks, todo falado e cantado em francês, como relatou o historiador Olao Rodrigues, o cineteatro foi reaberto na noite de 28/3/1931, completamente reformado e equipado com aparelho de som Bunest. Sua lotação foi aumentada para 1.000 pessoas.


Cine Carlos Gomes, na Av. Ana Costa, 55, agora sede do Sindicato dos Metalúrgicos
Acervo FAMS, Foto-04582.jpg

Em 4/8/1937, foi transferido para a Av. Ana Costa, 55. Porém, em 26/6/1966, teve sua última sessão neste local e o proprietário, atendendo aos moradores da Vila Mathias, concordou em transferir de volta o nome Carlos Gomes para as instalações do Cine Bandeirantes, de onde viera, o que ocorreu em 1/7/1967.


Além do hotel La Plage, no Guarujá, surgiu em Santos o Casino de la Plage, na Ponta da Praia. Com cinema...
Jornal A Tribuna, 10/6/1915, página 10

19/5/1915 a 23/1/1916 – Era divulgado o Casino de la Plage, homônimo de um hotel do Guarujá. Situado na Avenida Bartolomeu de Gusmão, 144, Ponta da Praia, apresentava-se como "Paraíso das crianças! Sonho de moças! Encanto da velhice! O melhor e mais belo Parque do Estado de São Paulo. Diversões e jogos esportivos. Todas as tardes e noites cinematógrafo e música. Restaurante e bar de 1ª ordem. O mais chic Restaurante de Santos. Permanentemente aberto. Aprazível lugar de pic-nic. Aceitam-se encomendas para banquetes". Em 23/1/1916, o jornal A Tribuna publicava anúncio de "Magnífico Leilão judicial" dos bens do Casino de La Plage, incluindo o aparelho cinematográfico.


O Theatro Moderno surgiu em 9/1915, com filmes e shows no palco
Jornal A Tribuna, 28/09/1915, página 10

25/9/1915 a 8/4/1916Cine Theatro Moderno – projetando principalmente filmes europeus na Rua XV de Novembro, 187, próximo à Praça Barão do Rio Branco, onde depois funcionou a Garage 15 de Novembro. Dirigido pela Empresa Rodrigues Castellar & C., foi inaugurado em 25/9/1915, com lotação de 700 cadeiras na primeira classe, incluindo 38 camarotes, mais 150 pessoas na galeria.


Uma retrospectiva do ano artístico destaca a presença do poeta Olavo Bilac no Theatro Moderno, no dia 15/10
Jornal A Tribuna, 26/3/1916, página 5

No dia 28/9 apresentava espetáculo misto no palco e na tela, incluindo o "film natural em 1 acto, intitulado Visita do Presidente Francez" e Sua Última Vontade, em 5 longos atos". Em 15/10/1915, apresentava-se em seu palco o poeta Olavo Bilac, junto com os principais poetas santistas.


Esta foi uma das últimas sessões do Theatro Moderno. Um leilão de seus bens era anunciado na página seguinte (9), para ocorrer em 8/4/1916
Jornal A Tribuna, 7/4/1916, página 8

Um último espetáculo estava marcado para o dia 8/4/1916, com ilusionista e cantores mexicanos e a célebre cantora Little Star (Estrellita), além de demonstrações da psicóloga Madame Margeau. Porém, nesse mesmo dia, ante o diminuto apoio oficial às atividades artísticas, prédios e materiais do Theatro Moderno foram novamente a leilão, inclusive um piano em que no dia anterior tocara o grande artista Arthur Napoleão, em concerto com a cantora Nícia Silva. Um leilão final dos bens restantes ocorreria no dia 25/5/1916.


O último leilão judicial dos bens do Theatro Moderno ocorreu em maio de 1916
Jornal A Tribuna, 25/5/1916, página 7

7/9/1917 – Como em outras praças, começou cedo em Santos a tendência de associar filmes a datas religiosas ou históricas da comunidade. No início, eram projetados filmes de caráter religioso, como as clássicas versões da Vida, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, com reapresentações e lançamentos próximos da Semana Santa e Páscoa, ou no Natal - tendência que nas décadas seguintes ganharia superproduções como Os Dez Mandamentos e outros épicos do gênero.


Em 1959, mais uma vez o clássico filme projetado na Semana Santa, como ocorria desde os primórdios da atividade em Santos
Jornal A Tribuna, 24/3/1959, página 23

Isso no início era mais complicado de programar, pela pequena produção desses filmes, que precisavam ser lançados assim que concluídos, em qualquer época do ano. Mas, aos poucos essa tendência se consolidou com a organização do setor e os lançamentos foram sendo preparados para mais próximo das datas em que o público estaria mais interessado em assisti-los.

As duas guerras mundiais do século XX e outros conflitos bélicos foram nova fonte de atração do público aos cinemas, por meio de filmes-documentários, dramas e até comédias ambientados em áreas de guerra. E a data magna da Independência do Brasil também foi tema para outras produções, como a exibida pelo Coliseu Santista a partir de julho de 1917.


Colyseu Santista marcou O Grito do Ypiranga ou Independência ou Morte como "o melhor filme nacional que se tem exibido até hoje"
Jornal A Tribuna, 8/7/1917, página 7

15/8/1918 Cinematographo da Cadeia Pública – Inaugurado nessa data pelo delegado regional Ibrahim Nobre, com equipamento cedido pelo cine Polytheama Rio Branco e "filmes morais e instrutivos, que visam prestar um alívio àqueles que expiam as suas culpas no cárcere, contribuindo, assim, para sua reabilitação", como informava nos dias 13 e 15 o jornal A Tribuna. A citada cadeia ocupava então o edifício existente no meio da Praça dos Andradas.


Em 1918, uma novidade para a época: inauguração de cinema na cadeia pública santista
Jornal A Tribuna, 15/8/1918, página 4


19/6/1919 a 2/3/1921 – No endereço "Gonzaga N. 9", ocorria naquele sábado, 19/6/1919, a inauguração do Parque Paulista, de A. Monteiro & Cia., um misto de teatro, cinema com filmes seriados, casa de espetáculos e diversões, na Praia do Gonzaga.

Em 21/8/1921 foi sucedido no local pelo Sport Parque Paulista (destacando o boliche e o bar) e logo depois pelo Cassino Derby Santista, ambos com quinelas duplas todas as noites (quinela é um tipo de aposta em corridas de cavalos em que o apostador acredita que dois cavalos chegarão em primeiro ou segundo lugar, não importando qual deles vença a corrida, desde que o outro se classifique na segunda colocação). [[Mais...]]


Situado em “Gonzaga n. 9”, o Parque Paulista atraía o público com cinema gratuito e outras diversões
Jornal A Tribuna, 19/6/1920, página 8

 29/3/1919 a 31/8/1920 – Funcionando com bar e agência de automóveis na Praça Mauá, 29, o Bar Elite, com a exibição do filme Diamante do Céu em 32 partes, começava em 29/3/1919 a divulgar ampla programação cinematográfica. Esta durou pouco, de modo regular até 31/8/1920, embora o bar continuasse funcionando até o fim desse ano com venda de sorvetes e uísques, ocasionalmente informando "cinema todas as noites". Em abril de 1921 eram vendidas as instalações e no final do ano ali se instalou o Bar Chic. [[Mais...]]

Bar Elite, que também geria uma agência de veículos de aluguel, passou a projetar filmes para seus fregueses - Jornal A Tribuna, 9/7/1919, página 8

1919 a 7/12/2008 – O Theatro Guarany foi reformado e adaptado como cinema, na Praça dos Andradas, 100, Centro. No final do século XX, abandonado e tendo passado por um incêndio, estava prestes a ser demolido, mas foi decretado patrimônio municipal e reformado. [[Mais...]].

Cronologia dos cinemas santistas
Em 1949, funcionava ao lado do Cine Guarany uma primitiva banca de jornais, e o cartaz anunciava o filme Beau Geste, lançado dez anos antes
Acervo FAMS Foto-04010.jpg, de 12/9/1949. Cartaz do filme: acervo IMDB


Música: tema de Os Dez Mandamentos (1956)

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