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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CINEMA - LIVRO - CRONOLOGIA
O cinema em Santos - Cronologia 01 [séc. XIX]

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Mais ampla cronologia já publicada dos cinemas e da atividade cinematográfica em Santos e região, é organizada pelas datas de início, mudança de nome e fim dos cinemas, comprovada principalmente por publicações contemporâneas aos eventos.

Esta cronologia é indicada no livro "Santos: Uma História de Cinema", dos jornalistas Madô Martins e Carlos Pimentel Mendes, lançado em 12/2024 com apoio cultural da Prefeitura Municipal de Santos.

Tempos iniciais (fins do século XIX):

Este é um apanhado incompleto (pois alguns nomes se perderam no tempo e nem sempre foi possível localizar datas precisas de inauguração e sessão final dos cinemas), buscando mais dar ao leitor uma ideia efetiva do porte da atividade dos exibidores de cinema na cidade de Santos – citando ainda alguns cinemas de cidades vizinhas, filiados a redes santistas:


O clima ruim prejudicou a primeira exibição santista do Cinematógrafo Falante, no Guarany
Jornal Diário de Santos, 14/10/1904, página 2

7/12/1882 a 1919Theatro Guarani, na Praça dos Andradas, 100, Centro. Inaugurado em 1882, instalou seu cinema em abril de 1905, quando a empresa Candbourgh (Pathé Frère Paris) apresentou "a última palavra em cinematógrafo falante". O sucesso fez a temporada de três dias ser prorrogada por uma semana; em 1906 a temporada foi ainda mais longa e, em 1907, permaneceu dois meses, sempre com sessões repletas.

Em outubro de 1907, filmes franceses foram projetados com som de gramofone, mas embora a novidade fosse aprovada, logo o público se cansou porque a voz não combinava com os movimentos das imagens e os filmes voltaram a ser mudos. Só 22 anos depois o cinema sonoro chegaria para ficar.

Cronologia dos cinemas santistas
Em 1904, o Theatro Guarany comparou o antigo cinematógrafo Lumière com o novo aparelho falante
Jornal Diário de Santos, 23/10/1904, página 3

Em 1908, nova experiência no Guarany: a empresa de Francisco Serrador apresentava o Cinematógrafo Richebourg, com início precisamente "às 8 3/4 horas da noite", num "grande espetáculo - com programa escolhido a capricho e com vistas novas - preços populares". Vale observar que a palavra "vistas" tanto podia se referir a imagens estáticas (depois conhecidas como quadros ou slides) como a cenas animadas, ou a um misto de ambas, tendo como traço de união a orquestra ao vivo.


Anúncio do Teatro Guarany sobre o novo cinematógrafo
Jornal Cidade de Santos, 25/1/1908.

7/2/1897 – 2/5/1910 a 1951 – Fernando & Queiroz fez exibição pública de "fotografia animada" no Recreio Miramar, inaugurado em 12/1/1896 na praia da Barra (Boqueirão).

Uma década depois, o local já era divulgado como Miramar Skating Rink, inaugurado em 2/5/1910 e com sessões regulares de cinematografia. No dia 13 de maio, eram exibidos os filmes: Cultivação do café no Brasil, Meus vizinhos dão um baile, Um apostador tomado por maluco, Desquite de uma criança, Alucinação musical, A greve de policiais, Os cães ambulanceiros e A irmã Angélica. Funcionando de modo independente do clube, na Av. Conselheiro Nébias, 849, Boqueirão, o Cine Miramar passou depois a Cine Caiçara.



Miramar Skating Rink - anúncio e nota da programação cinematográfica do dia 13 de maio
Jornal A Tribuna 13/5/1910 página 1

29/6/1899Exibição do cynematographo, na antiga Rua de Santo Antonio (atual Rua do Comércio), 45, Centro, relatada pelo cronista Bandeira Jr.

3/12/1899 a c.1903Teatrinho de Variedades, depois Pavilhão Mourisco – entre Rua XV de Novembro/Rua do Comércio e Rua Visconde de São Leopoldo (nº 1)/Praça dos Andradas. Construído pela firma Manoel Teixeira de Souza & Cia., foi logo adquirido por Oscar do Nascimento e Francisco Salva, que o transformaram em café-cantante, iniciando na prática a vida noturna santista, ao se tornar filial do paulistano Moulin Rouge, e assim se tornando ponto de encontro da juventude santista. Destacou-se pelos bailes carnavalescos e por realizar o primeiro concurso de fantasias da Cidade.

Ali foi fundado o Clube Atlético Internacional e os frequentadores conheceram algumas das primeiras experiências de projeção cinematográfica, com o Bioscope inglês, que em fins de junho de 1903 projetou Vida e Paixão de Jesus Cristo em 64 quadros fixos e 19 com movimento, todos coloridos. Pouco depois, o Variedades fechou, ali se instalaram outros negócios com pouco sucesso, como o Pavilhão Mourisco (em 1907), e anos mais tarde foi demolido.


Salão Americano de Novidades, no Centro santista, anunciava em 1903 "vistas automáticas: por um nickel de dois tostões, uma colecção de 12 vistas"
Revista Santos Illustrado nº 28, de 20 de julho de 1903 (acervo do historiador Waldir Rueda)


Música: tema de E o Vento Levou... Gone With the Wind (1939)

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