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ROTA DE OURO E PRATA - ARMADORAS
Blue Star Line

 

Em 1879, dois irmãos, William e Edmund Vestey, formaram em Liverpool uma sociedade para comercializar a venda de carne. Os dois jovens, no início, contentaram-se em criar um pequeno depósito frigorificado e em distribuir, no varejo, o produto, através de uma rede de casas de venda própria.

Na década seguinte, seus negócios haviam prosperado de tal maneira que em 1897 os dois irmãos estavam prontos para o passo seguinte. Naquele ano, formaram uma outra empresa, denominada Union Cold Storage and Ice Company, sempre em Liverpool, para armazenagem e distribuição, em larga escala, de produtos de abate de bovinos.

Esta nova empresa comprava carne da Argentina através da Royal Mail Steam Packet Company, esta última agindo como importadora e ao mesmo tempo transportadora do produto, revendendo-a, em seguida, a diversas empresas inglesas que se encarregavam da distribuição em escala de atacado e varejo.

Uma dessas empresas era a Union Cold Storage, que não controlava, portanto, o inteiro processo, desde o abate até a venda ao consumo, e que era dependente de terceiros e dos preços por estes impostos.

Percebendo esta situação problemática, os irmãos Vestey decidiram entrar nos aspectos ligados ao tráfego marítimo. Para tanto, fundaram em Buenos Aires, em 1904, uma empresa local, à qual foi dada a responsabilidade de efetuar as compras diretamente no mercado argentino. Ao mesmo tempo, a Union Cold Storage iniciou o afretamento de navios frigorificados.

Em 1909, a companhia adquiriu seus dois primeiros navios e, em julho de 1911, para melhor controlar a operacionalidade de seus próprios navios, os irmãos Vestey criaram uma subsidiária marítima com o nome de Blue Star Line Ltd., para a qual foram transferidos os títulos de propriedade dos três vapores da Union Cold Storage. Nascia assim uma empresa que se tornaria lendária no mundo da navegação.


O navio frigorífico britânico Santos Star era representado em Santos pela Cia. Expresso Mercantil

Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 8/8/2014

Encomendas - Antes de ordenar a construção dos cinco que compuseram a série de navios de luxo, a Blue Star Line operou - desde a sua fundação em 1911 até 1925 - vinte e sete navios, cargueiros simples ou navios de capacidade mista (carga e passageiros), em quatro rotas principais, todas tendo como ponto de partida o transporte refrigerado de carne para o Reino Unido: rota da América do Sul - exclusivamente carga, de 1909 a 1926; rota do Extremo Oriente (Hong Kong, Xangai-China e Tóquio-Japão) - carga e passageiros, de 1915 a 1920; rota do Pacífico Norte (Canal do Panamá, costa Oeste dos Estados Unidos e Canadá) - carga, de 1920 a 1926.

É de se notar, portanto, que para a América do Sul a Blue Star Line só havia utilizado cargueiros e que seu serviço de passageiros só se iniciaria com o lançamento do Almeda, em 1926.

Em maio de 1925, o então presidente da empresa, sir Edmund Vestey, anunciou a construção de nove navios para a Blue Star Line a um custo total de 3 milhões e 500 mil libras esterlinas, uma quantia gigantesca para a época. Foram assim construídos e entregues, pela ordem: cargueiros de grande tonelagem Stuartstar, Rodneystar, Africstar e Raleighstar, navios mistos de grande tonelagem Almeda, Andalucia, Arandora, Avelona e Avila.

No decorrer da Segunda Guerra Mundial, a Blue Star Line perdeu 29 navios de sua frota, representando uma tonelagem de 310 mil toneladas de arqueação bruta (TAB). Outros 13 sobreviveram ao conflito.


Em 1952, no porto de Santos, o Brasil Star, manobrando para atracar ao cais do Armazém de Bagagem. Navio misto (carga e passageiros), deslocava 10.716 toneladas e tinha capacidade para 53 passageiros em primeira classe. Foi lançado em 1947 e vendido para desmanche em 1972. Seus gêmeos eram o Paraguay Star, o Uruguay Star e o Argentina Star. Sua armadora era a britânica Blue Star Line. Foto: José Dias Herrera

Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 30/6/2014

Texto: condensação de material publicado nas páginas referentes aos navios