Construção
2ª pista:
o "caminho do desenvolvimento"
"Agora
é pé no acelerador nesta estrada que só tem uma mão:
o caminho do desenvolvimento”. Com essas palavras, o governador Geraldo
Alckmin encerrou a solenidade de inauguração da 2ª pista
da Rodovia dos Imigrantes, realizada no dia 17/12/2002 no Espaço
Ecovias Verão dos Imigrantes, construído no km 41 para receber
convidados, entre os quais, prefeitos, vereadores, deputados, secretários
municipais e estaduais, o ministro dos Transportes, João Henrique
de Almeida Souza, e o ministro dos Transportes e Comunicação
do Peru, Javier Rocelo, que se encontra em visita oficial ao País.
Após a cerimônia, o governador
embarcou, juntamente com o presidente da Ecovias, Irineu Meireles, e o
ex-governador Laudo Natel, em um Lincoln conversível coupê,
fabricado em 1941, dirigido por Og Pozzolli, presidente da Federação
Paulista de Automóveis Antigos, para percorrer o trajeto de 23,23
quilômetros rumo à Baixada Santista e romper a fita inaugural
estendida sobre a pista, nas proximidades do Viaduto Estaiado, no km 62.
Outros 30 veículos antigos integraram a comitiva oficial, seguida
por veículos de autoridades, convidados e imprensa.
Alckmin disse que, com a duplicação
da Imigrantes, inicia-se um novo ciclo econômico para a Baixada e
o Estado. Ele destacou que o governo já está duplicando a
Rodovia Manoel da Nóbrega, recapeando e construindo acostamento
na SP-55, a Rio-Santos, estrada que receberá 3ª pista em alguns
trechos. Serão construídas passagens de nível em São
Vicente e em Praia Grande e nova infra-estrutura viária na região
do ABC, interligando a Imigrantes com a asa sul do Rodoanel.
Obra une tecnologia
e soluções ecológicas
Construída
em quatro anos e três meses, e inaugurada 150 dias antes do prazo
contratual, a Pista Sul da Rodovia dos Imigrantes exigiu investimentos
de U$ 300 milhões e transformou-se em referência para a engenharia
nacional, por utilizar soluções tecnológicas inéditas,
aliadas a sofisticadas práticas de gestão ambiental, o que
valeu o Certificado Ambiental ISO 14001 à Ecovias.
Fica na nova pista o maior túnel
rodoviário do Brasil, com 3.146 metros de comprimento, que, juntamente
com outros dois, cobrem dois terços do trajeto na área da
Serra do Mar. O terço restante é cumprido sobre seis viadutos,
cujos pilares chegam a ter vãos de até 90 metros de afastamento,
o dobro da distância prevista no projeto inicial, da década
de 1980.
Há ainda outros cinco viadutos
na Baixada, o que totaliza 5,19 quilômetros. Essas soluções
contribuíram para reduzir em 40 vezes a área afetada na Serra
do Mar, em comparação com a interferência causada pela
construção da primeira pista da Imigrantes, na década
de 70, quando foram afetados 1.600 hectares de mata nativa.
Os três túneis (que
cobrem 8,23 km) foram escavados por quatro equipamentos de perfuração
computadorizados, importados especialmente para a obra e ainda hoje os
únicos existentes no País. A construção dos
viadutos utilizou três tecnologias distintas e a rodovia recebeu
pavimento de concreto em toda a sua extensão, que oferece maior
aderência e menos desgaste.
A velocidade máxima permitida
na nova pista é de 80 km/hora. Caminhões transportando produtos
perigosos, ônibus e caminhões não poderão trafegar
por ela, por medida de segurança. É que a pista tem um declive
de 6%, o que exige demais dos sistemas de freios dos veículos mais
pesados.
Também para garantir a segurança,
os túneis estarão sob vigilância de 80 câmeras
de tv interligada 24 horas por dia ao Centro de Controle Operacional (CCO).
Os túneis também dispõem de detectores de incêndio,
medidores de níveis de fumaça e gases, sensores de tráfego,
baias especiais para emergência, hidrantes e mangueiras de incêndio,
sistema de comunicação com o CCO e 26 conjuntos de semáforos,
que indicarão eventuais interrupções do tráfego
nas faixas de rolamento.
Outro destaque é o Viaduto
Estaiado, denominado Governador Mário Covas. A obra foi construída
no km 62, em Cubatão, é uma das oito do gênero no Brasil,
com tecnologia há pouco tempo introduzida no País.
Viabilizar projetos
de amplitude regional
Beto Mansur (*)
A segunda
pista da Imigrantes era um empreendimento esperado há mais de 15
anos. A construção traz como benefício direto a maior
facilidade e rapidez na ligação entre o Planalto e o Litoral.
Indiretamente, a obra terá efeitos positivos para o desenvolvimento
econômico de toda a região, incrementando setores como o turismo
– incluindo o segmento de negócios -, comércio, construção
civil, o Porto e a o pólo industrial de Cubatão, resultando
na conseqüente geração de empregos e renda.
É certo que com a segunda
pista em funcionamento os municípios sofrerão impactos decorrentes
do aumento de demanda tanto de turistas como de novos moradores. É
esperado um deslocamento de famílias, que deverão fixar residência
em nossa Cidade, atraídas pela facilidades de acesso e a qualidade
de vida que Santos oferece. Esse aumento populacional - tanto fixo como
flutuante - não deixa de ser uma preocupação e vai
exigir grande esforço das prefeituras para fazer com que as cidades
da região possam absorver esse crescimento.
Ainda com relação à
expansão imobiliária, Santos aprovou em 1998 um novo Plano
Diretor e dispõe hoje de legislação urbana e ambiental
modernas. Conta também com instrumentos legais que permitem o adensamento
populacional em áreas já dotadas de infra-estrutura e serviços
urbanos, na parte insular, além de potencial para expansão
territorial na sua Área Continental. A modernização
da legislação favorece também o setor turístico,
estimulando a implantação de novos empreendimentos hoteleiros.
Motivados pela expectativa de crescimento da demanda, empresários
da área estão investindo na melhoria das instalações
de seus equipamentos.
A Administração Municipal
vem trabalhando em vários projetos visando o fomento da atividade
turística. Entre eles, estão o Museu Pelé, a reurbanização
da orla com a construção da ciclovia, a reforma do Teatro
Coliseu, a construção do Deck do Pescador e do Restaurante
Naútico, além da revitalização do Centro Histórico
da Cidade.
A duplicação da Imigrante
vai exigir também a viabilização de projetos de amplitude
regional, com destaque para implantação do Veículo
Leve sobre Trilhos (VLT) e da reestruturação e modernização
dos sistemas de travessias hidroviárias.
(*)
Beto Mansur é Prefeito de Santos.
Veja mais:
As
curvas da estrada de Santos
Imigrantes:
obras da segunda pista na fase final (Perspectiva
- 5/2002)
Imigrantes:
O impacto da segunda pista (Perspectiva -
11/2002) |