Construção
Perspectivas
e balanço do mercado imobiliário
Em coletiva
de imprensa realizada no dia 18/12/2002, o Secovi-SP, conjuntamente com
a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), divulgou
o Balanço do Mercado Imobiliário na Cidade de São
Paulo e anunciou as perspectivas para 2003.
“A
indústria imobiliária espera uma revolução
na política habitacional”, afirma Romeu Chap Chap, considerando
que há motivos para um prognóstico otimista: “Em âmbito
federal, o desenho do Projeto Moradia contém diretrizes consistentes
e um Ministério para garantir sua viabilidade. Em âmbito estadual,
o governador Geraldo Alckmin promete reintroduzir a Nossa Caixa nas operações
de financiamento habitacional, o que significa injeção de
consistente volume de recursos no setor, especificamente dentro do nosso
Estado”, resume.
Também é esperado mais
financiamento para a classe média, em virtude da Resolução
3.005/02, do Conselho Monetário Nacional, que induz os agentes financeiros
privados a injetar R$ 33 bilhões (recursos que estavam represados
desde o Proer por conta do FCVS e que serão liberados em 100 parcelas
mensais).
No que diz respeito à baixa
renda, o orçamento do FGTS para 2003 sinaliza continuidade no atendimento
a essas famílias. “Há, porém, uma ameaça: um
projeto de lei do Senado, proposto pela Bovespa, pretende destinar 12,5%
desse Fundo para fortalecer o mercado acionário. É um risco
tremendo, que foi objeto de manifesto da indústria imobiliária
nacional – incluindo o Secovi-SP -, pois compromete o próprio programa
do presidente eleito”, diz Chap Chap.
“O mercado imobiliário da
cidade de São Paulo - e, certamente, de outras localidades do País
- enfrentou várias dificuldades este ano, na esteira dos resultados
do setor em 2001. Em 2001, depois de um excelente primeiro semestre (com
incremento de até 30% no volume de unidades vendidas, motivado pela
expectativa de estabilidade econômica e redução da
taxa de juros), a indústria imobiliária teve de encarar a
reversão dessa trajetória nos seis meses que se sucederam.
Racionamento de energia elétrica, crise da Argentina, WTC e alta
do dólar fizeram com que o segmento fechasse o ano com queda de
5%. Para 2002, os prognósticos eram de melhoria desse cenário.
Apesar de se tratar de ano eleitoral, a previsão era de crescimento
de 10% no total de imóveis comercializados, o que se confirmou apenas
em parte”, analisa.
Ao fazer um balanço do mercado
de imóveis em 2002, considerado o período janeiro a outubro/2002,
Chap Chap destacou:
A
quantidade de unidades comercializadas ficou aquém do projetado:
incremento de apenas 3% a 4% em relação ao exercício
anterior (estimativa de 14.700 unidades, contra 14.123 em 2001);
O
Índice de Velocidade de Vendas no ano (que mede a quantidade de
imóveis novos comercializados sobre o total colocado à venda
a cada mês) alcançou os 10% de aumento previsto, relativamente
a 2001, com ritmo médio de 8,4%, contra 7,6%;
O
nível de atividades foi satisfatório no segmento de baixa
renda (recursos do FGTS) e surpreendente no alto padrão (recursos
próprios) – as unidades de quatro ou mais dormitórios se
destacaram em termos de vendas (participação média
do segmento saltou de 12% para 25% na totalidade do mercado) e de lançamentos
(aumento de 109% em relação a ao ano passado). A classe média
permaneceu desatendida (falta de financiamentos). |