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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - CUBATÃO EM...
1972 - pelo jornal santista A Tribuna

"...Hoje, Cubatão se resume em energia, petróleo e aço..."

Na edição comemorativa do Sesquicentenário da Independência, em 7 de setembro de 1972, o jornal santista A Tribuna (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda), publicou esta matéria:


Foto publicada com a matéria

Cubatão: os números da Independência

A Independência tinha exatamente 133 anos, quando Cubatão surgiu na economia nacional. Com suas torres de refino, tanques de abastecimento, oleoduto, o "flare", as máquinas trabalhando dia e noite, os homens. Dezessete anos depois que a Refinaria Presidente Bernardes iniciou suas atividades, Cubatão apresenta hoje este número: Cr$ 2.133.242.451,07 (valor da produção no ano passado).

Com este número, que se duplicou em relação ao ano de 1971, as indústrias têm um valor de produção equivalente a 70 vezes o orçamento do Município. Em termos de mão-de-obra, segundo dados do Centro de Pesquisas e Estudos Urbanísticos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, os empregados nas indústrias, mais as empreiteiras das obras de expansão e as empresas que formam todo o complexo do parque industrial de Cubatão, revelam 80% da mão-de-obra da Baixada.

Há mais números neste Município, que praticamente se iniciou quando a Independência tinha 133 anos: é hoje o maior complexo petroquímico do País e na siderurgia ocupa o quarto lugar. A Refinaria Presidente Bernardes (Petrobrás), no ano em que se comemora o Sesquicentenário, prepara-se para aumentar em 48% seu refino de petróleo. A Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), em sua Usina José Bonifácio de Andrada e Silva, atinge, em 72, 1 milhão de toneladas em lingote/ano, quase duplicando sua produção.

O maior complexo de fertilizantes do País, também está aqui. É a Ultrafértil com valor de produção de Cr$ 84.360.000,00, também duplicado em relação a 1971. São 17 grandes indústrias: Alba - Indústrias Químicas; Carbocloro; Clorogil; Cimento Santa Rita; Companhia Brasileira de Estireno; Copebrás; Santista de Papel; Cosipa; Costa Muniz; Fibrastec; Light; Liquid Carbonic; Refinaria Presidente Bernardes; Petroquisa - Petrobrás Química; Ultrafértil; Union Carbide e Fertilizantes União.

A Refinaria Petrobrás representa quase a metade desta produção: Cr$ 1.060.842.574,04, seguida pela Cosipa, com Cr$ 610.000.000,00. A maioria das outras usinas utiliza produtos da Refinaria para transformação.

Deste Município, que hoje se prepara para abrigar mais indústrias, surgem planos, como o sistema viário para facilitar o acesso a seu parque e que irá reunir a Prefeitura Municipal, Dersa, DER (Secretaria dos Transportes do Estado), Fepasa e a própria Petrobrás em um conjunto de 4 viadutos.

A Usina Henry Borden, da Light, é a maior do sistema da empresa, com 874.000 kw de capacidade e que abastece o parque industrial de Cubatão e toda a região da Baixada. A Henry Borden é a de maior capacidade geradora do sistema Light, o que corresponde à quase metade do potencial de Kw/h da Represa Billings.

Hoje, Cubatão se resume em energia, petróleo e aço, mas a indústria de seu parque apresenta a Costa Muniz, Artefatos de Borracha, instalada em 1895. Depois, a primeira grande usina, Companhia Santista de Papel e a maior transformação, com a instalação, em 1926, da Usina Henry Borden, possibilitando a implantação das outras indústrias. Outro marco: em 1950 começam os trabalhos para a implantação da Refinaria Presidente Bernardes (era a independência econômica do País se consolidando). Com a Refinaria, surgem as usinas que se utilizam de seus produtos. Em 1965, o aço em Piaçagüera.


Foto publicada com a matéria

Quando o ministro chegar - No Sesquicentenário, a Prefeitura, juntamente com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), que representa o complexo aqui instalado, resolveu divulgar tudo o que este parque produz. Vai trazer o ministro Pratini de Moraes, da Indústria e do Comércio, para inaugurar a I Mostra Industrial de Cubatão.

Comece o dia reparando em todos os produtos que usa. Seu sapato, a sola, pasta de dente, a fibra de sua roupa, as paredes da casa, a tinta, as peças da geladeira, do rádio de pilhas, seu automóvel (chapas de aço), a gasolina, os pneus, o cosmético da mulher, os ladrilhos, revestimentos, cera do assoalho, esmalte para as unhas, até produtos para o tratamento da água que você bebe, cascos para barcos, brinquedos a pilha e também filtro de cigarro.

Estes, entre outros produtos que o mercado consome, partem basicamente de Cubatão. E tudo isso faz parte da Mostra Industrial em comemoração ao Sesquicentenário da Independência.

A localização, ao lado da Via Anchieta, principal escoadouro rodoviário entre a Capital (centros consumidores) e o Porto de Santos, próximo a este também, com energia elétrica suficiente, com duas estradas de ferro: Fepasa e Santos a Jundiaí e dentro de pouco tempo com a Rodovia dos Imigrantes e a Santos-Rio pela Cubatão-Guarujá, propiciou ao Município as condições favoráveis para a implantação deste parque.

Veja também:
Santos em 1972, por A Tribuna