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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - S. LÁZARO
A capela para os lázaros no sopé da serra (2)

E a festa para São Lázaro foi recriada em 2001
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Em 10 de maio de 2005, a Prefeitura Municipal de Cubatão distribuiu à imprensa este texto, do seu jornalista Francisco Carlos dos Santos:
 


Estátua de São Lázaro
Foto: Aderbau Gama/Prefeitura Municipal de Cubatão

Comunidade prepara festa de São Lázaro para o dia 29 de maio

A comunidade católica de Cubatão já está se preparando para mais uma edição da festa de São Lázaro, que acontece no dia 29 de maio, no Parque Municipal Anilinas. De acordo com a programação, a festa começa às 12 horas, com a apresentação de diversos shows musicais, barracas de artesanato e de culinária com pratos doces e salgados, além de deliciosas guloseimas.

Já a homenagem litúrgica começa às 16 horas, com a concentração dos fiéis na igreja matriz Nossa Senhora da Lapa, no Centro, de onde sairá a procissão até a Capela de São Lázaro, no Parque Anilinas, para a missa que será celebrada pelo pároco Valdecir João dos Santos.

Para os devotos do santo, a homenagem deste ano tem um significado muito grande, uma vez que a festa está resgatando parte de sua origem, com a procissão saindo da sede da igreja matriz Nossa Senhora da Lapa, até a capela de São Lázaro, no Anilinas.

Lenda - De acordo com os relatos históricos, desde o século XIX existe uma lenda que explica a ligação do personagem bíblico (que era leproso) com a cidade de Cubatão. O relato fala sobre um casal de leprosos que descia a Serra em busca de comida. Por um período os moradores passaram a ajudá-los com alimentos. Até que certa dia, só o homem passou a ser visto. Após um tempo, também debilitado o homem acabou desaparecendo.

Curiosos, os moradores foram em busca do casal. Próximo ao pé da Serra, mais exatamente onde hoje está a Refinaria Presidente Bernardes, foi encontrado o homem morto sobre o túmulo da companheira. Logo, providenciaram a construção de uma sepultura para o leproso, próximo ao de sua mulher.

Um antigo morador, Francisco Miguel Couto, comovido com aquela situação, construiu a Capela Santa Cruz dos Lázaros. A partir daí, há relatos de que milagres aconteciam em volta do local. As velas que eram oferecidas permaneciam acesas, mesmo estando sob fortes ventos.

Após a construção da capela sobre o túmulo do casal, uma festa em homenagem a São Lázaro passou a acontecer na cidade nos meses de maio até o início da década de 50, quando a capela foi demolida para dar lugar a Refinaria. Para não perder a história, o Poder Público Municipal construiu uma réplica do santuário no Parque Anilinas. O evento voltou a acontecer em 2001, por iniciativa da presidente do Conselho Municipal de Cultura, Maria Albertina e pelo historiador Ayres de Araújo Coutinho.

No jornal santista A Tribuna, em 30 de maio de 2005, consta esta matéria, com o relato sobre a festa cubatense:


A procissão em homenagem ao Santo foi o ponto alto da programação, que atraiu muitos fiéis
Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

TRADIÇÃO
Festa em louvor a São Lázaro é revivida pela comunidade católica

Evento festivo incluiu celebração de missa campal e shows musicais

Da Sucursal

Uma das mais antigas tradições de Cubatão, a Festa de São Lázaro foi revivida ontem no Parque Municipal Anilinas, onde, a partir das 14 horas, houve shows musicais. Além disso, também foram montadas barracas de artesanato e de culinária em torno da réplica da antiga capelinha que ficava entre o início da subida da serra e o antigo cemitério da Cidade.

O ponto alto da programação festiva foi a procissão, que saiu da Matriz de Nossa Senhora da Lapa e seguiu pela Avenida Nove de Abril, levando a imagem do santo. Na seqüência, foi celebrada missa campal pelo vigário Valdecir João dos Santos.

Fiéis e visitantes ouviram as explicações sobre a festa dadas pelo administrador da capela, o memorialista Ayres Araújo Coutinho. De acordo com ele, a lenda que deu origem à festa faz uma ligação de Lázaro, personagem bíblico ressuscitado por Cristo, com a cidade de Cubatão.

A lenda diz que no século XVIII havia um casal de leprosos que descia a Serra do Mar, com freqüência, em busca de comida. Com a morte dos dois, o lugar onde foram sepultados, na área onde hoje fica a refinaria, ficou conhecido como "a cruz dos lázaros", nome que se dava aos leprosos naquela época. Posteriormente, já na década de 30, a família Couto ergueu no local a Capela Santa Cruz dos Lázaros.

O ex-presidente da Câmara, Armando Campinas Reis, lembra que as festas eram extraordinárias, "freqüentadas por gente de Santos e São Vicente".

José Gouveia, memorialista já falecido e parceiro de Ayres na obra inédita, contava que dias antes da festa "saía uma banda de música de porta em porta, recolhendo esmolas dos portugueses para a compra das prendas. Colávamos bandeirinhas de Cubatão até a Raiz da Serra, ao longo da Estrada Velha".

Retorno - Quando, por falta de dinheiro, a festa começou a apresentar um padrão mais modesto, os festeiros da Raiz da Serra contaram com a cumplicidade dos guardas rodoviários. "As moças montavam um pedágio lá no posto da Guarda Civil, no início da subida da Estrada Velha, com a colaboração dos guardas. Eles paravam os carros, pediam documentos e as moças aproveitavam para pedir doações para a festa".

A festa em homenagem a São Lázaro passou a ser realizada em maio até o início da década de 50, quando a capela foi demolida para dar lugar à refinaria. Com a reconstrução da capela no Parque Anilinas, as festas voltaram a acontecer em 2001.

Fotos da procissão e da missa, divulgadas pela assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Cubatão, em maio de 2005:




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