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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 2/2/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/07/00 14:06:57
BUG DO MILÊNIO
Maioria das organizações sequer sabe que o problema existe 

Especialista vem ao Brasil para explicar o risco que estamos correndo

No Brasil, a situação não é muito diferente da encontrada nos Estados Unidos, onde nem grandes organizações que iniciaram há anos a correção da falha do milênio já completaram o processo. E são muito poucas as que ao menos se conscientizaram do problema causado pelo Bug do Milênio. É para falar sobre o assunto que William David Kiss IV está percorrendo diversas cidades brasileiras e latino-americanas, promovendo palestras gratuitas (normalmente, ele cobraria cerca de US$ 2,5 mil por palestra) para conscientização de autoridades e empresários, como a que será ministrada dia 4/2/1999 em Santos.

Seu currículo de 33 anos de experiência em computação e telecomunicações inclui trabalhos de consultoria e fornecimento de sistemas para o governo norte-americano, nos últimos sete anos, além da atuação em empresas privadas como a Computer Sciences Corporation e a Johnson & Johnson. Entre os trabalhos para o governo norte-americano estão sistemas usados pela Biblioteca do Congresso, em Washington; a Biblioteca Nacional de Medicina, o Departamento do Comércio dos EUA, repartições como a dos Serviços Gerais de Administração, entre outras. 

Residente em Lehigh Valley, na Pensilvânia, ele tem na capital norte-americana seus principais clientes. Ele é também editor-em-chefe e publisher da Kiss Publishing Corporation (que tem um site sobre o Bug), que edita manuais como um enfocando o Bug do Milênio. Ele se orgulha de que, embora todos os programas comercializados no mercado internacional nos últimos anos contenham falhas, os sistemas por ele desenvolvidos já rodam, em alguns casos, há dez anos sem uma única falha.

William acredita que sua palestra em Santos tenha efeitos multiplicadores: da mesma forma que o porto de Santos é responsável por cerca de 30% da receita cambial brasileira, sendo porto de trânsito de mercadorias para países como Paraguai e Bolívia, também as empresas situadas na região têm a capacidade de irradiar a mensagem para toda a América do Sul e outras regiões do mundo (caso das empresas de transporte marítimo).

Por sua vez, o vereador santista Martinho Leonardo vem se empenhando na Câmara Municipal de Santos para que um seminário como esse fosse realizado na cidade, entendendo que as autoridades públicas, uma vez tomando conhecimento das dimensões do problema - através da matéria publicada por Informática em 24/11/1998, entre outras publicações -, não podem se omitir em alertar a população e o empresariado.

Ele está vinculado aos produtores do The Millenium Bug Toolkit, que entretanto nem pretende citar na palestra em Santos: sua função não é vender o produto, mas conscientizar as pessoas para o problema. Aliás, não espere que ele faça referências (elogiosas ou desabonadoras) a empresas quaisquer - as referências constantes nesta matéria foram obtidas em outras fontes de informação.

O produto já é representado no Brasil pela Net-Ten, e em Santos por Laura Maria Ramos. Ambos destacam já existir um site em português para tratar do assunto, produzido na capital paulista. Nele, há um teste do relógio do sistema (RTC), que pode ser copiado (download) e utilizado gratuitamente pelos internautas. A empresa está comercializando um kit para computadores isolados, já traduzido para português e espanhol. O kit para uso em redes é em inglês, pois normalmente as empresas com redes de computadores possuem sempre alguém que domine o idioma.

Uma chance – "Não é uma coisa rápida eliminar o bug nos PCs. É muito trabalho a ser feito e só existe uma chance de fazer tudo correto. Por isso, é preciso escolher a melhor ferramenta para corrigir o problema", observa William, destacando que o The Millenium Bug Toolkit inclui algumas verificações que não constam em outros programas, daí ter obtido a rara certificação de 100% compatível do British Standards Institute. 

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, por exemplo, depois de analisar diversas alternativas no mercado, optou em 10/1998 por adquirir 150 mil cópias do produto, que também já está em uso em diversas grandes corporações brasileiras.

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