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Publicado originalmente pelo autor em A Tribuna Informática de 10/2/1998
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/20/00 22:09:22
Um glossário eletrizante

Acumulador elétrico – Dispositivo que transforma a energia química em energia elétrica e vice-versa (as pilhas elétricas não permitem essa reversão de energia elétrica para química), podendo assim acumular energia elétrica.

Ampère – Unidade de medida de corrente elétrica que corresponde à corrente que separa em um segundo 1,118 mg de prata de uma solução de nitrato de prata, ou seja, é a unidade prática de medida elétrica correspondente à intensidade de uma corrente elétrica que, com a força eletromotriz de 1 volt, percorre um circuito com a resistência de 1 Ohm.

Capacitor – Condensador. Dispositivo que consegue armazenar uma carga elétrica num espaço bastante reduzido. Normalmente, são placas ou folhas condutoras separadas por camadas finas de um dielétrico (ar, papel parafinado ou mica), sendo as placas em lados opostos das camadas dielétricas carregadas de eletricidade de sinais contrários, por uma fonte de voltagem. A energia do sistema carregado é armazenada no dielétrico polarizado, com a capacitância proporcional à área e à constante dielétrica da camada dielétrica, e inversamente proporcional à sua espessura.

Centelhador – Dispositivo que consiste em dois elétrodos arranjados de modo a permitir a passagem entre eles de cargas disruptivas em forma de centelhas, servindo para descarregar baterias ou acumuladores.

Circuito microprocessado – Circuito é um sistema de condutores e elementos elétricos relacionados, através do qual passa a corrente elétrica. O circuito microprocessado utiliza microprocessadores (chips), onde circula uma corrente elétrica mínima, sendo por isso bem mais sensíveis a variações elétricas.

Corrente elétrica – Passagem dos elétrons através de um condutor, do pólo positivo para o negativo. Corrente contínua (CC) é aquela em que os elétrons seguem continua e invariavelmente do pólo positivo para o negativo, como nas pilhas de uma lanterna. Corrente alternada (CA) é o fluxo de elétrons ora num sentido ora noutro, sendo essa inversão de forma cíclica, em períodos de tempo constantes. Ciclo é a série de valores que a corente adquire durante um período. No Brasil, a frequência legal é de 60 ciclos por segundo, ou seja, 60 Hertz. Em outros países, pode ser de 50 Hertz, daí porque certos equipamentos (relógios elétricos, por exemplo) comprados no exterior podem apresentar funcionamento anormal quando usados no Brasil.

Descarga atmosférica – Raio, com alta tensão e amperagem, ocorrida por diferença de potencial entre duas cargas elétricas opostas, buscando reequilibrá-las.

Descarga atmosférica transversal – Ocorre quando a tensão, rica em corrente, caminha pelo condutor sem diferença de potencial entre as fases, ou fase e neutro, formando um único campo elétrico. Tal caso é pouco freqüente na rede elétrica, pois se o equipamento eletro-eletrônico alimentado nesta rede não estiver aterrado, não será atrativo para a descarga atmosférica. O próprio transformador e o quadro de distribuição são mais atrativos para esse tipo de descarga, por estarem aterrados. Caso o equipamento eletro-eletrônico esteja aterrado, a descarga passará pelo equipamento, danificando-o. Na rede telefônica e nas antenas, 90% das descargas atmosféricas ocorrem de forma transversal, pois não há diferença de potencial entre os seus pólos, mas há o atrativo no equipamento eletro-eletrônico acoplado à rede elétrica, servindo como elemento condutor e consequentemente danificado.

Descarga atmosférica longitudinal – Representa 98% dos casos em que a rede elétrica é atingida e consiste em a descarga se propagar apenas por uma das fases (ou neutro). Seu atrativo é a outra fase (ou neutro), pois haverá entre elas uma grande diferença de potencial, sendo a interligaçao feita através do equipamento eletro-eletrônico conectado à rede elétrica.

Dielétrica – Substância que não conduz corrente elétrica: transmite efeitos elétricos por indução, mas não por condução.

Disjuntor – Tipo de fusível que em lugar de se destruir apenas se desarma, sempre que ocorrer um curto-circuito nos condutores da rede elétrica, antes que os efeitos térmicos e mecânicos desta corrente possam se tornar perigosos às próprias instalações. Também desarma se houver excesso de consumo de corrente (ampères) dos equipamentos que alimenta, para não sobrecarregar os condutores (fiação). Resolvido o problema na instalação, o disjuntor pode ser rearmado. Não protege contra descargas atmosféricas, pois seu tempo de resposta é lento em relação ao raio.

Estabilizador – Equipamento destinado a alimentar os equipamentos eletro-eletrônicos a ele acoplados com energia elétrica estabilizada na voltagem requerida (geralmente 110 ou 220 volts). Pode ter acessoriamente funções de transformador e filtro de linha, mas o equipamento em si não se destina a proteger contra falta de energia e transientes.

Filtro de linha – Tem a função de filtrar da rede elétrica “ruídos” que poderiam ser prejudiciais a equipamentos eletro-eletrônicos sensíveis, como os microcomputadores. Não tem capacidade para proteger os equipamentos contra descargas atmosféricas ou mesmo para estabilizar o fornecimento de energia.

Fusível – peça contendo um fio mais fino que o utilizado na rede elétrica, e portanto mais sensível às variações de tensão, partindo-se e assim cortando o fornecimento de energia elétrica. Com isso, a rede elétrica (e/ou telefônica) é protegida contra o equipamento que já tenha sofrido curto-circuito, e se evita que o equipamento defeituoso seja ainda mais danificado pela continuidade do fornecimento elétrico.

Gaiola de Faraday – Princípio de Física em que, no interior de uma superfície fechada, o campo elétrico é nulo. Com o objetivo de blindar, proteger um corpo qualquer contra o efeito de um campo elétrico, constróem-se dispositivos chamados Gaiolas de Faraday, constituídos de malhas metálicas que envolvem esse corpo, baseadas nesse princípio, desenvolvido pelo cientista inglês Michael Faraday (1791-1867)

Indução elétrica – Um corpo carregado com certa carga elétrica, próximo a outro corpo, induz (provoca) o aparecimento, nesse outro corpo, de uma carga igual e de sinal contrário (positivo x negativo).

Ionização – Aceleração de elétrons que resulta na produção de gás condutor. Decomposição de uma substância em solução em seus íons constituintes. Íon é uma partícula com carga elétrica positiva ou negativa, do tamanho de um átomo ou molécula, que resulta da perda ou ganho de um ou mais elétrons por um átomo ou molécula neutros, ou da dissociação eletrolítica de moléculas em soluções em razão da variação de temperatura. O desprendimento de elétrons requer a adução de energia, quer por radiação ou por choque, quer por altas temperaturas.

No-break – Equipamento destinado a suprir a alimentação elétrica dos equipamentos a ele acoplados, quando é interrompido o fornecimento pela concessionária de energia elétrica, evitando a paralisação da atividade realizada nos aparelhos a ele acoplados. Para isso, o no-break (em inglês, "sem parada") utiliza baterias de 12 volts de corrente contínua que são transformados em 110 ou 220 volts de corrente alternada. O tempo de funcionamento do no-break durante a falta de energia da rede elétrica dependerá da potêncua das baterias. O short-break é um tipo de no-break que mantém o fornecimento elétrico por uns poucos minutos (tempo suficiente apenas para se fazer o correto encerramento dos programas em uso num computador e o seu desligamento normal).

Ohm – O cientista Georg Simon Ohm observou a relação entre a tensão aplicada sobre uma resistência e a corrente que por ela flui: para uma mesma resistência, um aumento da tensão aplicada corresponde a um aumento proporcional na corrente que flui através da mesma. Mantendo constante a tensão, um aumento no valor da resistência corresponde a uma diminuição proporcional da corrente que flui. Surgiu assim a Lei de Ohm: "A corrente que flui através de uma resistência é diretamente proporcional à tensão aplicada e inversamente proporcional à resistência". A unidade de resistência elétrica é o Ohm, que corresponde à resistência de um fio de mercúrio com seção de 1 milímetro quadrado e 1,063 m de comprimento, a zero grau centígrado.

Pára-raio – Haste colocada no ponto mais alto de uma edificação, ligada a um fio que segue até outra haste colocada no interior do solo, com a função de conduzir os raios de forma segura, protegendo a estrutura da edificação. Não protege os equipamentos eletro-eletrônicos existentes em suas proximidades, porque durante a transferência da corrente entre as duas hastes sobra uma corrente eletrostática com tensão e corrente suficientes para danificar os equipamentos. A área de proteção de um pára-raio forma um cone desde seu ponto mais alto até o solo, com abertura de 127 graus. Assim, o pára-raios protege uma área no solo correspondente a um círculo cujo diâmetro é quatro vezes a altura da ponta superior desse pára-raios.

Raio – Descarga elétrica, acompanhada de explosão (trovão) e de luz (relâmpago) que se produz entre duas nuvens eletrizadas ou entre a terra e as nuvens; centelha, corisco, faísca elétrica.

Relâmpago – Clarão vivo e rápido, proveniente de descarga elétrica entre duas nuvens ou entre uma nuvem e a terra.

Resistência – Nenhum material é perfeito condutor de corrente elétrica, todos oferecem algum nível de oposição à sua passagem, semelhante ao atrito entre a água e os canos por onde ela passa. A resistência elétrica sempre produz calor e queda de tensão, e é medida em ohms.

Transiente – Também chamado de surto, é um pico de tensão, transitório, geralmente com duração da ordem de uns microsegundos. Ou seja, é uma elevação abrupta de tensão muito rápida, que pode ter origem interna ou externa. Interna, quando equipamentos de grande porte, como condicionadores e compressores de ar, motores potentes etc. são desligados: a energia sobressalente é distribuída na rede elétrica, formando um surto transitório, danoso aos equipamentos eletro-eletrônicos. Externa, ainda mais danosa, por ter sua origem relacionadas a raios descarregados nas proximidades dos equipamentos eletro-eletrônicos, com duração de alguns microsegundos; pode ocorrer também no restabelecimento da energia elétrica após uma interrupção do fornecimento.

Trovão – Estrondo produzido por descarga de eletricidade atmosférica.

Volt – Unidade de tensão elétrica, diferença de potencial ou força eletromotriz. Corresponde à tensão que, aplicada sobre a resistência de 1 Ohm, produz a corrente de 1 ampère.

Watt – Unidade de medida da potência solicitada da linha pela carga, representa o consumo de energia de um equipamento. É igual à potência de um joule por segundo, conforme a definição do inventor escocês James Watt (1736-1819)

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