Marcas que a História deixou
Febre
amarela na Baixada Santista? Não é tão impossível:
Santos mesmo já passou por diversas epidemias de febre amarela e
até hoje guarda as marcas dessa fase negra de sua história:
os canais e o cemitério do Saboó.
História: há
112 anos, a população santista era de 15.605 pessoas.
Cinco anos depois, em 1890, tinha caído para 13.012 habitantes.
Parte da população tinha morrido por causa das epidemias
que grassavam na região, e outra parte tinha fugido da cidade.
As piores epidemias foram as de febre
amarela, que em 1873 causou a morte de 150 pessoas e de outras 200 em 1876.
No final do século passado, mais de 750 pessoas tinham morrido com
essa doença. Os hospitais não conseguiam atender todos os
doentes e muitos isolamentos e enfermarias foram instalados em conventos
como o do Carmo e mosteiros como o de São Bento.
Outras - Não era uma
epidemia isolada: registravam-se também epidemias de peste bubônica,
varíola, difteria, tuberculose. Os navios foram proibidos de atracar,
sendo as cargas levadas até eles em pequenos barcos. Santos era
um porto maldito, evitado pelos navios estrangeiros, e foram tantos os
mortos que se precisou construir o cemitério do Saboó, bem
maior que o do Paquetá.
Foram criadas as comissões
Sanitária e do Saneamento, sendo esta chefiada pelo engenheiro Saturnino
de Brito. Para corrigir as péssimas condições ambientais
da cidade, ele projetou o sistema de esgotos, com lançamento dos
detritos em mar aberto (na Ponta de Itaipu, na atual Praia Grande), uma
rede subterrânea para receber a água da chuva e um sistema
de nove canais de drenagem, cortando a planície de mar a mar, usando
a força das marés para renovar as águas e evitar que
ficassem paradas. O primeiro desses canais, que hoje marcam a cidade (o
Canal 1), completa em breve 70 anos: foi inaugurado
em 27 de agosto de 1907.
Veja mais:
Internet
mostra o perigo da febre amarela e da dengue
Febre
amarela & dengue, via Internet
O
que é a doença (e sua possível cura)
Quem:
médico Meyer Reznik
Esta série de matérias
foi publicada originalmente pelo autor
no caderno Informática
do jornal A Tribuna de Santos/SP em 15/4/1997
Foi mantido o texto original: alguns
vínculos podem estar desatualizados
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