Clique aqui para voltar à página inicial  http://www.novomilenio.inf.br/ano97/9704cqem.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/20/00 22:36:16
Quem

 
Identidade:
A pessoa: Meyer Reznik, nascido na cidade do Rio de Janeiro, 56 anos de idade, casado, quatro filhos, dois netos, médico em Santos

Seu micro: PCs Pentium 100, monitor SVGA, HD de 1,2 GB, fax-modem 28.800 bps, multimídia, impressora jato-de-tinta Canon BJ 200 no consultório e Epson Stylus Color em casa, rede com Windows-NT no consultório.

Não vou parar de trabalhar enquanto viver, mas quando tiver mais tempo livre, terei um hobby com que me divertir: uma coisa chamada computador. Quando há oportunidade, mesmo no consultório, coloco um CD de música no computador, para alegrar o ambiente. Faço desde cartões de visita e consulta eletrônica às contas bancárias, até pesquisas na Internet sobre avanços médicos. 

O grande problema é o tempo que se espera pelos dados solicitados na rede, principalmente quando se tenta fazer uma cópia (download) de um programa, pode demorar horas. Além disso, a Internet se tornou tão extensa que fica difícil encontrar rapidamente o que se busca, é preciso ver mil páginas de informações para se fazer um resumo do que realmente interessa.

Como todo mundo, comecei com um PC-386, até chegar à atual rede com equipamentos Pentium. Assim, faço o gerenciamento da firma, em contato com as áreas de clínicas, e todos os dados possuem cópia diária (um conjunto de back-up fica no consultório e o outro levo para casa, para maior segurança). Curiosidade: passei dois anos tentando desenvolver uma logomarca, e sempre me apareciam com os mesmos conceitos, o desenho de um estetoscópio etc. Um dia, sentei ao lado de um desenhista, na frente de um computador, e em pouco tempo saiu a solução, que já aparece nos veículos e papéis da firma, estilizando o nome pelo qual sou conhecido, Meyer, e tendo no canto superior um pequeno “M”, como se fosse uma marca registrada, e que sempre me perguntam o que significa: é apenas a letra inicial do meu nome...

Carreira - Formado pela antiga Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro (turma de 1966), vim logo depois para Santos, onde me radiquei, trabalhando desde 1967 na unidade de Saúde do Porto (que chefiei de 1987 até me aposentar em 1993). Também atuei na Prefeitura de Santos, no Serviço de Fiscalização de Higiene e Saúde Pública, até me aposentar. Hoje, dirijo a Meyer Serviços Médicos, com quatro consultórios e um pequeno centro cirúrgico, prestando serviços de medicina ocupacional e atendimento aos tripulantes de navios, além de atuar como clínico geral em meu consultório.

Atendo também as famílias de dirigentes de agências marítimas, como “médico de confiança da família”. Ao contrário do que possam pensar, geralmente é a partir dessa confiança que sou credenciado para atuar no atendimento aos funcionários da empresa (Medicina Ocupacional) e aos tripulantes dos navios que a agência representa.

Sou credenciado pelos consulados da Noruega e da Itália como médico na área marítima. Os marinheiros noruegueses têm de renovar anualmente seu certificado de saúde, por exemplo, e esse é um dos meus trabalhos como médico credenciado.
No atendimento médico aos tripulantes de navios, tenho de controlar o tempo de chegada do navio com o Serviço Semafórico e coordenar o tratamento com o período de permanência da embarcação no porto, decidindo se o marinheiro poderá ou não prosseguir viagem no navio, se ele poderá viajar sozinho para seu país ou precisará de acompanhamento médico na viagem. No ano passado, por exemplo, fui parar em Manila, nas Filipinas, e em Gdansk, na Polônia, acompanhando o retorno de marinheiros doentes às suas terras.

O serviço inclui também o transporte dos doentes em Santos, em veículos próprios. Apesar de possuir um pequeno centro cirúrgico nas instalações do Centro santista, terceirizo o resto das atividades, especialmente as de análises clínicas. No caso de emergências noturnas prefiro encaminhar o paciente diretamente a um hospital, onde há toda a infra-estrutura de apoio, pois não poderia contar com laboratórios abertos para uma análise emergencial.

Doenças tropicais -  Devido ao atendimento regular aos tripulantes dos navios, estou sempre atento a doenças infecciosas, como malária, cólera, febre amarela e outras, ao contrário de outros médicos santistas, que não têm contato tão frequente com esses casos. Por isso, consigo identificar rapidamente casos de malária, que os exames laboratoriais apenas confirmam depois. Sabendo que o paciente é tripulante de navio, que veio de uma região como a Nigéria ou a Costa do Marfim - onde a malária é endêmica -, já fico atento a esse diagnóstico. Nesse trabalho, conto com o apoio dos laboratórios da cidade e do Sucen-SV, que fornece os medicamentos para os diversos tipos de malária.

Já a febre amarela, nunca vi um caso em Santos, em trinta anos de experiência profissional. É válido recordar que no Brasil a vacina contra febre amarela é gratuita e produzida exclusivamente pelo Ministério da Saúde, sendo aplicada apenas em órgãos oficiais ou por delegação, como no caso do Centro de Saúde de Santos. Não é aplicada em clínicas, pois só os órgãos oficiais podem emitir o certificado internacional de vacinação. 

No caso da dengue, é um surto ocorrido dentro da própria cidade, com o aumento da população do mosquito transmissor - também nunca vi caso de tripulante chegar a Santos com dengue.

Aliás, a dengue não é perigosa na primeira infecção (a pessoa tem febre, mal estar, manifestações articulares), mas sim quando ocorre a reinfestação, ou seja, a pessoa contrai dengue pela segunda vez, pois neste caso pode se tornar hemorrágica, e aí é um problema sério, há risco de vida. O tratamento é sintomatológico, pois não há vacina para essa doença e a vacina da febre amarela não adianta para a dengue (são vírus diferentes)...
 

Minha relação com a informática é:   :-)

Veja mais:
Internet mostra o perigo da febre amarela e da dengue
Febre amarela & dengue, via Internet
Marcas que a História deixou
O que é a doença (e sua possível cura)


Esta série de matérias foi publicada originalmente pelo autor 
no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP em 15/4/1997
Foi mantido o texto original: alguns links podem estar desatualizados