Quem
Identidade:
A pessoa: Meyer Reznik, nascido
na cidade do Rio de Janeiro, 56 anos de idade, casado,
quatro filhos, dois netos, médico em Santos
Seu micro: PCs Pentium 100,
monitor SVGA, HD de 1,2 GB, fax-modem 28.800 bps, multimídia, impressora
jato-de-tinta Canon BJ 200 no consultório e Epson Stylus Color em
casa, rede com Windows-NT no consultório. |
Não
vou parar de trabalhar enquanto viver, mas quando tiver mais tempo livre,
terei um hobby com que me divertir: uma coisa chamada computador. Quando
há oportunidade, mesmo no consultório, coloco um CD de música
no computador, para alegrar o ambiente. Faço desde cartões
de visita e consulta eletrônica às contas bancárias,
até pesquisas na Internet sobre avanços médicos.
O grande problema é o tempo
que se espera pelos dados solicitados na rede, principalmente quando se
tenta fazer uma cópia (download) de um programa, pode demorar horas.
Além disso, a Internet se tornou tão extensa que fica difícil
encontrar rapidamente o que se busca, é preciso ver mil páginas
de informações para se fazer um resumo do que realmente interessa.
Como todo mundo, comecei com um PC-386,
até chegar à atual rede com equipamentos Pentium. Assim,
faço o gerenciamento da firma, em contato com as áreas de
clínicas, e todos os dados possuem cópia diária (um
conjunto de back-up fica no consultório e o outro levo para casa,
para maior segurança). Curiosidade: passei dois anos tentando desenvolver
uma logomarca, e sempre me apareciam com os mesmos conceitos, o desenho
de um estetoscópio etc. Um dia, sentei ao lado de um desenhista,
na frente de um computador, e em pouco tempo saiu a solução,
que já aparece nos veículos e papéis da firma, estilizando
o nome pelo qual sou conhecido, Meyer, e tendo no canto superior um pequeno
“M”, como se fosse uma marca registrada, e que sempre me perguntam o que
significa: é apenas a letra inicial do meu nome...
Carreira - Formado pela antiga
Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro (turma de 1966), vim
logo depois para Santos, onde me radiquei, trabalhando desde 1967 na unidade
de Saúde do Porto (que chefiei de 1987 até me aposentar em
1993). Também atuei na Prefeitura de Santos, no Serviço de
Fiscalização de Higiene e Saúde Pública, até
me aposentar. Hoje, dirijo a Meyer Serviços Médicos, com
quatro consultórios e um pequeno centro cirúrgico, prestando
serviços de medicina ocupacional e atendimento aos tripulantes de
navios, além de atuar como clínico geral em meu consultório.
Atendo também as famílias
de dirigentes de agências marítimas, como “médico de
confiança da família”. Ao contrário do que possam
pensar, geralmente é a partir dessa confiança que sou credenciado
para atuar no atendimento aos funcionários da empresa (Medicina
Ocupacional) e aos tripulantes dos navios que a agência representa.
Sou credenciado pelos consulados
da Noruega e da Itália como médico na área marítima.
Os marinheiros noruegueses têm de renovar anualmente seu certificado
de saúde, por exemplo, e esse é um dos meus trabalhos como
médico credenciado.
No atendimento médico aos
tripulantes de navios, tenho de controlar o tempo de chegada do navio com
o Serviço Semafórico e coordenar o tratamento com o período
de permanência da embarcação no porto, decidindo se
o marinheiro poderá ou não prosseguir viagem no navio, se
ele poderá viajar sozinho para seu país ou precisará
de acompanhamento médico na viagem. No ano passado,
por exemplo, fui parar em Manila, nas Filipinas, e em Gdansk, na Polônia,
acompanhando o retorno de marinheiros doentes às suas terras.
O serviço inclui também
o transporte dos doentes em Santos, em veículos próprios.
Apesar de possuir um pequeno centro cirúrgico nas instalações
do Centro santista, terceirizo o resto das atividades, especialmente as
de análises clínicas. No caso de emergências noturnas
prefiro encaminhar o paciente diretamente a um hospital, onde há
toda a infra-estrutura de apoio, pois não poderia contar com laboratórios
abertos para uma análise emergencial.
Doenças tropicais -
Devido ao atendimento regular aos tripulantes dos navios, estou sempre
atento a doenças infecciosas, como malária, cólera,
febre amarela e outras, ao contrário de outros médicos santistas,
que não têm contato tão frequente com esses casos.
Por isso, consigo identificar rapidamente casos de malária, que
os exames laboratoriais apenas confirmam depois. Sabendo que o paciente
é tripulante de navio, que veio de uma região como a Nigéria
ou a Costa do Marfim - onde a malária é endêmica -,
já fico atento a esse diagnóstico. Nesse trabalho, conto
com o apoio dos laboratórios da cidade e do Sucen-SV, que fornece
os medicamentos para os diversos tipos de malária.
Já a febre amarela, nunca
vi um caso em Santos, em trinta anos de experiência profissional.
É válido recordar que no Brasil a vacina contra febre amarela
é gratuita e produzida exclusivamente pelo Ministério da
Saúde, sendo aplicada apenas em órgãos oficiais ou
por delegação, como no caso do Centro de Saúde de
Santos. Não é aplicada em clínicas, pois só
os órgãos oficiais podem emitir o certificado internacional
de vacinação.
No caso da dengue, é um surto
ocorrido dentro da própria cidade, com o aumento da população
do mosquito transmissor - também nunca vi caso de tripulante chegar
a Santos com dengue.
Aliás, a dengue não
é perigosa na primeira infecção (a pessoa tem febre,
mal estar, manifestações articulares), mas sim quando ocorre
a reinfestação, ou seja, a pessoa contrai dengue pela segunda
vez, pois neste caso pode se tornar hemorrágica, e aí é
um problema sério, há risco de vida. O tratamento é
sintomatológico, pois não há vacina para essa doença
e a vacina da febre amarela não adianta para a dengue (são
vírus diferentes)...
Minha relação
com a informática é: :-)
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Veja mais:
Internet
mostra o perigo da febre amarela e da dengue
Febre
amarela & dengue, via Internet
Marcas
que a História deixou
O
que é a doença (e sua possível cura)
Esta série de matérias
foi publicada originalmente pelo autor
no caderno Informática
do jornal A Tribuna de Santos/SP em 15/4/1997
Foi mantido o texto original: alguns
links podem estar desatualizados
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