Sobre ele, o jornal santista A Tribuna
publicou, na
edição especial comemorativa do centenário da
cidade de Santos, em 26 de janeiro de 1939:
Cesário Bastos (dr. José Cesário da Silva Bastos) - Nasceu em
Santos (N.E.: notada a discrepância de local em relação ao texto de Veja Santos!, abaixo),
a 16 de setembro de 1849, sendo filho legítimo de Antonio José da Silva Bastos e de d. Maria Plácida da Costa Bastos.
Fez seus primeiros estudos em Santos, seguindo depois para São Paulo, onde foi discípulo do
ilustre santista dr. Victorino de Brito, entrando depois para a Faculdade de Direito, na qual se formou em 1872.
Pouco depois era nomeado promotor público em Araraquara, cargo que deixou para poder ingressar na
corrente republicana, formando, então, naquela cidade, e em companhia de vários amigos do mesmo ideal, o Partido Republicano Araraquarense, que
chefiou até proclamar-se a República.
Passou então para Santos, onde assumiu importante papel na política local, sendo eleito para o
Conselho de Intendência, a 14 de março de 1891, com Júlio Conceição, Ricardo Pinto de Oliveira, Narciso de Andrade, José Augusto Pereira e outros.
Nesse mesmo ano foi eleito deputado à Constituinte paulista, ao lado de Vicente de Carvalho, onde
fez parte da Comissão de Fazenda, apresentando, com alguns companheiros da mesma Comissão, o primeiro orçamento do Estado. Fez parte, também, da
Comissão de Legislação, apresentando aí, de colaboração com os demais membros da mesma, a importante reforma judiciária.
A 29 de setembro de 1892 era eleito para a Câmara local, na legislatura de 1892 a 1896, sendo
feito presidente da mesma. Nessa ocasião foi o grande impulsionador da instrução primária oficial. Conseguiu Cesário Bastos a criação do primeiro
Grupo Escolar, que recebeu o seu nome, grupo que fez entregar à competência do mestre que era Carlos Escobar, e que hoje funciona em um dos
maiores e mais belos edifícios da cidade, em Vila Mathias.
Conseguiu, também, a criação definitiva da Escola Barnabé, e a fiel observância das cláusulas de
Barnabé Vaz de Carvalhaes, no legado feito para tal fim, como conseguiu também a criação do Grupo Escolar do Macuco, únicos existentes durante
muitos anos, como marcos iniciais da instrução pública municipal.
Foi o realizador responsável por inúmeros melhoramentos santistas, como a construção das avenidas
Ana Costa e Conselheiro Nébias, que entregou concluídas ao Município, o Mercado Municipal, que saneou e drenou toda a região da
Vila Nova e antigo Cemitério dos Ingleses.
Foi chefe do Diretório Republicano de Santos durante muitos anos, criando a chamada corrente "cesarista",
que vencia sempre em eleições disputadíssimas e agitadas.
Em 1894 foi eleito senador estadual, na 3ª legislatura republicana, servindo de 1894 a 1897. Em
1900, a 31 de dezembro, era eleito novamente para o Senado, na 5ª legislatura, de 1900 a 1903, sendo-o ainda na 7ª, de 1907 a 1910, ao lado de
Cândido Rodrigues, Fernando Prestes, Cerqueira César, Bento Bicudo, Ignácio Uchôa, Bernardino de Campos e outros, e, finalmente, na 1ª de 1922 a
1925, depois da reforma constitucional, com Reynaldo Porchat, Cândido Motta, Bento Bueno, Galeão Carvalhal, Antonio Carlos da Silva Telles e outros.
O dr. Cesário Bastos faleceu em S. Paulo a 8 de outubro de 1937, na avançada idade de 88 anos.
Cesário Bastos
Imagem publicada com a matéria de 26/1/1939 do jornal santista A Tribuna
Referindo-se também à rua que ganhou seu nome, o falecido jornalista Olao
Rodrigues registrou, em sua obra Veja Santos! (edição do autor, 2ª ed., Santos, 1975, págs. 164/5):
Cesário Bastos (Dr.)
Rua - Bairro: Vila Belmiro
Localizada entre as ruas Particular Antônio Bento e Júlio Murat
Projetada nº 428, foi denominada através do decreto-executivo nº 24, de 1º de março de 1941, do
prefeito municipal, dr. Ciro de Ataíde Carneiro.
Na sessão da Câmara Municipal realizada a 15 de outubro de 1937, presidida pelo dr. Antônio
Feliciano, o vereador Eduardo de Lamare, participando o trespasse do dr. Cesário Bastos, fez o elogio de sua obra cívico-política, também
discorrendo, sobre a personalidade do ilustre extinto, o vereador Waldemar Leão.
José Cesário Bastos nasceu em São Vicente
(N.E.: notada a discrepância de local em relação ao texto de A Tribuna, acima) a 16 de setembro de 1849 e [foi]
batizado nesta mesma cidade a 17 de novembro de igual ano. Formou-se em 1872 pela Faculdade de Direito de São Paulo. Vindo para Santos, depois de
ocupar o cargo de promotor público na comarca de Araraquara, exerceu a advocacia e participou do Conselho de Intendência Municipal, tomando posse a
14 de março de 1891, sendo no mesmo ano eleito deputado à Assembléia Constituinte do Estado de São Paulo.
No ano seguinte, a 10 de setembro, viu-se eleito para a Câmara Municipal de Santos na Legislatura
de 1892-1896, tornando-se seu presidente nos anos de 1892 e 1893. Deve-se-lhe a criação do bairro de Vila Nova. Chefe do diretório do Partido
Republicano, criou a corrente "cesarista", que invariavelmente se tornava vitoriosa nos pleitos que se feriam no Município. No ano de 1894
foi eleito senador do Estado, reeleito por mais duas vezes e voltando à Câmara Paulista após a reforma constitucional.
Jornalista e magistrado, dos maiores chefes políticos de Santos, em todos os tempos, muito também
trabalhou pela Instrução, a ele se devendo a criação do grupo escolar que recebeu seu nome, fundado em 1900 e cuja sede primitiva se localizava na
Rua Braz Cubas, esquina da Rua 7 de Setembro.
O dr. Cesário Bastos foi paraninfo do ato de lançamento da pedra fundamental do atual edifício
dessa tradicional unidades escolar do Município, verificado a 27 de agosto de 1907, prestigiado pela presença do governador do Estado de São Paulo,
dr. Jorge Tibiriçá; não podendo, no entanto, comparecer, o dr. Cesário Bastos foi representado na solenidade pelos srs. dr. Paulo Passalacqua e dr.
Primitivo de Castro Rodrigues Sette, este juiz de direito da 1ª Vara Criminal.
Foi o Grupo Escolar Dr. Cesário Bastos festivamente inaugurado a 24 de abril de 1916,
fazendo-se interessante assinalar que o gradil que o circunda, como até hoje, servira na Praça dos Andradas, segundo a
Indicação nº 194, que os srs. cel. Joaquim Montenegro e João Manuel Alfaia Rodrigues Júnior apresentaram à Câmara Municipal na sessão de 4 de agosto
de 1916, que tinha o seguinte texto: "Agora que o Grupo Escolar Dr. Cesário Bastos já se acha definitivamente
localizado no magnífico e vasto prédio mandado construir pelo Governo do Estado, em terrenos que lhe foram doados por este Município, propomos que
se lhe ofereçam as grades de ferro que há tempos foram retiradas da Praça dos Andradas e que pertencem a esta Municipalidade, a fim de serem
aproveitadas no fechamento dos terrenos em que se acha aquele edifício".
O dr. Cesário Bastos faleceu em São Paulo a 8 de outubro de 1937.
Faz-se oportuno registrar que, na sessão ordinária da Câmara Municipal realizada a 16 de
julho de 1900, sob a presidência do capitão José Carneiro Bastos, o vereador Martins Menezes apresentou a seguinte Indicação: "Indico
que a Câmara Municipal, por seu presidente, oficie ao sr. secretário dos Negócios do Interior do Estado de São Paulo solicitando-lhe que o Grupo
Escolar criado nesta Cidade, por decreto de 28 de abril deste ano, seja denominado Dr. Cesário Bastos". Incluída na
pauta da Ordem do Dia daquela remota sessão, a propositura foi unanimemente aprovada.
Cesário Bastos
Imagem: bico-de-pena de Ribs, publicado com o texto
No Almanaque de Santos - 1971, editado pelo falecido jornalista Olao Rodrigues e
publicado naquele ano pela Ariel Editora e Publicidade, de Santos/SP, consta nas páginas 44/45:
José Cesário da Silva Bastos - O dr. José Cesário da Silva
Bastos foi dos maiores chefes políticos do Município ou o maior deles, segundo a opinião insuspeita de observadores de ontem e de hoje. Segundo
comprova Costa e Silva Sobrinho, em Santos Noutros Temos, nasceu ele em São Vicente em 16 de setembro de 1849 e [foi]
batizado nesse município em 17 de novembro do mesmo ano, sendo seus padrinhos o padre Manoel de Ascensão Costa, que ministrou o batismo, e d.
Mariana Benedita de Faria Albuquerque, sogra do Marquês de São Vicente.
Filho de Antônio José da Silva Bastos e d. Maria Plácida da Silva Bastos, fez os primeiros estudos
em Santos e formou-se em 1872 pela Faculdade de Direito de São Paulo. Começou vida pública como promotor público em Araraquara, cargo que deixou
para ingressar na corrente republicana, fundando o Partido Republicano de Araraquara, do qual foi chefe até a proclamação da República.
Daquela cidade interiorana veio para Santos, onde exerceu a advocacia e tomou parte no Conselho de
Intendência, em 1891, ao lado de Júlio Conceição, Ricardo Pinto de Oliveira, Narciso de Andrade,
José Augusto Pereira e outros. No mesmo ano foi eleito deputado à Assembléia Constituinte do Estado, de cuja bancada fazia parte Vicente de
Carvalho. Como deputado estadual, integrou a Comissão da Fazenda, cabendo-lhe, como aos outros membros, elaborar e apresentar o primeiro Orçamento
do Estado. Na Comissão de Legislação, que depois também integrou, concluiu importantes reformas nas esferas judiciárias do Estado, em companhia de
outros membros desse órgão legislativo.
Em 10 de setembro de 1892, viu-se eleito para a Câmara Municipal de Santos, na legislatura de
1892-96, da qual se tornou presidente nos anos de 1892 e 1893. No exercício do mandato popular neste município, deixou seu nome ligado a importantes
serviços e obras públicas, como a criação do bairro de Vila Nova e abertura das avenidas Ana Costa e Conselheiro Nébias.
No campo da Instrução Pública, obteve a criação do grupo escolar que recebeu
seu nome, bem como a criação definitiva da Escola Barnabé, com a fiel observância das cláusulas do legado de Barnabé
Vaz de Carvalhais. Deve-se-lhe também a instalação do Grupo Escolar do Macuco. Foi chefe do Diretório Republicano, fundando a famosa corrente "cesarista",
que invariavelmente se tornava vitoriosa nos pleitos que se feriam no Município.
Em 1894, foi eleito senador do Estado na 3ª legislatura republicana, servindo à alta Câmara
paulista de 1894 a 1897, para a qual foi reeleito por mais duas vezes, exercendo, portanto, o alto cargo de 1900 a 1910. Após a reforma
constitucional, o dr. Cesário Bastos ainda voltou ao Senado estadual, na primeira legislatura, que se desdobrou de 1922 a 1925, figurando ao lado de
Reinaldo Porchat, Galeão Carvalhal, Antônio Carlos da Silva Teles e outros.
Jornalista, orador consagrado, chefe político de talento e integérrimo defensor das causas justas,
o ilustre homem público foi coadjuvador de instituições assistenciais, culturais e sociais, com inestimáveis serviços prestados à Santa Casa e à
Beneficência Portuguesa. Desta última, foi orador em várias solenidades e dedicado defensor de interesses econômicos junto aos governos da União e
do Estado, sendo sócio honorário em 1906 e sócio benemérito em 1910.
O dr. José Cesário da Silva Bastos faleceu em São Paulo aos 88 anos de idade, no dia 8 de outubro
de 1927 (N.E.: SIC - correto é 1937).
Cesário Bastos
Imagem: bico-de-pena de Ribs, publicado com o texto
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