Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0294c.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/13/11 09:22:15
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CÂMARA
As muitas sedes da Câmara quase despejada-3

Em 2011, enfim, a nova sede própria

Leva para a página anterior

Poder que de fato governava a Cidade, desde os tempos coloniais do Conselho Municipal, até que surgisse em 1908 a figura do prefeito, o Legislativo acumula ao longo de quatro séculos e meio de história uma série de localizações, algumas delas bem conhecidas dos santistas, como o edifício da Câmara e Cadeia Velha, na Praça dos Andradas, e o prédio duplo do Valongo onde se instalaram a Prefeitura e a Câmara, até que em 1939 fosse inaugurado o Paço Municipal na Praça Mauá, abrigando as instalações desses dois poderes. Só em 2011 a Câmara ganhou prédio próprio, o reformado Castelinho do Corpo de Bombeiros.

Texto publicado no jornal santista A Tribuna, em 22 de julho de 2011, página A-4:


Foram quase dois anos de trabalhos, R$ 22 milhões investidos e algumas pedras no caminho, mas a casa própria agora não é mais um sonho

Foto: Bruno Miani, publicada com a matéria

Demorou. Mas agora a Câmara vai afinal para sua nova casa

Inauguração do imóvel definitivo do Parlamento santista será no retorno do recesso

Da Redação

O semblante visivelmente transparece o cansaço, mas o vereador Manoel Constantino (PMDB) se diz feliz. Após quase dois anos de trabalho – que incluíram desmontes de rochas, rebaixamento de solo, um restauro completo e a construção de um prédio -, o presidente da Câmara é incisivo: a despeito dos que não acreditavam, a nova sede do Legislativo santista começa a funcionar, sim,no dia 1º de agosto, retorno do recesso parlamentar.

Na última terça-feira, foi anunciado o resultado da licitação para fornecimento de aparelhagem de som e vídeo, além do serviço de retirada, limpeza e instalação do equipamento que a Casa já possui. Este material já era usado na Sala Princesa Isabel, onde ocorriam as sessões até junho. O contrato foi fechado em R$ 79,8 mil, com a Jefferson Equipamentos de Som.

"Está garantido que até o dia 29 (de julho) tudo estará pronto", diz Constantino. No último dia 13, o Castelinho – como é conhecido o local onde a nova Câmara funcionará – começou a receber as mobílias, que serão distribuídas nos três pavimentos. Os trabalhos de montagem e instalação ocorrem desde então, ao longo do dia.

Foram necessárias seis carretas para trazer todo o material de São Paulo. Outras duas retiraram o descarte para reciclagem. O cronograma indica que todo o mobiliário esteja instalado até a próxima quarta-feira. O Plenário Oswaldo De Rosis já está praticamente pronto para receber os parlamentares.

Os móveis custaram aproximadamente R$ 1,3 milhão. Deste total, R$ 810 mil saíram do que restou do orçamento anual do ano passado do Legislativo e foi devolvido à Prefeitura. O restante foi arcado pela própria Administração.

HONRA

"É uma honra estar participando deste momento histórico"

Manoel Constantino, vereador e presidente da Câmara Municipal

Mudança – Além da chegada dos móveis novos, a transferência total do Parlamento será concluída até o fim da semana que vem. Hoje serão instalados os departamentos Legislativo e Administrativo. Na segunda e terça-feiras, a Contabilidade e os gabinetes dos vereadores. Todas essas seções funcionavam no anexo alugado pela Casa, na Rua XV de Novembro, no coração do Centro Histórico. Gastava-se, em média, R$ 62 mil ao mês para mantê-lo.

Já a partir de quarta, começa a mudança dos departamentos que ficavam no Paço Municipal (onde está a Sala Princesa Isabel): Mesa Diretora, Imprensa e Cerimonial.

Constantino informa que os 98 computadores atuais também serão transferidos, mas já está em andamento processo de licitação para a compra de outros 100. "Já há quatro empresas interessadas em prestar o serviço".

O Castelinho – antiga sede do Corpo de Bombeiros, fundada em 1909 – abrigará o setor administrativo e legislativo, os gabinetes da Mesa Diretora e a copa. O setor intermediário – que liga o Castelinho ao prédio novo – contará com o plenário e a sala de audiências públicas. Já a nova edificação será ocupada pelas salas dos vereadores e salão de eventos, entre outros.

Plenário deixa a Sala Princesa Isabel e ganha ares de modernidade

Foto: Bruno Miani, publicada com a matéria

Meta é a proximidade com munícipes

"Trazer a população aqui para dentro". Para o presidente do Legislativo, Manoel Constantino, é este o principal projeto que a Casa receberá nos próximos meses.

Constantino não se cansa de repetir que o Castelinho será, após 120 anos de espera, a primeira "casa própria" do Parlamento santista. "Não havia  mais condições de usarmos o anexo (o prédio da Rua XV), que, além de representar um gasto absurdo, estava com problemas de conservação".

Segundo ele, a idéia é sempre incentivar a entrada do munícipe no novo imóvel, promovendo exposições artísticas, apresentações musicais, palestras e debates. "Educar para a cidadania desde cedo é um dos objetivos".

Presidente da Casa eleito para o biênio 2011-2012, Constantino não teve tempo de aproveitar o recesso parlamentar de julho. "Nem daria. Tenho que acompanhar chegada de material aqui (Castelinho), saída de lá (Paço Municipal e anexo da Câmara). Tem movimento praticamente o dia inteiro".

E à noite também. Ontem e na quarta-feira, operários trabalhavam na instalação dos móveis no período noturno.

Caminho – A trajetória até a sede própria da Câmara de Santos não foi fácil. Desde 1945 a Casa funciona no Paço Municipal. Em 1999, o Legislativo passou a ocupar também o prédio anexo – e alugado – da Rua XV de Novembro.

A mudança para a sede definitiva teve início efetivo em maio de 2008, quando o então presidente da Câmara, vereador Marcus De Rosis (PMDB), assinou o contrato para a construção do novo prédio.

A previsão inicial de custo era de R$ 12 milhões. Atualmente, a estimativa é de quase o dobro: R$ 22 milhões. Gastos inesperados surgiram no caminho. Ou uma pedra.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado (IPT), por questões de segurança, apontou a necessidade de retirada de rochas das encostas do Monte Serrat, atrás do Castelinho.

O restauro do imóvel, com a preservação das características originais do prédio, também demandou tempo. Já a edificação nova, com 7 mil metros quadrados, foi construída sobre área com o solo rebaixado. Isso porque o imóvel não poderia, por determinação do Ministério Público (MP), ter altura maior que a do Castelinho.

Constantino acompanha de perto toda a preparação da sede nova

Foto: Bruno Miani, publicada com a matéria

Leva para a página seguinte da série