Escola Japonesa confiscada elo governo durante a 2ª Guerra Mundial
Foto: D'Jesus, publicada com a matéria
Escola japonesa
Enquanto entidades e políticos se organizam para as
comemorações dos 100 anos da Imigração Japonesa no Brasil, a colônia nipônica de Santos continua aguardando e cobrando do Governo a devolução de uma
de suas mais importantes referências na cidade: a Escola Japonesa.
Por iniciativa do vereador santista Reinaldo Martins foi criada na Câmara de Santos a
Comissão Especial de Vereadores (CEV) para tratar das comemorações do centenário da chegada dos japoneses ao Brasil (18 de junho de 1908) pelo Porto
de Santos e incluir a cidade no calendário nacional dos festejos.
O objetivo principal da CEV, segundo o vereador e professor de História, Reinaldo
Martins, é o de resgatar a memória dos primeiros imigrantes e assumir o compromisso de devolver à colônia japonesa seu verdadeiro valor na história
de Santos, e isso, obrigatoriamente, passa pela devolução da Escola Japonesa.
Humilhados pelo governo brasileiro durante a 2ª Guerra Mundial, os japoneses foram
perseguidos e sofreram muito com a declaração de guerra do Brasil contra o Japão em 6 de junho de 1945 (N.E.: na
verdade, foi em julho de 1943), que pegou de surpresa muitos imigrantes. A declaração de
guerra, depois de mais de 30 anos de imigração, produziu efeitos arrasadores na colônia em Santos. Os japoneses foram obrigados a se retirar de uma
faixa de 50 quilômetros do Litoral por questões de segurança nacional. Um dos grandes golpes sofridos por eles na ocasião foi a perda da escola
localizada na Rua Paraná, 135, na Vila Mathias, onde além do colégio funcionava a Sociedade Japonesa de Santos.
Esta não é a primeira vez que políticos da região tentam reparar este triste ato
contra a colônia japonesa, como lembra Reinaldo Martins. O ex-deputado federal Koyu Iha e o ex-vereador santista Adelino Rodrigues batalharam muito
por isso, mas não encontraram eco junto ao governo federal.
Em razão da aproximação do centenário da imigração, Reinaldo Martins, que preside a
CEV, considera o momento oportuno para que o país repare o triste ato cometido durante a guerra e devolva o imóvel aos seus legítimos proprietários.
Para isso, o vereador busca apoio de políticos na esfera federal para tentar sensibilizar o governo Lula para corrigir a injustiça. |