HISTÓRIAS E LENDAS DE
SANTOS - MEDICINA
Beneficência Portuguesa (1)
Texto publicado por Fernando Martins Lichti na Poliantéia Santista,
volume III da obra conjunta com a História de Santos de Francisco Martins dos Santos, em 1996:
Primeiro hospital da Beneficência, inaugurado a 6
de janeiro de 1878, na área hoje correspondente ao nº 82 da Rua João Otávio, no Paquetá
Foto publicada com a matéria
Sociedade Portuguesa de Beneficência
Alguns negociantes portugueses pensaram, nos primeiros
dias de agosto de 1859, em fundar uma sociedade beneficente. Assim, em virtude de uma circular então subscrita por José
Joaquim de Sousa Ayram Martins e Joaquim José da Costa e Silva, foi convocado grande número de portugueses residentes em Santos, para uma reunião à
Rua Direita (hoje 15 de Novembro) nº 20, residência do referido Ayram Martins.
Realizou-se a reunião no dia 21 do citado mês, data natalícia de D. Pedro V, rei de
Portugal, e, nesse mesmo dia, aprovados os primeiros Estatutos, foi declarada fundada a Sociedade Portuguesa de Beneficência
de Santos.
A assembléia geral para eleição da primeira diretoria foi realizada a 16 de setembro,
a qual ficou assim constituída: presidente, Manuel Alves Ferreira da Silva; secretário, José Joaquim de Souza Ayram Martins; síndico, Joaquim
Gonçalves de Miranda; conselheiros, José Antonio de Sousa Guimarães, Antônio Domingues Martins, Antônio Martins Pereira da Cruz, João Augusto de
Matos Chaves, Antônio Pereira da Costa Guimarães e Ângelo Garcia de Sousa Ramos (N.E.: notada a diferença no sobrenome
- Barros/Ramos - em relação ao texto abaixo).
Não possuindo ainda hospital próprio, contratou a nova sociedade, com a Santa Casa de
Misericórdia, o tratamento dos sócios enfermos em quarto particular de seu hospital, mediante diária, com assistência do médico da mencionada
sociedade.
O primeiro médico da sociedade foi o dr. Frederico Guilherme von der Medem, natural de
Hamburgo, e casado, em Santos, com Dona Francisca Emília Vieira de Sá.
Em 1867, estava decidida a compra de um terreno para o hospital com o numerário que se
apurasse dos donativos e festivais.
Entretanto, o comendador Antônio Ferreira da Silva, a 25 de novembro desse mesmo ano,
resolve doar à Sociedade o terreno para o hospital. Por escritura pública de 18 de março de 1868, a Sociedade Portuguesa de Beneficência,
representada pelo seu presidente Manuel Lourenço da Rocha, recebia a doação que lhe faziam o comendador Antônio Ferreira da Silva e sua mulher Dona
Maria Luíza Ferreira, de um terreno no lugar denominado Bexiguentos, com frente para a Rua do Paquetá (hoje João Otávio), entre a Rua das Flores
(hoje Amador Bueno) e a Rua do Rosário (atualmente João Pessoa), tendo de frente "46 braças
mais ou menos e 30 de fundos".
Hospital Santo Antônio da Sociedade Portuguesa de Beneficência,
construído no início do século XX na Avenida Bernardino de Campos
Foto publicada com a matéria
A 12 de abril de 1868, era assentada a primeira pedra do hospital, cuja inauguração
foi em 6 de janeiro de 1878, sendo presidente da Sociedade o sr. Boaventura Rodrigues de Sousa.
No ano seguinte, na presidência de Tomaz da Rocha Leão, foram executadas obras de
melhoramentos no novo hospital.
Durante a epidemia de varíola de 1874, foram criadas, no edifício do hospital da
Sociedade, duas enfermarias, uma alopática, a cargo do dr. Moisés Rodrigues de Araújo Castro, e outra homeopática, a cargo do dr. Henrique da Cunha
Moreira. Atenderam-se nessas enfermarias, durante o tempo da epidemia, indistintamente, todos os atacados de varíola.
Entre as muitas promoções beneficentes da Sociedade Portuguesa de Beneficência de
Santos, destacamos, como lembrança histórica, a de 1877, com um espetáculo no Teatro Guarani, em benefício das vítimas da
seca do Ceará.
O novo hospital da Sociedade está instalado na Av. Bernardino de Campos, sendo
considerado um dos estabelecimentos hospitalares mais modernos e atuantes da Baixada Santista.
Conta também a Sociedade Portuguesa de Beneficência com um grupo de colaboradoras
voluntárias, o Grupo de Ação Social Santo Antonio (Gassa), que muito tem contribuído com a diretoria, na assistência aos pacientes internados.
A Unidade de Psiquiatria da Sociedade Portuguesa de Beneficência surgiu de um trabalho
que teve início em 1983 entre a diretoria do hospital e a Clínica de Repouso Santos Ltda. Em 1985 foi dado o grande passo com a construção e
implantação de uma Unidade de Psiquiatria no hospital geral, sendo a Sociedade Portuguesa de Beneficência a pioneira, nesse campo, na Baixada
Santista.
Atualmente, a Sociedade Portuguesa de Beneficência mantém dois hospitais: o vetusto
Hospital Santo Antonio, na Av. Bernardino de Campos, muito bem instalado, com serviço de pronto-socorro, serviços clínico e cirúrgico em geral, com
alta especialização para problemas cardíacos, inclusive cateterismo e cirurgia, além de atendimento ao SUS (N.E.:
Serviço Unificado de Saúde, federal) em geral, e o moderníssimo Hospital Santa Clara, na Rua Monsenhor de Paula
Rodrigues, com 18 suítes de alto padrão, já em pleno funcionamento, e mais 72 suítes em fase de acabamento em suas instalações, que serão
destinadas, preferencialmente, aos seus associados e aos convênios médicos.
Ata da 1ª reunião da SPB, em 21 de agosto de 1859, para aprovação de seus primeiros
estatutos e fundação da entidade - ato realizado na residência do sr. José Joaquim de Souza Ayhram Martins, na Rua Direita, 20 (depois rebatizada
como Rua XV de Novembro)
Imagem publicada com a matéria
Os presidentes - Após o primeiro presidente, Manuel Alves Ferreira da Silva
(1859-1860), as diretorias foram presididas pelos seguintes senhores: José Antonio de Souza Guimarães (1861); Vitorino Gomes Carmilo e Antonio
Domingues Martins (1862); Manuel Lourenço da Rocha (1863-1871); Manuel Alves Ferreira da Silva (1872); Antonio Nicolau de Sá (1873-1877); Boaventura
Rodrigues e Souza (1878); Tomaz da Rocha (1879); Adrião Luiz Esteves (1880); Manuel Fernandes de Oliveira (1881); Manuel Pereira da Rocha Soares
(1882); Antonio de Pinho Brandão (1883); José Justino da Silva Vasconcelos (1884); José Serafim Cardoso (1885); com. Manuel P. da Rocha Soares
(1886); Dr. Lino Cassiano Jardim (1887); Luiz José de Matos (1888); Antonio Alfredo Vaz Cerquinho (1889); José Gomes de Oliveira Carneiro (1890);
Antonio Alfredo Vaz Cerquinho (1891-1892); Francisco Portuense Machado Reis (1893); Firmino Ferreira Leão de Moura (1894-1896); Carlos Alberto da
Fonseca (1897); Jacinto Feliciano Pimentel (1898); José Teixeira Marques Vale (1899); Dr. Manuel Homem Bitencourt (1900); Joaquim Soares Gomes
(1901-1904); Viriato Diniz Correa da Costa (1905-1906); Manuel Alves Tomaz (1907); com. João Lourenço da Silva (1908-1909); Francisco Bento de
Carvalho (1910); Viriato Diniz Correa da Costa (1911); José da Silva Gomes de Sá (1912-1926); Aristides Cabrera Correa da Cunha (1927-1939); Amílcar
Abel Nunes e Antonio Azevedo Ferreira Lage (1940-1943); José Martins Simões (1944-1945); Cordovil Fernandes Lopes (1946-1947); com. Francisco
Lourenço Gomes (1948-1951); Antonio da Cruz (1952-1955); com. Antonio Diniz (1956-1959); Manoel Dias Marcelino (1960-1963); com. Antonio Diniz
(1964-1967); Luiz Dias Marcelino Júnior (1968-1971); Dr. Eduardo Dias Coelho (1972-1981); Osvaldo Cardoso (1981); Dr. Otávio Alves Adegas
(1981-1982); Carlos Alberto Amado Costa (1982-1986); engenheiro Paulo Roberto Pires (1986-1987); Dr. Otávio Alves Adegas (1988-1995); Dr. Ademir
Pestana (1996-1997). |
No Anuário de A Tribuna, coordenado pelo jornalista e pesquisador Olao Rodrigues
(1978, gráfica A Tribuna, Santos/SP), conta esta matéria, registrando o centenário da construção do primeiro hospital da Beneficência:
Primeiro hospital da Beneficência, em bico-de-pena de Ribs
Imagem publicada com a matéria
Centenário hospitalar da Beneficência Portuguesa
Neste 1978 ocorre o centenário hospitalar da Sociedade
Portuguesa de Beneficência. O primeiro prédio onde se recolhem e tratam enfermos situou-se no Bairro do Paquetá, à Rua
João Otávio n. 82, entre a Rua do Rosário (João Pessoa) e Rua Amador Bueno.
O terreno foi doado pelo sr. Antônio Ferreira da Silva e dona Maria Luiza Ferreira da
Silva, genitores do Visconde de Embaré, no local próximo ao cemitério do Paquetá denominado Bexiguentos, que assim era
designado porque lá havia um prédio onde se abrigavam doentes atacados de varíola.
A cerimônia do lançamento da pedra fundamental deu-se no dia 12 de abril de 1868, num
domingo de Páscoa. Autoridades e membros da colônia portuguesa, além de muitas outras pessoas de representação social, lá afluíram. Foi dia de
festa. Estrugiram foguetes. Tocou a Banda Musical da Sociedade Onze de Junho. Após o ato de bênção, a diretoria da Beneficência ofereceu beberete
aos convidados, trocando-se brindes ao imperador D. Pedro II e ao rei D. Luís I de Portugal.
Seguiu-se o trabalho árduo e dedicado dos diretores, bem compreendido por todos,
portugueses e brasileiros. Surgiram as listas de subscrições, as ofertas de tijolos e cimento e a angariação de outros fundos. E com tal empenho e
abnegação se executou esse trabalho que o hospital foi erguido e inaugurado no dia 6 de janeiro de 1878. Houve solenidade. Tomaram assento à mesa os
srs. Manoel Alves Ferreira da Silva, vice-cônsul de Portugal; coronel José Proost de Souza, presidente interino da Câmara Municipal; padre Scipião
Ferreira Goulart Junqueira, vigário de Santos, outras autoridades, representantes da Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo e muitos
mais. Depois da bênção das instalações pelo padre Scipião, discursou o sr. Carlos Luís de Afonseca.
Os primeiros médicos foram os drs. Frederico von der Maden e Júlio Furtado. Um mês
após, os srs. Alexandre Augusto Martins Rodrigues, presidente da Câmara Municipal, e José Maria Largacha, provedor da Santa Casa de Misericórdia de
Santos, solicitaram parte das instalações hospitalares para internação de doentes da febre amarela, aliviando a situação grave da Santa Casa.
Presidia a Beneficência o sr. Boaventura Rodrigues de Souza.
No Paquetá, o primeiro hospital da Beneficência funcionou por espaço de 48 anos e
durante tão largo período tributou os mais significativos serviços à comunidade. Era preciso, no entanto, uma casa maior e, outra vez, se fez sentir
a bravura de espírito da colônia portuguesa. No dia 15 de outubro de 1922, verificou-se o ato de lançamento da pedra fundamental do segundo e atual
hospital, à Avenida Bernardino de Campos, no imenso espaço entre as ruas Joaquim Távora, Monsenhor Paula Rodrigues e São Paulo.
Depois de almoço no Parque Balneário em honra do cônsul de
Portugal em São Paulo, dr. José Augusto de Magalhães, autoridades civis, militares e religiosas, figuras de representação da coletividade portuguesa
e cidadãos brasileiros distintos, foi colocada a primeira pedra, discursando em nome da Beneficência o cônego Guerra Leal, engenheiro Ricardo
Severo, A. Góis Nobre, presidente da Beneficência paulistana, José Augusto de Magalhães e padre Gastão de Morais.
Finalmente, a 1º de dezembro de 1926, o imponente edifício de
Vila Belmiro foi inaugurado, abençoado por D. José Maria Parreira Lara, primeiro bispo de Santos. Nada menos do que três bandas de música
tocaram. Autoridades. Outras figuras gradas. Povo. Alegria. Entusiasmo. Aplausos. Durante a solenidade, discursaram o prefeito municipal, dr. José
de Souza Dantas; cônego Guerra Leal; capitão Luís Antônio Pimenta, João Carvalhal Filho, João Mendonça Cortez e João de Menezes Tavares. Presidia a
Beneficência o sr. João da Silva Gomes de Sá.
Faz 52 anos que o Hospital da Beneficência - agora Santo Antonio - desenvolve sua
nobre atividade que, somados aos 48 anos da casa do Paquetá, perfazem cem anos de serviços em prol da comunidade. É hospital de alto padrão
médico-cirúrgico. Pensamos que o maior elogio a esse nosocômio é transcrever as palavras que o poeta português Antonio Correia de Oliveira consignou
em seu Livro de Honra durante a visita que lhe fez, a 23 de junho de 1937:
"Ó Santa Beneficência
Que nos amparas e afagas!
- Se Jesus aqui viesse
Curaria as suas chagas".
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O hospital também foi enfocado no Almanaque de Santos 1971, editado pelo jornalista Olao
Rodrigues (1971, gráfica W. Roth & Cia. Ltda., São Paulo/SP):
Primeiro hospital da Beneficência Portuguesa, no Paquetá, em
bico-de-pena de Ribs
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A Beneficência Portuguesa
A Sociedade Portuguesa de Beneficência, com mais de um
século de vida, é eloqüente demonstração do espírito de solidariedade, união e benemerência da coletividade lusa de Santos.
Pela vetusta caminhada e magnitude moral e social, essa instituição eleva a Cidade que
a viu nascer e lhe deu condições para impor-se no largo campo do utilitarismo.
Enfrentando por vezes as mais sérias crises, ultrapassadas e vencidas com altivez, ela
chega aos nossos dias com imenso saldo de serviços à causa do Bem, nobremente executados por todos os cidadãos de alma boa e energia
inteligentemente aplicada, que passaram por sua direção.
Reunião histórica - Vinte cidadãos portugueses, atendendo ao apelo-convite que
lhes dirigiram José Joaquim de Sousa Airam Martins e Joaquim José da Costa e SIlva, reuniram-se às 17 horas do dia 21 de agosto de 1859 na
residência daquele, na Rua Direita (hoje 15 de Novembro) n. 20 e fundaram a Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos.
Eram eles: José Joaquim de Sousa Airam Martins, Joaquim José da Costa e Silva, Antônio
Domingues Martins, João Joaquim da Silva, Antônio da Cunha Guimarães, Antônio José Ribeiro Bastos, João Antônio da Costa Bastos, Henrique Pereira
Bastos, Joaquim dos Santos Castro, Antônio Ferreira Duarte, João Augusto de Matos Chaves, Joaquim Gonçalves Gomes de Miranda, José Cristóvão Pereira
de Azevedo, José Alves Pinto, José Domingues Fernandes, João Crisóstomo de Sá, José Antônio Lemos, Antônio Pereira da Costa Guimarães, Luís José
Gomes e Antônio José Pereira da Silva.
José Joaquim de Sousa Airam Martins, assumindo a presidência, disse da finalidade da
reunião, que era assistir os portugueses e seus familiares, tributando-lhes todo o gama de amparo moral, educacional, físico e beneficente. Foram
lidos os dispositivos estatutários pelo secretário interino, sr. José Antônio Pereira da Silva, e decidiu-se que, em homenagem a D. Pedro V, que
naquele dia comemorava o aniversário, seu augusto nome figuraria no título da instituição que nascia, como Patrono e Protetor.
Nova reunião houve no dia 2 de setembro de 1859, ainda na residência de Airam Martins,
com a presença de 19 cidadãos portugueses, verificando-se a terceira no dia 16 de setembro do mesmo ano, que reuniu 52 sócios, em cuja oportunidade
foi eleita e empossada a primeira diretoria, assim formada: presidente, Manuel Alves Ferreira da Silva; secretário, José Joaquim de Sousa Airam
Martins; tesoureiro, José Domingues Fernandes. Conselheiros, José Antonio de Sousa Guimarães, Antônio Domingues Martins, Antônio Pereira da Cruz,
João Augusto de Matos Chaves, Antônio Pereira da Costa Guimarães e Ângelo Garcia de Sousa Barros (N.E.: notada a
diferença no sobrenome - Barros/Ramos - em relação ao texto acima). Síndico, Joaquim Gonçalves
Gomes de Miranda.
O primeiro hospital - O cidadão português Antônio Ferreira da Silva e esposa,
D. Maria Luísa Ferreira da Silva, genitores do Barão de Embaré, doaram terreno e uma casa nas proximidades do Cemitério do Paquetá, em local não
urbano, denominado Bexiguentos, por advir do velho prédio em que eram recolhidas as criaturas atacadas de varíola. Graças a essa doação, as
obras do primeiro hospital da Beneficência foram festivamente iniciadas num domingo de Páscoa, em 12 de abril de 1868, quando na presidência o sr.
Manuel Lourenço da Rocha, um dos grandes benfeitores da instituição.
Depois de uma série de dificuldades e até de dissensões, o primeiro hospital foi
inaugurado no dia 6 de janeiro de 1878, em solenidade a que compareceram autoridades e representantes de outras instituições, como a Beneficência de
São Paulo e a Santa Casa de Santos, discursando o sr. Carlos Luís de Afonseca. O padre Scipião Goulart Junqueira, após proceder à bênção das
enfermarias, declarou inaugurado o novo hospital.
O seguinte e atual hospital da Beneficência, na Avenida Bernardino de Campos, foi
festivamente inaugurado no dia 1º de dezembro de 926, na gestão do sr. João da Silva Gomes de Sá, que desde 1912 vinha exercendo o cargo de
presidente. Foi um grande acontecimento na Cidade. Autoridades municipais e estaduais compareceram à solenidade, da qual foi orador oficial o cônego
dr. Guerra Leal. Também discursaram os srs. capitão Luís Antônio Pimenta; João Mendonça Cortez, em nome da Beneficência de São Paulo; deputado
Carvalhal Filho e dr. João Meneses Tavares. Era prefeito de Santos o dr. José de Sousa Dantas e bispo diocesano D. José Maria Parreira Lara, os
quais também prestigiaram a solenidade.
112 anos a serviço de Santos - Foram essas, em resumo, as grandes fases da vida
da Beneficência. O tradicional hospital, hoje denominado Santo Antônio, experimentou importantes obras de melhoramentos, que o tornam dos
principais do Estado e do País, pelo alto padrão técnico-científico.
Em agosto de 1970 ocupava a presidência da diretoria o sr. Luís Dias Marcelino. |
A história desse hospital também foi destacada em
página Web da Prefeitura Municipal de Santos, datada de 1998 e
intitulada 139 anos de Beneficência:
Beneficência Portuguesa
Pátio interno do Hospital Santo Antônio
Imagem publicada com a matéria
Criada
em 1859 por um grupo de portugueses preocupados em atender à colônia, moral, material e espiritualmente, e dar suporte aos que migravam de Portugal
para Santos, hoje ela possui um dos melhores hospitais.
A Sociedade foi fundada em 21 de agosto, data de nascimento de D. Pedro V, então rei de
Portugal, que se destacou como filantropo durante a epidemia de febre amarela ocorrida em Lisboa, em 1857.
O primeiro hospital da entidade funcionou próximo ao Cemitério do Paquetá, no mesmo
local do Moinho Paulista. O terreno, com uma casa, foi doado pelo casal Maria Luíza e Antônio Ferreira da Silva, pais do barão de Embaré, e a pedra
fundamental, lançada em 12 de abril de 1868. Em 6 de janeiro de 1878, começou a funcionar e, em 1889, com o surto de febre amarela na Cidade, a
Beneficência ofereceu 50 leitos para atendimento aos doentes, o que representava uma quantidade considerável para a época.
O desenvolvimento de Santos resultou na necessidade de um hospital maior. Em 15 de
outubro de 1922, começava a construção da Beneficência que hoje conhecemos, ocupando uma quadra inteira da Avenida Bernardino de Campos, inaugurada
em 13 de dezembro de 1924. O médico e poeta Martins Fontes fez parte de seu corpo clínico e para ela deixou os versos:
Maternal, milagrosa, modelar
Herdeira - irmã da Santa Casa!
Templo do amor humano!
Porta aberta ao mar!
Pórtico e sino, nos jardins fronteiros ao Hospital Santo Antonio, da Beneficência Portuguesa
Foto: Carlos Marques, publicada em 16 de maio de 2004 no jornal santista A Tribuna
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Capela
do Hospital Santo Antonio da Beneficência: [01] [02]
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