Com 10 mil pessoas, o quilombo foi o segundo maior do Brasil
Foto publicada na edição especial da Revista da Semana/Jornal
do Brasil de janeiro de 1902
HOMENAGEM
Placa marca localização do Quilombo do Jabaquara
Evento homenageou dias de Quintino de Lacerda e da Abolição da Escravatura
Da Reportagem
Em comemoração ao Dia Nacional da Abolição da Escravatura (que
aconteceu em 1888) e ao Dia Municipal Quintino de Lacerda (criado em 1962), foi descerrada, ontem, uma placa que registra o local onde antigamente
ficou o Quilombo do Jabaquara, considerado o segundo maior do Brasil e liderado por Lacerda. Estima-se que o quilombo
santista tenha abrigado cerca de 10 mil escravos, atrás apenas do Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi, com 20 mil.
"Temos esta preocupação em resgatar a história da Cidade. E essa homenagem tem a ver com a
valorização do negro e de nossa história", comenta o secretário municipal de Cultura, Carlos Pinto, ressaltando que a mesma homenagem foi feita,
anteriormente, ao Quilombo Pai Felipe, localizado na Vila Mathias.
"É importantíssimo nesse 13 de maio resgatar a história de um líder como Quintino de
Lacerda. Ainda mais no lugar que foi a porta de entrada do Quilombo do Jabaquara, um marco na luta da comunidade negra", afirma o presidente do
Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Santos, José Ricardo dos Santos.
Homenagem - A Câmara de Santos entregou na noite de ontem a medalha Quintino de
Lacerda ao padre Luís Carlos dos Passos, ao pastor Benvindo Francisco Dias e ao ex-vereador Martinho Leonardo Filho, criador da medalha. Também
receberam a homenagem os grupos Senzala, Ité Ase de Crisá e a empresa Libra.
A medalha é concedida anualmente a três pessoas físicas e três jurídicas que tenham merecido
a distinção pela relevância do trabalho em defesa da integração racial, solidariedade e fraternidade.
Anemia falciforme - A Secretaria Municipal de Saúde lançou, ontem, a campanha sobre
anemia falciforme, doença hereditária que altera glóbulos vermelhos do sangue e atinge, principalmente, negros e afro-descendentes. A campanha
servirá para informar as pessoas sobre os sinais e sintomas da doença.
Placa fica no lugar onde estava entrada do antigo quilombo
Foto: Walter Mello, publicada com a matéria
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