HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Santos e a Independência
O dia em que D. Pedro I cuspiu marimbondos... e a aclamação do imperador
Em belo uniforme militar, montado em garboso cavalo, D.
Pedro I sacou a espada e gritou "Independência ou Morte!". A poética imagem legada pelo quadro de Pedro Américo (pintado 66 anos depois), fartamente
reproduzida nos livros de História, se desmancha perante um pouco de pesquisa histórica. Dom Pedro não estava montado a cavalo, mas no lombo de mula;
não usava o tal uniforme, mas um traje bem tosco e provavelmente bem enlameado; e talvez nem tivesse condições de pensar nos problemas do Império, muito
mais preocupado em debelar uma revolta... estomacal. Mas isso não muda o fato de que ele desatou os laços que subordinavam o Brasil a Portugal, e tal só
não aconteceu oficialmente em Santos por questão de horas.
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Capa do caderno especial comemorativo do Sesquicentenário da Independência, publicado
pelo jornal santista A Tribuna em 7 de setembro de 1972. O texto:
INDEPENDÊNCIA: POVO E NAÇÃO HÁ 150 ANOS
Eram quatro horas e meia da tarde de 7 de setembro
de 1822 e o príncipe exclamou: "É tempo!
Independência ou morte! Estamos separados
de Portugal!" Este, o Grito do Ipiranga.
Independência e um Povo e uma Nação e uma Bandeira. Hoje, 150 anos
transcorridos, essa Independência passa a ser para esse Povo uma grande
motivação: transformação da Nação numa grande potência, mas, ao mesmo
tempo, honrar e glorificar a sua Bandeira, cujo Sesquicentenário se segue
ao Sesquicentenário da Independência. As jornadas de setembro de 1822
são comemoradas assim num quadrilátero de significações grandiloquentes
- ao gesto do Príncipe que desejava o Brasil independente, um Povo
respondeu - já era a Nação que estava na expectativa, desde que se lhe
havia acenado com o perigo da recolonização... Determinaram paulistas,
fluminenses e mineiros que D. Pedro pronunciasse o "Fico" - mas fora
apenas a primeira etapa. A essa, outras se lhe seguiriam, até à apoteótica
proclamação do Ipiranga, o grito "Independência ou Morte!", lançado
em campo aberto, sob uma luz de epopéia ao tropel da cavalgada
heróica... Momento decisivo para a libertação do Brasil dos laços
já bem afrouxados da metrópole. Virou-se uma página da História.
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