Caratê, saúde e disposição, para uma melhor atuação
Instalada na CSTC, a primeira academia de caratê da administração municipal foi
inaugurada no dia 24 de fevereiro de 1987 pelo prefeito Oswaldo Justo, que junto com o coordenador Yoshihide Shinzato - nono dan da
modalidade - deu a primeira aula. Ali, durante hora e meia Justo desempenhou as funções e professor de caratê, consciente da importância dessa arte
marcial japonesa para que o homem promova sua integração com a natureza, extrapolando as conquistas no plano físico que a atividade possibilita -
como seu praticante há mais de 20 anos.
Trinta funcionários e dirigentes da empresa iniciaram o curso, entre eles mecânicos,
chefes de seção, além do próprio presidente Marcus Alonso Duarte e do diretor financeiro, Vicente Di Gregório. O número de adesões dos funcionários
à prática da modalidade vem crescendo dia a dia, iniciando no Brasil um hábito antigo no Japão - que contribuiu e contribui, decisivamente, para a
otimização de seu desempenho produtivo, social e econômico -, onde as empresas melhoram seu desempenho oferecendo aos seus trabalhadores a
oportunidade da prática de atividades esportivas antes do trabalho, como ginástica e caratê.
Conforme declarou o prefeito Oswaldo Justo no momento da inauguração dessa academia,
que chega dentro de um novo espírito administrativo, essas - a exemplo de outras - atividades esportivas igualam o homem no tatame. "E o exercício
constante - destacou o chefe do Executivo santista - ensinará e desenvolverá qualidades como a lealdade, a coragem, a disciplina e o equilíbrio". E
completou: "Vocês vão sentir a mudança que ocorrerá a partir de agora, no corpo e na mente", frisou. Ele anunciou a construção de academia também na
Prodesan e a Cohab e que a academia da CSTC "é aberta a todos os funcionários da administração municipal".
A integração entre os funcionários, inexistindo a escala hierárquica, desenvolvendo o
companheirismo, foram pontos destacados pelo presidente Marcus Alonso Duarte. "A partir da disciplina individual", analisou ele, "os funcionários
desenvolverão atitudes que garantirão a harmonia e o entrosamento entre seus grupos, tanto profissionais como familiares". E lembrou que o caratê
desenvolve melhor, além dos reflexos físicos, as próprias condições mentais, ganhando com isso os funcionários, o serviço prestado e empresa.
A academia de caratê da CSTC foi instalada em uma área de aproximadamente trezentos
metros quadrados, onde funcionava o almoxarifado. Com o chão forrado por tatames e a iluminação reforçada, o piso foi coberto com lona, garantindo a
proteção necessária. As novas instalações dispõem ainda de banheiros e vestiários, além de equipamentos como espelhos, prancha abdominal e saco de
bater, confeccionados pelos funcionários da empresa.
Com a intenção de garantir o funcionamento da academia diariamente, em horários que
possam atender aos trabalhadores de toda a administração municipal - face ao crescente interesse que vem despertando a nova atividade -, busca-se
colocar os que dedicarem um pouco de seu tempo à prática do caratê em sintonia com as forças do universo - fazendo evoluir suas vidas e seus
destinos, assim como a sua empresa, que é de todos os santistas.
A RECUPERAÇÃO DA CSTC, ASSIM COMO DE TODA A ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL,
PROPICIANDO À POPULAÇÃO DA CIDADE A MELHORIA SIGNIFICATIVA DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS PELA PREFEITURA, FORAM ATOS BASEADOS SOLIDAMENTE NOS
PENSAMENTOS E PRINCÍPIOS DA FILOSOFIA ORIENTAL, MOLA-MESTRA DA PACÍFICA, SALUTAR E PROGRESSISTA CONVIVÊNCIA SOCIAL.
A FIRMEZA DE PROPÓSITOS E OBJETIVOS DO ATUAL GOVERNO DE SANTOS, RECONDUZINDO
CIDADE AO SEU GRAU DE OUTRORA, PROMOVENDO A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE SUA CRESCENTE POPULAÇÃO, É GARANTIDA PELA SUA SINCERA E DETERMINADA
ADESÃO AOS PRINCÍPIOS DA SERIEDADE E CORREÇÃO DERIVADOS DESTA FILOSOFIA.
Esporte e vitalidade
Visando a integração dos funcionários à empresa, foi construída no Jabaquara uma
quadra poliesportiva de 840 m², para prática de futebol de salão, voleibol e basquetebol, com área verde, quiosque e vestiários de 150 m².
Esse espaço se destina a propiciar ao funcionalismo da CSTC uma área para a prática de esportes, assim como a promoção de eventos esportivos de
diversos órgãos e entidades, empresas do município e clubes esportivos.
Para um completo uso das novas instalações, a quadra poliesportiva da CSTC é
aparelhada com iluminação noturna, havendo ainda um salão de jogos e lazer.
Dívidas anteriores: pagar era preciso
Como parte do trabalho de recuperação da credibilidade junto aos fornecedores, a CSTC
rapidamente saldou todos os débitos herdados das administrações passadas com os fornecedores e com a Previdência, além dos bancos, aos quais,
destaque-se, a CSTC não mais tem recorrido a empréstimos que comprometiam a companhia e a administração municipal futura com dívidas, comprometendo
os resultados do esforço empreitado.
Atualmente, todos os pagamento estão sendo cumpridos à risca e no prazo concedido,
tendo sido restabelecido o crédito suspenso à época da inadimplência da companhia - o que dificultava compras e encarecia o produto adquirido. O
volume das dívidas herdadas era superior a Cr$ 160 bilhões, o equivalente a mais de 770 ônibus diesel, usados, suficientes para pelo menos 100
linhas de pequeno e médio percurso.
O recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço voltou a ser feito a partir
de setembro de 1984, após longo período de não pagamento, sendo composta a quitação dos débitos anteriores, que somavam mais de dois bilhões de
cruzeiros.
O Iapas voltou a ser pago a partir de novembro de 1985; em maio de 1986 a dívida da
empresa para com a Previdência foi parcelada em 60 meses - 5 anos -, em prestações mensais de valores crescentes, sendo que no primeiro ano terão o
valor de Cz$ 300 mil. Esse foi o último grande compromisso solucionado pela atual administração da empresa, que causou até ameaças de penhora do
patrimônio. Recentemente, a CSTC recebeu a classificação nada honrosa de ser a maior devedora do órgão no País, tendo a notícia sido divulgada
nacionalmente.
Foi este o ofício recebido, dando conta do aceite das condições propostas pelo
município:
Brasília, 13 de fevereiro de 1986.
CGM/DF/C nº 450
Exmo. Sr.
Dr. OSWALDO JUSTO
DD. Prefeito Municipal
Santos/SP
Em aditamento ao telex MPAS/GM/DF/Nº 35499/85, cumpre-me informar-lhe, de ordem do
senhor ministro Waldir Pires, que, após os necessários entendimentos por parte do Iapas, foram adotadas as seguintes medidas, com vistas ao
equacionamento da questão alusiva à Companhia Santista de Transportes Coletivos:
- Sustação das execuções;
- Pagamento, pela Prefeitura Municipal de Santos, das competências a partir de
janeiro/86, com regularidade;
- Compromisso verbal do sr. prefeito, no sentido de solicitar parcelamento escalonado
dos débitos, em janeiro/86.
No ensejo, apresento a V. Exa. atenciosos cumprimentos.
CARLOS MEIRELLES
Chefe do gabinete do ministro
As dívidas herdadas, trágica sucessão
1. Origem das principais dívidas:
a. Iapas - deixou de ser recolhido de dez/77 a
out/85
b. FGTS - deixou de ser recolhido em 1975; de
1977 a 1979/ de 1982 a agosto de 1984
c. I.R. - deixou de ser recolhido de fev/82 a
maio/85.
2. Os valores nominais da dívida, se
corrigidos até setembro/86, representam os seguintes débitos:
a. Iapas - Cz$ 137 milhões
b. FGTS - Cz$ 13 milhões
c. I.R. - Cz$
6 milhões
3. Evolução do pagamento dos débitos:
a. Iapas - pago em dia a partir de novembro/85
b. FGTS - pago em dia a partir de setembro/84
c. I.R. 0 pago em dia a partir de fevereiro/85
4. Recolhimento de atrasados:
a. Iapas - Cz$ 1,5 milhão, por conta do
parcelamento preliminar entre CSTC e o Ministério da Previdência Social
b. FGTS - Cz$ 2 milhões, como cobertura de
depósito aos empregados optantes e desligados da empresa, a partir de julho/84
c. I.R. - em processo junto ao Ministério da
Fazenda para composição da dívida.
5. Outros débitos:
a. Pasep - como deixou de ser recolhido no
período de 1982 a 1985, o débito - em valores correntes - atinge Cz$ 1,5 milhão. Há processo junto ao Banco do Brasil para parcelamento da dívida.
b. Prefeitura Municipal de Santos - Cz$ 3,2
milhões, que deverão ser transformados em aumento de capital.
c. Sabesp - Cz$ 155 mil. Já saldado.
d. Fornecedores - Cz$ 725 mil. Já saldado.
e. Pendências trabalhistas - Cz$ 686.700,00,
saldado.
f. Eletropaulo - Cz$ 259.800,00 -
sentenciados; Cz$ 767.600,00 - em junho/85.
Equilíbrio financeiro, absorvendo custos
Ainda que arcando com o pagamento de dívidas numerosas, a atual administração
municipal vem conduzindo com firmeza a recuperação da companhia, desde o momento em que ela foi retirada do estado de insolvência em que se
encontrava, com prejuízos diários que se acumulavam. A despesa era maior que a receita. O estancamento das despesas e a ampliação da receita foi a
fórmula da regeneração.
Após esse impulso inicial dado pela nova administração, já nos primeiros meses de 1986
surgem os resultados: nesse semestre começam a alternar resultados do superávit mensal, isso apesar de estarem sendo pagas vultosas dívidas deixadas
pelas administrações anteriores, fazendo prever o crescimento do nível de lucratividade em um futuro breve.
A partir de março de 1986, a CSTC absorveu o custo de 26,7% na folha de pagamento dos
funcionários - um total de Cz$ 950 mil, época em que os salários foram majorados pelo pacote econômico do governo, sem elevar as tarifas congeladas
pelo pacote anti-inflacionário.
Em maio, a partir do dia 1º, a CSTC absorveu um novo custo - cerca de Cz$ 150 mil -,
por motivo de acordo salarial, também sem repasse às tarifas.
Graças ao equilíbrio financeiro alcançado pelo programa de recuperação, a CSTC já
observou neste período dois aumentos de combustíveis, mantendo em Cz$ 1,90 as suas passagens - que depois foram aumentadas, mas já não são as mais
caras do país. O esforço da regeneração decretou o rebaixamento dos gastos com o transporte.
A importância para a comunidade santista de uma companhia de transporte coletivo nas
mãos do poder público, razão pela qual a administração do prefeito Oswaldo Justo dedicou especial atenção ao programa de recuperação que implantou
na empresa, é a de ser não só uma reserva estratégica do município no setor e a salvaguarda do interesse público no transporte coletivo, mas a única
empresa pública do ramo na região.
Por ser esta uma atividade essencial, cuja presença da iniciativa privada advém de
desvios oriundos de descaso dos órgãos públicos para com o bem-estar da população, é vital a sobrevivência da CSTC.
A frota da CSTC
No programa de revitalização do transporte popular no município, cumprindo a tarefa
básica e inadiável de reestruturá-lo, a CSTC adquiriu 82 ônibus diesel usados, além de terem retornado ao tráfego mais 20 veículos reformados nas
oficinas da empresa, juntamente com 14 trólebus que estavam desativados e que passaram por um processo de reconstrução ou recuperação no pátio de
operações dos elétricos, na Vila Mathias.
Essa frota possibilitou o atendimento às necessidades essenciais ao bom desempenho dos
serviços, tendo, inclusive, influenciado na retirada do transporte especial seletivo nas mãos de empresa concessionária, que recolhia os usuários
impossibilitados de utilizarem os carros da CSTC, por sua lotação e más condições, viabilizando o processo de regeneração.
Com estas unidades, a receita da empresa se elevou e, a partir de setembro de 1986,
foram comprados 12 ônibus diesel zero quilômetro, no modelo de melhores e mais econômicas especificações, o LPO-1113.
Segundo poderemos acompanhar no gráfico, os níveis crescentes de veículos nas ruas
mostram uma nova CSTC: em dezembro de 1984, estavam em operação uma média de 60 veículos; em dezembro de 1985, a CSTC tinha 104 coletivos e, em
junho de 1986, 115 carros. Em setembro, a empresa alcançou a marca de 138 unidades, sendo 32 trólebus e 106 ônibus. Até março de 1987, mais dez
trólebus deverão estar na linha da Avenida Ana Costa.
Os ônibus "Volvo" e "0-364" em suas várias versões que compunham a frota da CSTC foram
vendidos, dentro dos critérios de padronização baseados na economia e desempenho. Um fator que incentivou a dispensa desses veículos é o seu alto
consumo de combustível, aliado ao seu alto custo de manutenção. O consumo de um ônibus "Volvo" é 33% superior ao de um "LPO-1113", modelo pelo qual
a CSTC padroniza sua frota.
O estancamento das despesas e do esforço decorrente da necessidade de se manterem
estoques múltiplos de peças de reposição, além da paralisação do dispêndio obrigatório com o pessoal especializado em diversos tipos de veículos,
foram outros fatores que levaram à decisão de unificar a frota.
A FROTA ATUAL DA CSTC, TOTALMENTE RENOVADA APÓS A AVALIAÇÃO DOS PRÓPRIOS FUNCIONÁRIOS
ENVOLVIDOS COM A SUA MANUTENÇÃO - ONDE O ÔNIBUS MAIS ANTIGO É DE 1979, ÍNDICE COMPARÁVEL ÀS BOAS EMPRESAS PRIVADAS DE TRANSPORTE -, SOFRE AGORA UMA
MANUTENÇÃO PREVENTIVA DIÁRIA, PROLONGANDO A VIDA ÚTIL DOS COLETIVOS.
DIARIAMENTE PASSAM PELA MANUTENÇÃO PREVENTIVA 4 ÔNIBUS DIESEL E UM TRÓLEBUS.
Foi adotada uma política de renovação da frota com critérios estabelecidos, através de
decisões seguras quanto à compra, venda ou reforma de veículos classificados de anti-econômicos para a operação, tendo-se ouvido os trabalhadores do
setor, aos quais coube a palavra final: são eles quem estão no dia-a-dia dos ônibus.
Economia nos materiais, com retorno
O item materiais recebeu especial atenção neste programa de revitalização da empresa
de transportes coletivos do município, adotando-se métodos de controle rígido dos estoques para a defesa do patrimônio público.
Através dessa política, foram vendidos os ônibus que estavam desativados e em estado
inaproveitável, além de materiais de sucata em geral - material deixado em profusão pelas administrações anteriores. Isto trouxe para a CSTC um
excelente retorno financeiro.
Desde julho de 1985, foram vendidos 81 ônibus inaproveitáveis para uso, sendo 26 em
leilão como sucata e 55 em mau estado, por carta-convite. O resultado dessa operação foi de Cz$ 7.100,00.
Hoje, são freqüentes os recebimentos pela empresa de pagamentos oriundos da venda de
sucata, ao contrário de anteriormente. |