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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TRANSPORTES - LIVROS
Uma história dos transportes em Santos (12)

Clique nesta imagem para ir ao índice da obraA história centenária dos transportes coletivos em Santos foi narrada em 1987 pelo professor Ricardo Evaristo dos Santos e pelo jornalista e advogado José Paulo de Oliveira Matos, na obra Transporte coletivo em Santos - História e Regeneração. Com 160 páginas, ilustradas, o livro (registros CDD - 388.4 - S237t) foi editado pela Companhia Santista de Transportes Coletivos (CSTC), sendo composto e impresso em 1987 na Gráfica Prodesan, em Santos, com o apoio do prefeito Oswaldo Justo.

Esta primeira edição digital, por Novo Milênio, foi autorizada em 17/2/2010 por Paulo Matos, que faleceu em Santos, em 19 de julho de 2010. Não foi possível localizar o outro autor, que teria se radicado na Europa alguns anos depois. Páginas 100 a 107:

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Transporte Coletivo em Santos

História e regeneração

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 Ricardo Evaristo dos Santos e Paulo Matos

Composição da frota

Em abril de 1987, era a seguinte a frota da CSTC, atendendo a 27 linhas: os ônibus diesel eram 27 e os trólebus 32, em um total de 159 coletivos. Dos trólebus, 24 são italianos - ano 1962 - e oito são nacionais - anos 1979, 1980 e 1981 - cuja quase totalidade foi reformada e recuperada nas oficinas da CSTC.

Dos ônibus diesel, dezoito são do tipo Monobloco 0-364 - sendo dez, ano 1980, um do ano 1981, dois do ano 1982 e cinco do ano 1983. A grande maioria é do modelo LPO, pelo qual se busca a padronização da frota, sendo onze do ano de 1978, vinte e cinco de 1979, quarenta do ano 1980, dezessete do ano 1981 e quinze do ano 1987 - sendo doze destes com chassi alongado.

Novos trólebus, receita do novo transporte

No dia 13 de março de 1987 foi anunciada a assinatura de contrato com a Mafersa, visando o fornecimento de mais dez trólebus. O ato foi realizado no dia anterior, no gabinete do prefeito Oswaldo Justo, com a presença do chefe do Executivo e do presidente da Mafersa, Márcio Junqueira. Esses veículos destinam-se à eletrificação do transporte coletivo na Avenida Ana Costa.

Foi um importante passo não apenas no processo da recuperação da empresa, mas sobretudo no plano de revitalização do transporte público em Santos. A integração de novos veículos elétricos ao transporte de massa na cidade é ainda mais importante do que o rejuvenescimento da frota a diesel ora em andamento, visto por exemplo que rodam em nossas linhas de trólebus veículos ano 1962, que têm portanto 25 anos. Os carros mais novos desse tipo foram adquiridos há aproximadamente seis anos.

O custo unitário dos veículos, por ocasião dessa assinatura de contrato, girava em torno de Cz$ 2,8 milhões, ficando para o último mês do ano de 1987 a entrega total dos veículos. Os recursos financeiros são provenientes da própria CSTC, muito embora a diretoria da empresa e o prefeito Oswaldo Justo venham intensificando os contatos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), visando um financiamento de Cz$ 207 milhões.

Esse montante será aplicado na aquisição de mais vinte e cinco trólebus 0K, construção de subestações retificadoras de força e instalação de rede aérea nas avenidas Bernardino de Campos (Canal 2) e Pinheiro Machado (Canal 1) - de forma a dotá-las de transporte elétrico interligado aos sistema em funcionamento.

Como são os novos trólebus

Os coletivos elétricos encomendados à Mafersa dispõem de três portas, facilitando o embarque e o desembarque de passageiros, sendo uma para acesso e duas para a descida. Têm capacidade para acomodar trinta e sete passageiros sentados e setenta e um em pé, no total de cento e oito usuários. Adaptados para suportar dezoito toneladas, trata-se de veículos silenciosos, com um nível de ruído produzido abaixo do limite médio estipulado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que é de oitenta decibéis (80 dB).

Com 12, 07 metros de comprimento, 2,60 de largura e 3,80 de altura, os trólebus novos são fabricados com um aço de baixa liga e alta resistência mecânica, suportando a corrosão seis vezes mais do que os elaborados com aço carbono comum - devido à estabilização da camada oxidada de superfícies expostas sem proteção.

Nas caixas de roda dos novos trólebus, em constante contato com a umidade e com acúmulo de materiais do pavimento asfáltico, é utilizado aço inoxidável. Para o revestimento interno são usadas chapas de alumínio, exceto na frente e na traseira do carro, onde são aplicadas máscaras de poliéster e fibra de vidro.

ESSES NOVOS TRÓLEBUS DA CSTC, FRUTO DE UM PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO DA EMPRESA QUE TAMBÉM RECUPEROU PARA O TRANSPORTE POPULAR OS QUE HAVIAM SIDO ENCOSTADOS NAS GARAGENS, PRECOCEMENTE APOSENTADOS, DETERMINAM A CAMINHADA PARA A VIABILIZAÇÃO DEFINITIVA DESSE SERVIÇO PÚBLICO EM SANTOS, FACE À SUA RENTABILIDADE, DURABILIDADE, BAIXO CUSTO DE MANUTENÇÃO E EFICIÊNCIA.

A EXPANSÃO DAS REDES ELÉTRICAS NAS AVENIDAS RADIAIS, PROLONGANDO-SE ATÉ A ZONA NOROESTE, É HOJE PARTE DE UM PROCESSO DE AVANÇO INEVITÁVEL DA EMPRESA PÚBLICA DE TRANSPORTE COLETIVO EM SANTOS, A CSTC. "A SALVAÇÃO DO SISTEMA ESTÁ NO TRANSPORTE ELÉTRICO", PRECONIZAVA O ENTÃO VEREADOR OSWALDO JUSTO HÁ MAIS DE VINTE ANOS NA CÂMARA DE SANTOS, QUANDO ASSISTIA, SEM PODER INTERVIR SENÃO DENUNCIANDO EM PLENÁRIO, A DERROCADA DO ENTÃO SMTC.

HOJE, A GARANTIA DO PROGRESSO POPULAR NO SEU ESSENCIAL TRANSPORTE ESTÁ NA ELETRIFICAÇÃO DOS TRAJETOS E NA COMPRA DESSES VEÍCULO, SEM ONERAR A PREFEITURA E SEM FAZER O CIDADÃO PAGAR DUAS VEZES POR ELES, NA TARIFA E NO IMPOSTO.

Câmbio nos câmbios

O conserto de caixas de câmbio dos ônibus LPO na própria CSTC deu fim ao procedimento até então adotado, de se mandarem para serem consertadas em oficinas especializadas em São Paulo - o que, além do alto custo, impedia os veículos de circularem por 15 dias, comprometendo a rentabilidade da empresa e o nível dos serviços.

Racionalização e desempenho

Os componentes dos antigos ônibus 0-364 custavam três vezes mais do que os do LPO, tipo com os quais a CSTC padroniza sua frota; os componentes do câmbio do Volvo custavam oito vezes mais do que os do modelo hoje adotado.

A CSTC, que havia comprado 10 ônibus Volvo ao custo unitário aproximado de três ônibus comuns, cada, tinha circulando apenas metade desses veículos.

O caso das molas, regeneradas

O "caso das molas" é um exemplo típico do procedimento adotado anteriormente na CSTC que, alterado, veio contribuir para fazer melhorar o transporte popular no município.

As personagens centrais neste caso eram as molas, um equipamento instalado para amenizar o sacolejamento dos veículos, composto a partir de 10 lâminas em curva. A evasão de recursos se dava pela ausência de controle no envio para conserto em São Paulo, em firmas especializadas.

Não havia controle nem do material enviado e nem do volume da avaria ou de seu custo. Não havia um diagnóstico das molas que, de modo geral, têm nas suas lâminas partidas os próprios elementos para sanar os problemas de quebra em outras lâminas - bastando fazer a "calandragem", ou seja, adaptá-las à curvatura. Também isso não era aproveitado pela CSTC.

Havia dívidas não pagas desde 1983, somando 100 milhões de cruzeiros, oriundos das cobranças referentes o conserto de molas em São Paulo.

Hoje, todo esse processo é realizado nas próprias oficinas da CSTC, com uma significativa economia de recursos. Um exemplo de programa de recuperação.

Informação ao público, tarefa pública

Nos novos rumos tomados pelo transporte coletivo em Santos, foi implantado um sistema de divulgação de informações aos usuários através de folhetos, ampliando o conhecimento público sobre suas linhas e aumentando sua utilização e conseqüente rentabilidade.

Toda modificação de itinerários ou modificação de novos percursos foi antecipada da emissão de folhetos explicativos, evitando assim transtornos aos passageiros. Os pontos terminais receberam placas informativas das principais artérias percorridas pelos ônibus e trólebus, facilitando, aos usuários, o seu deslocamento para os pontos desejados.

Junto às portas traseiras dos veículos foram colocadas placas informativas dos trajetos percorridos pelos coletivos, evitando que os passageiros embarquem em carros que não os escolhidos e permitindo que os usuários identifiquem o ônibus que desejam sem se deslocarem do ponto de acesso ao seu interior (N.E.: na época, o embarque dos passageiros era feito pela porta traseira e o desembarque pela dianteira. A inversão desse caminho foi adotada como padrão, para evitar que o passageiro, ao descer, tentasse atravessar a via pela frente do coletivo, o que era uma causa de muitos acidentes).

Está sendo editado um guia com o roteiro de todas as linhas da CSTC, para distribuição aos usuários.

Vulcanização, pneus com 7 vidas

O setor de vulcanização da CSTC está, hoje, recauchutando cerca de 30 pneus diários, aproveitando até sete vezes os rodantes de borracha que, anteriormente, eram vendidos como sucata ao final do tempo de vida útil.

Hoje, prestando serviços à CSTC, à Prefeitura, à Cosipa e à Prodesan, a vulcanização não apenas garante o custeio de suas despesas como gera recursos para a companhia e, conseqüentemente, para o transporte popular em Santos.

A CSTC tem inda um vasto patrimônio composto pelas oficinas de pintura, tapeçaria, carpintaria, funilaria etc.

Passes, por um transporte dinâmico

O uso de passes no transporte coletivo, fator incentivado e dinamizado dentro do programa de revitalização da CSTC, é fator inerente à melhoria dos serviços prestados à população. Visa dar maior agilidade ao processo de cobrança da tarifa, assim contribuindo para um melhor desempenho do sistema, rapidez no embarque com conforto do usuário.

Em outros países, onde o dinheiro na cobrança das tarifas dos ônibus já foi abolido há décadas, só se aceitam passes nos coletivos, à venda nos principais pontos de circulação. Um hábito que precisa ser implantado aqui, onde o processo já se iniciou, uma fez que o uso de passes nos ônibus e trólebus, além de resolver o problema do troco, é um excelente fator de dinamização dos serviços - promovendo uma maior rapidez na passagem pela "borboleta" (N.E.: catraca) e, conseqüentemente, no cumprimento do trajeto pelos coletivos.

Use passe - passe rápido

Em março de 1987, dando seqüência ao programa de expansão do uso do passe em seus veículos, a CSTC inseriu em todos os seus veículos adesivos coloridos com inscrições incentivadoras do uso do passe, visando estimular o usuário ao seu uso.

Em abril/87, estavam sendo vendidos trinta e cinco mil talões de passes mensalmente, cada um com dez unidades, à venda em catorze postos, bancos e estabelecimentos comerciais. Uma quantidade cinco vezes maior do que há seis meses - quando ainda engatinhava a campanha de introdução do passe no hábito popular, evoluindo o desempenho do transporte coletivo.

O passe antecede ao cartão magnético do futuro.

HÁ PROJETOS DE ESTAÇÕES MÓVEIS DE VENDA DE PASSES, UTILIZANDO COMO ATRAÇÃO O CARRO NÚMERO UM DA FROTA DE SERVIÇO INTERNO DA CSTC, UM "FORD BIGODE" ANO 1929.

A cabina da CSTC na Praça Mauá

Destinada a centralizar as atividades administrativas de controle na área, a CSTC instalou, no dia 29 de julho de 1986, uma cabine de fiber-glass na Praça Mauá, pintada nas cores da empresa, vermelho e amarelo. Dali os supervisores de tráfego têm melhores condições de controle da frota, além de facilitar aos fiscais os contatos telefônicos com a empresa.

Posicionar uma central da CSTC em sua área principal de movimentação de seus veículos - a Praça Mauá -, servindo como ponto de referÊncia para os usuários para comunicações de irregularidades, também foi o objetivo da criação desta cabine, que tem também a importante missão de promover a venda de passes públicos, como anuncia em uma placa colocada em seu teto.

Funcionando desde o dia 12 de agosto de 1986, a cabine comprovou em curto prazo sua eficiência, garantindo a solução de problemas a curto prazo - com a rápida comunicação das ocorrências - e multiplicando o número de passes vendidos. Pouco mais de seis meses depois de sua instalação, a cabine da CSTC já se tornou instrumento indispensável para a evolução da qualidade dos serviços do transporte coletivo.

Pessoal: dinamização e racionalização

O quadro de pessoal da CSTC foi ajustado às necessidades da frota, sendo modificado no sentido de atender ao novo ritmo da empresa pública, o que foi feito através de critérios administrativos apropriados. O índice funcionários/ônibus, uma das razões para o déficit constante da empresa - ele chegou a ser, em abril de 1985, de 15,7, para chegar em junho de 1986 a 8,46, conforme pudemos constatar na CSTC - foi possível de ser sanado com a elevação substancial do número de veículos na frota e a modificação do perfil do funcionalismo da empresa.

O setor administrativo foi reduzido significativamente em termos de pessoal, em benefício dos setores de manutenção e operação. Mas havia impedimentos para que pudesse haver essa compatibilização entre os trabalhadores e o pleno funcionamento da CSTC: os funcionários carregavam vícios do passado e não se integravam à nova dinâmica implantada.

Estavam parados nas garagens do Jabaquara dezenas de ônibus e trólebus avariados - sendo destruídos pela ação do tempo - mas os motoristas e cobradores continuavam a receber os seus salários. Também 25% do quadro de pessoal da empresa estava parado, afastado do trabalho por "licença médica" do INPS - muitos dos quais exercendo atividades fora da CSTC. O plano de recuperação deu solução para o verdadeiro derrame de recursos que ocorria na empresa, inviabilizando qualquer esforço para reerguê-la.

A solução veio através de métodos como estabelecimento de critérios rígidos para a concessão de licenças médicas, inclusive com alterações fundamentais no setor, causando uma substancial redução desses casos, além do remanejamento de funcionários e substituição dos que não se adaptavam aos novos princípios implantados para que Santos pudesse ter um transporte popular ágil e eficaz. A diminuição dos cargos de chefia e a fixação dos horários de turno de trabalho - havia 11 turnos diferentes - apontou no sentido de racionalização e agilização dos serviços.

O investimento feito na preparação de mão-de-obra, otimizando o desempenho do trabalhador na companhia - e, com isso, ampliando a capacidade de preservação do patrimônio - não foi a única tarefa desempenhada no sentido de aproveitar melhor o potencial dos trabalhadores da CSTC: era preciso promover o homem, conquistar o antigo trabalhador.

Promover o homem/tarefa-conquista

"Nosso grande exercício é tratar a todos com rigor profissional e cuidar ao mesmo tempo da valorização do homem, tratando-o com respeito e dignidade". (Marcus Alonso Duarte).

Era preciso despertar os antigos funcionários para a nova realidade da CSTC, incrédulos ante a possibilidade de recuperação, cansados assistentes de procedimentos passados, destruindo a empresa. Essa descrença agia em prejuízo da CSTC, pois é essencial que o trabalhador se integre na perspectiva de eficiência para que os serviços assim possam se traduzir. Sem eles, nada é possível. Mas o potencial de trabalho dos funcionários da CSTC recebeu um tratamento de administração e métodos, conseguindo o entrosamento do espírito da empresa com seu corpo funcional.

A participação deles no processo de recuperação e administração do serviço público de transporte coletivo, definindo critérios, compras, vendas e reformas, era fundamental por dois aspectos principais: o primeiro é o benefício da própria empresa, pois só eles conhecem o patrimônio e a rentabilidade dos veículos. Anteriormente a este tempo de recuperação, as decisões saíam de salas fechadas, dos diretores alheios aos fatos diários das oficinas, com evidentes prejuízos à CSTC.

Mas esse não é o único aspecto benéfico resultante ao se integrar o trabalhador no processo produtivo que, no caso, é a serviço da comunidade: com eles assumindo o papel principal na preservação do patrimônio, a responsabilidade de defendê-lo, ao invés de outorgada, tem início no próprio agente da empresa que cuida melhor dos ônibus, no tráfego ou na oficina.

A simples demissão, além de ser desaconselhável do ponto de vista humanitário, em virtude de a maioria estar no regime trabalhista da estabilidade, não foi processada como nas grandes empresas a conversão deles ao FGTS - seu desligamento teria um custo de tal monta que seria impossível de ser pago pela CSTC, senão à custa da dissolução de seu patrimônio.

Valorização do pessoal, requisito essencial

Tem sido preocupação constante da administração municipal nesta fase de recuperação a valorização dos funcionários como elemento básico de avanço na produtividade, sendo o elemento humano de valor essencial para a qualidade dos serviços prestados à empresa e ao público usuário. Para tanto, a CSTC tem procurado oferecer condições para que eles desenvolvam o seu potencial, atingindo assim realização plena no trabalho que exercem. A contribuição da melhoria do ambiente de trabalho foi executada, renovando por completo as instalações, adaptando-as para as reais necessidades de seu funcionamento.

Foi implantado um plano de carreira com promoções por merecimento, dando assim aos funcionários o reconhecimento de que são merecedores. Foi reformulada a política de uniformização e entrega de crachás ao pessoal do tráfego e, paulatinamente, às demais áreas.

Em agosto de 1986, foram entregues aos funcionários novos uniformes, na cor azul marinho, para o pessoal da manutenção, e em dois tons de azul - claro e marinho - para o pessoal externo, motoristas, inspetores, cobradores e fiscais. Em breve, toda a administração estará uniformizada, medida que atenderá ao desejo dos funcionários, além de contribuir para uma melhor integração para o trabalho na empresa.

A reforma completa das instalações, tanto da Vila Mathias como do Jabaquara, a construção de refeitórios, vestiários e áreas de lazer, objetivou a elevação da qualidade de vida dos funcionários na companhia. O lançamento do programa "Acidente Zero", no projeto de recuperação da empresa, procurou eliminar as causas físicas dos acidentes, através do pleno esclarecimento aos empregados, por meio de palestras e divulgação de alertas por cartazes, métodos aliados à completa reformulação da imagem de uma empresa que caminhava para o seu fim, refletindo essa imagem no corpo funcional. Hoje, os acidentes são debatidos em suas causas e evitados.

PELA ANTIGUIDADE DO SISTEMA DE TRANSPORTES COLETIVOS EM SANTOS, A MAIORIA DOS FUNCIONÁRIOS TEM A EMPRESA, ANTIGA AUTARQUIA, COMO SENDO O SEU SEGUNDO LAR, DEDICANDO A ELA ATENÇÕES. HOUVE QUEM CHORASSE AO VER OS BONDES SENDO DESTRUÍDOS A MACHADADAS, QUANDO DO PROCESSO DA EXTINÇÃO DOS ELÉTRICOS, UM DOS PRINCIPAIS MOTIVOS PARA A CRISE ENFRENTADA PELA CSTC.

Ambiente humano

O programa de recuperação da CSTC, uma tarefa administrativa de responsabilidade social, tratou de revitalizar essa harmonia - integrando funcionários e Companhia - método capaz de operar verdadeiros milagres, de que apenas a eficiência técnica não é capaz.

O calor humano dos trabalhadores da CSTC ajudou a construir esta nova fase do transporte coletivo em Santos, a partir de seus cobradores, motoristas, fiscais, escriturários, inspetores, tapeceiros, psicólogos, mecânicos, desenhistas, eletricistas, borracheiros, letristas, técnicos, contadores, funileiros, engenheiros, pintores, arquivistas, faxineiros, lavadores, porteiros, secretárias, datilógrafos, moças do café, do chá e do banchá. De todos os operários, administradores e uma infinidade de colaboradores - parte componente e indivisível da nova CSTC.

O novo ambiente da empresa, com todo o corpo funcional integrado e procurando contribuir para o progresso de quem tem 99,99% das ações nas mãos do Poder Público e do povo, é fator fundamental.