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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ESTRADAS - BIBLIOTECA
Pequeno histórico da Mayrink-Santos (11)

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Em 1962, foi publicado em Sorocaba/SP este livro de 200 páginas (exemplar no acervo do historiador santista Waldir Rueda), composto e impresso nas Oficinas Gráficas da Editora Cupolo Ltda., da capital paulista (ortografia atualizada nesta transcrição):

Pequeno histórico da Mayrink-Santos

Meus serviços prestados a essa linha entre Mayrink e Samaritá

Antonio Francisco Gaspar

[...]


2ª PARTE - ESTUDOS E CONSTRUÇÃO
XI - Construção do leito e obras de arte, estradas de rodagem e caminhos de acesso aos serviços

Estando resolvida a construção do grandioso empreendimento - a linha Mayrink-Santos -, a administração da Sorocabana, recebendo ordem do Governo, deu-se pressa, em primeiro lugar, de mandar estudar e projetar os caminhos de acesso à zona dos trabalhos.

A importância dessa obra, e a urgência com que o Governo queria levar a cabo o ramal para Santos, requeriam a necessidade de serem construídas estradas simples, aos diversos pontos do traçado.

De São Roque a Mayrink partiam estradas para além de Soroca-mirim, o que iria facilitar o transporte do pessoal e materiais, bem assim, ferramentas e alimentos. Dependia de, nesse ponto para a frente, construir caminhos. Também seria essa zona servida pela estrada geral São Paulo-Sorocaba.

Outra estrada que também serviu para saírem dela alguns caminhos, foi a estrada entre Santo Amaro, Parelheiros, Itapecirica. Dessa estrada partiram caminhos para o Túnel 32, serra do Chiqueiro, Itaquaciara, M'Boy-Guassu, Cipó e outros setores onde estavam sendo encetados os serviços de ataque à Mayrink-Santos. Essa estrada, por toda a Serra, tinha ligação com a estação de Cubatão (S.P.R.) e era de 90 quilômetros de extensão. Por ela, transitavam dia e noite caminhões transportando cimento de Perús e Votoran, ferro em barra, materiais diversos, mantimentos, mudanças de pessoal, artefatos mecânicos ou instrumentos de engenheiros e muitas outras coisas que seria longo enumerar.

Eu conheci e viajei por todos esses caminhos: de caminhão, a pé, de automóvel e de cavalo, quando para lá ia a serviço, instalar telefones ou telégrafos, quando esses caminhos foram entregues aos empreiteiros.

Esses caminhos de acesso, para cada caso, foram construídos no regime de administração contratada, ou por administração direta ou tarefa, conforme as vantagens conhecidas.

Foi um gasto extraordinário a confecção desses caminhos, mas eram precisos. Os empreiteiros da Mayrink-Santos pagavam 5% sobre as folhas do pessoal. Quando eram empreiteiros chamados para o serviço, portanto, em condições diferentes, esses serviços constituíam a base do seu negócio, a estrada pagava à razão de 10% sobre a mão-de-obra e 5% sobre o valor dos materiais empregados.

A Sorocabana lobrigou que o caminho de Santo Amaro via Parelheiros e dali passando pela Serraria do Pasqual, seguindo sempre quase paralelamente ao traçado da Mayrink-Santos, até a garganta do Cubatão e de lá, a cavaleiro da via férrea, até o povoado de Cubatão, seria de grande vantagem para ela; então, foi por esse motivo que essa longa estradinha obteve o seu desideratum.

Para a região da Serra, na sua parte mais baixa, os materiais e equipamentos precisos seriam transportados por via fluvial, sempre fácil no rio Branco.

Esse programa, que foi estabelecido logo na inauguração dos trabalhos, só mais tarde conseguiu-se realizar.

As estradinhas de ligação entre empreiteiros foram feitas por eles próprios à sua custa, como de fato o foram.

E, assim, por administração direta, a Sorocabana confeccionou apenas alguns trechos que, não acabados, pelos empreiteiros contratados, foi forçada a acabá-los.

Outrossim, em diversos trechos da Serra, foram construídos alguns planos inclinados com o fim de serem transportados para os locais de serviço: cimento, pedra, areia, madeiras, concreto, enfim, tudo que fosse necessário e preciso.

Em Estaleiro havia três desses planos inclinados, em que ascendiam, em vagonetes, todas as cargas transportadas em barcaças pelo rio Branco, vindas de São Vicente e Santos. Esse trecho S.1 pertencia à firma Empresa Veloso.


Túnel 32 - Empresa José Giorgi, construtor
Imagem e legenda reproduzidas do livro


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