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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - RADIOFONIA
As emissoras da Baixada Santista, em 1998...

A Baixada Santista chegou ao final do século XX com 16 emissoras comerciais, afora as rádios comunitárias e evangélicas (de curto alcance, às vezes restrito a um ou dois bairros), como retrata esta matéria, publicada na edição de 19 a 25 de setembro de 1998 do jornal semanal santista Boqueirão News:


As emissoras da Baixada Santista, em 1998 (*)
Imagem publicada com a matéria

Pelas ondas do rádio

Nesta segunda-feira (21/9), data em que se celebra o Dia do Rádio, Santos tem muito o que comemorar. Muitos desconhecem, mas a trajetória da radiofinia santista se mistura à história do rádio brasileiro

Michella Guijt
Colaboradora

Afinal, apenas três anos após a criação da primeira emissora brasileira de radiodifusão (Rádio Roquete Pinto, no Rio de Janeiro), a (N.E.: pela) Rádio Clube do Brasil, foi fundada na Cidade, em 1926, a Rádio Clube de Santos.

A emissora santista foi a pioneira no litoral paulista e segunda em todo o território nacional. A Rádio Clube de Santos iniciou suas atividades no edifício do Cassino Miramar, esquina da Avenida Conselheiro Nébias com a praia.

Em 1932 foi construída sua sede própria, à Rua José Cabalero, 60, no Gonzaga, onde surgiram programas que entraram para a história do Rádio Brasileiro.

Hora Infantil, transmitido pela emissora, foi o pioneiro do gênero no País. Outro exemplo foi Programa Feminino, que, devido ao sucesso, também deu origem a tantos outros nos meios de comunicação.

Auditório - Muitos artistas, locutores e programadores de rádio e televisão iniciaram suas carreiras no auditório da Rádio Clube de Santos - considerado como um dos principais e mais bem equipados das rádios brasileiras na época -, entre eles Raul Duarte (administrador da Rádio Record), Renata Fronzi e Cacilda Becker.

Outros artistas de projeção nacional e internacional também se apresentaram nas audições memoráveis do auditório do Gonzaga, como Orlando Silva, Dircinha e Linda Batista, Vicente Celestino, Lamartine Babo, Carmem Miranda, Hebe Camargo, Manoel da Nóbrega e Ronald Golias.

No auge das telenovelas, a Rádio Clube de Santos apresentou uma seqüência de autores consagrados, como Oduvaldo Vianna e Ivani Ribeiro. Entre os locutores que passaram pela programação da emissora santista estão Arnaldo Gonçalves, Bartolomeu Ramos, entre outros.

A Rádio Clube de Santos, que há alguns anos foi arrendada à Igreja Universal, permanece no Gonzaga e mantém seu estúdio completo transmitindo sua programação religiosa em AM.

Outras emissoras santistas também marcaram presença na história da radiofonia nacional, como a Atlântica de Santos (líder absoluta por mais de 30 anos na Cidade, atualmente em Guarujá), Cultura e Cacique.


EMOÇÃO - Seja em AM ou FM, pelas ondas do rádio os locutores 
transmitem emoção, informação e alegria aos ouvintes
Foto de Nando Santos, publicada com a matéria

Presente - A realidade das rádios santistas nos dias de hoje, a exemplo da tendência nacional, é bem diferente do período romântico vivido nas décadas passadas.

As FMs conquistaram o público jovem com músicas estrangeiras e as radionovelas foram substituídas pelos programas de humor. Os anos 90 trouxeram a tecnologia digital para os estúdios e mudaram a programação musical no dial, onde o pagode e o axé totalizam 80% da programação musical das líderes de audiência.

Para o jornalista, radialista e professor universitário Luiz Carlos Bezerra, o rádio se adaptou ao mercado atual, mas continua mantendo suas características básicas. Segundo ele, mesmo com a globalização, o rádio continua sendo um veículo ágil, versátil e de prestação de serviço. "Apesar de concorrer com a TV, canais a cabo e Internet, ele é o único meio que permite um canal de aproximação direta com o ouvinte. Por isso, a magia do rádio nunca vai morrer".

Comercial - Atualmente, Santos tem 16 rádios comerciais, entre AM e FM. Contudo, o radialista Luiz Carlos Bezerra afirma que este número pode ser maior, já que nos últimos anos surgiram emissoras comunitárias e evangélicas. O tema está sendo abordado no trabalho de mestrado do jornalista, que analisa a invasão das rádios evangélicas na Cidade.


EQUIPAMENTOS - Dos vitrolões do passado, o rádio atual conta com equipamentos modernos que permitem agilizar e melhorar a qualidade do som, como o Instant Replay
Foto de Nando Santos, publicada com a matéria


(*) Nota: Informa o radialista Emílio Pechini, em mensagem eletrônica a Novo Milênio, em 20/5/2005: "Infelizmente quem fez a arte do dial santista na matéria do Boqueirão News, cometeu alguns enganos, como segue: a então VIP FM (que quando entrou no ar era 102,9 MHz) tinha a freqüência de 90,9 MHz (e não 90,5) -  depois a emissora foi arrendada ao grupo Bandeirantes que até hoje usa essa freqüência para retransmitir sua AM. E a Cultura AM, 930 kHz (e não 940)."

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