As emissoras da Baixada Santista, em 1998 (*)
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Pelas ondas do rádio
Nesta segunda-feira (21/9), data em que se celebra o Dia do Rádio, Santos tem muito o que comemorar. Muitos
desconhecem, mas a trajetória da radiofinia santista se mistura à história do rádio brasileiro
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Michella Guijt
Colaboradora
Afinal, apenas três anos após a criação da
primeira emissora brasileira de radiodifusão (Rádio Roquete Pinto, no Rio de Janeiro), a
(N.E.: pela) Rádio Clube do Brasil, foi fundada na Cidade, em 1926, a Rádio
Clube de Santos.
A emissora santista foi a pioneira no litoral paulista e segunda em todo o território
nacional. A Rádio Clube de Santos iniciou suas atividades no edifício do Cassino Miramar, esquina da Avenida Conselheiro
Nébias com a praia.
Em 1932 foi construída sua sede própria, à Rua José Cabalero, 60, no Gonzaga, onde surgiram
programas que entraram para a história do Rádio Brasileiro.
Hora Infantil, transmitido pela emissora, foi o pioneiro do gênero no País. Outro
exemplo foi Programa Feminino, que, devido ao sucesso, também deu origem a tantos outros nos meios de comunicação.
Auditório - Muitos artistas, locutores e programadores de rádio e televisão iniciaram
suas carreiras no auditório da Rádio Clube de Santos - considerado como um dos principais e mais bem equipados das rádios brasileiras na época -,
entre eles Raul Duarte (administrador da Rádio Record), Renata Fronzi e Cacilda Becker.
Outros artistas de projeção nacional e internacional também se apresentaram nas audições
memoráveis do auditório do Gonzaga, como Orlando Silva, Dircinha e Linda Batista, Vicente Celestino, Lamartine Babo, Carmem Miranda, Hebe Camargo,
Manoel da Nóbrega e Ronald Golias.
No auge das telenovelas, a Rádio Clube de Santos apresentou uma seqüência de autores
consagrados, como Oduvaldo Vianna e Ivani Ribeiro. Entre os locutores que passaram pela programação da emissora santista
estão Arnaldo Gonçalves, Bartolomeu Ramos, entre outros.
A Rádio Clube de Santos, que há alguns anos foi arrendada à Igreja Universal, permanece no
Gonzaga e mantém seu estúdio completo transmitindo sua programação religiosa em AM.
Outras emissoras santistas também marcaram presença na história da radiofonia nacional, como
a Atlântica de Santos (líder absoluta por mais de 30 anos na Cidade, atualmente em Guarujá), Cultura
e Cacique.
EMOÇÃO - Seja em AM ou FM, pelas ondas do rádio os locutores
transmitem emoção, informação e alegria aos ouvintes
Foto de Nando Santos, publicada com a matéria
Presente - A realidade das rádios santistas nos dias de hoje, a exemplo da tendência
nacional, é bem diferente do período romântico vivido nas décadas passadas.
As FMs conquistaram o público jovem com músicas estrangeiras e as radionovelas foram
substituídas pelos programas de humor. Os anos 90 trouxeram a tecnologia digital para os estúdios e mudaram a programação musical no dial,
onde o pagode e o axé totalizam 80% da programação musical das líderes de audiência.
Para o jornalista, radialista e professor universitário Luiz Carlos Bezerra, o rádio se
adaptou ao mercado atual, mas continua mantendo suas características básicas. Segundo ele, mesmo com a globalização, o rádio continua sendo um
veículo ágil, versátil e de prestação de serviço. "Apesar de concorrer com a TV, canais a cabo e Internet, ele é o único meio que permite um canal
de aproximação direta com o ouvinte. Por isso, a magia do rádio nunca vai morrer".
Comercial - Atualmente, Santos tem 16 rádios comerciais, entre AM e FM. Contudo, o
radialista Luiz Carlos Bezerra afirma que este número pode ser maior, já que nos últimos anos surgiram emissoras comunitárias e evangélicas. O tema
está sendo abordado no trabalho de mestrado do jornalista, que analisa a invasão das rádios evangélicas na Cidade.
EQUIPAMENTOS - Dos vitrolões do passado, o rádio atual conta com equipamentos modernos que
permitem agilizar e melhorar a qualidade do som, como o Instant Replay
Foto de Nando Santos, publicada com a matéria
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