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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Cassino Recreio Miramar
Inaugurado em 12 de janeiro de 1896, o Cassino Recreio Miramar funcionou na praia do Boqueirão, no final da Avenida Conselheiro Nébias, até 1940, quando as instalações começaram a ser demolidas:


Foto: Reprodução da História de Santos/Poliantéia Santista
de Francisco Martins dos Santos e Fernando Martins Lichti, 1986

Relata o livro História do Carnaval Santista, de Bandeira Júnior (ed. A Tribuna, Santos/SP, 1974):

Recreativo Miramar
Em 12 de janeiro de 1896, foi inaugurado o Recreio Miramar, na Praia do Boqueirão, pela Companhia Viação paulista, através do gerente da filial santista, sr. Constantino Janacopolus.

No seu primeiro carnaval, o Miramar não teve muita afluência, porque o povo estava acostumado às folias do centro urbano e não mudaria, repentinamente, para outros locais. Porém, no ano seguinte (1897), as batalhas a confetti, nas alamedas do Miramar, começaram em 1º de janeiro e prolongaram-se até a terça-feira gorda, atraindo moças e rapazes das melhores famílias da orla praiana.

Daí em diante, o Palácio Dourado do Boqueirão teria sempre papel de relevo, nas festas momísticas, até sua demolição, em 1940.

No carnaval afluíam verdadeiras multidões, que lotavam o jardim, o rinque de patinação, o music hall (lado da praia), e posteriormente o salão do cassino (ou cabaret como diziam antigamente) e a platéia do seu cine-teatro (entrada pela Av. Conselheiro Nébias). Nessas dependências, ocorriam renhidas batalhas de confete e lança-perfume, animados concertos musicais (pelas bandas da Sociedade Humanitária, da Colonial Portuguesa, do Inst. D. Escolástica Rosa e outras), disputados concursos de fantasias, concorridas matinées infantis e bals masqués, que eram acontecimentos de realce na vida mundana de Santos e da Capital. Até corso automobilístico o Miramar organizou em suas dependências!

"O Maior Centro de Diversões da América do Sul", que ocupava a quadra, onde estão hoje os edifícios São Domingos, Jangada, Caiçara e outros, encerrou com chave de ouro sua movimentada incursão no reino da Folia, em 1939, quando o glorioso Santos Football Club promoveu dois grandes bailes no salão do antigo cassino, onde imenso lustre, em rotação, espalhava pelo ambiente miríades de estrelas candentes.


Grupo de foliões nos salões do Miramar, em 1914
Foto: Reprodução da História do Carnaval Santista, de Bandeira Júnior, 1974

O complexo, em um cartão postal circulado por volta de 1928:


Foto enviada a Novo Milênio por Ary O. Céllio, de Santos/SP

A mesma imagem, com outra colorização, em cartão postal dessa época:


Imagem: cartão no acervo de Laire José Giraud. Publicada na rede social Facebook em 3/9/2014

Este cartão-postal, considerado bastante raro, mostra o complexo Miramar, em toda a quadra da praia do Boqueirão, entre a Av. Conselheiro Nébias e Rua Osvaldo Cruz, nos anos de 1930. Ali havia hotel, cinema, teatro ao ar livre, um complexo turístico de dar inveja aos dias de hoje. Do outro lado da rua, no canto esquerdo, aparece parte da chácara que pertenceu a Júlio Conceição e que deu origem ao atual Orquidário, com a transferência de seu acervo:


Foto: Acervo José Carlos Silvares/Santos Ontem

Na foto abaixo, o Miramar à noite, notando-se as primeiras torres transmissoras de ondas hertzianas do Litoral Paulista, usadas pela antiga Rádio Clube de Santos, criada em dezembro de 1924 e ali inaugurada em 4 de abril de 1925:


Foto: Almanaque da Baixada Santista - 1973, ed. Indicador Turístico de Santos, Santos/SP, 1973

O cine Miramar em 1938 (ano em que foi lançado o filme "Bloqueio" - em inglês "Blokade"), em clichê fotográfico do jornal santista A Tribuna, publicado em 26 de janeiro de 1939. 1938 é o ano da inauguração desse cinema de 1.028 lugares, pela Empresa Santista de Cinemas, no final da Avenida Conselheiro Nébias:


Foto: jornal santista A Tribuna, em 26/1/1939

Cartão postal promocional do Miramar, na década de 1920, impresso pela Companhia Litographica Ypiranga, da capital paulista:


Imagem: acervo do cartofilista Laire José Giraud, na rede social Facebook (acesso: 13/7/2013)

O complexo turístico, reinaugurado em junho de 1923, com hotel, cinema, teatro ao ar livre, marcou sua época na Cidade. Comenta a respeito o jornalista José Carlos Silvares: "No dia da reinauguração choveu muito, fato que motivou seu famoso slogan, 'Indo a Santos vá ao Miramar, ainda mesmo que chova'. Note a beleza da construção e os detalhes arquitetônicos. A fachada ficava de frente para a Av. Conselheiro Nébias. Do outro lado ficava uma chácara conhecida como Parque Indígena, que pertenceu ao médico Júlio Conceição e que deu origem ao atual Orquidário, com a transferência de seu acervo":


Imagem: acervo do jornalista José Carlos Silvares, na rede social Facebook (acesso: 26/8/2013)

Em novembro de 1906, era enviado para Lima/Peru este cartão postal, mostrando o Miramar de um ângulo incomum, desde a areia da praia:


Imagem: cartão postal no acervo de Eduardo Fernandes, enviado a Novo Milênio em 12/2/2015

Alguns pormenores dessa imagem:


Imagens: cartão postal no acervo de Eduardo Fernandes, enviado a Novo Milênio em 12/2/2015

 

Um cartaz do Miramar em sua fase áurea:

 


Imagem: acervo do cartofilista Laire José Giraud, na rede social Facebook (acesso: 17/9/2016)

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