Rua do Campo, depois Campo da Misericórdia por nele situar-se o Hospital da Santa Casa da Misericórdia, mais tarde passou a chamar-se Largo da Misericórdia. E ainda depois, Largo da Coroação, que refletiu homenagem ao imperador d. Pedro II e à imperatriz Teresa Cristina, por sua cerimônia de coroação. 

Pois o Chafariz da Coroação ficava no centro do Largo da Coroação e era o maior da Cidade, provindo sua água da Fonte do Itororó.

A inauguração desse chafariz - inauguração oficial - foi muito festiva. Festiva e solene, pois prestigiada pela presença do imperador d. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina. Foi às primeiras horas da noite do dia 18 de setembro de 1846 (...). Houve música. Foguetes. Risos. Alegria. Entusiasmo. Respeito.

D. Pedro II, sorridente, subiu a escadaria e com copo especial abriu a torneira para servir-se da água. Foi, porém, surpreendido. Ao invés da água, jorrou vinho, e do bom, por arte de um cidadão português, Silva Braga, que, desse modo, quis homenagear o Soberano.

Muitos aplausos. d. Pedro II, muito liberal e generoso, abraçou o "milagroso", enquanto também recebia os mais afetuosos cumprimentos das autoridades.

Todavia, outra agradável surpresa estava reservada ao monarca. Já encerrada a cerimônia, dele se aproximou um garoto que, em voz alta, recitou:

Atirei um limão n'água
De tão maduro foi ao fundo
Todos os peixes gritaram:
Viva D. Pedro Segundo!

Para acorrer às despesas da construção do chafariz, o próprio d. Pedro II entregou determinada importância ao presidente da Câmara Municipal.

Convidada para a cerimônia, a Marquesa de Santos, que tivera romance com d. Pedro I, desculpou-se por não poder comparecer, agradeceu o ato das autoridades municipais e encaminhou contribuição pessoal à Câmara.

O Largo da Coroação passou a denominar-se Praça Mauá, por iniciativa do vereador Guilherme Alves Souto, na sessão da Câmara Municipal de 6 de outubro de 1887.

Como se sabe, o logradouro chama-se hoje Praça Visconde de Mauá.