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Jabaquara (4)
Matéria publicada no Diário Oficial de Santos de 9 de agosto de 2005,
página 4:
Jabaquara: um século de história
O bairro, que faz aniversário amanhã, abrigou o
segundo maior quilombo do país
A maior parte das
moradias do centenário bairro do Jabaquara - que faz aniversário amanhã - está concentrada nos fundos da Avenida Rangel Pestana. Mas o bairro
não se resume a este canto. Ele faz divisa com a Vila Mathias, com a Vila Belmiro e o
Marapé, estendendo-se até o Túnel Rubens Ferreira Martins. Ficam no Jabaquara a
Santa Casa, o Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa santista, e o Centro de Treinamento (CT) Rei
Pelé, do Santos Futebol Clube .
E justo nesta área, conhecida no século XIX como Sítio Jabaquara, surgiu o segundo maior quilombo da história do Brasil
- fundado em 1882 para abrigar escravos fugitivos das fazendas de café, muitos deles livres, mas sem destino ou emprego. Eles vinham do Interior
e se propunham a descer a serra a pé para morar no reduto abolicionista de Quintino de Lacerda.
Passado glorioso - O próprio nome do bairro, Jabaquara, seria a prova desse passado glorioso: jabá significa fujão e guára,
abrigo, refúgio, paradeiro. Pela sua importância no movimento abolicionista, o local é citado nas poesias de Castro Alves
e Vicente de Carvalho, como a Canaã dos Cativos, em alusão à bíblica Terra Prometida. Em 13 de maio
deste ano a Prefeitura descerrou placa na Rua Celso da Cunha Alves com a Rua Gastão Vidigal, indicando a entrada
principal do quilombo e homenageando a memória do major Quintino.
Tipicamente residencial, o bairro,
incluindo o Morro do Jabaquara, abriga quase cinco mil moradores
Foto: José Herrera, publicada com a
matéria
Infra-estrutura
O Jabaquara recebe, freqüentemente, atenção da Prefeitura. Neste primeiro
semestre, a Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp) executou novo sistema de drenagem na Rua José Lessa Luz, visando garantir a
segurança dos moradores do morro. As chuvas do verão haviam destruído parte da escadaria e criado uma cratera de dois metros de profundidade.
Este ano, o Jabaquara passou a sediar núcleo da Associação de Equoterapia de Santos, que utiliza o cavalo no tratamento de 55 jovens e crianças
com comprometimentos físicos e mentais. O programa, que funciona no Horto Portuário do Jabaquara (Rua Francisco Manoel s/n°), tem parceria com a
Prefeitura.
O bairro possui ainda policlínica - reformada recentemente -, a Creche Candinha Ribeiro de Mendonça (Rua Manoel Nascimento Júnior, 56), o Centro
de Formação do Apostulado de Santos (Cefas), a Paróquia Jesus Crucificado, os campos de futebol do Santa Isabel e da Eletropaulo, além da Escola
Pequeno Príncipe e da Associação de País Pró-Centro de Recuperação dos Excepcionais (Cerex).
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História viva |
Tipicamente residencial, o bairro, incluindo o Morro do Jabaquara, abriga
quase cinco mil moradores. Gente que tem orgulho da importância histórica do lugar, dos chalés de madeira da bucólica Vila Carla e da Rua Engenheiro
José Garcia. Moradores como Carlos Roberto Augusto da Silva, 46. "Eu nasci aqui e acho o bairro muito bom, muito sossegado", ressalta, enquanto
varre a calçada, sugerindo algumas melhorias, como área de lazer.
O mecânico Antônio Augusto, 58, que cria cerca de 35 canários na oficina do tio, diz que o Jabaquara é um bairro à moda antiga, mas com excelente
infra-estrutura. "Aqui tem muita condução e ao mesmo tempo uma tranqüilidade", garante.
Para comemorar os 100 anos do bairro, a Sociedade de Melhoramentos, em parceria com a Prefeitura, montará no sábado, Rua de Lazer, na Rua Engenheiro
José Garcia. Das 13 às 18 horas, haverá jogos e muitas brincadeiras para a criançada. |
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