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HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE - BIBLIOTECA NM
1532+460 anos de S. Vicente (J)

Um álbum comemorativo mostra aspectos da cidade que muitos vicentinos desconhecem. Outros, já mudaram bastante desde então, ou viraram história

Ao longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Em 1992, comemorando os 460 anos da chegada de Martim Afonso, que oficializou o nome São Vicente, foi publicado o livro São Vicente - 1532-1992, com pesquisa e texto da jornalista Noemi Francesca de Macedo, editora do jornal Espaço Aberto), tendo projeto gráfico e editorial da EF Editora Ltda., fotos e reproduções de José Dias, arquivo do jornal Espaço Aberto, edição da Poliantéia Vicentina e arquivo pessoal de Santo Bordinhon. A capa, criada por Maurício Menezes, teve ilustração de Eduardo Jardim. A revisão foi feita por Exceção Assessoria de Texto S/C Ltda., enquanto Impressão, Fotolito e Acabamento foram providenciados por Maynard & Poladian Associados Gráfica e Editora Ltda., de S. Paulo. A obra de 103 páginas teve apoio cultural de Carrefour Comércio e Indústria S/A e chega agora pela primeira vez ao meio digital, em Novo Milênio (páginas 46 a 48):

 

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Noemi Francesca de Macedo

1929: no velho prédio da Câmara nasce o Mercado Municipal

Quase totalmente demolido em 1917, o prédio que servira de sede à Câmara Municipal, na Praça João Pessoa, ficou abandonado durante algum tempo. A inauguração do Mercado Municipal naquele local aconteceu somente em 14 de julho de 1929.

Na entrada principal do prédio, encontra-se ainda uma placa que testemunha o esforço para a construção daquele imóvel. Na placa, os dizeres: "Este edifício, agora concluído, teve a contribuição de vinte contos de réis da Cia. Santista de Crédito Predial", a data da placa, 14 de julho d e1929, e o nome do prefeito da época, José Meireles.

Até a construção do Mercado Municipal, o abastecimento de gêneros alimentícios à população era feito por vendedores ambulantes e uns poucos estabelecimentos. Os pescadores vendiam nas portas das casas o que pescavam. As frutas, também vendidas de porta em porta, eram levadas pelos comerciantes em balaios.

Os comerciantes, proprietários de cabras e vacas leiteiras, levavam seus animais aos bandos pelas ruas, onde eram ordenhadas. Aves, como patos, galinhas e até pequenos animais, a exemplo dos porcos, também eram vendidos nas portas das casas, onde eram abatidos.

Desde o final do século XIX, a população, principalmente as pessoas mais relacionadas aos governantes, solicitavam a construção de um mercado que só foi construído em 1929, junto a um pátio que servia de peixaria. Naquele tempo, a Praça João Pessoa chamava-se Largo Santo Antonio. O imóvel sofreu algumas alterações com o passar dos anos, visando a sua ampliação.

Através dos boxes, o mercado funciona com peixarias, quitandas, mercearia, bombonière, floricultura, açougue, bar e avícola. Até o início da década de 60, o Mercado Municipal foi o maior polo de abastecimento para os moradores de São Vicente, uma vez que o comércio nos bairros era restrito a pequenos estabelecimentos.

Inaugurado em 1929, o Mercado Municipal foi o centro de abastecimento da cidade

Imagem: reprodução da página 47 da publicação (cor acrescentada por Novo Milênio)

Na Praça João Pessoa encontra-se a Igreja Matriz de São Vicente Mártir, símbolo da fé do povo vicentino. Há dúvidas se, em 1757, ela foi reconstruída após maremoto ou se realmente foi erguida uma nova edificação. Há muitas dúvidas, inclusive, quanto à invocação de Matriz de São Vicente Mártir. O que se sabe ao certo é que ela passou por muitas reformas.

A primeira igreja erguida em São Vicente por Martim Afonso de Souza, auxiliado pelo padre Gonçalo Monteiro, tinha o nome de Nossa Senhora da Assumpção. Ficava junto ao sítio onde se verificou a fundação oficial da Vila de São Vicente, no trecho compreendido entre o Morro dos Barbosas, a Biquinha e a Praia de São Vicente (Gonzaguinha).

Foi destruída por um maremoto em 1542. Depois foram erguidas duas igrejas: a de Santo Antonio (também destruída) e outra, a de Nossa Senhora da Praia que, segundo alguns historiadores, foi construída no mesmo local onde hoje se encontra a Igreja Matriz.

O interior da Matriz é belíssimo, com imagens muito antigas, algumas datadas de 1560. Numa área elevada da Praça João Pessoa, a Igreja parece dominar todos os demais componentes do cenário.