Padre Paulo diz que sempre desejou ser pároco de São Vicente
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CAMINHANDO
Padre Paulo: aposentado, não parado
Fora da paróquia há 13 anos, ele faz trabalho religioso em uma capela no
Catiapoã
Aos 79 anos de idade, "bem vividos e bem sofridos",
Paulo Maria Horneaux de Moura, o Padre Paulo, como todos de São Vicente e de cidades vizinhas o conhecem, vive em um modesto apartamento de três
cômodos, no Centro de São Vicente, tendo como companhia os livros e os santos. Aposentou-se mas não parou. Realiza trabalho religioso numa capela no
Catiapoã.
Ao receber A Tribuna para uma entrevista, em uma manhã ensolarada de
sexta-feira, ele logo disse: "Fiz questão que viessem à minha casa para que, se um dia alguém falar que o Padre Paulo tinha dinheiro, vocês sabem
que é mentira". Dinheiro, realmente, o padre não tem. Mas de que ele é rico, todos podem ter certeza.
A riqueza de Padre Paulo não é mensurável. Mente rápida e inteligente, em menos de
cinco minutos de conversa ele conquista "católicos e ortodoxos". E nem precisa falar de religião.
Filho de Paulo Horneaux de Moura e Antonieta Lepetina de Moura, irmão de Clélia
(falecida) e Célia, Paulo nasceu em São Vicente, no dia 15 de dezembro de 1925.
Após terminar o ginásio (hoje Ensino Médio) no Colégio do Estado, atualmente
Colégio Canadá, em Santos, o caçula da família Horneaux fez o Curso de Sacerdote e Filosofia, no Seminário
Central do Ipiranga, em São Paulo.
Depois, seguiu os estudos na Universidade Católica de São Paulo, onde se formou em
Teologia e Ciências Religiosas e Eclesiásticas, aos 27 anos. Padre Paulo passou por diversas paróquias, em várias cidades, trabalhou em rádios,
ministrou aulas em cursos de Direito de faculdades de Santos e fez cursos de pós-graduação.
ALERTA |
"Paróquia onde não há amor fraterno
eu considero uma pequena sucursal do inferno"
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Paulo Horneaux de Moura
Ex-pároco de São Vicente
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Ministério - "Sempre desejei ser pároco de São Vicente", lembra Padre Paulo.
Ele estava na paróquia de São Benedito, em Santos, quando finalmente foi chamado para atuar na terra natal.
Foi
também nessa época que conheceu os "primeiros passos da renovação carismática". Há 13 anos, deixou a paróquia, por motivo de aposentadoria.
Apesar de aposentado, ele não parou. Atualmente, realiza trabalho religioso na Capela
Nossa Senhora de Fátima, no Catiapoã, às sextas-feiras e aos domingos.
Quem freqüenta o local diz que as missas costumam lotar e os que chegam um pouco mais
tarde ficam do lado de fora. No Hospital São José, Padre Paulo também faz missas às terças e quintas-feiras e aos sábados, às 16 horas.
"Talvez não tenha deixado obras materiais", afirma. "Embora o prédio do imóvel ao lado
da igreja, na Rua Ana Pimentel, tenha sido adquirido na minha gestão", destaca.
"A maior obra que deixei em São Vicente foi o início da Renovação Carismática Católica
e os princípios gerais da Teologia do Amor Fraterno, que é a página mais importante do Evangelho de São João e de todas as manifestações evangélicas
do Novo Testamento", ressalta Padre Paulo.
"Para mim, a teologia do Amor é a maior página que nós podemos colocar no coração do
povo. Paróquia onde não há amor fraterno eu considero uma pequena sucursal do inferno. São Paulo dizia 'vós sois o templo vivo do Espírito Santo'.
Foi isso que procurei deixar na Paróquia de São Vicente: templos vivos". |