Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/poli1906.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 10/28/19 12:59:31
Clique na imagem para voltar à página principal

HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - OS DIRIGENTES
Carlos Augusto de Vasconcellos Tavares

De 7/1/1906 a 18/9/1907
De 15/1/1908 a 29/7/1910

Primeiro prefeito eleito de Santos, Carlos Augusto de Vasconcellos Tavares virou nome de rua e por isso um resumo biográfico foi feito pelo falecido jornalista Olao Rodrigues, na publicação Veja Santos! (2ª edição, 1975, Santos/SP):


Vasconcelos Tavares
Foto: bico-de-pena de Ulisses Veneziano, publicado com a matéria

Carlos Augusto de Vasconcelos Tavares nasceu no Rio de Janeiro a 3 de agosto de 1842 e veio ainda moço para São Paulo, radicando-se em Itu, onde comandou o destacamento local no posto de alferes e lá também exerceu o cargo de delegado de Polícia. Transferindo-se para Santos em 1892, estabeleceu-se com firma atacadista que girou sob a razão social de Araújo, Tavares & Cia., instalada na Rua do Sal, atual Rua José Ricardo.

Juiz seccional substituto, membro da Guarda Nacional - onde alcançou o posto de coronel -, foi também coronel honorário do Exército por serviços prestados durante a Guerra do Paraguai (N.E. - de 1864 a 1870). Em 1904, foi eleito vereador, tomando posse a 5 de janeiro do ano seguinte; nomeado em 1906 intendente municipal com a renúncia do cap. Joaquim Mariano de Campos Moura, governou o Município durante seis anos.

Candidatando-se ao cargo de prefeito municipal - que, pela primeira vez, se instituía em Santos, viu-se comodamente eleito e administrou o Município até 29 de julho de 1910, quando renunciou ao cargo por motivo de saúde. Durante o tempo em que foi prefeito, e mesmo como intendente, recebeu o cognome de "Pereira Passos de Santos", pois empreendeu verdadeiramente extraordinária obra urbano-social (N.E.: o engenheiro Francisco Pereira Passos foi prefeito do Rio de Janeiro de 1902 a 1906, período em que se destacou pela reforma urbana da cidade do Rio de Janeiro, que ficou conhecida como "O Bota-Abaixo". Também participou da construção da ferrovia S. Paulo Railway, em 1867).

Foi ainda um dos fundadores e coadjuvadores do Asilo de Mendicidade, atual Asilo de Inválidos (N. E.: mais recentemente transformado em Casa do Sol), irmão benfeitor da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia e dedicado colaborador do Asilo de Órfãos, hoje Associação Casa da Criança. Esse grande homem público, que prestou a Santos os melhores serviços, faleceu a 17 de março de 1913, deixando distinta descendência.


Lei nº 226, de 25 de julho de 1906, declarou de utilidade pública o prédio nº 3 da Rua Amador Bueno, necessário à abertura "do beco a partir do largo Moreira César", em consonância com o projeto de lei aprovado em 1ª discussão na sessão da Câmara Municipal de 18 de julho de 1906 e, em segunda e final discussão, na sessão realizada a 25 de julho do mesmo ano, ambas presididas pelo cel. Francisco Correia de Almeida Morais.

Na sessão ordinária da Câmara Municipal realizada a 24 de abril de 1907, sob a presidência do sr. Francisco Correia de Almeida Morais, o vereador dr. Heitor Guedes Coelho apresentou a seguinte indicação: "Indico que a rua em abertura entre o Largo do Rosário e a Rua Amador Bueno, para cujo fim foi adquirida a casa de residência do dr. promotor público da Comarca, seja denominada Rua Vasconcelos Tavares".

O vereador dr. Sales Braga justificou seu voto contrário à propositura, por tratar-se o homenageado de pessoa viva.

Designada na Planta sob nº 27, foi considerada oficial pela lei nº 647, de 16 de fevereiro de 1920, promulgada pelo prefeito municipal, coronel Joaquim Montenegro.

Pela lei nº 962, de 28 de junho de 1948, sancionada pelo prefeito municipal, sr. Rubens Ferreira Martins, foi autorizada a trasladação da venerável Ordem 3ª do Carmo para o Cemitério do Paquetá, em área própria da Municipalidade, perpetuada a respectiva campa, dos restos mortais do coronel Carlos Augusto de Vasconcelos Tavares.


Vasconcelos Tavares
Foto enviada a Novo Milênio pelo jornalista Sergio Willians em 28/3/2015, que a publicou também em seu perfil na rede social Facebook

 

"Coronel Carlos Augusto de Vasconcellos Tavares - ilustre prefeito"

Foto publicada na revista paulistana A Lua nº 8, de março de 1910

 

"Coronel Carlos Augusto de Vasconcellos Tavares, prefeito de Santos, em companhia do tenente-coronel J. A. de Souza Junior e coronel Francisco Amaro"

Foto publicada na revista paulistana A Lua nº 8, de março de 1910

Cerimônia de colocação da pedra fundamental da sede do Corpo de Bombeiros "Castelinho", em 9 de junho de 1907

Foto: acervo de seu bisneto Reynaldo C. Tavares, cedida a Novo Milênio em 3/11/2014

 

Detalhe da foto acima, mostrando ao centro o coronel Carlos Augusto de Vasconcellos Tavares, na primeira fila, de terno escuro e colete branco

Foto: acervo de seu bisneto Reynaldo C. Tavares, cedida a Novo Milênio em 3/11/2014

O bisneto do coronel Carlos Augusto - o radialista, professor e escritor Reynaldo C. Tavares, incluiu em seu livro Histórias que o Rádio Não Contou... (3ª edição, Ed. Paulus, 2014, páginas 85 a 89) várias reminiscências sobre seu bisavô:

[...] o coronel Carlos Augusto Vasconcelos Tavares foi juiz seccional da Vila de Santos, foi também eleito vereador na Câmara Municipal de Santos em 1904, recebeu a honraria e o título de coronel honorário do Exército por relevantes serviços prestados; e, em janeiro de 1906, foi nomeado intendente municipal. Seu mandato como intendente se estendeu até o dia 14 de dezembro de 1907, quando Santos foi elevada à condição de município, realizando sua primeira eleição direta para prefeito, surgindo assim a prefeitura municipal de Santos, independente dos demais poderes.

[...] Com a Proclamação da República, ocorrida no dia 15 de novembro de 1889, iniciava-se uma junta governativa para dirigir, provisoriamente, os destinos da cidade. Essa junta foi formada por Antônio de Lacerda Franco, Ernesto Cândido Gomes, Antônio Carlos da Silva Teles, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Walter Wright, Leão Luiz Ribeiro, José Azurém Costa Júnior, Guilherme José Souto, Henrique Porchat e Manoel Franco de Araújo Vianna.

Já em 1890, o governo do estado criava os Conselhos de Intendência, cujos membros eram escolhidos e nomeados pelo presidente da província (hoje governador) para exercer o poder municipal.

O primeiro Conselho de Intendência de Santos, nomeado por Prudente de Morais, foi assim formado: presidente, dr. José Xavier Carvalho de Mendonça; membros; Martinho Leal Ferreira, Luiz José dos Santos Dias, Francisco Emílio de Sá, Ernesto Cândido Gomes, dr. José da Silva Vergueiro, José Azurém Costa Júnior, Manoel Franco de Araújo Vianna e Cassiano Jardim.

O Conselho de Intendência era renovado a cada dois anos. Assim, em 1892 [...], surgiu a primeira legislatura eleita pelo povo, marcada por uma onda de renúncias entre 1893 e 1894, culminando na cassação da Constituição de 1894 pelos próprios vereadores.

Após a cassação, a promissora Santos, republicana politicamente, viveu um retrocesso, retornando ao antigo regime no qual o intendente, figura executiva equivalente a prefeito, na época, era eleito pelos próprios vereadores.

Da segunda Legislatura eleita que assumiu os destinos da cidade, em 7 de janeiro de 1896, por ordem cronológica, foram eleitos os seguintes intendentes:

07/01/1896 a 07/04/1896 - Dr. Jacob Itapura de Miranda

07/04/1896 a 09/07/1897 - Cel. Narciso de Andrade

09/07/1897 a 04/05/1898 - Antônio Malheiros Júnior

04/05/1898 a 07/01/1899 - Cel. Joaquim Montenegro

07/01/1899 a 10/06/1899 - Cel. José Moreira de Sampaio

10/06/1899 a 07/01/1902 - Cap. Adolfo Vaz Guimarães

07/01/1902 a 07/01/1904 - Dr. Francisco Malta Cardoso

07/01/1904 a 07/01/1905 - Dr. Manoel Galeão Carvalhal

07/01/1905 a 31/05/1905 - Dr. João Galeão Carvalhal

31/01/1905 a 07/01/1906 - Cap. Joaquim Mariano de Campos (N.E.: 31/05/1905)

07/01/1906 a 15/01/1908 - Cel. Carlos Augusto Vasconcelos Tavares

[...] meu bisavô Carlos Augusto Vasconcelos Tavares nasceu no Rio de Janeiro no dia 3 de agosto de 1842, e veio ainda muito jovem para São Paulo, em companhia de sua esposa, Rosalina de Menezes Tavares, radicando-se inicialmente na cidade de Itu, interior de São Paulo, onde comandou o destacamento local, no posto de alferes, e lá também exerceu o cargo de delegado de polícia, além da sua atividade comercial ligada ao café.

Em 1892, transferiu-se para Santos, estabelecendo-se com uma empresa atacadista que girou sob a razão social de Araújo, Tavares & Cia., instalada à Rua do Sal, atual Rua José Ricardo, fixando residência com a esposa e filhos inicialmente na Vila Mathias e posteriormente na praia do José Menino. Tiveram seis filhos, cinco homens, Carlos de Menezes Tavares, funcionário público municipal e vereador em São Vicente; João de Menezes Tavares, advogado criminalista; Otacílio de Menezes Tavares, dentista; Alfredo de Menezes Tavares, comerciante; Izolino de Menezes Tavares, dentista; e uma mulher, Edith de Menezes Tavares.

Foi juiz seccional substituto, coronel da Guarda Nacional e também coronel honorário do Exército por relevantes serviços prestados durante a Guerra do Paraguai.

Em 1904, foi eleito vereador na Câmara Municipal de Santos e, dois anos após, em janeiro de 1906, nomeado intendente municipal, tendo governado o município até a criação da Lei Estadual n. 1.103, de 26 de novembro de 1904 (N. E: 26/11/1907), regulamentada pelo decreto n. 1.537, de 03 de dezembro de 1907. O cenário político de Santos tomou novos rumos, obrigando a realização de eleições diretas pelo voto popular para o cargo de prefeito.

No dia 14 de dezembro de 1907, a cidade, elevada à condição de município, realizou a sua primeira eleição direta para prefeito, surgindo assim a Prefeitura Municipal de Santos, independente dos demais poderes, sendo seu primeiro mandatário o coronel Carlos Augusto Vasconcelos Tavares, após uma acirrada e renhida batalha eleitoral. Apenas como ironia, ele foi o último intendente e o primeiro prefeito a ser eleito pelo voto popular.

Tanto como intendente quanto como prefeito eleito pelo voto popular, foi de sua iniciativa a abertura dos canais que até os dias de hoje servem como condutores dos esgotos (N. E.: a função primordial é a drenagem e condução de águas pluviais, sendo irregulares eventuais ligações do sistema de esgotamento sanitário aos canais), antecipando assim o saneamento básico da cidade, além da preocupação permanentemente com o desenvolvimento urbano-social. Foi ainda um dos fundadores e colaboradores do Asilo de Mendicidade - Asilo dos Inválidos, atual Casa do Sol. Dedicado colaborador do Asilo de Órfãos, hoje Associação Casa da Criança, e benemérito benfeitor da Santa Casa de Misericórdia de Santos.

Entre as realizações do coronel Carlos Augusto Vasconcelos Tavares, como primeiro mandatário do município, destacamos a construção e implantação da sede do corpo de bombeiros à Praça Mauro Batista de Miranda, junto à Rua Bittencourt e à Avenida Senador Feijó, alojando a corporação criada para salvar vidas em diferentes circunstâncias, isso mesmo antes de ter sido eleito prefeito. No final do seu mandato como intendente, em 9 de junho de 1907, sob sua inspiração, coube ao engenheiro Francisco Saturnino de Brito lançar a primeira pá de cimento simbolizando o início da construção do edifício que abrigaria a corporação. O prédio, em estilo eclético, foi projetado pelo engenheiro e arquiteto Maximiliano Emílio Hehl, o mesmo que projetou a Catedral de Santos.

Vasconcelos Tavares dono de uma visão futurista para a construção dessa obra, optou por um projeto de estrutura arquitetônica avançada para a época, nos dias de hoje atualíssima, servindo de modelo a outros estados, como em Salvador, na Bahia, onde a sede do corpo de bombeiros é exatamente idêntica à criada na gestão desse prefeito e data de 1917.

A partir de agosto de 2011, a sede do glorioso corpo de bombeiros de Santos, iniciativa do cel. Carlos Augusto Vasconcelos Tavares e apelidada de "Castelinho" pela população santista, transformou-se para abrigar a Câmara Municipal de Santos, sofrendo algumas reformas e incorporações, mas preservando sua arquitetura original. Atualmente, funciona lá o Legislativo Santista.

Na parte urbanística da cidade, o coronel Vasconcelos Tavares remodelou completamente a orla marítima, realizando obras de iluminação pública desde a antiga Rua Taylor até a divisa de São Vicente, indo até a Ponta da Praia. Na sua gestão, deu início às obras do monumento a Braz Cubas.

A Rua Vasconcelos Tavares, no centro da cidade, ligando a Praça Rui Barbosa, antigo Largo do Rosário, e a Rua Amador Bueno, foi aberta entre 1906 e 1907, local da residência do senhor promotor público da Comarca. O nome indicado pelo vereador dr. Heitor Guedes, em homenagem ao coronel prefeito, não pôde ser homologado, uma vez que a lei não permitia que figuras vivas recebessem nomes de ruas, praças ou logradouros públicos, conforme voto contrário do vereador dr. Sales Braga. Foi somente em 1920, pela lei n. 647, de 16 de fevereiro, sancionada pelo prefeito municipal de então, coronel Joaquim Montenegro, que a homenagem foi concretizada.

O coronel Carlos Augusto Vasconcelos Tavares, antes mesmo do término do seu mandato, em 1911, foi forçado a renunciar, em 29 de julho de 1910, por problemas de saúde, vitimado pela "gota" que o levou a óbito em 17 de março de 1913, aos 71 anos de idade, na cidade de Itu, onde estava em tratamento de saúde. Seu corpo foi transladado para Santos, onde foi sepultado. Em seu lugar assumiu Belmiro Ribeiro de Moraes e Silva, que governou até 15 de janeiro de 1914.[...]

Pá que simbolizou o início da construção do Corpo de Bombeiros, em 1907

Foto: acervo de Reynaldo C. Tavares, publicada por ele em seu livro Histórias que o Rádio Não Contou... (3ª edição, Ed. Paulus, 2014, página 88)

O sepultamento de Vasconcellos Tavares foi assim registrado pelo jornal santista A Tribuna, na página 3 da edição de 19 de março de 1913 (ortografia atualizada nesta transcrição):

Coronel Vasconcellos Tavares

Chegada do féretro à Estação da Inglesa - O trajeto da Inglesa até o Convento do Carmo - No Convento do Carmo - Saimento fúnebre - No cemitério do Paquetá - Outras notas


Imagem: reprodução parcial da matéria original

Como é natural, causou a mais dolorosa impressão o falecimento do coronel Carlos Augusto de Vasconcellos Tavares, ex-prefeito municipal, a quem Santos deve numerosos e inestimáveis serviços.

Assim, logo pela manhã, foi hasteada a nossa bandeira em funeral em todas as repartições municipais.

Os funerais do saudoso extinto foram uma verdadeira consagração e a prova inconcussa de quanto era ele estimado e admirado pela nossa população.

Pela circunstanciada notícia, acompanhada de alguns clichês, terão os leitores a prova do quanto foi tocante e significativa a derradeira homenagem do povo santista ao seu ex-prefeito.

Na gare da Inglesa - Quando, ao meio-dia, chegamos à gare da estação da Inglesa, era já enorme o número de pessoas que ali se achavam aguardando a chegada do corpo do coronel Vasconcellos Tavares, de entre as quais pudemos tomar nota das seguintes:

José Bernardes de Oliveira, Armando Tourinho, capitão João Salermo, diretor da secretaria da Câmara Municipal; dr. Américo de Campos Moura, Francisco Cruz, fiscal da Câmara; Manuel João Alves, Manuel Pinto Gonçalves, Anthero Carvalhal, capitão Gustavo Sulzer e alferes Antonio João Maurício, Innocencio da Costa Cruz e Marcellino da Costa Cruz, respectivamente comandante e oficiais do Corpo de Bombeiros; Sebastião Gonçalves Leite, amanuense da Câmara; capitão Amando Stockler, diretor geral da Prefeitura; Oswaldo Cochrane, vereador; Benedicto Silva, Antenor Rosas, Elias Pereira Mendes, Álvaro Pinto da SIlva Novaes, dr. Maurílio Porto, Geraldino Silva, Bustamante Sá, comissão de alunos da Escola de Comércio "José Bonifácio", composta dos alunos Geraldo Maestre Alvarez, Nelson Espíndola Lobato, Amando Stockler Júnior, Hugo José Sportelli, Newton Burlamaqui de Andrade e Enéas Alcover; dr. Manuel Carvalhal, Manuel Pedro Cunha, professor da Escola de Aprendizes Marinheiros; dr. Estácio Corrêa, coronel Gil Alves de Araújo, vereador municipal; Carlos Pinheiro, vice-prefeito em exercício; A. S. Azevedo Júnior, presidente do diretório do Partido Municipal; Luiz Ayres da Gama Bastos, vereador municipal; coronel Francisco de Souza, Marcílio Fontes, Evaristo Negrão, Pedro Cunha, tesoureiro da Câmara; Augusto Martins Moreira, Romão Peres Fernandes, Leopoldo Braz de Souza, Manuel Eduardo do Amaral, Apulchro Ferreira, Ignácio Mariano de Azevedo Marques, dr. Antenor de Campos Moura, Antonio Valeriano, Henrique Selléra, Luiz Coelho, Carlos de Menezes, Benedicto de Sant'Anna Filho, dr. Nilo Costa, Manuel do Nascimento Júnior, diretor desta folha; Benedicto Pinheiro, vereador; capitão-tenente revdmo. padre Gastão de Moraes, padre Sérgio Gonçalves, Delphino Stockler de Lima, inspetor da Instrução; Manuel Joaquim Corrêa, pelo Real Centro Português; Gastão Veridiano, Alfredo, Joaquim, Octacilio, Zulmiro e João de Vasconcellos Tavares, dr. João Carvalhal Filho, Antonio Martins de Oliveira, Guilherme Carneiro Bastos e diversos representantes da imprensa local.

Chegada do corpo à estação - O corpo do saudoso ex-prefeito chegou à estação da Inglesa às 12 e 25 da tarde, em carro especial, tendo sido acompanhado por diversas pessoas da sua família e por grande número de admiradores e amigos.

O trajeto da Inglesa até o Convento do Carmo - O caixão foi transportado até o coche funerário pelos srs. A. S. Azevedo Júnior, presidente do diretório do Partido Municipal; vereadores Oswaldo Cochrane, Luiz Ayres da Gama Bastos e coronel Gil Alves de Araújo, Álvaro Pinto da Silva Novaes e dr. João Tavares.

O cortejo fúnebre pôs-se em movimento obedecendo ao seguinte itinerário até a igreja do Convento do Carmo: Largo Monte Alegre, ruas de Santo Antonio e 15 de Novembro e Praça Telles.

No Convento do Carmo - À entrada da igreja foi o corpo encomendado pelo reverendo frei Affonso e conduzido até ao catafalco armado ao centro do templo, pelos srs. Adelino Corrêa da Costa, Joaquim Fernandes Pacheco, Luiz França dos Santos, Antonio Lapetina, João Thomaz Coelho e Seraphim José Fernandes, irmãos da Ordem Terceira do Carmo.

As coroas - Nessa ocasião notamos na igreja as seguintes coroas, colocadas em volta do catafalco:

Ao bom sogro, pai e avô - recordações eternas de Octavio, Edith e Netinho; Homenagem de seus compadres João e Carolina Emmerich; Eternas saudades de seu filho Carlos, nora e netos; Ao coronel Carlos A. Vasconcellos Tavares - homenagem dos funcionários municipais; Ao papai, o coração de seu filho Zico; Ao amigo coronel Tavares - recordações sinceras de Manuel J. Tavares e família; Saudades de seu compadre Manuel Leonardo; Ao coronel Tavares - homenagem do Partido Municipal; Saudades e gratidão do seu filho Jóca; Homenagem da casa Araújo Tavares & Cª.; Ao coronel Carlos A. Vasconcellos Tavares - a Câmara Municipal de Santos; O Corpo de Bombeiros, ao seu ex-chefe coronel Carlos V. Tavares; Último adeus de seus filhos Alfredo, Octacilio e Chiquinho; Saudades eternas de sua esposa; Ao coronel Carlos V. Tavares - Ao bom compadre Tavares - saudades de Luiz França e família; a Annunciadora; Saudade de José A. Martins e família.

Na câmara ardente - Velando o corpo do extinto ficaram, na igreja do convento do Carmo, a viúva e filhos, além de grande número de pessoas.

Sob o comando do alferes Marcellino da Costa Cruz, ficaram montando guarda na câmara ardente os primeiros-sargentos do Corpo de Bombeiros Pedro Cornélio e Américo Moretti, o segundo-sargento Álvaro Miranda Gomes e o furriel Felix José de Freitas.

Esta guarda foi substituída às 2 ½ horas da tarde.

O coronel Carlos Augusto de Vasconcellos Tavares vestia o pequeno uniforme de tenente-coronel da Guarda Nacional.

Saimento fúnebre - Às 6 horas da tarde teve lugar o saimento fúnebre para o cemitério do Paquetá, seguindo o seguinte trajeto: Praça Telles e da República, ruas Braz Cubas, Amador Bueno e Dr. Cochrane.

Ao cortejo fúnebre incorporaram-se diversas associações religiosas, a banda do Corpo Municipal de Bombeiros e grande número de pessoas cujos nomes não tivemos tempo de registrar.

O féretro foi retirado da igreja do Carmo pelos mesmos irmãos da Ordem Terceira que já o haviam retirado do carro funerário para o catafalco.

Durante o trajeto até o cemitério do Paquetá, o carro foi ladeado por duas filas de praças e oficiais inferiores do Corpo de Bombeiros, sob o comando do respectivo comandante, formando duas alas em torno do carro fúnebre, junto ao qual seguiam, a pé, os capitães Henrique Ferreira, Hayden Barbosa e major Manuel G. da Cruz e Manuel Flores.

A banda do Corpo de Bombeiros tocou diversas marchas fúnebres durante todo o trajeto.

No cemitério do Paquetá - O corpo, que foi sepultado na campa n. 95 da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo, foi encomendado pelo revmo. frei Affonso.

Por ocasião de baixar o corpo à sepultura falou o sr. Sebastião Gonçalves Leite, escriturário da Câmara Municipal, que em breve alocução enalteceu as virtudes de caráter do extinto.

No cemitério, ainda pudemos notar a presença das seguintes pessoas:

A. S. Azevedo Júnior, Carlos J. Pinheiro, vice-prefeito em exercício; Benedicto Pinheiro, vereador; drs. Arthur Porchart Assis, Antenor de Moura, Alberto de Campos Moura, coronel Joaquim Mariano de Campos Moura, dr. A. Campos, dr. Heitor de Moraes, capitão M.E. do Amaral, capitão Marcílio Dias Fontes, Fernando Monteiro da Silva, coronel José Pinto da Silva Novaes, coronel Augusto Filgueiras, capitão João Salermo, Sebastião Gonçalves Leite, Antenor Rosas, Antonio Ferreira Alves, Hernello Negrão, Adriano de Campos Tourinho, Benedicto Ceruba, Apulno M. Carreira, João Manuel Alves, João M. Guimarães, Antonio M. S. Guerra, tenente-coronel Ascendino Moutinho, capitão Adolpho Haydu Barbosa, major João W. Emmerich, tenentes Manuel Gomes da Cruz, Annibal Caetano, Victor Sportelli, alferes Rocha, capitão Henrique Luiz Ferreira, representando o comando do 86º batalhão de infantaria da Guarda Nacional, capitão Gustavo Sulzer, alferes Innocencio Cruz, Antonio João Maurício, Marcellino da Costa Cruz, Patrício A. Soares, José Augusto Martins Moreira, Manuel Joaquim Corrêa, A. J. M. Morgado, Geraldino Silva, coronel Francisco A. Souza Júnior, dr. João Carvalhal Filho, Anthero Carvalhal, Pedro Cunha, Oswaldo Cockrane, dr. Gastão Bousquet, Carlos A. de Souza, dr. Roberto Simonsen, dr. F. Silva Telles, João Bernillo, Accacio Gusmão, Gastão Veridiano, Francisco Pinto, João Menezes Tavares, Octavio Ribeiro de Araújo, Justino Ferreira, e muitas outras pessoas de quem não nos ocorrem os nomes.

- O sr. Carlos João Pinheiro, vice-prefeito em exercício, mandou cerrar as portas da Câmara e de todas as dependências da Prefeitura em sinal de pesar pelo falecimento do saudoso extinto.


No alto o cortejo fúnebre, à saída da estação - No medalhão o coronel Vasconcellos Tavares - Embaixo, o cortejo, vendo-se a carreta dos bombeiros com as coroas oferecidas pela Câmara e Prefeitura
Conjunto de fotos e legenda publicados com a matéria