Antiga reivindicação da população, medida foi
comunicada pelas concessionárias ontem
na prefeitura - Desativação da linha elimina tradicionais congestionamentos
Foto: Marcelo Martins, publicada com a matéria
Trens de carga não circulam mais na área urbana
Uma
das mais importantes providências para o desenvolvimento regional foi concretizada ontem, com o fim da circulação dos trens de carga pela área
urbana de Santos e São Vicente.
Reivindicada há décadas pela população, a medida foi
comunicada oficialmente ao prefeito João Paulo Tavares Papa por representantes das empresas concessionárias, em reunião na prefeitura. O
encerramento das operações de carga libera a linha férrea para o transporte de passageiros em sistema VLT (Veículos Leves sobre Trilhos), essencial
para a integração entre os municípios da região metropolitana.
A medida, determinada pela ANTT (Agência Nacional de
Transportes Terrestres), foi viabilizada graças à construção de um terceiro trilho entre Perequê (Cubatão) e Valongo (Santos), que permite a
passagem de composições de bitola mista e a remodelação de trechos dentro do porto, realizadas pelas operadoras MRS Logística e ALL (América Latina
Logística).
"A
cidade tem de comemorar muito a solução de pendências e as oportunidades que se criam", disse o prefeito. Entre os benefícios da medida, destacou o
aproveitamento do espaço pelo sistema VLT, informando que o projeto executivo está em elaboração.
"Com
o espaço livre, o custo do sistema não envolverá necessidade de expropriação", afirmou. Outras melhorias foram enfatizadas, entre as quais a
segurança para pedestres e motoristas que cruzam a linha férrea; menos poluição sonora e ambiental; valorização imobiliária do entorno e fluidez do
trânsito.
A proposta que resultou na suspensão da passagem dos trens de
carga pela cidade foi articulada pela prefeitura. Em 2005, em seminário promovido pelo Instituto de Engenharia de São Paulo, Santos defendeu a
implementação do terceiro trilho para acesso ao Porto, e em 2006, enviou ofício à ANTT solicitando o fim da passagem dos trens de carga pela ruas da
cidade. Intermediou o impasse entre a MRS e a Brasil Ferrovias (atual ALL) sobre a construção das obras necessárias e defendeu a aprovação da
proposta junto ao CAP (Conselho da Autoridade Portuária).
A prefeitura está promovendo ainda a reurbanização das áreas
ao longo dos trilhos. Construiu baias de estacionamento, muros e guarda-corpos, ajardinou e reforçou a iluminação e retirou painéis de publicidade.
Estiveram presentes os gerentes da ALL, Ivana Spir, e da MRS,
Claudenildo Chaves, e o secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos, Sérgio Aquino.
Maior segurança para quem cruza a linha, menos
poluição e valorização
imobiliária são alguns dos benefícios
Foto: Marcelo Martins, publicada com a matéria
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