Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0276v.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 07/20/06 00:04:29
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - A MAIS ESPORTIVA
As praças esportivas que sumiram

Leva para a página anterior
Estes artigos foram publicados na edição especial comemorativa do cinqüentenário do jornal santista A Tribuna (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda), em 26 de março de 1944 (grafia atualizada nesta transcrição):
 

Imagem: reprodução parcial da matéria original

Quantas praças de esportes já desapareceram?

A cidade se estende - O campo do Santos não pode ir além dos limites atuais e o da A. A. Portuguesa ficará sem uma pequena parte - Um local predestinado a não servir de local para instalações esportivas

Não vingou o Atlântico Clube e o Jabaquara não firmou pé

Quantos campos de futebol, quantas praças esportivas desapareceram nestes últimos anos? Diversas instalações não mais existem. Cederam lugar à evolução, ao desenvolvimento vertiginoso da cidade.

O campo do Internacional, um dos primeiros que se conheceram; o do Brasil, na Avenida Conselheiro Nébias; os muitos campos disseminados na várzea do Mercado, onde apareceram os Camarão, Siriri e outros craques com destacada projeção no cenário esportivo do Estado e do Brasil; o do Libertário, no José Menino, terreno onde a Portuguesa teve seu grande viveiro de futebolistas; o do Espanha, no Macuco; o do S.P.R. e depois do Brasil, próximo ao novo edifício da Santa Casa de Misericórdia, e uma infinidade deles cedeu passagem ao imperativo ditado pela cidade-dínamo, que se defende, que se amplia, que acompanha o progresso.

As únicas instalações de clubes de maior movimento que ainda hoje se mantêm em constante desafio à situação dos tempos atuais, são as do Santos e A.A. Portuguesa. E dali não mais podem avançar. Nem um palmo. O alvi-negro já pretendeu adquirir terrenos contíguos, porém recuou diante das barreiras que se lhe antepuseram. E a Portuguesa, do mesmo modo, tencionou acomodar-se mais à vontade, mas improficuamente. Terá até um pedaço do seu imóvel, junto ao portão da entrada, aproveitado para futura urbanização da praça fronteira ao novo edifício da Santa Casa.

Até quando poderão manter-se os campos do Santos e da Portuguesa?

Ninguém pode prever. A cidade caminha a passos agigantados. Por isso, também, a idéia da construção do estádio municipal, local onde se poderá reunir um mundo de esportistas com alojamentos e instalações previstas para muitos anos além.

***

Há um fato interessante na questão das praças esportivas. Há pouco, o Jabaquara (ex-Espanha) instalou-se em local onde fora também, noutro tempo, um outro clube esportivo, o Atlântico. E o Jabaquara, como seu antecessor, vem de entregar o terreno, seduzido, por um lado, pela magnífica oferta do comprador, e por outro pela falta de numerário para prosseguimento das obras que ali encetou.

Parece que o local não estava destinado, efetivamente, a uma praça esportiva!

O Atlântico Clube, fundado em 1930, portanto há 14 anos atrás, teve sua época. O seu primeiro presidente foi o sr. Arnaldo de Barros Pires, hoje com igual encargo no Clube Internacional de Regatas.

A primeira iniciativa desse grêmio consistiu no desenvolvimento de um torneio interno de futebol, com larga repercussão, pois dele faziam parte elementos de projeção nos meios sociais e futebolísticos, tais como Araken, Arafê, Omar, Natinho, dr. Leão de Moura, Fernando Martins, Acácio O. Leite, Teco Gomes, Tico Sandall, Nino Bacarat, Carlos Bacarat, J. Conway, S. Munn, E. A. Davies, Velsírio Fontes e muitos outros.

Em 1931 o Atlântico Clube se colocou em plano elevado na difusão do hóquei em patins, contribuindo ainda para a realização de uma série de jogos intermunicipais e interestaduais em nossa cidade. Inaugurando o seu rinque de patinação, efetuou um encontro desse esporte com a Hípica Paulista, saindo vencedores os do Atlântico pela contagem de 10 a 6.

Os quadros atuaram assim organizados:

Atlântico - Barrack, Carrijo, Araken, Linares, Marçal e Mário Andrade (cap.).

Hípica Paulista - Juca, Alves Lima, Alcino, Porchat, Tito e Valdez (cap).

No mesmo ano, o Atlético abateu um selecionado paulista por 6 a 3 e o Paranaguá Country Clube por 13 a 2.

Como um ano de fundação, o clube da Ponta da Praia possuía nada menos que 1.500 associados, e para se poder avaliar do seu progresso, tínhamos este resultado nas inscrições dos vários campeonatos internos: voleibol, 85; hóquei, 46; atletismo, 244; boccie, 21 e futebol, 106.

O Jabaquara, sem atingir ao desenvolvimento do seu antecessor, teve, todavia, oportunidade de realizar no seu campo várias provas na excelente pista que mandou construir, onde também se efetuaram provas do campeonato colegial de educação física e do Distintivo Esportivo da Mocidade Paulista.

Resta, porém, acentuar, o local estava predestinado a não oferecer continuidade ao preparo da mocidade esportiva. Não vingou o Atlântico e não se firmou o Jabaquara.

O terreno começa a ter edificações à sua volta, e dentro de pouco, segundo se anuncia, ao invés de arquibancadas, de pista de atletismo e de campo para futebol, se erguerá majestosa construção de apartamentos dominando aquele belo logradouro e com vistas para o mar...


Eis uma vista do rinque de patinação do Atlântico Clube. Como se vê, trata-se do mesmo local onde, mais tarde, foi construído o campo do Jabaquara A. Clube, e hoje já vendido
Foto e legenda publicadas com a matéria

Leva para a página seguinte da série