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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - INCLINADOS...
Prédios inclinam mais que Pisa... e caem! (7)

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Devido às características do subsolo santista e à imprevidência de alguns construtores, muitos edifícios sofreram fortes recalques, ao ponto de inclinarem mais que a famosa torre italiana da cidade de Pisa. Os procedimentos para a recuperação desses prédios inclinados, aliás, foram estudados pelos técnicos italianos encarregados de recuperar aquela torre medieval européia. Outros prédios nem chegaram a se inclinar: desabaram durante a construção.

A questão dos prédios inclinados continuou sendo destacada pelos veículos de comunicação. Motivou, por exemplo, um quadro do programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, em 19 de setembro de 2004, em que se contava, ressaltando o lado humorístico, a vida de um casal de idosos de Araraquara que alugou um apartamento no edifício Excelsior, uma das obras que sofreram forte recalque na orla santista, mostrando as dificuldades de adaptação inicial ao piso inclinado e, depois, a readaptação humana ao solo normal, na praia e em outros lugares:




Captura de telas, programa Fantástico, Rede Globo de Televisão, 19/9/2004, 22h16 a 22h18

Também o jornal santista A Tribuna informou, na edição de 19 de maio de 2004:

ESTRUTURA
Convênio permitirá estudo de prédios tortos

Da Reportagem

A Prefeitura, por intermédio da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp), a Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) e a Universidade Santa Cecília (Unisanta) irão assinar, na próxima semana, um convênio inédito na região para elaborar um estudo detalhado estrutural e geotécnico da situação dos prédios da orla da Cidade.

Segundo o secretário de Obras e Serviços Públicos, Antônio Carlos Silva Gonçalves, o objetivo do levantamento é, em primeiro lugar, fazer um mapeamento e uma pesquisa real de como estão as condições desses edifícios, principalmente com relação ao grau de inclinação dos mesmos.

"Nossos dados atuais são somente especulativos. Não temos nada documentado ainda sobre esse assunto. Há uma estimativa, por exemplo, de que em Santos existam cerca de 100 condomínios tortos na orla".

Recursos - Ainda de acordo com Gonçalves, como a maior dificuldade para resolver o problema de nivelamento de alguns prédios é a falta de recursos, ele acredita que por meio deste estudo será possível pleitear junto ao Governo Federal uma linha de crédito específica e inédita somente para isso.

"O estudo terá duas etapas. A primeira será composta por um levantamento estrutural não só dos prédios, como também dos seus moradores", observou o secretário.

Gonçalves revela que serão utilizados universitários da área e técnicos da USP para detectar o grau de inclinação de cada prédio, a categoria social, o tipo de apartamento, o número de moradores e o perfil socioeconômico deles.

Intermediária - "Saber o número de moradores, por exemplo, nos dará maior embasamento para tentar viabilizar essas linhas de crédito. A idéia é que a Prefeitura seja a intermediária nesse processo".

Já a segunda etapa envolverá um estudo geotécnico com análises de solo de cada prédio e avaliações topográficas. Gonçalves explica que a Prefeitura atuará no convênio com a parte de topografia, entrando também com plantas digitalizadas e aerofotogranometrias (fotos aéreas). Além de ceder estagiários do setor e engenheiros ligados ao Departamento de Obras Particulares da Seosp.

Professores - Já a Unisanta entrará com seus professores, para os acompanhamentos geotécnicos. "E a USP participará com os pesquisadores na análise dos levantamentos estruturais".

O secretário explicou ainda que a segunda fase do estudo - o perfil geotécnico - deverá se estender por quatro anos, porque incluirá toda a região da Baixada Santista. Gonçalves disse também que, na prática, o estudo pode começar no próximo mês.

Especulação

"Não temos nada documentado sobre esse assunto. Há uma estimativa de que em Santos existam cerca de 100 condomínios tortos na orla"

Antônio Carlos Silva Gonçalves
Secretário de Obras e Serviços Públicos

Maembi - O edifício Maembi, localizado na Avenida Bartolomeu de Gusmão, 65, já está apresentando 1,18 m de desnivelamento, segundo o próprio laudo técnico adquirido pelo síndico do prédio, Bruno Souto Maior.

"Demorou mais de um ano para a finalização deste laudo, exigido pela Prefeitura, e ele garante que por mais 10 anos não há riscos de desabamento ou qualquer coisa do tipo", comentou o síndico, que assumiu a função há dois anos.

Morador do Maembi desde 1971, Souto Maior disse que o laudo técnico foi elaborado pelo engenheiro Paulo Pimenta. "O que está segurando as estruturas é um reforço de ferro e concreto feito embaixo do prédio pelo engenheiro Ferraz de Vasconcelos, em 1967".

O síndico explica que cinco anos após a construção do Maembi, no final dos anos 50, tiveram início as inclinações. "Ele começou a envergar devido às obras do prédio do lado, o Paineiras, que é bem maior e logicamente mais pesado".

Souto Maior afirmou ainda que também o Paineiras tem uma inclinação de cerca de 40 centímetros. Quanto aos apartamentos do Maembi, o síndico garantiu que todos nivelaram seus pisos. Ainda segundo o laudo do prédio, apesar de estabilizado, o edifício inclina cerca de três centímetros por ano.


Maembi tem 1,18 m de desnivelamento e inclina cerca de 3 cm por ano
Foto: Paulo Freitas, publicada com a matéria

No Diário Oficial de Santos de 30 de outubro de 2004, novas informações:

OBRAS
Prédios inclinados na orla serão estudados

A Prefeitura deu ontem um passo importante, no sentido de começar a resolver um dos problemas mais complexos para os moradores que residem nos cerca de 100 prédios inclinados da orla da praia. Ao assinar o Convênio de Cooperação Técnica com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Santa Cecília (Unisanta), no Salão Nobre, quem mora nos conhecidos prédios tortos terá, no prazo de um ano, todo um estudo indicando o que deve ser feito no que se refere à segurança e qual a saída para garantir a preservação do patrimônio.

As pesquisas e estudos previstos no convênio serão desenvolvidas em duas etapas. Na primeira, seis estudantes da Unisanta realizarão um trabalho de campo com levantamento de dados dos edifícios indicados pela Prefeitura, que já apresentam algum tipo de inclinação. Serão colhidos dados como localização, altura, número de andares, de apartamentos, número de habitantes e grau de inclinação. Outro dado importante da pesquisa será a apresentação de planilhas com recalques medidos, em épocas anteriores, já que a maioria foi construída nas décadas de 50 e 60.

Estudo do solo - Para a doutora professora Heloísa Helena Silva Gonçalves, do Departamento de Estrutura e Fundações da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora das pesquisas, o convênio permitirá que seja retomado o estudo de solo da Baixada Santista que começou a ser estudado pela Politécnica na década de 40.

"Hoje sabemos que o solo de Santos tem uma camada de areia superficial de 7 a 12 metros, onde está construída grande parte dos prédios com recalque. Vamos fazer ensaios de campo para ter conhecimento também de como se comporta a segunda camada de argila existente no solo, que é considerada melhor e por isso alguns prédios foram construídos acima dela", comentou, observando que esse estudo faz parte da segunda etapa do convênio que permitirá saber se esses edifícios, no futuro, terão problemas de inclinação como os já existentes.

Recalque - Ainda segundo Heloísa, a inclinação desses prédios não deixa de ser uma preocupação. "Não sabemos quando o recalque vai parar, já que de acordo com os estudos realizados, a velocidade de declínio por ano é de 1 a 2 centímetros. A pesquisa permitirá saber o que vai acontecer no futuro com os prédios inclinados e os que foram construídos nos últimos anos, como também os que serão construídos".


Para Heloísa Helena (em pé), da Poli/USP,
convênio permitirá que seja retomado o estudo de solo da Baixada Santista
Foto: Marcelo Martins, publicada com a matéria

Texto publicado no jornal santista A Tribuna, em 7 de janeiro de 2005:

CONTROLE
Edifícios tortos da orla serão mapeados

Da Reportagem

A partir de fevereiro começará o mapeamento dos prédios tortos da orla. O objetivo é fazer um estudo do solo e a análise precisa do grau de inclinação dos edifícios. Os primeiros prédios analisados serão os que se localizam na avenida da praia, entre os canais 2 e 6. O estudo científico será denominado Projeto Recalques de Edifícios em Santos. As informações são do secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Antônio Carlos Silva Gonçalves.

Para a ação, um convênio de cooperação técnica foi firmado entre Prefeitura, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Santa Cecília (Unisanta) em 29 de outubro do ano passado (N.E.: 2004), mas foi oficializado ao ser publicado no Diário Oficial de Santos esta semana.

 

Haverá análises do solo e do grau de inclinação

 

Conforme o secretário, o convênio com a USP avaliará as características do solo em Santos. "A USP tem um estudo que diz que há modificação do solo ao longo dos anos; então, eles querem se aprofundar e fazer um estudo real da situação". Para isso, a Prefeitura vai ceder locais onde a equipe da USP fará furos de 10 a 15 centímetros de diâmetro para pesquisar a qualidade do solo.

Já a Unisanta, com uma equipe de estagiários de Engenharia Civil, iniciará um estudo dos prédios da orla para verificar o grau de inclinação e a linha de pilares (inclinação associada à estrutura do prédio).

"Com este estudo será detectado o grau de comprometimento estrutural do prédio. E isso independe do grau de inclinação. Vamos fazer também um levantamento socioeconômico das edificações".

Ele explica ainda que hoje, visualmente, não dá para se constatar iminência de problemas nos prédios tortos. "Por esse motivo, é um avanço grande para as pessoas que residem nestes prédios, que não têm conhecimento exato da situação".

Linha de crédito - "A Prefeitura será interveniente com o Governo Federal para a criação de uma linha de crédito para a recuperação dos prédios, caso o estudo comprove essa necessidade", destaca Gonçalves.


Primeiros prédios vistoriados estão entre os canais 2 e 6
Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria

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