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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - INDEPENDÊNCIA
O dia em que D. Pedro I cuspiu marimbondos

Causa seria um jantar exagerado ou a água salobra de Santos. Ou talvez o bofetão que levou de uma bela escrava santista, numa viela escura...
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Em belo uniforme militar, montado em garboso cavalo, D. Pedro I sacou a espada e gritou "Independência ou Morte!". A poética imagem legada pelo quadro de Pedro Américo (pintado 66 anos depois), fartamente reproduzida nos livros de História, se desmancha perante um pouco de pesquisa histórica. Dom Pedro não estava montado a cavalo, mas no lombo de mula; não usava o tal uniforme, mas um traje bem tosco e provavelmente bem enlameado; e talvez nem tivesse condições de pensar nos problemas do Império, muito mais preocupado em debelar uma revolta... estomacal.

A história foi contada, entre outros, pelo jornalista Carlos Chagas, em seu artigo regularmente distribuído a inúmeros jornais brasileiros, publicado também no jornal santista A Tribuna em 21 de abril de 1993. Naquele dia, conforme preconizado na Constituição de 1988, o Brasil discutia (e votava, em plebiscito nacional) se queria ser governado por uma monarquia ou por regime republicano, e se o chefe do Executivo teria poderes efetivos ou seria uma versão tupiniquim da realeza britânica (presidencialismo versus parlamentarismo).

Eis a história dos fatos ocorridos em 1822, sendo de se notar o curioso ato falho do cronista, decerto influenciado pela data em que publicou o texto, 21 de abril: indicou abril em lugar de agosto; "noite do dia 20", quando o banquete ocorreu na noite de 6 de setembro; e "madrugada do dia 21", quando deveria ter citado "madrugada do dia 7" (afinal, a Independência do Brasil foi proclamada em 7 de setembro de 1822):


"Independência ou Morte", quadro a óleo de Pedro Américo, pintado em 1888 e
conservado no Museu Paulista (Museu do Ipiranga), na capital paulista

Há 171 anos: um grito que não foi dado

Carlos Chagas

Como parece pura perda de tempo ficar falando do plebiscito, apenas uma arte de enxugar gelo ou de ensacar fumaça, vale neste dia uma incursão pelo passado, a ser seguida por outras. É sempre vantajoso voltar os olhos para o que ficou para trás, quando menos para não repetir erros já cometidos. Como vale, também, abrir certas entranhas e desmistificar certos episódios. Chega de enganar os jovens do curso secundário com exaltações patrióticas que, na maior parte das vezes, de fato não aconteceram.

Tome-se o grito de "Independência ou Morte" atribuído a D. Pedro I às margens do Ipiranga, precisamente há 171 anos. Jamais aconteceu. Naqueles tempos, como se viajava do Rio, capital do Império, para São Paulo, aldeia que começava a adquirir certa importância? Não havia aviões, nem trens, muito menos automóveis.

Assim, as estradas eram picadas abertas no barro e no pó, para permitir a passagem de pequenas carroças e das comitivas de cavaleiros. Cavaleiros? Nem tanto. Quem ousasse viajar do Rio para São Paulo a cavalo chegaria sem espinha dorsal e arredores mais ao sul da própria fisiologia. Viajava-se em lombo de mula, o animal mais apropriado para longos trajetos.

Iam os viajantes de farda de gala, uniformes brancos, condecorações, medalhas e capacetes luzindo ao sol? Nem pensar. O traje era o mais tosco possível: calças largas, camisas folgadas e, sobre elas, um camisolão chamado de guarda-pó, que se era branco no início da viagem, tornava-se marrom logo nos primeiros dez quilômetros. Também chapelões de palha, com vastas abas.

Assim D. Pedro foi para São Paulo e, deste modo, na segunda quinzena de abril (N.E.: agosto...) de 1822, dirigiu-se a Santos, descendo a Serra. Queria homenagear José Bonifácio, o ministro do Império, conhecendo sua cidade natal, mesmo sem a presença do Andrada.

O mundo não está dividido entre mocinhos e bandidos e o imperador, como todo mundo, tinha virtudes e vícios. Destes, citava-se o fato de ser glutão. Comia muito mais do que podia, especialmente em banquetes como o que a nobreza santista lhe ofereceu na noite do dia 20 (N.E.: na verdade, 6/9/1822...). Não é desdouro para ninguém, apesar de constrangedor, ser acometido por dores de barriga, eufemismo para a diarréia. Foi exatamente desse jeito que, na madrugada do dia 21 (N.E.: 7/9/1822), o imperador iniciou a subida da Serra, de volta a São Paulo. As mulas, os guarda-pós e a lama. Paradas regulamentares a cada meia hora, para que Sua Majestade, irritadíssimo, pudesse aliviar-se atrás da primeira bananeira disponível.

Quando chegaram ao planalto, às margens do riacho denominado Ipiranga, e durante outra parada tática, chega um correio da corte, este sim, a cavalo. Os correios valiam-se de estações de muda, fazendolas pertencentes ao governo onde se postavam soldados e cavalos. Um correio saía do Rio, cavalgava quatro ou cinco horas, extenuando o animal, mas, na estação de muda, passava a correspondência para outro soldado, encarregado de cumprir a galope trajeto igual. Na próxima estação, nova troca dupla, e assim até chegarem ao destino previsto.

O correio nota a comitiva estacionada, identifica-se e entrega a D. Pedro duas cartas. Uma da imperatriz, outra de José Bonifácio, ambas no mesmo teor. Era preciso proclamar rápido a Independência do Brasil, pois a tropa portuguesa, no Rio, recebera ordens de mandar o imperador para Portugal, a qualquer custo e preço, mesmo amarrado.

Há muito que a decisão estava cristalizada no monarca e ele, nervoso por conta da viagem tantas vezes interrompida, começa a dialogar com oficiais de sua guarda e alguns nobres que o acompanhavam. É estimulado a cortar de uma vez a subordinação a Portugal.

Cuspindo marimbondos por conta dos intestinos e da pressão portuguesa, fala diversas vezes em independência, que a partir daquele momento estava caracterizada. Manda os soldados arrancarem dos chapéus os laços com as cores da coroa portuguesa, verdes e vermelhos. Alguém indaga como fazer se os batalhões portugueses oferecerem resistência e ele, entre vocábulos menos castiços que praticava, retruca que irá à batalha, até a morte, se for o caso, mas jamais se submeterá às ordens de Lisboa.

Quando se fala na Independência, o costume é lembrar a imagem pintada por Pedro Américo, tempos depois, onde aparece a comitiva reluzente, montada em cavalos brancos, uniformes de gala e espadas desembainhadas. Nada disso aconteceu. Nem o grito, ainda que importe menos. Porque, mesmo de guarda-pó, o imperador separou o Brasil de Portugal. - (Agência Alô).

A história desse dia 7 de setembro foi também contada pela obra História do Brasil, de Eduardo Bueno (Edição Publifolha, São Paulo/SP, 1997):


Detalhe de quadro a óleo de Renée Moreaux, conservado no Museu Imperial de Petrópolis/RJ

A Independência

O príncipe não estava bem. Teria sido a água salobra de Santos ou algum prato condimentado do jantar da noite anterior? Não se sabe - nem ele sabia. O fato é que uma diarréia o atacara, e a cavalgada pela tortuosa estrada que conduzia da Baixada Santista ao platô de São Paulo não tinha ajudado em nada a recuperação do combalido ventre principesco.

De São Paulo para Santos haviam partido o major Antônio Ramos Cordeiro e o correio Paulo Bregaro, com um maço de cartas urgentes para d. Pedro. No instante em que chegaram às margens do riacho chamado Ipiranga, divisaram alguns membros da guarda de honra parados numa colina. Dom Pedro estava à beira do córrego, "quebrando o corpo" - agachado para "responder a mais um chamado da natureza".

A correspondência lhe foi entregue enquanto ele abotoava o uniforme. As circunstâncias não eram as mais indicadas para a "perpetração da façanha memorável". Mas as notícias eram de tal forma definitivas e perturbadoras que, depois de ler, amassar e pisotear as cartas, d. Pedro montou "sua bela besta baia", cavalgou até o topo do outeiro e gritou à guarda de honra: "Amigos, as Cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar... Deste dia em diante, nossas relações estão rompidas".

Depois de arrancar a insígnia portuguesa de seu uniforme, o príncipe sacou a espada e, às margens plácidas do Ipiranga, bradou, heróico e retumbante: "Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um país livre". Em seguida, erguendo-se nos estribos e alçando a espada, afirmou: "Brasileiros, de hoje em diante nosso lema será: Independência ou Morte". Eram 4 da tarde de 7 de setembro de 1822 e o sol, em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante.

As cartas que d. Pedro rasgara tinham sido enviadas pelas Cortes de Lisboa (onde o chamavam de "rapazinho" ou "brasileiro") e acintosamente informavam que, em vez de regente do Brasil, o príncipe passava a ser mero delegado das Cortes; que seus ministros seriam nomeados em Lisboa; e que aqueles que o haviam apoiado no episódio do "Fico" eram traidores. Em meio às cartas vinha uma de seu conselheiro, José Bonifácio de Andrada e Silva. "A sorte está lançada", dizia Bonifácio, "nada temos a esperar de Portugal, a não ser escravidão e horrores".

A diarréia estragara o dia de d. Pedro, mas, apesar da crise das Cortes e das dores de barriga, o príncipe vivia um período luminoso. Dois dias antes, "numa viela pouco freqüentada de Santos", vira uma "mulata de grande beleza" e, "com o gesto rápido de quem não quer perder a caça, embargou-lhe o passo" e a beijou. A moça o esbofeteou e fugiu. Embora tenha tentado comprá-la, ao descobrir que era escrava, o príncipe ignorou a rejeição: fazia uma semana, estava apaixonado. No dia 29 de agosto, em S. Paulo, D. Pedro conhecera aquela que, entre incontáveis candidatas, seria a mulher de sua vida: Domitila de Castro Canto e Melo, futura Marquesa de Santos.

No dia 5 de setembro, quando partiu para uma inspeção a Santos, o príncipe e Domitila já eram amantes - e seriam por sete anos. Mas nem a diarréia nem as vertigens da paixão impediriam D. Pedro, de 24 anos, de tomar a maior decisão de sua vida. O príncipe estava desde os 10 no Brasil. Aqui, tivera seus primeiros cavalos e suas primeiras mulheres; aqui, vencera seus primeiros desafios, políticos e pessoais. Dom Pedro amava o país. Parecia o homem certo para torná-lo uma nação independente. Foi justamente o que ele fez.

O pesquisador Francisco Martins dos Santos também produziu monografia a respeito dessa visita, que foi publicada na obra conjunta com Fernando Martins Lichti História de Santos/Poliantéia Santista (Ed. Caudex Ltda., São Vicente/SP, 1986):

Viagem histórica do príncipe D. Pedro à Vila de Santos

A viagem do Príncipe Regente, D. Pedro, a S. Paulo e à Vila de Santos fora resolvida em reunião ministerial de agosto de 1822, na ausência do mesmo príncipe, que fora a Minas Gerais tentar a pacificação e adesão dos mineiros. A princesa Leopoldina, por ato do regente, presidiu as sessões em sua ausência, aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, primeiro-ministro, e assistida por Martim Francisco Ribeiro de Andrada, ministro das Finanças ou da Fazenda, tão revolucionário e independista quanto seu grande irmão.

Voltando de Minas Gerais sem ter conseguido o que pensara, o príncipe D. Pedro tomou conhecimento da viagem resolvida pelo seu ministério, assinando o ato que programava e organizava tal viagem, nomeando como seu ministro itinerante a Saldanha da Gama, e logo após - deixando a princesa Leopoldina em seu lugar - tomou o rumo de São Paulo.

Acompanhavam-no, de início, aquele ministro especial, o ajudante Gomes da Silva (capanga e companheiro pessoal, mais conhecido como Chalaça), oficial de ourivesaria, "imperito e pouco menos que analfabeto", e uma Guarda de Honra, criada para esse fim. Poucos dias depois, José Bonifácio despacharia para S. Paulo, como proteção ao príncipe, o regimento de 1.200 homens, intitulado "Leais Paulistas", sob o comando do marechal Arouche. Nada esquecia o grande Andrada.

Entretanto, quando D. Pedro penetrou o território paulista, todas as cidades do chamado Vale do Paraíba, a partir de Bananal e Lorena, o esperavam com luzidas representações de cavaleiros da melhor nobreza, que o festejavam como futuro Imperador do Brasil e o acompanhavam como grupos de guerra. Assim foi em Guaratinguetá, em Pindamonhangaba, em Taubaté, em Caçapava e em Mogi das Cruzes, de tal modo que, além da Guarda de Honra, houve uma Guarda de Guerra, que acompanharia o príncipe até a capital de São Paulo. À entrada da cidade, D. Pedro fizera uma parada e mandara mensageiros ao Governo Provisório, intimando a facção portuguesa revoltada, sob o comando do coronel Francisco Ignácio, a que depusesse as armas e se apresentasse diante dele, o príncipe regente, sob pena de passagem ao fio da espada.

A simples presença do príncipe e seus cavalheiros, reforçada pelas notícias da ida de duas grandes colunas, ambas de 1.200 homens, a de "Leais Paulistas", sob o comando do marechal Arouche, e a de Santos, sob o comando do marechal Cândido Xavier de Carvalho e Souza, anulou, de pronto, o foco português de S. Paulo, limpando o ambiente paulistano, e criando o ambiente autonomista de que precisava para a ação final, combinada com sua esposa, a princesa Leopoldina, e seu ministro, conselheiro e amigo José Bonifácio.

Depois de alguns dias de permanência na capital, D. Pedro, cumprindo o programa combinado com o ministério, tomou o caminho de Santos, acompanhado tão-somente pelo ministro itinerante Saldanha da Gama, o capanga-ajudante Chalaça, o alferes Francisco de Castro Canto e Melo, irmão mais novo da futura Marquesa de Santos, o padre Belchior Pinheiro, o brigadeiro Jordão, a Guarda de Honra trazida do Rio de Janeiro e seu comandante coronel Antonio Pereira Lobo, o subcomandante coronel Manuel Marcondes de Oliveira e Melo (futuro Barão de Pindamonhangaba) e os dois criados particulares, vindos com ele também do Rio de Janeiro.

Corria então a madrugada do dia 5 de setembro de 1822, com tempo favorável para uma boa viagem da importante comitiva.

No Rio, a 23 de agosto, o ministério de D. Pedro, sob a dupla chefia da princesa arquiduquesa Dona Leopoldina e de José Bonifácio, já havia resolvido a Independência Brasileira, com o Príncipe ou sem ele, considerando assim irreversível a decisão. Dom Pedro já combinara isso com sua esposa e seus ministros. A viagem à Província de S. Paulo, à capital e a Santos, era o expediente psicológico arquitetado por José Bonifácio, para convencê-lo, definitivamente, a dar o passo que faltava para que o Brasil passasse a Nação livre e soberana. Há depoimentos respeitáveis de homens da época, afirmando que José Bonifácio pretendia provocar o Grito da Independência em sua terra, razão por que dissera ao mensageiro Paulo Bregaro aquelas palavras ameaçadoras: "Se não estourares vários cavalos nunca mais serás coronel no Brasil".

Ao chegar ao Porto Geral de Cubatão, o príncipe, estranhamente, ordenou ao alferes Francisco de Castro Canto e Melo que voltasse para a capital "conduzindo ofícios que deveriam ser, quanto antes, remetidos ao ministro do Reino", segundo narrou o próprio alferes, na descrição que fez quando major, e que o velho Melo Moraes publicou.

No porto de Cubatão, D. Pedro era aguardado pelo capitão-mor da Vila de Santos, João Batista da Silva Passos; o governador da Praça, Aranha Barreto; o capitão de milícias Antonio Martins dos Santos e várias pessoas de relevo no meio santista e vicentino, tomando, ali, as lanchas postas à sua disposição.

O desembarque de Sua Alteza e comitiva aconteceria às 4 horas da tarde, mais ou menos, no Largo da Alfândega Velha, perto do antigo Barracão do Consulado, em frente à atual Rua Frei Gaspar, onde a Câmara (Conselho da Câmara) da Vila fizera construir um cais de madeira, visto que "os cais que há não são suficientes".

Ali o esperavam a Câmara Municipal com seu estandarte alçado pelo procurador Domingos José Rodrigues; o vigário padre José Antonio da Silva Barbosa, acompanhado do clero em peso; os comandantes das milícias locais e outros cidadãos.

Pegaram as seis varas do pálio, sob o qual Sua Alteza foi recebido, alternadamente, o presidente da Câmara juiz-de-fora-por-lei João Baptista Vieira Barbosa, os vereadores Antonio José Viana e Francisco Xavier da Costa Aguiar Filho, e mais seis republicanos, previamente convidados pela Edilidade, cujos nomes não constam das atas.

Um parque de artilharia, postado num ângulo do largo, deu as salvas de estilo, a que se seguiram os "vivas" levantados pelo capitão-mor e pelo presidente da Câmara, "vivas" esses a que a multidão estacionada no cais e nas ruas próximas correspondeu delirantemente.

O séquito organizado seguiu pela Travessa da Alfândega Velha (hoje Rua Frei Gaspar), dobrou a Rua Direita (hoje Rua 15 de Novembro), e, tomando a Rua Meridional (hoje lado Sul da Praça da República), parou em frente ao Conselho da Câmara e depois em frente à Matriz, onde se realizaria solene Te Deum em ação de graças pela vinda do príncipe. As ruas por onde passou o cortejo estavam juncadas de flores e folhagens, apinhadas de povo.

Das sacadas pendiam colchas de seda e brocado, e senhoras e moças atiravam, sobre o pálio, braçadas de rosas e outras flores. As tropas da guarnição estendiam-se em duas alas, desde o Largo do Carmo até a Matriz (hoje praças da República e Antônio Teles), e trajavam uniforme de gala. Tocou a Banda Musical do Batalhão de Caçadores (criada pouco tempo antes, pela Carta Régia de 5 de fevereiro de 1820, do rei D. João VI), em acordes de entusiasmo.

Seja dito de passagem que, pouco mais tarde (N.E.: em 1821), de 27 a 28 de junho, romperia naquela mesma tropa a chamada Revolta de Francisco das Chagas (o Chaguinhas), primeira manifestação santista de caráter antiportuguês e autonomista, com grandes reflexos na movimentação social e militar de São Paulo, a rumo da Independência.

Depois de ouvido o Te Deum na Matriz, recolheu-se D. Pedro ao chamado "Palácio dos Governadores", localizado na ala esquerda do antigo Convento dos Jesuítas (Colégio São Miguel), atualmente Delegacia da Receita Federal (ex-Alfândega), que fora preparado pelo capitão-general Franca e Horta, especialmente para aposento e residência das altas autoridades que viessem a Santos (N.E.: o autor refere-se apenas ao local; o prédio antigo dos jesuítas foi substituído a partir de 12/10/1876 por uma edificação - que em 1930/34 seria derrubada para a construção do edifício atual da Alfândega).

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