O clínico e cardiologista Jair de Oliveira
Freitas deu sua contribuição para a história da entidade durante o ano de 63. Com sua conhecida sensibilidade e intuição aguçada percebeu que
vários problemas estavam surgindo para os ,médicos e criou uma Comissão de Defesa de Classe.
Cada vez mais esquentava o panorama político em Santos. A paranóia golpista concretizou-se na forma de uma intervenção generalizada na
administração da cidade e nos sindicatos, prefeito deposto e preso inclusive, em abril de 64. A ira dos conspiradores materializou-se na forma
de um navio. Chamava-se Raul Soares, um velho cargueiro sem motores que foi encalhado defronte ao Paquetá, para servir de prisão política. Uma
sombra sinistra ainda à busca de seu definitivo exorcismo.
Também no exercício profissional as dificuldades aumentavam quando Gino Sarti chegou à presidência. Era o ano em que se comemorava o
Jubileu de Prata da AMS e ele pessoalmente idealizou um movimento para arrecadar fundos para as comemorações, buscando ajuda com laboratórios,
empresas, colegas e amigos. A união e a amizade entre os colegas era muito forte. Em sua gestão foi realizado o I Seminário das Classes
Liberais, com apoio da AMB, com os temas principais sobre seguro saúde e fluoretação. Em 64 a Santa Casa da Misericórdia foi considerado o
hospital mais bem organizado da América do Sul.
Frederico Menzen Jr, patologista, comandou a entidade em 1965, realizando as atividades com muito critério para acompanhar os dias
difíceis. Ele foi o primeiro a promover reuniões musicais com a participação só de colegas na execução, liderados pelo colega J. Carlos Braga
de Souza.
Celso Aguiar foi presidente no ano de 1966, fez várias reformas na sede, aparelhou o salão de conferências com um serviço de
auto-falantes, instalou aparelhos de ar condicionado no salão principal. e fez um belíssimo baile de aniversário (de smoking) no Parque
Balneário Hotel. A reunião científica mais polêmica em sua gestão foi a mesa-redonda sobre a pílula anticoncepcional. Depois dele foi a vez de
Antonio Augusto Arantes, o primeiro a assumir o mesmo cargo exercido por seu pai anteriormente.
Foi um ano de muitos movimentos reivindicatórios da classe, começaram as lutas para a livre escolha, ocorreu a unificação dos
institutos, foram realizadas várias assembléias na AMS. Foi o ano da criação da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, com solenidade
realizada na AMS, com a presença do prefeito Sílvio Fernandes Lopes. Outro fato que deve ser lembrado foi a criação da Unimed, para acabar com
a invasão da medicina de grupo.
Depois dele assumiu Antonio Thomaz Pacheco Lessa Júnior, que também presidiu assembléias e reuniões da classe na luta pela dignidade
profissional. Em sua gestão foi realizado o Congresso Pan Americano de Medicina do Trabalho, organizado por Oswaldo Paulino. Em setembro desse
ano uma vitória da Medicina: a realização de um transplante quádruplo de coração, rins e pâncreas.