Terreno entre a Rua José Cabalero e a Av. Ana Costa, onde seria a sede do clube, em
1970
História
Tudo começou com a idéia de criar um clube que
congregasse a colônia árabe, residente em Santos, nos idos da década de 50. Um grupo de amigos reuniu-se no antigo Hotel Belvedere, na avenida da
praia. Estava plantada a semente do Clube Sírio-Libanês de Santos.
Uma comissão provisória composta por Dr. Abdala Cury, Dr. Jorge Demétrio Haik, Dr.
Sallim Akaoui, Dr. Fauzi Dualibi, Felipe Chadad, Miguel Maxta, Antônio Samia, Eduardo Daguer, Ernesto Tubel, José Moussalli e Antonio Elias, foi
nomeada para dar os primeiros passos na execução daquele ideal. Esta comissão foi reforçada por mais nove membros: Mauricio Abud, Ibrahim Cury,
Jorge Assef Filho, João Abrahão, Alexandre G. Catchadur, Jorge Bechara, João Miguel Kodja, Cristovão Kabach e Dr. Anis Tranjan.
Construção da sede social, que seria inaugurada em 1976
A fundação oficial aconteceu em 21 de setembro de 1952, no Tocantins Atlético Clube,
localizado na esquina da Marechal Deodoro com a praça Independência, em duas salas alugadas (N.E.: na verdade,
essa reunião ocorreu em 6/10/1952).
Foi neste dia que elegeram o 1º Conselho Deliberativo com os seguintes membros: Dr
Abdala Cury, Dr Abdala Elias, Dr Anis Tranjan, Antonio Samia, Jorge Matuck, Fauzi Dualibi, Fausto Saddi, Dr Jorge Demétrio Haeck, Jorge Assef Filho,
Maurício Abud, Ibrahim Cury, Sallim Akaoui, Abrahão Cheida, Ernesto Tubel, João Abrahão, Elias Akaoui, Jorge Bechara, Jorge Elias Harriz, José
Moussalli, Elias Sallim Haddad, Alfredo Neme Cozman, Gabriel Assaf, Salomão Saad, Wagih Zogaib, Alexandre G. Catchadur, Felipe Chaddad, Miguel Maxta,
Eduardo Daguer, João Miguel Kodja, José Azzi, João Mahfuz, Cristovão Kabach, Antonio Elias.
Os suplentes foram: Chaible Elias, Pedro Sertek, João Bittar, Jorge Cury, Julio Cury,
Jorge Issa, Jorge Atik, Abbas Taleb, Abdala Bechara Abdala, Abib Ayub, Sylvio Abad, Valim Assef, Chafic Mahtuk, Elias M. Elias, Nicolau J. Beck,
Abilio Sertek, Roberto Assef, Elias Lauzi e Issa João Jr.
Foi neste dia que, com 95 votos, foi escolhido o nome do Clube Sírio-Libanês de
Santos. Visualizou-se a simbiose de uma raça que, em bons e maus momentos, não se discriminam, se sintonizam e se arregimentam.
Vista aérea do conjunto de piscinas, vestiários com chuveiros quentes e frios e
hall para troca de roupas, e bar em condição de atender inclusive com pequenos almoços (1975)
Em 22 de outubro do mesmo ano foi eleito o 1º Conselho Fiscal: João Miguel Kodja,
Felipe Chaddad e Antonio Samia e os suplentes João Azzi, Abib Ayub e José Moussalli. A 1ª Mesa Diretiva do Conselho Deliberativo foi composta por Dr
Jorge Demétrio Haick, Ibrahim Cury e Jorge Bechara como presidente, vice e secretário, respectivamente. A 1ª Diretoria tinha como presidente o Dr
Abdala Cury, seguido de Elias Haddad (1º Vice) e Dr Abdala Elias (2º Vice).
Aula em 1974/75 na Escolinha de Natação do clube, que formou vários campeões
Nesse primeiro momento as pessoas pertencentes à colônia poderiam tornar-se
associados, mas sem a compra de títulos. Com a evolução da associação, houve a necessidade de mudar uma sede com maior espaço físico. O clube passou
então para a avenida Ana Costa, onde atualmente existe um Pronto Socorro. Depois teve de ser acomodado no Grill do Hotel Atlântico, na parte de cima
do antigo Cine Gonzaga.
Vista da sede do clube, em 1978
Foi a partir dessa época que começaram a ser vendidos os títulos patrimoniais, agora
liberados para pessoas de qualquer descendência. A confiança de todos os árabes que se associaram foi determinante para o desenvolvimento do clube:
não havia garantia de que tudo aquilo se tornasse um grande empreendimento.
Vista frontal da sede do clube, em 1999
Os grandiosos eventos sociais que sempre destacaram o clube em todos esses anos foram
a alavanca para uma grande expansão. Orquestras como a de Silvio Mazuca, Osmar Milani e Severino Araújo, foram algumas das atrações desse período.
Os tradicionais bailes de Carnaval com ornamentações espetaculares já sacudiam a sociedade com as tradicionais marchinhas.
Equipe de voleibol campeã do clube em 1974/75, com os atletas: de pé -
Carlinhos (E), Manoel, João Bechara, Arlindo (Técnico) (D); agachados: Diogo (Massagista) (E), Bia, Dado e Bia II (D)
A venda de títulos impulsionou a compra de um grande terreno na presidência de Roberto
Assef, onde o clube está até os dias atuais. As obras foram iniciadas no final da década de 60 e feitas por partes: o salão social e as dependências
ligadas a ele foram os primeiros. A piscina e a parte superior o prédio vieram em seguida.
Presidentes do clube até 1989
UMA CONTRIBUIÇÃO DO PASSADO PARA O PRESENTE
por Antonio Daud
No ano de 1936 já se vislumbravam movimentos de arregimentação da raça árabe, através
das promoções filantrópicas. Muito antes, a preocupação era visível tendente ao seu congraçamento. Santos ressentia-se de uma agremiação onde
pudessem corporificar os originários e os descendentes, num mesmo ideal, num mesmo sentimento. Foi a semente lançada em terreno fértil. Ela seria
germinada mais tarde e seus frutos colhidos.
Constatamos que no ano de 1936 ou antes existiria uma sociedade para fins
filantrópicos, sob a denominação de "Sociedade Beneficente Síria". Parece-nos que na época existiu qualquer litígio mas que não descaracterizou seus
fins basilares. Havia uma tendência na época para a mudança de sua denominação para "Sociedade Beneficente Sírio Libanesa". No entanto a primeira
denominação permaneceu.
Pudemos verificar alguns nomes que participaram da direção daquela entidade: Sadik
Khouri, Jorge Abdul Hak, Nicola J. Beck, Robin Sartek, Abdalla Derra, Tufi Akaoui, Alfredo Sallum, Abbas Taleb, José Zogaib, Rafic Coury, Michel
Kabbach, Nicolau Obeidi e muitos outros.
Esse primeiro movimento veio caracterizar a preocupação dos membros da comunidade
árabe da Baixada Santista. Essa Sociedade não se limitou a obras assistenciais regionais. Foi mais além. Preocupou-se com o destino de seus
compatriotas e promoveu vários movimentos para arrecadar fundos direcionados aos "Flagelados da Palestina".
Acreditamos que se aqueles esforços forem voltados hoje para o Clube Sírio-Libanês,
num futuro muito próximo teremos uma força viva fortalecendo e engrandecendo suas colunas mestras, que é a edificação de um ideal sonhado,
transformando-o em realidade.
Sócios fundadores do clube, da esquerda para a direita (
[*] não identificados):
em pé: Schaible Elias, Aniz Tranjan, Elias Akaoui,
Antônio Samia, Ernesto Tubel, [*], Felipe Chaddad, Eduardo Daguer, [*], José Samia, José Moussalli, Júlio Cury, Miguel Maxta, Salomão Saad, Gabriel
Assaf, João Abrahão, Christóforo Kabbach, Antônio Elias, Maurício Abud, Abrahão J. Cheida, Sallim Akaoui, Fauzi Dualibi, Alexandre Katchadur, João
M. Kodja e [*]
sentados: Abdalla Elias, Elias Sallim Haddad,
Abdalla Cury, Jorge D. Haick, Ibrahim Curi, Jorge Bechara, José Azzi e Fausto Saddi
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