Engenharia
Estudos avaliam impacto ambiental
no porto santista
Unisanta e Hidromod concluem
que local de descarte de material de dragagem do Porto não prejudica
meio ambiente
O atual
ponto do descarte de material proveniente da dragagem do Porto de Santos,
próximo à Ilha da Moela, não está saturado
e não oferece perigo de poluição às praias.
Esse foi o resultado final do estudo denominado Modelagem Hidrodinâmica
de Circulação Oceânica na Zona Exterior à Baia
de Santos, inédito no Brasil, realizado pelos pesquisadores dos
cursos de Engenharia da Universidade Santa Cecília (Unisanta).
Todo o trabalho de pesquisas e conclusões
está registrado em sete volumes, contendo mais de 800 ilustrações.
A Modelagem Hidrodinâmica é fruto de um convênio assinado
em 1998 com a Codesp e a Hidromod, empresa portuguesa especializada em
modelagem hidrodinâmica.
Prejudicial - O estudo
prova que o antigo local de despejo do lodo retirado do cais para efeito
de aprofundamento de área, a Ponta da Manduba, era inadequado. Uma
das conseqüências negativas era a dispersão de parte
do material em praias do Guarujá e Praia Grande.
Para Francisco Vilardo Neto, diretor
de Infra-Estrutura da Codesp, o estudo é de fundamental importância,
pois permite à empresa trabalhar fundamentada em pesquisas científicas.
“Estamos falando de um serviço básico e fundamental para
o Porto de Santos, que é sua dragagem e manutenção.
Aqueles que vivem o problema ambiental também sabem dessa importância”,
explicou.
Segundo o professor Gilberto Berzin,
da Unisanta, o atual ponto de descarte de resíduos não poderá
comportar, entretanto, volumes maiores do que o despejados atualmente.
“Aumentar o calado do cais, por exemplo, de 14 para 17 metros, implicará
num volume muito grande de lodo, exigindo outra localização
para despejo”, salientou.
O grande benefício do Modelo
Hidrodinâmico, que favoreceu o estudo de ventos, marés e ondas
na zona exterior à baía de Santos, segundo o professor
José Chambel Leitão, da Hidromod, reside na importância
de o homem conhecer o meio ambiente onde trabalha. “Hoje, podemos dizer
que conhecemos a Baia de Santos, seus problemas, como e onde buscar soluções”,
explicou.
Preocupação
– A questão dos sedimentos provenientes da dragagem preocupa autoridades
e usuários dos grandes portos do mundo. As informações
sobre a movimentação das correntes são muito
antigas, datavam da construção do emissário submarino
de Santos, que é de 1979. As variáveis levadas em conta na
ocasião foram baseadas em correntes e marés, mas para o lançamento
de esgotos, e sem chegar até o local em que são depositados
os sedimentos do porto.
A Codesp foi a primeira empresa a
estabelecer parceria com a Universidade Santa Cecília e as consultoras
portuguesas Hidromod e Consulmar, visando construir um modelo hidrodinâmico
de controle ambiental nos estuários. Os cálculos feitos no
primeiro software, em 1996, coincidiram com os dados fornecidos pela Codesp.
Os trabalhos foram conduzidos pela
seguinte equipe de técnicos e pesquisadores: José Manoel
Chambel F. Leitão, da Hidromod - Modelação em Engenharia
Ltda; Ramiro de Jesus Neves, do Instituto Superior Técnico
da Universidade Técnica de Lisboa; Adélio Joaquim Rodrigues
da Silva; engenheiros Antonio de Salles Penteado e Aureo Pasqualeto Figueiredo,
diretores das Faculdades de Engenharia Civil e Industrial da Unisanta e
prof. Gilberto Berzin.
Veja mais:
Modelo
hidrodinâmico é mostrado em Santos (+imagem
animada)
Unisanta
pesquisa ambiente no porto santista
Unisanta
e Codesp assinam contrato de cooperação técnico-científica
(2/12/1997) |