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Edição 091 - NOV/2000 

Engenharia

Estudos avaliam impacto ambiental no porto santista

Unisanta e Hidromod concluem que local de descarte de material de dragagem do Porto não prejudica meio ambiente

O atual ponto do descarte de material proveniente da dragagem do Porto de Santos, próximo à Ilha da Moela, não está saturado e não oferece perigo de poluição às praias. Esse foi o resultado final do estudo denominado Modelagem Hidrodinâmica de Circulação Oceânica na Zona Exterior à Baia de Santos, inédito no Brasil, realizado pelos pesquisadores dos cursos de Engenharia da Universidade Santa Cecília (Unisanta).

Todo o trabalho de pesquisas e conclusões está registrado em sete volumes, contendo mais de 800 ilustrações. A Modelagem Hidrodinâmica é fruto de um convênio assinado em 1998 com a Codesp e a Hidromod, empresa portuguesa especializada em modelagem hidrodinâmica. 

Pesquisas e conclusões do estudo estão registrados em sete volumes, contendo mais de 800 ilustrações
Prejudicial - O estudo  prova que o antigo local de despejo do lodo retirado do cais para efeito de aprofundamento de área, a Ponta da Manduba, era inadequado. Uma das conseqüências negativas era a dispersão de parte do material em praias do Guarujá e Praia Grande.

Para Francisco Vilardo Neto, diretor de Infra-Estrutura da Codesp, o estudo é de fundamental importância, pois permite à empresa trabalhar fundamentada em pesquisas científicas. “Estamos falando de um serviço básico e fundamental para o Porto de Santos, que é sua dragagem e manutenção. Aqueles que vivem o problema ambiental também sabem dessa importância”, explicou.

Segundo o professor Gilberto Berzin, da Unisanta, o atual ponto de descarte de resíduos não poderá comportar, entretanto, volumes maiores do que o despejados atualmente. “Aumentar o calado do cais, por exemplo, de 14 para 17 metros, implicará num volume muito grande de lodo, exigindo outra localização para despejo”, salientou.

O grande benefício do Modelo Hidrodinâmico, que favoreceu o estudo de ventos, marés e ondas na zona exterior à baía de Santos,  segundo o professor José Chambel Leitão, da Hidromod, reside na importância de o homem conhecer o meio ambiente onde trabalha. “Hoje, podemos dizer que conhecemos a Baia de Santos, seus problemas, como e onde buscar soluções”, explicou.

Preocupação – A questão dos sedimentos provenientes da dragagem preocupa autoridades e usuários dos grandes  portos do mundo. As informações  sobre a  movimentação das correntes são muito antigas, datavam da construção do emissário submarino de Santos, que é de 1979. As variáveis levadas em conta na ocasião foram baseadas em correntes e marés, mas para o lançamento de esgotos, e sem chegar até o local em que são depositados os sedimentos do porto.

A Codesp foi a primeira empresa a estabelecer parceria com a Universidade Santa Cecília e as consultoras portuguesas Hidromod e Consulmar, visando construir um modelo hidrodinâmico de controle ambiental nos estuários. Os cálculos feitos no primeiro software, em 1996, coincidiram com os dados fornecidos pela Codesp.

Os trabalhos foram conduzidos pela seguinte equipe de técnicos e pesquisadores: José Manoel Chambel F. Leitão, da Hidromod - Modelação em Engenharia Ltda; Ramiro de Jesus Neves, do  Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa; Adélio Joaquim Rodrigues da Silva; engenheiros Antonio de Salles Penteado e Aureo Pasqualeto Figueiredo, diretores das Faculdades de Engenharia Civil e Industrial da Unisanta e prof. Gilberto Berzin.

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   (2/12/1997)