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CONTÊINER...
Terminais particulares começam a surgir

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Receosos a princípio - temiam perder os investimentos, no caso de uma reviravolta na política econômica governamental -, os empresários da área de transportes só começaram a acreditar na potencialidade do distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá, para a movimentação de conteineres, após estarem bem adiantadas (mesmo que com vários atrasos no cronograma) as obras do terminal portuário oficial para conteineres na margem esquerda do porto santista - o Tecon, inaugurado em 30 de agosto de 1981.

O primeiro terminal retroportuário particular para conteineres na margem esquerda do porto de Santos foi instalado pela Agência de Vapores Grieg, quatro meses após a inauguração do Tecon - na prática, após os ajustes, na mesma época em que o Tecon começou de fato a operar. Este registro foi feito pelo editor de Novo Milênio, então responsável pelo caderno semanal Marinha Mercante em Todo o Mundo do jornal O Estado de São Paulo, na edição de 8 de dezembro de 1981:

Já funciona o primeiro terminal privado de conteineres da margem esquerda do porto santista

Com o atendimento do Holstentrader, da Ivaran Lines, entrou em funcionamento dia 29 o primeiro terminal privativo de conteineres da margem esquerda do porto santista, pertencente à agência marítima Grieg. E o movimento foi intenso, pois a embarcação, que cumpre a linha expressa para a Costa Leste dos EUA, recebeu cerca de 100 unidades de 20 e 40 pés, sendo que no novo terminal particular foram consolidadas 98 unidades com produtos diversos destinados a New York, Charleston, Jacksonville, Norfolk, Filadélfia e Baltimore. Para isso, o pátio recebeu nos dias anteriores em média 20 a 22 caminhões diários, com tecidos, fios de algodão, café em grão e solúvel, rodas de aço para automóveis, da Fumagalli, blocos de motores e outros produtos.

Uma maquete, na ala de escritórios, ajuda uma empresa particular de consultoria a planejar cuidadosamente o aproveitamento da área, racionalizando o trabalho, desde o acesso rodoviário especial defronte ao terminal (situado na Avenida Santos Dumont, 4.475, em Guarujá). Foram previstos um local para atendimento aos motoristas, cozinha, alojamento, fornecimento de refeições para funcionários e motoristas, telefone, rádio e terminal de telex, para uso inclusive por terceiros que operem com o terminal.

A Grieg, que também providenciou a locação da sala 101, prédio 1, do Terminal de Conteineres da Codesp, passou assim a oferecer uma infra-estrutura mais completa de atendimento às armadoras representadas (mais de 20, incluindo a Ivaran Lines, Companhia Marítima Nacional, Libra, Canadian Westfal-Larsen, Atlanta Maritime Corp. e outras).

O terminal permite a execução de todos os serviços de consolidação, desconsolidação e movimentação de conteineres, que também podem ser utilizados por outras empresas; dispõe de amplo pátio para estacionamento de conteineres (empilhando até quatro unidades) - adaptado para no futuro operar com guindastes de pórtico sobre trilhos -, uma balança para 50 toneladas na portaria, onde está sendo instalada a central de controle do terminal, para coordenar as manobras, entradas e saídas dos conteineres e caminhões. Um guindaste sobre pneus, recentemente adquirido da Villares, foi transportado para o terminal, para a movimentação dos conteineres.

Um armazém no centro do terminal, dividido em boxes, com portas eletrônicas e controle de iluminação, permite os trabalhos mesmo em dias chuvosos, e em breve haverá instalações para recebimento de até 15 conteineres frigoríficos. Mesmo a segurança não foi esquecida, havendo completo sistema de segurança com hidrantes e extintores para combate a eventuais incêndios.

Anúncio publicado em 24/11/1981 em Marinha Mercante/OESP

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