Moore McCormack jumboriza mais quatro embarcações
Pioneira na introdução do uso de conteineres no Brasil, a Moore McCormack decidiu na semana passada investir 47 milhões de dólares na jumborização de mais
quatro de seus navios, da classe C-4 - o Mormacvega, o Mormacargo, o Mormacrigel e o Mormaclynx - sendo que o primeiro deles, o Mormacvega, esteve em Santos até ontem, em sua última viagem antes de ser
submetido ao processo de encompridamento do casco, que permite aumentar a capacidade de conteineres de 199 TEUs para 628 TEUs.
Segundo fontes da armadora, a decisão se baseia não só na confiança em que o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos continue crescendo, mas também no aprimoramento dos métodos de
transporte e meios de unitização.
O processo a que o Mormacvega será submetido, no estaleiro de Tampa (Flórida, EUA), a partir do dia 15 de janeiro - e com duração prevista até 1º de junho - consiste no corte
transversal vertical do casco, à frente da ponte de comando, e inserção de um módulo de porões, soldado então às duas partes iniciais do casco, aumentando portanto o comprimento do navio.
As embarcações assim transformadas aumentam de 550 para 665 pés de comprimento; de 10.481 para 13.100 TPB; de 6.151 para 9.350 toneladas líquidas; de 1.200 para 2.300 toneladas de
capacidade de óleo vegetal a granel, e de 199 para 628 TEUs. A velocidade (23 nós) e o consumo de combustível ficam inalterados, apesar disso.
Cabe lembrar que já há algum tempo os navios da empresa viajavam a velocidade econômica, demorando 11 dias ao invés de 10 no trajeto Santos-New York, por exemplo.
Os navios, após a conversão, poderão manipular conteineres e volumes pesados com o seu próprio equipamento, não necessitando do auxílio de guindastes e/ou cábreas de terra, e serão
também equipados com tomadas de força para ligação de um grande número de conteineres frigoríficos. Isso aliás é um dos motivos da maior demora do processo de jumborização, em relação ao normalmente efetuado.
Durante período em que o Mormacvega estiver sendo transformado em Tampa, o segundo navio a sofrer a mudança também entrará em reforma, mas no estaleiro de Lorain, nos Grandes
Lagos, estando prevista a sua entrega para 1º de novembro próximo. Em seguida, serão transformados o Mormacrigel, na Flórida, entre 1º de setembro de 1982 e 1º de fevereiro de 1983, e o Mormacargo, em Lorain, entre 15 de novembro de
1982 e 15 de abril de 1983.
Além dos quatro navios agora jumborizados, os dois midbodies C-6 atualmente em operação - Mormacdraco e Mormacaltair - futuramente também sofrerão algumas
modificações, com a finalidade de aumentar sua capacidade de conteineres de 610 para 628 TEUs.
Última viagem - Esteve ontem em Santos, procedente de São Sebastião (SP), o Mormacvega, que na sua última viagem antes da entrada no estaleiro recebeu café, autopartes e
produtos diversos, inclusive em conteineres. Em São Sebastião, a embarcação recebeu 30 conteineres de 20 pés, sendo 28 com motores Ford e dois com produtos da Cerâmica Weiss; em Santos, foram embarcadas 13.733 sacas com café; 45 conteineres de 20
pés e 28 unidades de 40 pés (com café solúvel, doces, sapatos, autopartes, extrato de carne, brinquedos, óleo de soja, chá preto etc.); e 850 toneladas de carga geral (sendo 211 toneladas de rodas de automóveis, 50 toneladas de aço forjado, 210
toneladas de corned-beef, 50 toneladas de Duratex, 60 toneladas de algodão e 125 toneladas de fios de algodão, entre outros produtos).
As cargas destinam-se aos portos da Costa Leste dos Estados Unidos, servidos regularmente pela linha da Moore McCormack, segundo os escritórios santistas da agência de navegação do
grupo. |