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Movimento Nacional em Defesa
da Língua Portuguesa
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RIA...
Peixóping
Quem passa pelas praias de Santos, a caminho da Ponta da
Praia, encontra na Avenida Bartolomeu de Gusmão, próximo ao canal 5, placas municipais de trânsito que evidenciam uma (no mínimo)
curiosa distinção: uma seta à esquerda aponta para o Shopping Praiamar, enquanto outra, indicando para o motorista seguir em frente,
aponta o Mercado de Peixe.
Como é que os macaquinhos ainda não
criaram o Peixóping?
Ora, por quê o Praiamar não é apresentado como o mercado ou centro de compras que é, ou, se
é para prestar informações aos turistas ingleses, não se informa que adiante se situa o shopping dos peixeiros?
shopping = centro comercial = mercado = centro de compras
Apesar de até estudantes universitários revelarem o
desconhecimento do fato, shopping é apenas um centro de compras ou mercado. E nem é uma expressão muito usada no exterior (os norte-americanos
preferem o termo "mall", que por aqui não virou moda, decerto porque lembraria a palavra "mal", bem pouco charmosa para ser
relacionada a um centro comercial.
Entendem certos publicitários que mercado lembra frutas e
verduras (peixes também), e ficaria chato relacionar uma loja de roupas finas ao cheiro do tomate, da cebola e da sardinha. O termo
galeriaé geralmente associado pelos brasileiros a uma loja de quadros (embora exista no bairro do
Gonzaga a Galeria 5ª Avenida, a Galeria A.D.Moreira, a Galeria Ipiranga).
Ah, galeria passa para os brasileiros a idéia de um local de
passagem (ligando duas ruas, por exemplo), não um lugar de permanência? Tudo bem, então usem centro comercial,
como faz o Super Centro Comercial Boqueirão, possivelmente o primeiro "shopping" da região e que nunca precisou de substantivos
ingleses para se promover.
Conceito distorcido? - Prova de que muitas teorias sobre o comportamento do público
só se aplicam à cabeça de certos publicitários alienados, o centro comercial Boqueirão, existente há várias décadas, tem mais gente
comprando em qualquer horário que certos "shoppings" situados em zonas mais valorizadas. Talvez porque no centro comercial a função
de centro de compras, de mercado, esteja mais explícita. Muitas pessoas interpretam "shopping" mais como um local para
encontros de namorados, para os jovens se verem e serem vistos, para paquerar, do que para se fazer alguma compra. As lojas, bem,
elas devem estar ali para enfeitar a paisagem, como os quadros e as esculturas numa galeria de arte...
Eis um bom exemplo de como o uso de idiomas estrangeiros acaba até atrapalhando os negócios.
Pense bem: quantas vezes você deixou de consumir um produto por não ter a menor idéia do que seu fabricante quis informar na
embalagem, com todos aqueles nomes estrangeiros e técnicos - que, em alguns casos, nem os seus funcionários sabem o que significam?
Veremos exemplos disso, aliás, nos próximos casos ridículos de macaquice explícita mostrados nesta seção...
Não é o nome do centro que define a
quantidade de compradores, ao contrário do que alguns imaginam...
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