4.6.1.A
estratégia estrangeira para a internacionalização
da Amazônia:
(Excerto de um Estudo mais amplo
da ASMIR/PR sobre o Governo FHC)
É indiscutível que
existe um movimento de âmbito mundial originado nos Países
Hegemônicos - sob a indisfarçada liderança dos EUA
- cujo objetivo final é impor ao Brasil a aceitação
de um certo grau de internacionalização da Amazônia
brasileira e/ou a administração compartilhada dos abundantes
recursos daquela área. Os vetores desse movimento estão perceptivelmente
localizados nos EUA e em países da Europa, e/ou são operacionalizados
por ONGs de cunho internacional neles sediadas, muitas delas com intensa
atuação e numerosa presença física na Amazônia
Brasileira e quase todas generosamente financiadas por bancos estrangeiros.
Também é impossível
desconhecer que as intervenções estrangeiras feitas pelos
Países Principais - mesmo sem a aprovação do Conselho
de Segurança da ONU - em países periféricos, têm
se tornado perigosamente freqüentes, porque a Secretaria Geral da
Organização às vezes tem estado a serviço dos
interesses das grandes potências, notadamente desde que o Governo
dos EUA decidiu literalmente impor a todos os países do mundo a
sua indiscutível Supremacia política/econômica/militar,
monopólio de Poder que os seus dois últimos Presidentes vêm
utilizando, sem qualquer pudor diplomático e com crescente ousadia,
indiferentes às débeis reclamações dos demais
países do Planeta, até mesmo dos seus parceiros do G-7.
Assim a tendência, desde já
e por muitos anos, será a de se repetirem as intervenções
em Países Periféricos - como o Brasil - feitas por essas
Potências, que as justificariam com os pretextos (reais ou imaginários):
do narcotráfico, da destruição das florestas tropicais,
do terrorismo internacional, e da proteção a comunidades
indígenas, e outros.
Isso sem minimizar a tese do Almte.
Roberto Gama e Silva de que a ocupação da Amazônia
brasileira já está em plena execução através
do domínio estrangeiro sobre o Compartimento Econômico do
país (por submissão às políticas macroeconômicas
ditadas pelos órgãos financeiros multilaterais internacionais,
e obedientes às teses de desregulamentação dos fluxos
de capitais internacionais, e de privatização e desnacionalização
das estatais estratégicas para entes de Países Hegemônicos),
além da presença incontrolada de ONGs estrangeiras e nacionais
(muitas delas financiadas generosamente por bancos internacionais), ONGs
que praticamente comandam o processo de “proteção ambiental”
e dos “direitos indígenas”, segundo seus próprios critérios,
e para os quais já conseguiram a adesão (ou cumplicidade?)
consciente da FUNAI e a inconsciente do trêfego Ministro do Meio-Ambiente
e do Ministério Público Federal.
Fazendo-se uma análise prospectiva
em relação à Amazônia Brasileira, embora os
pretextos que servem à orquestração da tese da internacionalização
da Amazônia venham sofrendo algumas modificações através
dos anos, atualmente é possível identificar duas Variantes
principais em todas as suas iniciativas, e nas teses e slogans que
utilizam:
1) A VARIANTE “ECOLÓGICA”
- por meio da qual esgrimem argumentos de cunho ambientalista e de defesa
da ecologia, com vistas a levar a opinião pública mundial
a aderir à idéia de que a proteção da Amazônia
é tão importante para o planeta que esta Região deveria
pertencer a todos os países do mundo e não somente ao Brasil.
Esta Variante é instrumentalizada pelas expressões “soberania
limitada (ou relativa)” do Brasil sobre a Amazônia, e/ou a “administração
compartilhada” dos vastos recursos da região; e a mais recente e
mais perigosa delas, “Amazônia, patrimônio da Humanidade”.
2) A VARIANTE “ANTROPOLÓGICA”,
por intermédio da qual simulam defender os “direitos dos povos indígenas”
à propriedade dos territórios onde habitam (cuja extensão
deve ser a maior possível) e onde os índios devem poder exercitar
sua autonomia, tão ampla que beira à autodeterminação
- a rigor, na prática, uma soberania relativa sobre esses territórios.
Hoje, já existem dois institutos
internacionais especialmente aptos à instrumentalização
desta última Variante: um diploma legal internacional, a “Declaração
dos Direitos dos Povos Indígenas” e um novo órgão
da ONU, o Alto Comissariado para a “Defesa dos Direitos Humanos” ambos
já aprovados pela maioria dos Países, inclusive pelo Brasil,
(utilizáveis por óbvio na defesa dos “direitos” dos indígenas
brasileiros).
4.6.2. O
Governo FHC - e a VARIANTE ECOLÓGICA:
a. Os atuais MITOS, slogans
e teses:
Praticamente desde 1985, não
por acaso logo após o ciclo dos Governos Militares, os grandes OCMs
do Primeiro Mundo vêm insistindo sempre na mesma temática
preservacionista e ecológica, utilizada agora com uma abordagem
pragmática e mais refinada, qual seja, que “o povo do resto do mundo,...
necessita que a Amazônia funcione como um sistema (ecológico)
e isso, no fim, é mais importante do que a controvérsia sobre
quem é o dono da Amazônia. A Amazônia pode se estender
pela América do Sul, mas a responsabilidade por sua salvaguarda...
pertence a todo o mundo.” (33) “Brincando com fogo”
- “Times” - 18/09/89 - (citado em “Para Collor ler na cama” - Gen.
Div. Raymundo N. Torres - 1991).
Assim, usando com extraordinária
proficiência as técnicas de propaganda conhecidas como “orquestração”,
“repetição”, “amplificação”, “holofote”, etc.,
os OCMs vêm pregando ad infinitum sempre os mesmos MITOS que,
embora destituídos de qualquer valor científico, possuem
indiscutível apelo altruístico e forte motivação
emocional, tais como:
- "Amazônia pulmão do
mundo";
- "floresta amazônica, proteção
contra o efeito estufa";
- "floresta amazônica, patrimônio
da Humanidade";
- "preservação da
biodiversidade, da fauna e da flora do planeta";
- “a injusta concentração
da água potável do planeta na Amazônia brasileira,
e a hipotética escassez futura no resto do mundo”; et alii.
(7) (não-textuais)
Em realidade, se examinados com precisão
científica, sem histeria e sem ideologia, todos esses MITOS são
rigorosamente falsos, ou representam meias-verdades instrumentalizadas
em mistura com meias-mentiras, com a finalidade perceptível de conquistar
a "opinião pública" mundial para as teses que a eles estão
subjacentes, entre as quais a da necessidade de uma administração
compartilhada para a Amazônia, da qual participem organismos internacionais,
ou até países do primeiro mundo.
Desafortunadamente, porém
- a despeito da falta de embasamento científico de todas essas afirmações,
como ademais de todos os outros slogans costumeiramente citados - até
mesmo grandes mentiras acabam aceitas como verdades quando convenientemente
orquestradas e magnificadas. Em todo o mundo, inclusive no Brasil, essas
teses, por conterem fragmentos de verdades e possuírem indiscutível
apelo emocional, já conseguiram a firme adesão de incontáveis
pessoas de bem, que têm pouca cultura e cujo conhecimento sobre a
área se baseia em notícias dos OCMs que divulgam meias verdades,
valorizadas por uma linguagem pseudo científica.
b. A conquista da opinião
pública mundial:
Atualmente, dentro desse mesmo contexto
acima, já acirrada a “utopia preservacionista e a histeria ecológica,
a questão amazônica ganhou um novo ângulo: o Brasil
não teria nem a capacidade nem a idoneidade para gerenciar esse
patrimônio da Humanidade" (7) (não-textuais)
que poderá deixar degradar ou destruir.
Não será por mera coincidência
que a mídia internacional, secundada pelos OCMs nacionais, também
utilizando com grande competência e intensidade as mesmas técnicas
de propaganda acima citadas, vêm difundindo com destaque, de maneira
sistemática e magnificada, todos os acontecimentos torpes e crimes
hediondos ocorridos no nosso País, ou focalizando com especial ênfase
episódios de corrupção de nossos políticos,
autoridades administrativas, etc., (como se tais fatos fossem exclusividade
nossa) de forma a produzir a desmoralização do Brasil e dos
brasileiros diante da opinião pública mundial, apontando-nos
como um País de ladrões, assassinos, verdadeira escória
do planeta, dirigido por uma liderança política cuja corrupção
não é acidental mas institucional, o que nos tornaria incapazes
de ter sob nossa responsabilidade um “patrimônio da Humanidade” tão
valioso e vital para o planeta como a Amazônia.
No Primeiro Mundo, as pessoas comuns
já se perguntam se será prudente deixar sob o domínio
e a administração de um povo de corruptos, delinqüentes
e incapazes, uma área tão rica e tão importante como
esse verdadeiro “patrimônio da humanidade”! E o Gen. Luiz Gonzaga
Schoereder Lessa, Cmt. CMA, já percebera isso desde logo: “O que
desejam o G-7 (sete grandes) e as ONGs é que a Amazônia seja
preservada exatamente como ela está; não se derrube uma árvore,
não se mate um jacaré (crime inafiançável!),
e ela permaneça como PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE! E a nossa grande
preocupação é essa expressão "patrimônio
da humanidade"; ela está consolidando cada vez mais, a nível
internacional, a cobiça e a tendência à intervenção.”
(36) (palavras do Gen. Lessa, no Clube Militar, out../99)
Segundo denunciou o Movimento de
Solidariedade Ibero-americana (MSIA), a intensificação da
escalada ambientalista-indigenista contra o Brasil é resultado direto
de acordos feitos pelo presidente Fernando Henrique Cardoso durante a sua
visita como Chefe de Estado a Londres, em dezembro de 1997, quando ele
teria prometido ao príncipe Philip - "executivo-chefe" das campanhas
ambientalistas e indigenistas mundiais - empenhar-se para chegar à
meta de reservar 10% do território brasileiro para áreas
de proteção ambiental. Com a mesma concepção,
em recente entrevista à revista alemã Der Spiegel,
o Presidente FHC afirmou o seu apoio à criação de
um tribunal internacional para julgar crimes contra os direitos humanos
e o meio ambiente. (37) (“Roraima no centro..." etc.)
- (não-textuais)
c. O Governo FHC - e a leniência
e tolerância com as ameaças externas:
Nos últimos dez anos, desnudando
a verdadeira intenção subjacente à esta Variante Ecológica,
vem sendo explorado um novo mecanismo para preparar a opinião pública
mundial para a invocação já iminente do direito de
ingerência dos países do Primeiro Mundo de intervirem na Amazônia
brasileira, mediante manifestações mais ou menos oficiais
de prestigiosas autoridades governamentais dos Países Principais
RECLAMANDO, algumas quase exigindo, com crescente freqüência
e sem qualquer tato diplomático - e, inacreditavelmente, sem as
indignadas reações de nossos governantes - um novo status
institucional para a soberania do Brasil sobre a Amazônia.
Apenas alguns exemplos:
1 - Em 1989, o Sen. Kasten dos EUA,
afirmou: “Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia
não é deles mas de todos".
2 - Em 1993, o Presidente Mitterand
e a Primeira Ministra da Noruega, Groo Harlem Brundtland, em ocasiões
distintas, declararam pública e explicitamente que a importância
da Amazônia para o planeta é tão grande que o Brasil
não teria o direito de soberania plena sobre ela, e que o status
mais conveniente em relação ao domínio sobre esta
área, seria o da soberania relativa (ou limitada) ou da administração
compartilhada.
3 - Em 1994, Gorbachev declarou:
"O Brasil deve delegar parte de seus direitos (sobre a Amazônia)
aos organismos mundiais competentes".
4 - Em 1996, defendendo a mesma tese
de soberania limitada, o diplomata Boutros-Ghali, secretário Geral
da ONU, em um relatório oficial ao Conselho de Segurança
da Organização, afirmou textualmente o seguinte: “O tempo
de absoluta e exclusiva soberania já passou. Agora, é tarefa
dos líderes de cada país encontrar o equilíbrio entre
as necessidades de seus governos e as exigências de um mundo cada
vez mais interdependente.” (38) (“Uma agenda para
a Paz” - Boutros-Ghali, secretário Geral da ONU - 1996)
- Em 1997, tornando reais e não
apenas potenciais as ameaças à nossa soberania plena sobre
a Amazônia, tomamos conhecimento estupefatos de que o governo dos
EUA - obviamente com base no direito de ingerência - além
da tropa regular que já mantinha na Guiana, já tinha preparado
em Miami um Destacamento Especial (o Grupo Verde) para intervir militarmente
na Amazônia brasileira “em defesa do meio-ambiente”. Esta denúncia
foi recebida com criminosa indiferença pela nossa Diplomacia, e
sem o menor protesto do Presidente da República FHC que, dias após
a divulgação dessa notícia pela mídia nacional
e internacional, discursava na ONU sem fazer a mínima referência
sequer a esta verdadeira agressão dos EUA contra o nosso País.
(39) (“Selva verde-amarelo” - in Revista “Isto
é“ - 12 de jun./1997)
- Em 1998, a propósito dos
estranhos incêndios em Roraima, um general norte-americano criticou
publicamente o governo brasileiro declarando a jornalistas de OCMs internacionais
que, se o Brasil não preservasse adequadamente a floresta amazônica,
os EUA poderiam enviar tropas ao nosso país com essa finalidade.
- Ainda sobre esses estranhos incêndios,
na ocasião “o Parlamento Europeu... aprovou uma resolução
com fortes críticas... à falta de ações concretas
para a preservação da floresta amazônica...” "Não
entendemos a demora do governo brasileiro em aceitar o auxílio internacional"...
o episódio de Roraima deixou claro que o Brasil não consegue
enfrentar esses problemas sozinho”. (40) “Entre as
15 medidas elencadas pelo documento..., está uma solicitação
ao G-8... ‘que proponha medidas concretas, a fim de agir conjuntamente
com as Nações Unidas para lutar mais eficazmente contra a
exploração abusiva e ilegal da floresta amazônica’
".... "Só o governo brasileiro não é suficiente. Por
isso, vamos propor uma ajuda externa. A AMAZÔNIA NÃO É
UM PROBLEMA SÓ DO BRASIL, MAS UM PROBLEMA DA HUMANIDADE...”, afirmava
o representante do Parlamento Europeu. (40)
Diante dessas declarações
do Parlamento Europeu, o Presidente FHC, além de não ter
rechaçado com veemência essas graves ameaças à
nossa Soberania, parece tê-las acolhido, pois seu Governo aceitou
precipitadamente as ajudas - comprovadas depois como desnecessárias
- de unidades de bombeiros da Argentina, da Venezuela e de um organismo
da ONU para o combate ao sinistro, mesmo enfrentado dura resistência
dos Ministros Militares.
Aliás, precedendo este episódio,
na Conferência “Rio+5”, houve um antecedente muito comprometedor,
(sobre o qual os fatos posteriores vieram a lançar fundadas suspeitas)
quanto às reais intenções do Presidente FHC ao afirmar,
publicamente, diante de diplomatas e de jornalistas estrangeiros, que o
Brasil não disporia da infra-estrutura adequada para impedir derrubadas
de árvores e queimadas na Amazônia! (não-textuais)
Esta inoportuna admissão pública do Presidente FHC quanto
à incapacidade do Brasil proteger eficazmente a Amazônia contra
incêndios e desmatamentos, parece ter funcionado como “sugestão”,
aceita fulminantemente pelo G-8 e os “grandes incêndios” apareceram
em Roraima e a citada Resolução unânime foi aprovada
pelos Países Principais rapidamente!
O fato é que nenhum titular
de qualquer órgão do Poder Executivo poderia ter autorizado
sozinho a entrada de militares estrangeiros em nosso território,
nem mesmo para debelar o “incêndio” em Roraima... (ainda que hipoteticamente
necessária) pois essa autorização só poderia
ter sido dada pelo Poder Legislativo eis que a CF/88 prescreve como competência
exclusiva do Congresso “permitir que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente..”
(Art. 21, IV, Art. 49, II, CF/88).
- Em 1999, a Secretária de
Estado dos EUA (Madaleine Albright), repetindo o seu antecessor, Christopher
Warren, afirmou taxativamente que “quando o meio-ambiente estiver em perigo,
não há fronteiras", fazendo eco ao ex-Primeiro Ministro britânico,
John Major, que já havia proclamado: "as nações desenvolvidas
devem estender os domínios da lei ao que é comum de todo
o mundo".
Inúmeros outros exemplos poderiam
ser alinhados aqui, tantas têm sido as agressões diretas e
indiretas à nossa Soberania plena sobre a Amazônia, TODAS
elas toleradas e absorvidas sem a menor reação ou protesto
pelo Presidente FHC ou pela nossa Diplomacia.
Como acertadamente vaticinou o Embaixador
Joaquim de Almeida Serra, “... foi dado o sinal de contagem regressiva
para o fim da soberania do Brasil sobre a Amazônia.”
d. A presença estrangeira
na Amazônia:
Fontes dos Informes: (35);
(36); (37) (não-textuais)
1) As ONGs
Atualmente, outra ameaça a
destacar é a anormal presença de numerosos estrangeiros na
Amazônia. Calcula-se que ali estejam cerca de 10 mil estrangeiros
não-residentes, sendo que (pelo menos) 10% são clandestinos.
São pessoas que, na maioria, não passam pelo crivo de nossas
autoridades de imigração. (36)
A propósito, para comprovar
o controle deficiente desses alienígenas na região, o Gen.
Lessa em seu depoimento na CPI da Câmara de Deputados sobre a FUNAI,
afirmou que, uns quinze dias antes, havia sido preso um cidadão
russo em Vila Bittencourt; e ele perguntava - o que um russo iria fazer
em Vila Bittencourt? E, um mês antes, havia sido aprisionado em Tefé/AM
um avião "Interfer", com quatro cidadãos norte-americanos
a bordo, a aeronave toda equipada, ultramoderna, fotografando todo o território
nacional sem permissão sequer para sobrevoar o Brasil.
Essa anormal presença de numerosos
estrangeiros não-residentes exercendo atividades diversas na Amazônia,
explica-se também pelas crescentes atividades das ONGs estrangeiras
atuando na área. “Quanto às organizações não-governamentais,
não há como falar da Amazônia sem mencioná-las”,
afirmou o Comandante do CMA, Gen. Ex. Lessa. (36)
(não-textuais)
Não por acaso, a presença
dessas Organizações na Amazônia teve um grande impulso
após a Rio-92, e se acelerou acentuadamente também ao longo
do 1º mandato do governo FHC, de tal forma que, atualmente, elas gozam
de um grau inconveniente de liberdade, perigoso e inaceitável para
quem tem o dever de realmente defender a nossa Segurança e Soberania
sobre aquela Região.
Hoje em dia, a rigor, ninguém
controla as ONGs - nem o IBAMA controla as de inspiração
ecológica; nem a FUNAI as de inspiração antropológica...
nem o Ministério do Meio Ambiente, nem o Ministério de Ciência
e Tecnologia, nem a Polícia Federal, rigorosamente nenhum ente estatal
brasileiro as controla efetivamente... É indispensável que
se controle o que elas estão realmente fazendo “e o que estão
trazendo para cá e como o trazem”. (36)(não-textuais)
É de se reconhecer também
que o proselitismo intenso dos MITOS e slogans que justificariam
a “internacionalização” da Amazônia, são difundidos
ad
nauseam e operacionalizados pelas ONGs, nacionais e/ou estrangeiras.
É inegável que as ONGs
que atuam na região exercem decisiva influência sobre as questões
ecológicas e na problemática indigenista. E, para fazer isso,
essas Organizações recebem recursos financeiros abundantes
de origem internacional. Eis algumas delas: a Selvaviva, a SOS Amazônia,
a Mimarauape, que virou Instituto, a Sopren, o Greenpeace, a WWF, a mais
atuante em todo o mundo, inclusive no Brasil. Seu presidente é o
príncipe Philips, da Inglaterra. E existem vários entes financeiros
que as ajudam, como o Barclays Bank, o National Master Bank, um banco da
Inglaterra, e outros, com grande generosidade!
2) A falta de controle sobre os
estrangeiros na Amazônia:
A despeito de todas essas circunstâncias
inconvenientes (para dizer o mínimo), no atual governo FHC ninguém
- exceto o Comando Militar da Área - parece preocupado com o número
demasiadamente grande de estrangeiros cuja presença na Amazônia,
pode ser uma máscara para atividades prejudiciais aos interesses
do Brasil, inclusive em relação à Segurança
e à propriedade dos princípios ativos da variadíssima
e valiosíssima biodiversidade da região, ou (talvez) até
mesmo para executar atos de sabotagem... como grandes incêndios (por
exemplo)...
Ao contrário, o Governo FHC
parece incentivar a presença estrangeira na Amazônia pois
em janeiro de 1999, um avião ER-2 - Airbone Science da Nasa (dos
EUA) foi autorizado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia
a iniciar uma missão de seis semanas na Amazônia para coletar
“dados sobre o comportamento das chuvas...” (e o que mais?). Equipado com
mais de uma tonelada de instrumentos similares aos de satélites,
o avião veio com o salvo-conduto da presença na área
do então Ministro da Ciência e Tecnologia, Luiz Carlos Bresser
Pereira. Segundo ele, o avião da Nasa tinha instrumentos para conhecimento
do ciclo da água, energia solar e de nutrientes da floresta (e o
que mais?) e não representaria nenhuma ameaça à Segurança
Nacional! (41) “Avião da Nasa começa
coleta de dados sobre a Amazônia” - A Crítica - Manaus
- 22/01/99 - C-3) (não-textuais)
Deputados da oposição
tentaram em vão impedir pela Justiça Federal o vôo
dessa aeronave requerendo a suspensão da missão que deveria
antes ser discutida pelo Congresso pois havia a possibilidade de estrangeiros
obterem informações estratégicas prejudiciais à
Soberania do País.
Dentro desse mesmo projeto, na ocasião,
já estava sendo feito um estudo em terra na região de Ji-Paraná/RO,
com a presença de mais de 150 cientistas, pesquisadores, técnicos
e estudantes, na maioria europeus e norte-americanos, coletando dados meteorológicos,
hidrológicos e biogeofísicos, que “permitirão conhecer
os processos responsáveis pela formação das chuvas”
(e o que mais coletaram?)...
Na mesma data, um outro avião
da Nasa já estava atuando em Rondônia também recolhendo
dados para o mesmo projeto... (e para o que mais?). (41)
A leniência, a indiferença
e a tolerância do atual Governo Federal em relação
à interferência, às ameaças e, agora, à
presença física incontrolada de estrangeiros na Região
Amazônica, inclusive as ONGs de outros países, comprova o
viés internacionalista que informa o julgamento não só
do próprio Presidente FHC, mas também da maioria dos integrantes
do Primeiro Escalão do seu Governo, quase todos permeáveis
(para dizer o mínimo) às teses da Soberania Limitada ou Relativa
e desidiosos (também para dizer o mínimo) quanto à
defesa da nossa Soberania Plena sobre a Amazônia e da Integridade
Territorial do Brasil naquela área.
Nesta Variante, o objetivo imediato
a ser alcançado, seria tão somente a aceitação
pelo Brasil de uma Soberania limitada (ou relativa) sobre a Amazônia
e/ou uma “administração compartilhada” dos seus abundantes
recursos naturais. O desfecho final de todo esse processo - a efetiva internacionalização
da área - seria alcançado gradualmente, de forma indolor
e incruenta.
3) Será já o desfecho
final?
Em novembro de 1999, gerando graves
preocupações e fundadas suspeitas em líderes sociais
e personalidades militares, a imprensa anunciou com pouco destaque que
o Sr. Presidente FHC, em breve, iria participar como convidado da próxima
Reunião do G-7 para "discutir parcerias relativas às florestas
amazônicas, inclusive pesquisas científicas". (42)
"O Banquete da Amazônia" Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa
04/11/99)
Seria indesculpável leviandade
supor que o Sr. FHC iria a essa “cova das hienas” (42)
sem saber o que o esperava... não ele que, em nome da globalização,
já entregara sem reação - em alguns casos diligenciou
isso pessoalmente - para entes estrangeiros a implantação
do SIVAM; vendeu (doou) a preço vil a Vale do Rio Doce, algumas
hidrelétricas e quase todas as distribuidoras de energia elétrica;
entregou literalmente sem nada cobrar os segredos do nosso subsolo do acervo
técnico da DOCEGEO; vendeu/doou as nossas telecomunicações,
inclusive a Embratel; alugou a empresas estrangeiras as principais estradas
de ferro e de rodagem; vendeu a preço vil os mais promissores campos
petrolíferos descobertos pela Petrobrás (que nenhuma percentagem
recebeu nessa venda); e quase literalmente transferiu para empresas estrangeiras
tudo o mais que tinha qualquer valor estratégico! Como ele terá
reagido diante das promessas, pressões, pretextos e talvez ameaças
dos Gerentes do Macrocapitalismo Financeiro Internacional?
Mais cedo do que imaginávamos,
parece ter chegado a vez da “entrega” da Amazônia, pois a "parceria"
que o G-7 pretende quanto à Amazônia, será aquela do
lobo com o cordeiro, (42) e certamente implicará
na prática em uma verdadeira “administração compartilhada”
das riquezas da Região.
Terá o Sr. FHC se mostrado
inflexível na ocasião? Desafortunadamente, é muitíssimo
improvável - em verdade é quase certo - que literalmente
TUDO pode ter acontecido “tendo em vista tudo o que já aconteceu”.
(42) Quem poderia tê-lo detido?
Entretanto como a aprovação
de Acordos internacionais é competência privativa do Senado
Federal, diante da importância da Amazônia para o Brasil e
sabendo-se da tendência “internacionalista” do Sr. FHC, é
indispensável que os Senadores, conheçam MINUCIOSAMENTE -
e aprovem (ou não) - TUDO o que foi tratado entre o Presidente FHC,
e os líderes do G-7. (Quem se atreverá a pôr o guizo
no rabo do gato??)
e. Ameaças reais de intervenção
militar estrangeira na Amazônia brasileira:
Há cerca de seis anos, o cenário
até aqui descrito se tornava potencialmente ainda mais ameaçador,
quando foi denunciada pelo ex-presidente José Sarney, a presença
insólita de efetivos militares norte-americanos em manobras conjuntas
com alguns dos países da nossa fronteira Norte, bem como o aumento
dos efetivos militares da Guiana Francesa, o recrudescimento da influência
da Holanda e da Inglaterra nas suas ex-colônias e, nesta última,
também a permanência (temporária?) de fuzileiros e
soldados norte-americanos. (46) (ex-pres. José
Sarney - “Um punhal na Amazônia” - não-textuais - in
FSP - 23/07/93)
E, em junho/97, tornando reais e
não apenas potenciais as ameaças à nossa soberania
plena sobre a Amazônia, tomamos conhecimento pela mídia nacional
e internacional, estupefatos, que o governo dos EUA - obviamente com base
no direito de ingerência - além da tropa regular que já
mantinha na Guiana, tem preparado em Miami um Destacamento Especial (o
Grupo Verde) para intervir militarmente na Amazônia brasileira “em
defesa do meio-ambiente”. E esta revelação, verdadeira agressão
dos EUA ao Brasil, não suscitou do Presidente FHC, nem do Itamaraty
nenhum protesto ou declaração...
Atualmente, reforçando a hipótese
de uma iminente intervenção militar estrangeira em território
da nossa Amazônia, note-se que os EUA já poderiam contar com
os seguintes pontos de apoio:
- uma base militar em MANTA, no EQUADOR;
- têm a autorização
do Governo peruano para instalarem uma base dos EUA no PERU, em IQUITOS,
onde já existem cerca de cem mariners do Comando Sul dos
EUA, implementando a criação de uma Escola de Operações
Ribeirinhas, em convênio com a Marinha de Guerra peruana;
- já existe um efetivo militar
norte-americano (valor Companhia?) baseado na GUIANA, antiga Guiana Inglesa;
- os EUA já têm autorização
do Governo paraguaio para instalar um destacamento militar em PEDRO JUAN
CABALLERO, fronteira com a cidade brasileira de PONTA PORÃ/MS; além
do que marines dos EUA, já navegam em rápidas lanchas
na bacia do rio Paraguai, nas fronteiras comuns Paraguai/Brasil e Bolívia/Brasil!
Por que e para que todos esses efetivos
militares em locais envolvendo o Brasil e próximas às nossas
fronteiras?
- E, recentemente, fechando o cerco
da nossa Amazônia por Leste, o Governo FHC por seu Ministro de Ciência
e Tecnologia - o Dr. Ronaldo Sardenberg, (o mesmo que participou das tratativas
para a adjudicação à empresa norte-americana RAYTHEON
a implantação do Projeto SIVAM) - e que, agora, assinou um
acordo de “aluguel”(?) de quase a metade da área da Base de Lançamento
de ALCÂNTARA, (no Maranhão) para que o governo do EUA faça
lançamentos de mísseis a fim de colocar em órbita
artefatos cuja finalidade desconheremos e cujo trânsito e permanência
em solo brasileiro, não poderemos fiscalizar, nem mesmo pela alfândega.
f. O Plano Colômbia:
Precipitando nossas preocupações
quanto à interferência direta de países estrangeiros
na Amazônia brasileira, há pouco mais seis meses, o Governo
Clinton decidiu apoiar financeira, logística e militarmente o governo
da Colômbia em sua luta contra as Forças Armadas Revolucionárias
Colombianas (FARC) e o narcotráfico, cuja área de atuação
abrange em parte a Amazônia colombiana.
Assim, a pretexto do combate ao tráfico
de entorpecentes e à guerrilha (ou narco-guerrilha) um efetivo desconhecido
de militares norte-americanos (500?) já está fisicamente
presente na parte colombiana da floresta amazônica, ainda um tanto
distante de nossa fronteira (mais de 200 Km), mas representando desde já
uma ameaça potencial concreta e real, embora ainda não atual.
O documento que contém todas os detalhes desse apoio financeiro,
logístico e militar, dos EUA àquele país vizinho,
chamou-se “Plano Colômbia” cujo texto completo, como seria previsível,
não se conhece.
O contra-almirante HÉLCIO
BLACKER ESPOZEL, subchefe de Inteligência do Ministério da
Defesa se posicionou sobre o PLANO COLÔMBIA em audiência pública
na Comissão da Amazônia e Desenvolvimento Regional do Congresso
Nacional, declarando que os possíveis "efeitos negativos", decorrentes
do Plano Colômbia, seriam:
- uma migração clandestina
e desordenada na faixa de fronteira;
- a presença de grupos guerrilheiros
no território nacional;
- a violações da linha
de fronteira por tropa armada de qualquer natureza (ou nacionalidade);
- a absorção pela população
brasileira local da cultura da violência e do narcotráfico;
- o deslocamento das unidades de
produção e processamento da pasta base da coca para o território
nacional;
- o aumento do fluxo de precursores
químicos através do território brasileiro para a Colômbia;
- o aumento do contrabando de armas
para as guerrilhas colombianas através do território brasileiro,
e a intensificação do tráfico de drogas para o exterior,
por novas rotas que passem pelo Brasil;
- os danos ao meio ambiente e a contaminação
dos rios da bacia amazônica provocados possivelmente por desfolhantes
químicos dos EUA;
- o esvaziamento do interior brasileiro
com a migração da população para as áreas
urbanas pelo medo da violência;
- e a possibilidade de uma maior
pressão externa para que o BRASIL se envolva militarmente no conflito.
O anúncio oficial do envolvimento
militar norte-americano na América do Sul com base no “Plano COLÔMBIA”
nos deixou a todos nós brasileiros - militares e civis - cheios
de interrogações e preocupações.
O Sr. FHC, pouco depois do anúncio
do Plano Colômbia pelo Presidente Clinton, se antecipou a todos os
Ministros de Defesa presentes à Conferência de Manaus para
discutir esse Plano, e prometeu publicamente “um firme apoio às
operações antiguerrilha e contra o narcotráfico”.
O que ele quis dizer por “firme apoio”? O que significa isso para ele em
termos militares? Ao que tudo indica o Sr. FHC pretendeu com essa
sua extemporânea declaração aos OCMs, pressionar os
Ministros da Defesa a apoiarem a decisão temerária do Presidente
Clinton.
Rejeitado o pretendido apoio ao Plano
Colômbia, unanimemente, pelos Ministros de Defesa sul-americanos
reunidos em Manaus, eis que recebemos dias depois, em Brasília,
a visita incômoda de uma diplomata britânica, a Vice-Ministra
Marjorie Moulan, que profetizou que “o envolvimento militar do Brasil na
Colômbia é somente um questão de oportunidade.”
E a probabilidade de uma temível
expansão do Plano Colômbia para outros países sul-americanos
foi claramente admitida pela embaixadora americana na Venezuela, Donna
Hrinack, em entrevista ao jornal El Universal (5/11/00) ao argumentar
que, uma vez que o narcotráfico ignora fronteiras, por que outros
deveriam respeitá-las? Que é hora de pensar-se em uma “segunda
fase” do Plano Colômbia porque “estamos face a um problema regional,
e assim a resposta deve ser regional porque eles [os narcotraficantes]
não respeitam as fronteiras. Se existe uma ameaça à
soberania, ela vem do narcotráfico... Devemos agir juntos... Precisamos
pensar sobre um Plano Andino”. (37) (EIRNS, 6/nov/00)
(não-textuais)
Oficiais de Estado Maior (RRm), associados
à ASMIR/PR, conhecedores da Região e dos problemas amazônicos,
temem que essa presença militar dos EUA na Amazônia colombiana,
acabe se perpetuando - e provavelmente se ampliando.
Essa presença, poderia configurar
o início ainda disfarçado de uma maciça intervenção
armada dos EUA na Amazônia sul-americana, a ser estendida aos países
vizinhos como desdobramento provável da conduta de combate à
guerrilha, e/ou como decorrência da expansão do plantio e
do narcotráfico para áreas vizinhas; e/ou sob qualquer dos
pretextos já sobejamente conhecidos, como a defesa do meio ambiente,
ou dos direitos dos povos indígenas, etc.
Nesse mesmo sentido, o “Alerta Científico
e Ambiental” (EIRNS, 6/nov/00) divulgado pelo site da APADDI (www.apaddi.com.br),
afirmava que a política dos EUA para a Colômbia não
seria ganhar a guerra contra a narcoguerrilha, mas perenizar um conflito
diversionista na Amazônia sul-americana, mantendo todos os países
amazônicos em cheque, e ensejando a criação de um enclave
militar americano na região. (37) (não-textuais)
A preocupação com as
conseqüências de uma presença militar norte-americana
na selva amazônica, implícita no Plano Colômbia, tem
sido externada também por diversas autoridades brasileiras como
o general (RRm) Carlos Eduardo Jansen, ex-comandante da Brigada de Infantaria
de Selva, e, mais recentemente, pelo general Clóvis Bandeira, do
Comando Militar da Amazônia.
Em entrevista concedida à
AFP (A Crítica/AM, 5/nov/00), disse o general Bandeira: “Esperamos
que os Estados Unidos não participem diretamente em nenhum combate
pelo simples fato de que não saberão como vender essa guerra
em seu país”, (37) (textuais) assinalando
que a assistência americana à Colômbia inclui o treinamento
de dois batalhões antinarcóticos do Exército colombiano,
o fornecimento de helicópteros e 500 assessores americanos envolvidos
nessas tarefas. “Os Estados Unidos querem combater o narcotráfico
que tanto castiga sua sociedade, mas isso não pode ser feito sem
o ataque à guerrilha. É difícil separar as duas coisas,
não sei como o Plano Colômbia vai fazê-lo mas esta situação
é muito perigosa”, concluiu o general Bandeira.
As preocupações dos
militares brasileiros, decorrentes do Plano Colômbia e da situação
geopolítica fluida da nossa fronteira Norte-Noroeste do AM e RR,
e notadamente na região da Cabeça do Cachorro, é determinada
não apenas pelo desencadeamento desse Plano, mas também pela
anormal presença na região de ONGs dos mais variados matizes
e vinculações, até mesmo a governos estrangeiros,
em prol do bloqueio de extensas áreas ao desenvolvimento econômico,
supostamente para a manutenção de culturas indígenas
e de manutenção de santuários ecológicos, mas
principalmente devido à intensa mobilização de várias
dessas ONGs, nos últimos meses, fenômeno como já focalizado
atrás.
Considerando o deplorável
sucateamento das nossas FFAA, conseqüência da “estiagem orçamentária”
lançada em face do Presidente FHC pelo próprio Gen. Gleuber
ao fial do ano de 2000, como poderá o nosso país enfrentar
com credibilidade militar essas gravíssimas ameaças reais
e atuais à sua Soberania e a sua Integridade Territorial?
g. O “direito de ingerência”:
Todos esses fatos até aqui
focalizados, bem como a clara intenção dos OCMs estrangeiros
de provocarem a sistemática “satanização” do nosso
País e do nosso povo perante a opinião pública mundial
mediante aquela tríplice campanha de propaganda retro descrita,
nos forçam a concluir que estão sendo construídos
- deliberadamente - os pressupostos que podem servir para “justificar”
a aplicação do direito de ingerência, se e quando for
tentada a ocupação parcial ou total da área amazônica,
ou para a imposição de um novo status institucional
para a Amazônia brasileira, sob qualquer um dos pretextos já
citados.
As Nações planejam
sua Segurança baseadas em hipóteses, e sempre fazem os seus
planejamentos operacionais de forma a enfrentar a pior das hipóteses.
(46) Assim, os militares brasileiros que têm
o dever de planejar a nossa Segurança Externa estão, agora,
obrigados a encarar como hipótese muito provável (e talvez
até iminente) que um dos objetivos importantes da política
externa do Governo norte-americano para o nosso País, é a
de conseguir impor-nos mediante pressões políticas e/ou econômicas,
ou por meio de outros processos indiretos, a aceitação passiva
de um novo status de soberania limitada (ou relativa) ou de uma administração
compartilhada sobre os recursos naturais da Amazônia.
Ou, como última ratio,
para tentar impor-nos pelas armas (conjuntamente com outros Países
Principais, dentro de um quadro de intervenção da ONU) condições
semelhantes, sob a capa institucional de qualquer dos seus organismos,
como - por exemplo - o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos....
das minorias indígenas... é claro; ou para o combate a focos
de incêndios que - estranhamente - surgiriam em inúmeros pontos
da área...
Todos esses atos, fatos e dados até
aqui descritos - se analisados em seu conjunto - são suficientes
para nos comprovar que a sistemática campanha de desmoralização
interna e externa do Brasil e dos brasileiros, tem objetivos ocultos, e
nos servem como indícios veementes de que, indiscutivelmente, corremos
um risco concreto de iminente intervenção estrangeira na
Amazônia, partida dos Países Principais - sob a liderança
dos EUA - visando a fragilização da nossa soberania plena
sobre aquela rica região do território nacional, e/ou tentando
impor-nos uma administração compartilhada dos seus enormes
recursos minerais.
Conhecedor profundo de tudo isso,
há poucas semanas o então Comandante Militar da Amazônia,
Gen. Lessa, afirmou categoricamente em seu depoimento na CPI da FUNAI que
esse é "...um pano de fundo muito claro para nós, na Amazônia.
O emprego do poder militar, sempre ferramenta do poder político,
está sendo utilizado, agora, às vezes, como a própria
política." E acrescentou: "As campanhas dos ecologistas internacionais
a que assistimos, no passado e no presente, sobre a região amazônica,
estão deixando a fase propagandística, a fim de dar início
a uma fase operativa" - para o militar não há nada mais claro
do que isso - "que pode ensejar, definitivamente, intervenções
militares diretas sobre a região." (36)
Quanto à hipótese de
intervenção militar estrangeira na Amazônia ele reconheceu
que “nem há exageros, ou excessos, ao se dizer que há um
projeto em execução, de dominação da Amazônia
por outras potências”. E esta é uma realidade “que nos preocupa
muito, particularmente se observarmos que o FM-105, Manual de Operações
norte-americano, hoje dedica uma preocupação muito grande
às operações para a proteção do meio-ambiente.”
(36) (Gen. Lessa, Cmt. CMA - 1999 - (textuais)
4.6.3. O
Presidente FHC - e a VARIANTE ANTROPOLÓGICA:
Fontes dos Informes: (43);
(35); (36); (37)
(não-textuais)
a. A questão das chamadas
“terras indígenas”:
Em relação à
questão indígena, a postura tradicionalmente considerada
como correta era a de se buscar a incorporação dos indígenas
à comunhão nacional, prescrição esta que já
poderia ser considerada como de direito consuetudinário, porque
incluída explicitamente em várias das nossas Constituições
anteriores. Por isso e por outros motivos, se buscava alfabetizar, cristianizar
e aculturar os nossos índios. (44) (Requerimento
ao Congresso Nacional, da ASMIR/PR - 1992)
Esse princípio, aliás,
guardava coerência obrigatória com a Convenção
n.º 107/57 da OIT, à qual o Brasil veio a dar a sua adesão
oficial pelo Dec. Leg. n.º 20/65, que prescrevia uma orientação
“protetora e integradora” dos indígenas à população
do País, política que veio a servir de base para a Lei 6001/73,
o Estatuto do Índio.
Contrariando a esse compromisso internacional
já assumido e homologado, a nova redação do Art. 231
da CF/88, inaugurou uma drástica modificação dessa
postura, da qual está resultando a segregação perene
desses nossos compatriotas dentro das extensas áreas que lhes forem
“homologadas”, e aos quais não mais poderemos tentar integrar à
comunhão nacional.
Essa impatriótica decisão
dos nossos constituintes produziu uma inacreditável incongruência,
pois os brasileiros, que tiveram a notável capacidade de assimilar
e de se miscigenar com todas as raças e povos que aqui vieram viver,
estão constitucionalmente proibidos de buscar o contato e a interação
social com os nossos mais legítimos patrícios, os índios,
que ficarão isolados em suas extensas áreas, com sua organização
social, costumes, línguas, crenças e tradições
(Art. 231, CF/88). Isso significou, a rigor, a criação de
verdadeiros "apartheids" constitucionais dentro do território
nacional. (44)
Passaram então a se enquistar
pseudo "nações" dentro da Nação brasileira,
representando concreta ameaça à Integridade Territorial e
à Unidade do País, em especial quando essas áreas
se situam na faixa de fronteira da Amazônia.
Dando contornos mais nítidos
a essa ameaça, em jun./1993 foi aprovada em Genebra com o voto favorável
de um diplomata brasileiro, a redação final da "DECLARAÇÃO
DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS" que, embora polêmica e tendenciosa,
configura agora um DIPLOMA JURÍDICO INTERNACIONAL que robustecerá
a “base legal e moral” para a aplicação do “direito de ingerência”
dos Países Principais na Amazônia brasileira, em “defesa dos
direitos dos povos indígenas”, caso essa hipótese venha a
se concretizar.
Nessa Declaração, consta
repetidas vezes o "direito" dos índios à "autodeterminação"
em espectro tão amplo que garante a eles, em verdade, uma Soberania
quase plena dentro das terras onde habitam, colocando-os acima dos Poderes
e dos interesses dos Países onde vivem. Mas, o mais grave quanto
a esta Declaração é que ela prevê a possibilidade
de organismos internacionais intervirem nos países onde os "povos
indígenas" tenham seus direitos violados ou estejam sofrendo "violências"
ou sendo vítimas de "genocídio"...
b. O Governo FHC e a “homologação”
de gigantescas áreas da Amazônia como “terras indígenas”:
1) A homologação
de vastíssimas "terras indígenas" na Amazônia:
Já em 1988 na Constituinte,
um dado então sonegado misteriosamente à opinião pública
por TODA a mídia, foi a excessiva extensão das terras até
então já concedidas aos índios as quais perfaziam
na ocasião uma área gigantesca onde caberia grande parte
da Europa Ocidental, ou quase o dobro de todas as terras agriculturadas
do Brasil, sendo muitas delas situadas por suspeita coincidência,
em locais onde já fora confirmada a presença de minérios
importantes pelo Projeto RADAMBRASIL. (44)
O fato é que, ignorando as
repetidas e insistentes reclamações dos Comandantes Militares
da Amazônia, as chamadas “terras indígenas” passaram a crescer
absurdamente a partir de então e, em 1990, ao final do governo Itamar,
cerca de 11% do território Nacional já haviam sido reconhecidos
como “território indígena” - ”homologados” pelos Presidentes,
conforme expressamente determina o Decreto n.º 022/91, - e a maior
parte dessas áreas na Amazônia, e muitas delas na Faixa de
Fronteira.
Em 1992, a essa enorme área
foram acrescentados mais 9,4 milhões de hectares das chamadas terras
dos Yanomâmi, também na faixa de fronteira com a Venezuela,
em área onde o Radam já havia detectado desde a década
de 70 forte anomalia magnética, e nela já está hoje
comprovada a existência de ouro, nióbio, tantalita e outros
minerais valiosos. Com o acréscimo dessa nova área, as "terras
indígenas" já identificadas ultrapassavam então uma
área gigantesca, acima de 950.000 km2 (mais de novecentos e cinqüenta
mil quilômetros quadrados) na Amazônia Legal. (45)
- “O Clube Militar o CEBRES e as Reservas Indígenas” - Gen. Taunay
Coelho Reis - (Revista do Clube Militar - Mar./98)
No episódio Yanomâmi,
conforme denunciou o ex-presidente José Sarney, “grupos engajados
do exterior mobilizaram os nossos inocentes úteis, igrejas e alguns
políticos desinformados emocionalizaram a questão Yanomâmi,
que finalmente foi decidida pelos Estados Unidos, quando Collor cedeu às
pressões de Bush e dos senadores americanos.”...”Criou-se um enclave
no Brasil com uma reserva que envolve a fronteira, incluído entre
os conflitos étnicos a serem resolvidos pela pressão ou pela
força internacional”, (46) “Um punhal na Amazônia”
- ex-presidente José Sarney - (não-textuais - in FSP
- 23/07/93) invocando-se obviamente, neste caso, o “direito de ingerência”.
A partir da posse do Presidente FHC,
comprovando a indiferença do seu Governo diante dos gravíssimos
riscos que as enormes áreas de “terras indígenas” - principalmente
nas fronteiras - representam para a Integridade Territorial e para a Soberania
plena do Brasil sobre a Amazônia, os processos de homologação
de terras indígenas sofreram notável aceleração,
de tal sorte que, somente no seu governo, (47) (“FH
confunde grupos...” - in FSP - 4/11/97 - 1-12, in FSP - 04/04/98
- 3-7 e FSP - 16/04/98 - 1-17 - e FSP - 25/04/98 - 1-10),
até novembro de 97, já haviam sido assinados cem atos de
reconhecimento territorial totalizando 28 milhões de hectares, correspondentes
a 34% da extensão total das terras indígenas naquela região.
Em 03 de novembro de 1997 o Presidente
FHC assinou solenemente, na presença de diplomatas e jornalistas
estrangeiros, decretos de homologação de mais 22 áreas
para grupos indígenas, num total de 8,7 milhões de hectares,
vangloriando-se o Presidente de estar naquela solenidade “doando” aos índios,
“meia França”, como explicitamente ele mesmo blasonou. (47)
(in FSP - 4/11/97 - 1-12) Estes decretos homologavam mais 20 novas
“terras indígenas” na Amazônia, e 2 em Tocantins.
Segundo essa mesma fonte, na ocasião,
o Ministro da Justiça prometera que até abril/98 mais 42
áreas deveriam ser demarcadas, representando mais 22 milhões
de hectares homologados como “terras indígenas”.
Cumprindo parcialmente esta promessa,
no dia 21/04/98, “os índios brasileiros ganharam mais uma reserva
do tamanho aproximado de Cuba, com 10,6 milhões de hectares, “homologada”
também por FHC.. Esta reserva foi demarcada com a ajuda do G-7,
na ‘Cabeça do Cachorro’ (noroeste do Amazonas), na região
do alto rio Negro, derrubando mais uma vez as resistências dos militares...”
(48) “Índios terão reserva do tamanho
de Cuba” - jorn. ABNOR GONDIM - (FSP - 25/04/98 - e FSP -
16/04/98) “Nessas áreas vivem cerca de 30 mil índios, espalhados
em 600 comunidades de 23 etnias diferentes...”
Na ocasião, foi novamente
prometido que, em breve, outra área gigantesca na faixa de fronteira
do rio Javari (22 milhões de hectares?) seria homologada como indígena
pelo Presidente FHC, pois “...a Funai (Fundação Nacional
do Índio) está concluindo a identificação da
última grande área indígena em faixa de fronteira
na Amazônia: a do Vale do Javari (sudoeste do Amazonas), onde existem
seis grupos indígenas..." (47) (não-textuais).
O polêmico Protocolo de Washington
consagrou o princípio da intervenção, “legalizado”
pela ONU com a finalidade de preservar os Direitos Humanos - neste caso,
o dos indígenas, é claro. Mas sabemos que o entendimento
desses conceitos pode ficar a critério de quem os interpreta, servindo,
na realidade, aos interesses dos Países Principais que queiram promover
intervenções nos Países Periféricos.
Como disse o Cmt. CMA, Gen. Lessa,
pretextos portanto não faltarão: na chamada terras dos Yanomâmi,
"dos dois lados da fronteira temos 20 comunidades indígenas partilhadas,
entre o Brasil e países fronteiriços. Seriam 10 mil os índios
Yanomâmi no Brasil e 14 mil no lado venezuelano”. (36)
Na "Cabeça do Cachorro", no
extremo norte, há um processo de desnacionalização
tal "que é muito difícil dizer: do lado de cá é
brasileiro, do lado de lá não é". Na opinião
do general Lessa, há problemas sérios também no Vale
do Javari, acrescidos aos gerados pelo narcotráfico. (36)
3) A EXTRUSÃO do homem
branco:
Na CPI da FUNAI, o general Lessa
abordou também um tema que foi até agora ciosamente sonegado
da opinião pública nacional pelos OCMs, e pouco abordado
nos debates sobre os verdadeiros Direitos de ocupação dentro
das supostas “terras indígenas”: a EXTRUSÃO (eufemismo erudito
para evitar a palavra EXPULSÃO) dos homens brancos. (36)
(não-textuais)
Como exemplos, o general Cmt. CMA
citou o Norte de Roraima onde há uma área bastante sensível,
a Raposa/ Serra do Sol que chegou a ser área de conflito em passado
recente. Nessa área, está vindo gente de além fronteira,
aculturada mas que se diz indígena, e quer ocupar o lugar dos brancos
expulsos dessas terras há longos anos ocupadas, muitos dos quais
já estão ali há décadas, desde os imemoriais
garimpos de ouro e diamantes daquela área, então conhecida
como “Tepequen” (NE de RR).
Temos povoados, vilas e cidades centenárias
em áreas supostamente indígenas dentro da Amazônia:
no Norte, na Cabeça do Cachorro (São Gabriel da Cachoeira,
Santa Isabel do Rio Negro e inúmeras outras pequenas localidades);
e no Oeste, vizinhas a Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte,
que a FUNAI e o Ministério Público Federal querem evacuar
dos “brancos” ali residentes há décadas, mediante processos
de ampliação e/ou homologação de “terras indígenas”
cuja “posse imemorial” nada mais é do que a repetição
de verdadeiras farsas que são sempre coonestadas por Pareceres de
Antropólogas sabidamente ligadas a ONGs internacionais.
“Essas povoações não
podem ser incluídas nos redutos de reservas indígenas. Tais
povoados foram formados mediante os trabalhos e sacrifícios de gerações
para se montar uma ponta de civilização brasileira lá
nas longínquas fronteiras Norte e Oeste. Não há como
sair dali.” (36) (textuais)
O Gen. Lessa afirmou ainda que já
recebeu ordem, dentro dos canais da justiça, (que, por enquanto,
ainda não cumpriu) para expulsar brasileiros brancos da região
do Moa, próxima do Acre. “O nosso homem chegou lá há
dezenas de anos e agora tem de sair, para virem índios peruanos
ocupá-la. Isso me parece não ter sentido. Mas quem conhece
a causa indígena..., nesta casa, deve dizer se isso convém
aos interesses brasileiros."(36) (textuais)
c. A Fundação Nacional
do Índio (FUNAI):
Tornando o nosso País ainda
mais vulnerável a essas ameaças, a FUNAI, nosso órgão
oficial de apoio e proteção aos indígenas, vem se
comportando em relação à segregação
dos índios, como mera cumpridora das teses das inúmeras Organizações
Não-Governamentais (ONGs) atuantes na área, muitas delas
chefiadas por estrangeiros e quase todas mantidas por generosas verbas
recebidas de entidades do Primeiro Mundo.
1) Ampliação das
“terras indígenas”:
Parte especialmente prejudicial das
tarefas da FUNAI, tem sido a organização dos processos de
“homologação” ou ampliação das supostas “terras
indígenas”, coonestando com argumentação de consistência
mais que discutível e pseudo científica, uma suposta “posse
imemorial” mais do que duvidosa de grandes tratos de terras, inclusive
na faixa de fronteira, mediante pareceres técnicos de “antropólogos”
claramente tendenciosos. UMA VERDADEIRA FARSA, que tem a facilitá-la
a colaboração do próprio Ministério Público
Federal, por força do Art. 232 da CF.
Em muitos casos, esses “antropólogos”
definem como “indispensáveis” à sobrevivência de tais
indígenas, áreas tão grandes que tocaria para cada
índio (crianças e adultos, pouco importa), mais de 900 hectares
para cada um, perfazendo gigantescos latifúndios improdutivos que,
por coincidência, freqüentemente estão situados em áreas
onde o Projeto Radam já havia assinalado no passado a ocorrência
de minérios importantes.
Em vários processos, a FUNAI
propôs (e conseguiu) a revogação de inúmeros
decretos do ex-Presidente Sarney, sem justificativas consistentes, verdadeira
anulação de atos jurídicos perfeitos e acabados, para
ampliar desmesuradamente as “terras indígenas” que aquele ex-presidente
já havia “homologado” anteriormente em áreas menores, mediante
processos inteiramente regulares e precedidos de Estudos sérios,
inclusive pela Secretaria do Conselho de Segurança Nacional (quando
titular o Gen. Ex. Baima Dennis), em especial os que se situavam na faixa
de fronteira.
Quando da ampliação
das “terras dos Yanomâmi”, que já tinham demarcação
administrativa “homologada” pelo Presidente Sarney, tiveram que ser revogados
TODOS os seguintes Decretos de 16 de fevereiro de 1989: n.º 17.512,
17.513, 17.514, 17.515, 17.516, 17.517, 17.518, 17.519, 17.520, 17.521,
17.522, 17.523, 17.524, 17.525, 17.526, 17.526, 17.527, 17.528, 17.529;
e 17.530/89 por um único Decreto sem número, de 19 de abril
de 1991, (D. O. U. de 22 de abril de 1991) do ex-presidente Collor.
Também para a “homologação”
da ampliação das “terras indígenas” na região
conhecida como “Cabeça do Cachorro” (noroeste do Amazonas), no alto
e médio rio Negro, tiveram que ser REVOGADOS vários “atos
jurídicos perfeitos e acabados”, os Decretos n.º 98.437, 98.438
e 98.439, de 23 de novembro de 1989, do Presidente Sarney, que homologaram
as demarcações administrativas das Áreas Indígenas
Pari-Cachoeira I, Pari-Cachoeira II e Pari-Cachoeira III, e os de n°
99.094, 99.095, 99.096, 99.097, 99.098, 99.099, 99.100, 99.101, 99.102,
99.103 e 99.104, de 9 de março de 1990, também do Presidente
Sarney, que homologaram as demarcações administrativas das
Áreas Indígenas Maku, Yauareté I, Yauaretê II,
Xié, Içana-Aiari, Cuiari, Médio Içana, Içana
Rio Negro, Cubaté, Taracuá e Kuripaco, no Estado do Amazonas;
TODOS eles substituídos por
cinco Decretos do Presidente FHC, o Dec. s/n de 14/04/98, (DOU n.º
071 de 15/04/98), com uma área de 7.999.381,16 ha. (sete milhões,
novecentos e noventa e nove mil, trezentos e oitenta e um hectares, dezesseis
ares e oitenta e três centiares), nos Municípios de São
Gabriel da Cachoeira e Japurá (AM); um Dec. do Presidente FHC, s/n
de 14/04/98, (DOU n.º 071 de 15/04/98), com uma área de 1.776.138,9
ha (um milhão setecentos e setenta e seis mil, cento e trinta e
oito hectares, noventa e nove ares e sessenta e oito centiares), nos Municípios
de Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Japurá
(AM); um Dec. do Presidente FHC, s/n de 14/04/98, (DOU n.º 071 de
15/04/98), com uma área de 316.194,98 ha. (trezentos e dezesseis
mil, cento e noventa e quatro hectares, noventa e oito ares e noventa centiares),
nos Municípios de Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel
da Cachoeira (AM); um Dec. do Presidente FHC, s/n de 14 de abril de 1998
- homologando a demarcação administrativa da área
indígena Rio Téa, com uma área de 411.875,32 ha. (quatrocentos
e onze mil oitocentos e sessenta e cinco hectares, trinta e dois ares e
sete centiares) localizada nos Municípios de Santa lsabel do Rio
Negro e São Gabriel da Cachoeira, Estado do Amazonas; e um Dec.
do Presidente FHC, s/n. de 14 de abril de 1998 - homologando a demarcação
administrativa da Terra Indígena Rio Apapóris, com uma área
de 106.970,33 ha. (cento e seis mil, novecentos e sessenta hectares, trinta
e três ares e setenta e sete centiares) localizada no Município
de Japurá, Estado do Amazonas.
Um absurdo latifúndio com
10,6 milhões de hectares, “homologado” também por FHC, na
fronteira com a Colômia, “doados” a cerca de 30 mil (??) índios
(??), espalhados em 600 comunidades de 23 etnias diferentes. Esta reserva
foi demarcada com a ajuda do G-7, derrubando mais uma vez as resistências
de chefes militares da área... e anulando vários decretos
do Presidente Sarney, verdadeira anulação de “atos jurídicos
perfeitos e acabados” perpetrados sem a oposição do Ministério
Público Federal.
Criou-se assim um autêntico
enclave “indígena” na Faixa de fronteira, no Noroeste do Amazonas,
englobando vários Municípios, circunscrevendo suas cidades-sedes
(Santa Izabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira, Tapuruquara,
Cucui, etc.) em cujo interior existem numerosos pequenos povoados.
Nessa nova “terra indígena”,
para cuja “homologação” nem mesmo a uniformidade tribal foi
observada, se - por hipótese bastante fundada - os Poderes Municipais
forem conquistados eleitoralmente por lideranças “indígenas”
dóceis às ONGs internacionais, poderão simplesmente
declarar a sua autonomia em relação ao Brasil, invocando
a eleição como pseudo plebiscito, e teremos a criação
de uma “Nação Indígena”, dentro do território
de nossa Pátria... que seria rapidamente reconhecida pelo G-7...
O único óbice concreto
para que isso venha a acontecer, seria a presença de pequenas Unidades
do Exército Brasileiro no interior desse vasto território...
mas isso, para o Governo FHC, parece ser um obstáculo facilmente
removível...
Eis uma gravíssima hipótese
a prever - e planejar como encarar - SE e QUANDO ocorrer. Ou... vamos esperar
para acontecer?
Comprovando - mais uma vez - o viés
internacionalista do Governo FHC, e a total adesão a essa política
temerária e impatriótica, o atual ministro da Justiça,
José Gregori, afirmou em 05/12/00, em discurso na Funai, que a política
do atual governo brasileiro é a de MANTER E AMPLIAR as áreas
para o uso das tribos indígenas brasileiras.
Segundo Gregori, o governo de Fernando
Henrique Cardoso “está mais do que nunca engajado e comprometido
com a causa indígena”. Na ocasião, ele jactou-se orgulhosamente
de que o Brasil é o país que mais destina áreas aos
índios em todo o mundo, destacando que 11,5% do território
nacional já estão ocupados pelas comunidades indígenas.
(Agência Brasil - Folha On line - 05/12/2000)
Mas não disse que 11,5 % do
território do Brasil representam cerca de 20 % da Amazônia
IBGE - (AM - PA - RR - AP - RO - AC), e que a superfície total das
“terras indígenas” na Amazônia já atinge quase 1.000.000
Km2 (um milhão de quilômetros quadrados), homologados pelos
Presidentes da República - em caráter imprescritível,
por exigência constitucional (§ 4º, Art. 231), e com especial
açodamento pelo Presidente FHC. |