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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA - O "Vulcão" - BIBLIOTECA NM
Martins Fontes (13-II-02)

Clique na imagem para voltar ao índice da obraO livro Martins Fontes, do escritor e historiador Jaime Franco, foi publicado em agosto de 1942, tendo sido composto e impresso nas oficinas da Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais Ltda., da capital paulista, com capa produzida por Guilherme Salgado.

 

A obra faz parte do acervo de Rafael Moraes transferido à Secretaria Municipal de Cultura de Santos e cedida a Novo Milênio em fevereiro de 2014, pelo secretário Raul Christiano, para digitação/digitalização (ortografia atualizada nesta transcrição - páginas 132 a 139):

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Martins Fontes

Cavaleiro do Amor

Cavaleiro da Arte

Cavaleiro do Ideal

Jaime Franco - SANTOS - 1942

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II – CAVALEIRO DA ARTE

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O mundo literário, do século XIX, entretanto, agitava-se com novos ideais, reagia contra a indisciplina e o egoísmo individual do Romantismo. A Humanidade parecia guardar, no subconsciente, a glória do renascimento literário do século XVI quando a influência das artes e das letras greco-latinas obrigava os artistas e os poetas ao rigor da técnica, para a magnificência da Beleza, haurindo a inspiração no mundo mitológico da Grécia. A mitologia dos povos antigos se reduzia a um antropomorfismo físico e intelectual em que o poder imaginativo se baseava nas imagens exteriores que descreviam e jamais inventavam.

O homem, sem a posse dos conhecimentos científicos, naqueles tempos da Hélade, sentia desejo de saber o mistério da existência, o que o levou a criar os mitos com entes fantásticos, semelhantes aos seres terrestres, com poderes superiores, cujas aventuras explicariam os fenômenos da natureza, a origem do Cosmos, a luz, a água, a atmosfera, a matéria, cujos elementos em confusão caótica se uniriam por efeito da magia de Eros, para gerar a vida animal, vegetal e mineral.

Na Grécia e em Roma, simbolizaram em figuras humanas todas as manifestações do Universo. Os artistas e os poetas se utilizaram destes mitos para a criação da Arte. Martins Fontes, no seu culto à arte grega, manifestou a sua admiração pelos mitos que traduziam a sua ânsia de perfeição: - o Partenão, Templo dos Artistas, que ele contemplava na Acrópole de Atenas; a plástica impecável de Apolo cuja figura era animada pela força e pela graça, formosura e mocidade unidas; a beleza física de Anadiomene que surgiu da espuma dos mares nua e de pé, como símbolo da forma; os cantares de Orfeu cuja voz acordava a selva, e que tocava cítara na Trácia, à margem do Hebro, à sombra dos plátanos e à luz da aurora; o deus ourives Hefaístos que cinzelava cintos e pulseiras dos outros deuses, com o qual Martins Fontes se comparava quando compunha a frase; o folião Dionisos, o rubicundo e louro Baco que anima o carnaval, entre gargalhadas e sons de búzios e badalos; Pan, símbolo dos poetas predestinados, canta por uma flauta, em cujo cálamo se metamorfoseou a sua amante Sirinx, a criação dos mundos, a alacridade das primaveras, os ventos iracundos, o carrilhão das eras, a sinfonia dos planetas; o volúvel Odisseus que andando à caça encontrou duas donzelas formosas que lhe pediram escolhesse a que mais lhe agradasse, mas como ambas fossem muito lindas as quis para o seu amor, no entanto viu surgir Afrodite, nua, em toda a pompa da beleza e ficou indeciso; enfim, o atormentado Prometeu que é o símbolo máximo da tragédia humana, fundamento da questão social, desde as origens da terra com o aparecimento de todas as espécies animais.

A primeira forma da poesia foi o hino que só tratava desses deuses e do mundo mitológico; depois vem a epopeia que substituiu os deuses pelos heróis, cultuando a força que mata e domina. Com o desenvolvimento da cultura, o homem melhorou de condições e deixou de ser tão egoísta para adotar sentimentos humanitários.

A renascença literária, no século XV, por iniciativa de Dante, surgiu pela revivecência da mitologia greco-romana, escandalizando a Igreja Católica com a introdução do paganismo na literatura e na arte, durante três escolas, quinhentista, seiscentista e arcádica, na época clássica.

Quando o classicismo entrou em decadência, o romantismo, viçoso, ardente, apaixonado, substituiu-o na imaginação dos artistas e dos intelectuais. Mas durou pouco tempo o malefício do místico enlevo quando os naturalistas o revigoraram com o alento da vida real e documentada, decidindo, como o disse Eça de Queiroz, "abominar e combater a rijos brados o Lirismo Íntimo que, enclausurado nas duas polegadas do coração, não compreendendo entre todos os rumos do Universo senão o rumor das saias de Elvira, tornava a Poesia monótona e interminável confidência de glórias e martírios de amor". O drama, a seguir à epopeia, evolveu no mesmo sentido.

Mas o que interessava cada vez mais era o conhecimento do homem, a sua vida, o seu destino. A forma poética, com o decorrer dos séculos, mudou do verso para a prosa. E vemos a epopeia e o drama se transformarem no romance, cujo campo de observação e experiência da vida humana é vastíssimo e infinito.

E do romance se passou ao teatro moderno. O espírito científico, com a inovação do Positivismo, reformou os velhos processos e escolas. O advento do romantismo trouxe impulso formidável à literatura. A escola romântica, que iniciou o romance psicológico, se utilizou da observação no sentido de aproveitar os tipos estudados como verdadeiros manequins que o artista, pela imaginação e pelo sentimento, dispõe e transforma de acordo com o fim colimado, afastando-se muitas vezes da realidade.

A poesia lírica, exclusivamente religiosa noutros tempos, assumiu na época do romantismo todo o brilho, com os seus abusos naturais que a arrastou ao ridículo. Mas o naturalismo alargaria o âmbito do mundo inspirador do romantismo, iria, "numa simpatia universal, buscar motivos emocionais fora das limitadas palpitações do coração – à História, à Lenda, aos Costumes, às Religiões, a tudo que através das idades, diversamente e unamente, revela e define o Homem, ou ao filão poético da notação fina e sóbria das graças e dos horrores da Vida, da Vida ambiente e costumada, tal como a poderemos testemunhar ou pressentir nas ruas que todos trilhamos, nas moradas vizinhas das nossas, nos humildes destinos deslizando em torno de nós por penumbras humildes".

O romantismo, no Brasil, ainda produziu grandes escritores – Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Bernardo Guimarães e Alfredo Taunay, cujos romances foram e são o deleite das sonhadoras Elviras brasileiras em Moreninha, Guarani, Escrava Isaura e Inocência respectivamente, previsões notáveis da nova escola realista que ruborizou as faces das nossas avós quando leram, desprevenidas, audaciosas cenas de amor nas alcovas, indiscretas pinturas de caracteres degenerados, de tipos ridículos, de paisagens caseiras, entre espantos inauditos de encontrar, naqueles figurinos, os indivíduos que,nas ruas, avenidas, praças e casas, tão suas conhecidas, esbarravam com elas nas esquinas ou nas salas, sem jamais duvidar das suas reputações. Foi a missão de Machado de Assis, Aluísio de Azevedo, Júlio Ribeiro, Raul Pompeia, Lima Barreto.

Ao lado do surto realista, como sub=ramificação do romantismo, mais apurado e aristocrata, marchou o parnasianismo, com o seu renascimento do classicismo greco-latino, do orientalismo luxuriante e fabuloso, da vida do século XVIII, sob o rigor excessivo da técnica literária.

Ambos, realistas e parnasianos, fundamentavam a diretriz artística na Filosofia Positiva, no progresso das ciências; diferençavam-se para forma de traduzir, em arte, os espetáculos da natureza: um pela observação direta dos fenômenos, descrevendo-os tais quais se apresentavam na experiência quotidiana, outro pelo símbolo mitológico dando, às manifestações do Cosmos, corpo e alma em seres sobrenaturais, e, pelo panteísmo, vida aos minerais e aos vegetais da Terra.

A escola realista, onde culminou o naturalismo, fez consistir a arte suprema na fidelidade absoluta da observação. Estuda o homem como produto social, transportando-o para o livro com todas as virtudes e vícios, hábitos e costumes.

No realismo não se descreve, mostra-se como ele é, narrando a vida como ela se apresenta na realidade, ficando para o leitor o trabalho de observação e descrição. A própria linguagem é menos convencional, mais clara, simples e própria.

O drama teve o mesmo caminho. Veio da ação secundária das personagens nos dramas gregos e romanos à personagem principal observada e analisada psicanaliticamente. No drama antigo, a ação era tudo. De acordo com certos preceitos, atendia a normas inflexíveis e inexoráveis, correspondentes ao assunto e ao papel secundário dos comparsas. No drama moderno é o homem que interessa na sua ação. Os caracteres e as paixões predominam. A vida se revela em toda a verdade e pujança, comovendo intensamente.

O realismo ou naturalismo, sob a chefia de Emilio Zola e Gustavo Flaubert, atravessou, impávido, as dissidências de escolas literárias, agitando ideias libertárias, conseguindo reformas sociais. Conquanto pretendessem feri-lo com os exageros do futurismo, cubismo, criacionismo, ultraísmo, dadaísmos, expressionismo, que se fundamenta na vida real, dinâmica, tumultuária, veloz, confusa, de pós-guerra de 1914 – o realismo se manteve robusto, enobrecido pelas conquistas da técnica literária, com a experiência da Arte Nova que começou onde acaba a imitação, devendo rejeitar o reflexo ou a interpretação direta da realidade objetiva e superficial, criando, com seus elementos básicos imprescindíveis, outra nova hiper-realidade, exclusivamente artística.

O parnasianismo, paralelamente, arvorado por Leconte de Lisle, Teófilo Gautier, Heredia, Banville, contribuiu para a disciplina da linguagem na literatura, e possuiu grande valor moral. Como dizia Martins Fontes, "o culto religioso da arte uniu, fraternalmente, em comunhão sacerdotal, os mestres franceses e os seus irmãos brasileiros"; em nome desse culto amaram-se até a morte sem a mínima sombra na pureza das relações pessoais; pairavam acima da verdade, da vanidade, dos caprichos individuais, das fraquezas humanas "crentes piedosos de que a forma das rosas equivale ao seu perfume"; impunham-se a mais rigorosa e dolorosa disciplina, guiados pelo Bem e aspirando à Beleza; demonstraram que nada valem as escolas poéticas, perdurando apenas a originalidade, a personalidade e o sentimento, com a sublimação do Amor "diante de cuja beleza tudo na vida se anula".

No Brasil, o parnasianismo dominou os excessos de verbalismo, o acúmulo de tintas. Ainda proporcionou a Arte a muitos talentos fulgurantes e desordenados, como era o próprio Martins Fontes, que agradecia à disciplina desta escola o benefício imenso que lhe trouxe, bendizendo-a penhoradíssimo.

A lenda de Orfeu que foi condenado a tornar ao Hades por não ter sabido resistir aos encantos de Eurídice, a Divina Inspiração, é um princípio parnasiano, o mais belo dos símbolos artísticos, de que em tudo deve preponderar o esforço, o estudo, o domínio perfeito da razão. Conquanto a febre da inspiração estonteie, o Poeta deverá ser sempre artista e superá-la pelo trabalho, dando a impressão de um ourives caprichoso.

Os poetas, como todos os homens, procuram a mocidade, a frescura da vida, a novidade, a natureza perpetuamente bela e diariamente cheia de imprevistos, nos limites da compreensão, do senso inteligível, claro e harmonioso, enfim Poesia que, como dizia Vicente de Carvalho em admirável concisão, fosse coisa que se entendesse. Se a humanidade tivesse a desgraça de sofrer um cataclismo universal, em que desaparecessem todas as relíquias da Arte, ela achá-los-ia na obra dos poetas parnasianos – confessou Charles Maurras.

O parnasianismo, entretanto, sofreu a investida reacionária do simbolismo, revolta do espiritualismo contra o materialismo daquele, contra o rigor da forma escultural e simétrica do verso para lhe dar liberdade, maleabilidade, variedade rítmica e estrófica, maior poder expressivo. Assim, os simbolistas esqueciam a realidade, a natureza e a vida, fontes inesgotáveis da arte, e forcejaram ultrapassá-la pelo misterioso e pelo desconhecido, em arrojadas fantasias de mundos imaginários, através duma linguagem preciosa, metafórica, cheia e joias em prata, ouro e pedras raras, evocando vagas e etéreas figuras em cenas dramáticas, mais extravagantes que as dos românticos, ou tornando as imagens enigmáticas e obscuras às inteligências ultraperfurantes.

Os críticos desapaixonados classificaram o simbolismo: mescla de romantismo e gongorismo ou escola de decadentes; e dividiram-no em impressionista com Verlaine, harmônica e livre-versista com Mallarmé, mística com Maeterlink.

Depois do desaparecimento do simbolismo que o neoclassicismo de Moréas espantou da moda, e depois da morte é que todos compreendem a missão dos que viveram, acharam que esta escola literária trouxe novidades à técnica: liberdade métrica até o exagero da prosa rítmica; deslocação das cesuras oficiais no verso alexandrino; criação, nas Ideias, da forma de sugerir imagens sem as enumerar ou assinalar, fugindo de exprimi-las pela realidade, contornando-as sem tocá-las nem de leve…

No Brasil, Cruz e Sousa representou, nebulosamente, esta escola decadente e inovadora que Baudelaire, Mallarmé e Verlaine lançaram no mundo literário, com escândalo e barulho ensurdecedor, com exceção de algumas poesias de rara beleza e profundo sentimento, próprias do temperamento tropical do brasileiro, através do qual transfigura e incandesce as mais frias inovações estéticas.

No entanto, Mário Pederneiras, Alphonsus de Guimaraens, Paulo Gonçalves, Nestor Vítor, Gonzaga Duque, Rodrigues de Abreu tiraram melhor proveito que Cruz e Sousa, do simbolismo, clareando o estilo, simplificando os temas, mais naturais e humanos.

Um pouco antes desta luta, no fim do século XIX, entre parnasianos e simbolistas, o naturalismo de Zola desembarcou em Pernambuco e se hospedou no gabinete de trabalho de Tobias Barreto, para, daí, se expandir, criando os romancistas Aluízio Azevedo, Júlio Ribeiro, o poeta Augusto dos Anjos, os críticos Sílvio Romero, José Veríssimo, Araripe Junior.

Era o eco revolucionário da renovação literária através do movimento ascensional da ciência, da indústria e da paz social. A vida humana e a natureza universal seriam observadas em minúcias extremas, perante o documento real, a fim de que a humanidade, em grande parte, soubesse, pelo romance, pela poesia, pela pintura e escultura, como viviam muitos dos seus semelhantes, submetidos ao preconceito de classe, desagregados da comunhão social e do usufruto das riquezas da Terra.

O naturalismo sempre existiu desde as eras remotas da literatura grega, sob a chefia de Homero. As obras imortais das literaturas dos povos que sobreviveram, condensam os fundamentos do naturalismo, que somente se tornou científico no século XIX, com Zola, mas ainda sob a influência do sentimentalismo romântico.

Tivemos a reação neorromântica em Machado de Assis, o homem fechado a sete mil chaves, o homem mais frio deste mundo, o tipo do vinho extra-dry, champagne regelado e ultrasseco, conforme a classificação de Martins Fontes, com uma obra colossal, cujas personagens foram talhadas, ironicamente, pelo próprio figurino do autor, como refletindo em tudo a sua personalidade discreta, sentimental, pacífica e solitária.

A sua arte, já deslocada no tempo e no espaço, de fundo realista, manufaturada pelos processos do classicismo, não conseguiu adeptos porque é inimitável pela prática de uma técnica indevassável que o seu gênio criou para uso exclusivo.

A luta, no entanto, prossegue entre idealistas e realistas, na literatura brasileira contemporânea, onde cada qual escolhe a orientação que melhor satisfaça à própria índole. Poetas, romancistas, ensaístas, críticos, vivem dispersos e navegam pelos afluentes do Grande Rio – o Realismo Social, a forte corrente que arrastará consigo os destroços das velhas escolas e das teorias carunchosas. A matéria-prima da criação artística, desde quando os homens sentiram o impulso de expandir ideias e sentimentos, foi sempre a natureza, mas sob a influência da fantasia para encobrir a realidade chocante.

Quem teve a ventura de percorrer todas as obras imortais que os grandes artistas nos legaram, através de séculos de distância, perceberá a tendência materialista de todas as criações, ainda as que pareçam de puro espiritualismo ou de límpido sentimentalismo.

No lento progresso da cultura humana, surgiram reflexos esplendorosos de todas as escolas, com o predomínio do senso realista nas melhores afirmações do espírito inventivo. Seja qual for o aspecto por que queiramos analisar a produção intelectual, somos inclinados a registrar a obcecação da realidade para que se garanta a imortalidade de qualquer obra.

A nossa admiração pela cultura helênica, no século XX, é o característico do verdadeiro sentimento do realismo. Conquanto as literaturas possuam, em maioria, obras de feição espiritualista, como consequência de um tradicional ambiente teológico e teogônico, somente perduraram na memória dos homens as que lhes traduziram as condições de vida na sociedade.

Do período clássico ao romântico, prevaleceu o ideal do realismo que também formou a sua escola, com os mesmos defeitos das outras, pela preocupação de estabelecer dogmas irredutíveis e intolerantes, com o esquecimento quase integral do evolver constante dos fenômenos e das leis que regem a natureza. Prova-se, pois, que melhoramos, século a século, a cultura da humanidade, a cada impulso que ela dá no desenvolvimento da ciência, base do futuro mundo da fantasia.

As literaturas deixarão de servir aos indivíduos, egoísta e mediocremente, para, em sentido universal, cooperarem na obra de cultura máxima da coletividade, em bem da paz e do trabalho. Os intelectuais cumprirão o desígnio da ciência, manifestando em suas obras o sentimento dos povos, alheios a preconceitos e sem intolerâncias, com a finalidade útil e produtiva de expandir e aumentar a cultura, sob os aspectos em que se apresenta, para dar à vida toda a felicidade e toda a segurança moral e física.

Hão de parecer, a muitos, obscuras estas afirmações generalizadas. Cremos sintetizar, num rápido golpe de visão retrospectiva, o verdadeiro evolver da mentalidade humana.

Entre nós, apesar da nossa banalíssima produção literária, há alguns sintomas de compreensão do sentimento da realidade. A literatura brasileira se manifesta com tendência para o realismo científico, como premente necessidade de criticar o meio acanhado em que vivemos, sob o ponto de vista econômico e social.

Sentimos também o desejo de completa liberdade de pensamento para criarmos o nosso mundo da fantasia e para manifestarmos o nosso sincero e puro sentimento literário que interesse o povo, a sociedade.

Ainda que sob atmosfera abafada, ouvimos os suspiros das revelações do gênio criador, à espera da sua Hora!!!