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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - ESTRADAS
O maior engavetamento na Via Imigrantes (4)

Novamente a densa neblina foi apontada como uma das causas
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Da mesma forma como em junho de 1977, quando se registrou o maior engavetamento na Via Anchieta, novamente em 15 de setembro de 2011 o denso nevoeiro foi uma das causas de um megaengavetamento, envolvendo 300 veículos. Embora seja mais do que o dobro da quantidade de veículos acidentada em 1977, o número de vítimas foi bem menor: um morto e 29 feridos. No sábado, dia 17 de setembro de 2011, o jornal santista Diário do Litoral registrou, nas páginas 1 e 3:

A liberação da pista Norte da Rodovia dos Imigrantes, sentido Capital, ocorreu por volta das 11h30 de ontem. Já a via sentido Litoral foi liberada meia hora depois. Quase 24 horas após o acidente

Imagem: reprodução da página 1 do Diário do Litoral de 17 de setembro de 2011, com foto de Daniel Teixeira/Agência Estado-AE

Motoristas pedem comboio na subida; MP investigará acidente

Após o acidente que envolveu, na tarde de quinta-feira, o maior número de carros engavetados da história do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), e deixou 29 feridos e 1 morto, usuários do SAI afirmam que falta comboio nas rodovias. Diante do fato, parlamentares da Região cobram mudanças na administração do Sistema Anchieta-Imigrantes. Uma delas é a implantação da operação comboio também na subida da serra. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que irá acompanhar as investigações sobre o engavetamento que serão feitas normalmente pela Polícia Civil.

Imagem: reprodução parcial da página 3 do Diário do Litoral de 17 de setembro de 2011, com foto de Daniel Teixeira/Agência Estado-AE

CIDADES - Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI)

Motoristas afirmam que falta comboio no SAI

Motorista profissional passou pela rodovia Imigrantes momentos antes do acidente e relatou ao DL as condições da via

Da Reportagem

Um dia após o acidente que envolveu, na tarde de quinta-feira, o maior número de carros engavetados da história do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), o Diário do Litoral entrou em contato com motoristas que passaram pela via momentos antes da tragédia.

Cerca de trezentos veículos se envolveram no engavetamento, que ocorreu por volta das 12h45, na altura do Km 41, na Represa do Alvarenga, em São Bernardo do Campo, sentido São Paulo.

A liberação da pista Norte da Rodovia dos Imigrantes, sentido Capital, ocorreu por volta das 11h30 de ontem. Já a via sentido Litoral foi liberada meia hora depois. Quase 24 horas depois que ocorreu o acidente.

A Polícia Militar apontou a neblina como principal causa do acidente, já que, segundo a corporação, em alguns trechos a visibilidade era de apenas 10 metros à frente. No total, foram 29 pessoas feridas e 1 morto. Para o resgate das vítimas, 43 homens foram mobilizados, mais 17 viaturas do Corpo de Bombeiros. Sessenta carros da Ecovias e outros 60 da Polícia Militar deram reforço na ação de retirada das vítimas, junto a 38 equipes da Polícia Rodoviária. As prefeituras de Santos, Cubatão, São Vicente e São Bernardo do Campo também enviaram equipes de socorro e unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

"Poderia ter sido comigo"

Quinze minutos antes do acidente, Alexandre Rocha passou pela Rodovia Imigrantes, sentido Litoral. Ainda na quinta-feira, enviou uma nota ao DL, contando quais eram as condições da via, indignado pela falta de suporte da concessionária que administra o SAI, a Ecovias.

Rocha trabalha há treze anos como motorista da Câmara de Vereadores do Guarujá e sobe a serra quase todos os dias.

O motorista foi a São Paulo, na quinta-feira pela manhã, por volta das 8 horas. Segundo ele, a cerração já estava intensa e a Ecovias não estava realizando operação Comboio. "Poderia ter sido comigo".

Na volta da Capital, às 12h30, o motorista afirma que a neblina estava muito mais intensa. Ainda assim, conta que não havia comboio. "Eu não sei qual é o critério da Ecovias para implantar o comboio", diz o motorista, já em entrevista para o DL, ontem.

"A qualquer hora isso iria acontecer. Cansei de pegar a Imigrantes com cerração, sem comboio", disse o motorista da Transportadora Gaspar, Carlos Garcia.

Garcia, que estava descendo pela Imigrantes, por volta das 13h30, só chegou a Santos às 18 horas.

Proprietário da transportadora, Altair Garcia disse que cerca de 13 motoristas, funcionários de sua empresa, estavam utilizando o SAI na hora do acidente. Mas nenhum deles se envolveu no engavetamento.

Em nota, a Ecovias informa que o ponto crítico em relação à visibilidade são os oito quilômetros da Interligação Planalto, estrada que liga as rodovias Anchieta e Imigrantes, no topo da serra, e permite a passagem de uma estrada para outra.

A concessionária explica que a Operação Comboio tem justamente a intenção de impedir que os veículos que só podem descer a serra pela Anchieta trafeguem na interligação sem a escolta da concessionária e da Polícia Militar Rodoviária. Para a subida, a principal providência é a interdição do acesso à interligação.

Sobre a possibilidade da implantação da Operação Comboio também na subida da serra, onde ocorreu o engavetamento dos veículos, a Ecovias respondeu que medidas, para aprimorar a segurança nas rodovias, só serão tomadas após as causas do acidente serem divulgadas pela Polícia Rodoviária.

O DL tentou, ainda, contato com a Polícia Rodoviária, que não se manifestou até o fechamento desta edição.

Parlamentares da BS cobram medidas

Após o grave acidente ocorrido na tarde da última quinta-feira, parlamentares da Região cobram mudanças na administração do Sistema Anchieta-Imigrantes. Eles defendem maior segurança aos usuários das pistas administradas pela concessionária Ecovias.

A deputada Telma de Souza (PT) afirmou que apresentaria ontem, na Câmara dos Deputados, uma indicação sugerindo que o Governo do Estado determine que a Ecovias faça comboio também na subida da Serra. "Pode ser que demore mais no trânsito, mas se ganha em segurança", disse a deputada ao DL. O acidente ocorreu na pista Norte da Imigrantes, sentido Capital. A operação comboio geralmente não é feita no sentido subida.

"É o pedágio mais caro do Brasil, então é necessário ter mais funcionários para dar esta retaguarda. Ontem houve demora na prestação de socorro, deveriam ter mais agilidade", disse a deputada, que presenciou o acidente.

Ministério Público - O vereador santista Antonio Carlos Banha Joaquim (PMDB) entrou ontem com representação no Ministério Público de São Bernardo contra a concessionária Ecovias. "Um pedágio com esse preço deveria ser todo iluminado, ter comboio também na subida e atendimento emergencial eficaz".

Banha cobra ainda que as vítimas sejam devidamente indenizadas.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que irá acompanhar as investigações sobre o engavetamento. Um promotor de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, onde aconteceu o acidente, será designado apenas após a conclusão do inquérito. As investigações correrão normalmente pela Polícia Civil.

Artesp - De acordo com a Agência Reguladora de Transportes no Estado de São Paulo (Artesp), a operação comboio deve ser implantada nas situações de baixa visibilidade (menor do que 100 metros). De acordo com relatos de quem estava na pita, no momento do acidente, a visibilidade estava entre 20 e 30 metros.

No entanto, a Artesp afirma que tecnicamente não é possível implantar o comboio na operação subida. Pois, nas pistas de descida o comboio é iniciado no trecho do pedágio, onde há amplo espaço para parar os carros. Já na subida não há um trecho amplo onde seja possível barrar estes veículos. "Barrá-los em um trecho estreito e de pouca visibilidade poderia provocar engavetamentos".

A Artesp informou ainda que as exigências com relação aos tempos de atendimento vêm sendo cumpridas pela Ecovias.

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