Estanislau Marcka, do DER, apresenta o projeto
Foto: Robson Gonzalez/SECOM-PMC,
em 8/2/2012
DER apresenta projeto para
viaduto do Casqueiro
Problema é
o "rabo do dinossauro"; nova proposta em 15 dias
Em cerca de 15 dias, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) apresentará novo projeto para o sistema viário na entrada do Jardim
Casqueiro, procurando viabilizar técnica e economicamente uma alternativa à objetada proposta apresentada nesta quarta-feira (8), em reunião com os
moradores promovida no Bloco Cultural do Paço Municipal. Estes não concordam que o acesso ao novo viaduto seja feito a partir do canteiro central da
Avenida João Jorge Peralta – trecho que apelidaram de "rabo do dinossauro" –, por temerem os problemas sociais que costumam se acumular no entorno
desse tipo de obra. Também querem solução para o acesso aos Bolsões/Nova República e para a ligação com a via SP-55.
O encontro foi presidido pelo secretário adjunto do Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita, representando o governo estadual,
e começou com um minuto de silêncio em homenagem ao policial militar Adjonar Pereira de Lima (Mazinho), assassinado no dia anterior nas proximidades
do local dessa intervenção urbanística. Manifestantes apresentaram também faixas solicitando providências do governo estadual, lembrando que as
mudanças viárias pretendidas podem comprometer ainda mais a segurança dos moradores.
O DER foi representado pelo diretor de Engenharia, Estanislau Marcka; pelo gerente de projetos Luiz José Prieto Rodrigues; pelo
diretor regional (DER-5) Orlando Morgado Jr., explicando-se que tanto o secretário de Desenvolvimento Metropolitano como o titular do DER foram
chamados pelo governador para uma reunião no mesmo horário, sendo, por isso, representados no encontro de Cubatão.
Presentes também o projetista Newton Storti, da Pron Engenharia, empresa encarregada do projeto da duplicação do viaduto Rubens Paiva
(ex-31 de Março); o assessor parlamentar Fernando Hiro; os vereadores Adeildo Heliodoro dos Santos (Dinho), Aguinaldo Alves de Araújo, Geraldo
Cardoso Guedes e Francisco Leite da Silva (Bigode). O ex-vereador Welinghton Ribeiro Silveira também participou da reunião.
A prefeita Marcia Rosa compareceu por instantes no início do encontro, mas teve de ir a Brasília, para tratar em nível federal das
questões relativas à reativação da MD Papéis/Companhia Santista de Papel, cujo fechamento causaria sérios problemas sociais para cerca de 500
famílias de funcionários. Assim, foi representada pela maioria de seu secretariado, participando da mesa de debates os secretários de Obras, Silvano
da Silva Lacerda, e de Habitação, Wagner Moura.
DER expõe – A proposta mais recente do DER foi apresentada ao
público, com explicações detalhadas sobre a obra de duplicação do viaduto sobre a Via Anchieta (no km 59+850 metros desta rodovia, junto ao viaduto
Rubens Paiva, ligando o Jardim Casqueiro à Avenida Bandeirantes), a criação de mais um viaduto no prolongamento da interligação Imigrantes-Anchieta,
sobre esta via e demais obras de ajuste nos acessos. O diretor do DER enfatizou já existirem recursos orçamentários reservados, de tal forma que se
o projeto apresentado fosse integralmente aprovado a licitação para as obras poderia ser feita em março e o início desta já em julho deste ano.
O orçamento da obra, em valores de setembro de 2010, ficaria em R$ 45.831.000,00, para realização em 18 meses, compreendendo
terraplenagem de 31 mil m² (corte) e 6.500 m² (aterro), pavimentação rígida (concreto) de 8.956 m² e flexível (asfalto) de 27.200 m², 1.983 m de
viadutos, 3.130 m² de pré-moldados, 3.995 m² de seção celular e 2.740 m² de acessos. A obra compreende ainda a reforma de toda a sinalização viária
e acessos, e o viaduto terá acabamento lixado com aplicação de verniz à prova de pichação.
Nesse projeto, o viaduto Rubens Paiva ganha mão única no sentido Centro-Casqueiro e novo equipamento será feito com acesso a partir
da Avenida Joaquim Jorge Peralta, próximo à Rua Estados Unidos, com tráfego Casqueiro-Centro. Amplo projeto cicloviário foi considerado, incluindo
adaptação para ciclovia na lateral do Viaduto Rubens Paiva.
Os engenheiros explicaram que a opção por um viaduto estaiado não elimina o "rabo de dinossauro", já que apenas o peso do viaduto é
transferido para torres de sustentação - em vez do tabuleiro ser apoiado sobre colunas convencionais -, mantendo-se a extensão dos acessos.
Já a alternativa socialmente ideal de elevação da Via Anchieta se mostra tecnicamente impraticável em razão de não haver conhecimento
pleno da malha de dutos que passa pela região (e criar essa planta significaria anos de pesquisas e contatos burocráticos), e o fato de ser solo de
mangue, implicando em buscar aterro, hoje só encontrado em Pedro de Toledo e Mogi das Cruzes.
Aspectos sociais - Em termos de segurança, defende o DER que os
principais problemas de marginalidade ocorrem com o trânsito moroso, dando chance de abordagem dos motoristas. Assim, qualquer obra que aumente a
fluidez do trânsito contribui para a segurança na área. É o que deve ocorrer com as intervenções de duplicação no trecho da Via Imigrantes entre o
km 62 e 65, em São Vicente, para eliminar os cruzamentos em nível e semáforos vicentinos, regularizando ainda o acesso à Ilha Caraguatá, com
recursos orçamentários já consignados.
E, segundo o DER, a área sob o viaduto pode ser ocupada por equipamentos sociais, até postos policiais (ao que o ex-vereador
Welinghton respondeu citando as dificuldades para adotar essas medidas, a exemplo do ocorrido no viaduto de acesso à siderúrgica Usiminas, usado
como desova de cadáveres pelos marginais).
O representante do DER disse que, mesmo não sendo uma reunião oficial (audiência pública), todas as reivindicações dos moradores
estavam sendo anotadas para incorporação ao estudo, e uma resposta à população será dada dentro de pouco mais de duas semanas.
Não descartou inclusive a possibilidade de desapropriação de alguns imóveis próximos ao posto do SAMU 192, desviando o "rabo do
dinossauro" para ali, embora salientasse que a política do DER é de evitar as desapropriações, devido ao custo social.
Os representantes estaduais lembraram inclusive que computados todos os custos materiais, um acidente fatal no trânsito custa ao
Estado cerca de R$ 420 mil, sem considerar o custo inestimável da vida perdida, razão pela qual estamos na Década Internacional da Segurança Viária,
instituída pelas Nações Unidas com o objetivo de reduzir à metade os acidentes e trânsito.
Ciclovias – Junto com o projeto dos viadutos, foi apresentada uma
proposta para um sistema cicloviário no trecho. Aliás, foi solicitada a colocação de ciclovia na Via Bandeirantes entre Cubatão e Santos, ao que o
secretário de Obras explicou ser uma das metas do governo municipal: "Neste ano deve haver a complementação da ciclovia da Vila Esperança, num
trecho hoje de terra, e sua interligação com a da Avenida Henry Borden, com estudos junto à ferrovia ALL para chegar até a Fábrica da Comunidade e
também, por baixo da Via Anchieta, até área da Petrobrás. E há um projeto cicloviário mais amplo em estudos, envolvendo toda a cidade, para 2013."
Os representantes do DER disseram existir a ideia de transformação das marginais da Anchieta num sistema binário, com mão única de
tráfego em cada uma delas, incluindo ciclovia. Esses estudos devem ser acelerados porque com a pouca largura da SP-148 Via Bandeirantes estão cada
vez mais frequentes os acidentes com carretas caindo na valeta lateral da via, estando prestes a ser contratado um projeto executivo para essas
alterações viárias.
Quilômetro 55 – Os moradores cobraram soluções para outro
problema grave, que é a ligação da SP-150 Via Anchieta com a SP-55 Cônego Domênico Rangoni. Silvano lembrou existirem projetos (ainda em estudos
preliminares com a Ecovias) para uma grande rotatória com 4 a 5 pistas nesse local, incluindo mais uma faixa de tráfego em cada direção da SP-55. Os
estudos incluem a criação de vias marginais à Anchieta entre os quilômetros 55 e 59, resolvendo o problema do afunilamento do tráfego ali
verificado.
Bolsões – O secretário municipal de Obras também explicou que
numa reunião anterior com o DER foi tratada a questão do acesso entre o Casqueiro/Parque São Luiz e os Bolsões/Nova República por sobre a
interligação Anchieta-Imigrantes, decidindo-se tratar à parte esse tema, para não complicar mais o projeto da duplicação do viaduto Rubens Paiva.
Silvano contou que o DER assumiu então o compromisso de avançar esses estudos até produzir um projeto executivo dessa interligação,
de alta importância em razão do adensamento populacional (previstos mais de 30 mil moradores, procedentes de outras áreas) e da instalação de
equipamentos públicos, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em construção no Parque São Luiz, escolas etc.
Carlos
Pimentel Mendes – MTb. 12.283-SP
Fotos: Robson
Gonzalez
Link para fotos
Link para a apresentação Powerpoint do DER
20120208-GP-DERviadutoCasqueiro-CPM.doc
Edmur Mesquita fala sobre o papel do governo estadual nessa questão
Foto: Robson Gonzalez/SECOM-PMC, em
8/2/2012
Imagens: proposta do DER
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