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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO
Cubatão tem mar, sim...


Acreditem os incrédulos: Cubatão é banhado por mar, sim. Acontece que o Rio Casqueiro, assim historicamente chamado, não é um rio de verdade, mas um braço de mar - sua água é salgada, como a do mar, e precisaria ser água doce, para ser rio. Assim, não se justifica a introdução desta matéria, que em 12 de dezembro de 1999, no jornal santista A Tribuna, estranhava o fato de Cubatão possuir marinas:

Os barcos costumam ser de pequeno porte devido à baixa altura das pontes que cortam o rio

Foto: José Moraes, publicada com a matéria

 

Cubatão, quem diria, tem sete marinas

 

Marcello Dall'Olio

Da Sucursal

Apesar de não ter o seu território banhado pelo mar, Cubatão abriga, atualmente, sete garagens náuticas. Seis delas ficam na Ilha Caraguatá e a outra na Vila das Pelicas. todas apresentam uma particularidade, se comparadas com os demais estabelecimentos do gênero da região: são destinadas, exclusivamente, a barcos de pequeno e médio portes.

O motivo, conforme explica Joel Losada Escobar, proprietário da Náutica Ilha, não está relacionado com o calado (profundidade) do Rio Casqueiro. "O problema é que as pontes que cortam o rio, como a localizada na Via Anchieta e até mesmo a dos Barreiros, têm altura baixa e não permitem o tráfego de embarcações altas no rio".

Ele cita um exemplo: "Uma lancha grande com 50 pés, desde que seja baixa, chega aqui com facilidade, porque todo o rio tem, pelo menos, 2 metros de profundidade e o calado dessas embarcações não ultrapassa essa medida. Um off-shore (lancha de corrida) passa facilmente".

Devido a esse entrave, praticamente todas as náuticas de Cubatão acabaram se especializando em barcos pequenos e médios, de até 23 pés, e, conseqüentemente, o público-alvo dos estabelecimentos são os pescadores amadores, que guardam suas embarcações nas garagens ou alugam lanchas dos próprios comerciantes.

Joel afirma que mais de 90% dos freqüentadores da garagem náutica vêm da Capital e Grande São Paulo, principalmente da região do ABC. "São poucos os que alugam ou que têm barcos de passeio. Às vezes, também, fazemos trabalhos com as indústrias da Cidade, mas o forte mesmo são os pescadores amadores, que procuram as náuticas da Ilha Caraguatá para fazer o que mais gostam: pescar".

Proprietário da Náutica Brasil, Antônio Mauro confirma essa procura. "Diria até que 99% dos freqüentadores são da região do ABC e São Paulo, além de Sorocaba e Jundiaí". Para acomodar essas pessoas, o comerciante está pensando em montar uma pousada nas proximidades da náutica. "O pescador que vem de fora não tem onde pernoitar na região".

Joel Escobar afirma também que não aluga espaço, em sua náutica, para proprietários de grandes embarcações. "Eu não aceito, pois não vou montar uma estrutura, até mesmo com tratores, para atender uma ou duas lanchas de grande porte. Aqui, locamos espaço apenas para barcos até 23 pés. Mais do que isso, não interessa".

O baixo poder aquisitivo da maioria dos moradores de Cubatão não é, na sua opinião, o principal motivo de os proprietários de náuticas receberem apenas barcos pequenos. "Muito pelo contrário, pois os freqüentadores são pessoas que vêm de outras regiões, não daqui da Baixada".

A perspectiva para a temporada que se aproxima, de acordo com Joel, é muito boa. "Todo verão é bom, economicamente falando, pois, normalmente, as pessoas procuram as náuticas nos finais de semana e, com as férias, o movimento nos dias de semana também aumenta".

 

O aluguel de um barco gira em torno de

R$ 25,00

por dia, sem o material de pescaria

 

 

Unidades fornecem apetrechos de pesca

Todas as garagens náuticas de Cubatão fornecem aos freqüentadores, além de iscas vivas para a pesca - camarões, principalmente - lanchonete e barcos para alugar, além, é claro, de estacionamento, tanto para veículos quanto para embarcações.

O preço do aluguel varia de acordo com o tamanho da embarcação. Na Náutica Ilha, por exemplo, os valores vão de R$ 60,00 a R$ 180,00 por mês. Já para os barcos de pesca, em especial os de alumínio, a diária é de R$ 25,00. Joel Losada Escobar, proprietário do estabelecimento, mantém ainda um local específico para os interessados deixarem seus motores de popa e também armários para os freqüentadores guardarem seus pertences. A garagem guarda, atualmente, cerca de 150 embarcações, e emprega 25 pessoas, entre autônomos e efetivos.

Já o Bosque do Robalo mantém 90 barcos à disposição dos interessados. O kit completo para a pesca, que inclui piloto, tanque de gasolina, motor, cadeiras e a embarcação, sai por R$ 150,00 a diária, segundo a secretária Ieda Rezende Alencar.

Na Náutica Brasil, o aluguel do barco simples custa R$ 20,00 por dia. Com motor a gasolina, a embarcação, que tem capacidade para quatro pessoas, sai por R$ 60,00. Reboque para os pontos de pesca custa de R$ 10,00 a R$ 20,00.

Na Marina Gaivota, o aluguel do barco simples também está estipulado em R$ 20,00, mas, com motor, o valor sobe para R$ 130,00, incluído aí o piloto da embarcação. O reboque sai por R$ 10,00.

Além dessas quatro náuticas, existem outras duas localizadas na Ilha caraguatá - a Perez e a 3 Marés - e uma na Vila das Pelicas, nas proximidades da ponte que corta o Rio Casqueiro, em frente ao Lixão da Alemoa, em Santos. (MD).

As garagens oferecem vários outros serviços além da guarda de embarcações e veículos

Foto: José Moraes, publicada com a matéria

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