Por muitas décadas, os cubatenses só tiveram acesso a emissoras de rádio e de televisão de outras cidades. Mesmo empresas documentalmente apresentadas como tendo instalações em Cubatão, para atender a dispositivos de uma deficiente política de concessão oficial de canais de transmissão a grupos econômicos e principalmente políticos, pelo Governo Federal, na prática funcionavam em outras cidades (ou deixavam Cubatão assim que a primeira oportunidade legal surgisse), o que se espelhava em sua programação na forma de um grande distanciamento da realidade e do cotidiano deste município.

O surgimento primeiro das rádios comunitárias - geralmente clandestinas, por não haver possibilidade de se adequarem à falha lei federal de concessões -, e depois das emissoras de TV Comunitária (exigência para a instalação de sistemas de televisão a cabo) possibilitou que os cubatenses, a partir de fins do século XX, começassem a ter a realidade local estampada em seus meios eletrônicos de comunicação.

E a Internet, com suas novas possibilidades de integração tecnológica a baixos custos, também permite que as emissoras locais ensaiem seus primeiros passos no sentido de alcançar públicos mais amplos. E, até mesmo, de saírem da clandestinidade, já que a lei das concessões - que impede o seu funcionamento com sinal aberto, captável por antenas nos telhados das casas - não alcança as transmissões feitas por meio da rede mundial de computadores. Que, além disso, tem a vantagem de possibilitar alcance mundial a qualquer veículo de comunicação, mesmo comunitário, com custo cada vez mais acessível.