Venda à beira da estrada
Imagem: reprodução da página 6 do 2º volume da edição de
1941, da Cia. Editora Nacional
Capítulo XVI
Visita às Províncias do Sul
Embora tendo eu residido vários anos no Império, nunca visitei as províncias do Sul. Em junho de 1855, o dever, somando-se à vontade,
proporcionou-me o ensejo que há muito desejara.
Bondosamente munido por amigos brasileiros, alemães e ingleses do Rio, de cartas de apresentação, e principalmente amparado por forte carta de
recomendação do venerável Senador Vergueiro, (um dos últimos dos patriotas da Constituinte), tinha toda a facilidade para visitar o sul do Brasil em
condições vantajosas.
Desejando viajar descansado, procurei meu passaporte, vários dias antes da minha partida, na repartição conveniente. Uma das primeiras lições
aprendidas pelo viajante no Brasil, é ter paciência e conformidade com todas as formalidades existentes. Não importa quanto sejam absurdas as
exigências, como, por exemplo, a de obter um passaporte para deixar a cidade do Rio de Janeiro em demanda das províncias (onde nunca ele seria
exigido), devemo-nos submeter a isso.
Protestos motivam apenas um dar de ombros do funcionário tomador de rapé, e ai de nós se a hora de
fechar o escritório chega antes de se ter obtido o documento necessário. Para estar perfeitamente dentro da regra, o cidadão que parte ou o
estrangeiro deve ter seu nome registrado na alfândega ou estampado em algum jornal, três dias antes de ser seu passaporte concedido, para que seus
credores possam ter a oportunidade de conhecer os seus passos. Mas o sistema de passaporte, assim como o de quarentenas, nunca evita o adit
ou o exit dos velhacos ou das pestes.
Sabendo disso, eu havia preparado desde o dia anterior, a minha bagagem, que se compunha de uma mala e alguns caixotes de livros, e tinha feito um
ajuste com um empregado subalterno de uma casa mercantil, para ter a bagagem colocada no vapor bem cedo. Acreditando-me perfeitamente seguro,
ocupei-me em escrever até meia hora antes da partida. Ao entrar no estabelecimento mercantil referido, encontrei minha bagagem descansando
quietamente onde eu a tinha deixado na véspera.
Havia somente tempo para levá-la a toda pressa num carro para o Consulado. Saímos a toda pressa e,
ao alcançar este lugar, passamos por uma série de formalidades para embarcar as caixas; então, tomando um bote (pois os navios não atracam em
docas), chegamos ao vapor, e tivemos o desgosto de ser informado pelo segundo piloto brasileiro que os motivos de nossa pressa não podiam ser
recebidos a bordo naquela hora, sem uma permissão especial do oficial do vapor, que estava na rua, a uma milha distante do Consulado.
Os negros remaram comigo rapidamente em direção à terra, onde saltei para um tílburi e percorri barulhentamente as ruas até o ambicionado escritório
da Southern Steam-Packet Company. Obtive a permissão e, voltando com a mesma rapidez com que vim, cheguei logo a bordo. Deixo ao leitor julgar quão
mais fácil e mais razoável seria tudo na Inglaterra ou nos Estados Unidos, mesmo me cabendo a culpa de não atender à minha própria bagagem para
vê-la belamente no vapor um dia antes.
Uma vez a bordo, verifiquei não ter havido necessidade da minha grande correria, pois a máquina roncou e assobiou mais de uma hora antes de
deixarmos o ancoradouro. Nossos passaportes foram todos examinados pelo oficial de polícia, e nossas identidades pessoais verificadas pelo agente do
paquete, para descobrir se todos os passageiros tinham pago sua passagem; o capitão tomou seu posto sobre a casa do leme e à voz de "pequena volta
para frente" movemo-nos através do ancoradouro dos navios de guerra e outras embarcações carregando e descarregando, até se ouvir a voz de "para a
máquina", quando estávamos sob os canhões de Villegagnon.
Recebemos aqui a última visita do agente, e depois os oficiais do governo abordaram-nos para ver se
estava tudo conforme e — se imaginam os leitores que navegamos fora da baía, a sua imaginação os teria completamente enganado, pois ficamos em
frente de Villegagnon por duas horas mortais, flutuando para cima para baixo em ondas que nos chegavam diretamente do azulado Atlântico. Alguma
coisa tinha sido esquecida pela esposa do comandante (de mais valor que uma caixa de chapéus), que se verificou ter sido uma grande caixa contendo
dinheiro e despachada "expressa" para o Sul; daí a nossa demora.
Já passavam das cinco horas quando transpusemos as gigantescas sentinelas do Pão de Açúcar e Santa Cruz. Os passageiros, com exceção da minha
pessoa, de um francês e um lombardo, eram brasileiros ou portugueses. O capitão, natural de Baltimore, tinha renunciado a seus direitos nos Estados
Unidos, e se naturalizado brasileiro. Logo chegou a noite, e um forte e revolto mar obrigou-me a ir para o camarote — não antes de ter visto os
brasileiros horrivelmente enjoados pelo mar; e tinham todos uma tal aparência biliosa que se podia prever para eles um grau extraordinário de
sofrimento no alto-mar.
Cedo, na manhã seguinte, pude ver da janela do meu camarote as montanhas da costa. O mesmo magnífico cenário que agrada tanto os viajantes nas
vizinhanças do Rio de Janeiro se reproduzia em todo o trajeto até o Rio Grande do Sul, apenas as montanhas variam de forma, e em alguns lugares as
palmeiras são mais exuberantes. Quando me dirigi ao tombadilho, estávamos justamente entrando na linda baía de Ubatuba. Dois navios estavam
ancorados; e, tratando-se de um pequeno lugar, havia considerável comércio de café, que era trazido do interior e daí embarcado para o Rio.
Ubatuba
A vila de Ubatuba estende-se por uma praia circular e suas casas, muito brancas, ficam em forte contraste com as montanhas verdejantes que se erguem
ao fundo. A tempestade tinha cessado; raramente tenho presenciado uma cena mais agradável que essa paisagem sulina. O capitão, vendo a tranquilidade
da água, teve o bom senso, nessa ocasião, de convidar os passageiros para um almoço mais substancial, pois quase todos a bordo se tinham plenamente
preparado para ele com o seu tributo noturno pago às ondas enraivecidas.
Todos os olhares brilhavam de prazer (sem dúvida o almoço tivera o seu papel em tal efeito) quando se passou em revista a beleza que surgia em nossa
frente. Afabilidade e bondade são característicos predominantes dos brasileiros; até um pobretão teria ficado alegre naquelas circunstâncias.
Nós apenas tratamos da nossa correspondência e compramos as laranjas (cem das mais deliciosas podem ser compradas por três pence ingleses) e,
despedindo-nos de Ubatuba, em curto tempo estávamos navegando de novo entre as ilhas e a costa coberta de matas. O mar estava manso, os passageiros
foram todos para o tombadilho, e os melhores sentimentos dominavam todos os presentes.
Desejando aproveitar a ocasião, desci à minha mala e levei para cima uma bíblia portuguesa, que
ofereci a um passageiro conforme as regras da Sociedade Bíblica Americana (American Bible Society). Pouco tempo foi necessário para eu dispor de
todos os volumes da Sagrada Palavra que estavam ao meu dispor e, de todos os lados, os meus amigos de viagem estavam lendo com curiosidade um livro
que nunca haviam visto antes.
De vez em quando chamavam-me para dar explicações, e convenci-me mais uma vez da falta de fanatismo
que é uma qualidade característica dos brasileiros. Um oficial da Marinha Imperial que tinha voltado da esquadra brasileira no Rio da Prata,
voltando ao seio de sua família em Santos, desejou a Sagrada Escritura para dar de presente a seus filhos e, adquirindo-a, comentava. "Embora
eu seja um homem de quarenta e cinco anos de idade, nunca tinha visto até agora a Santa Bíblia escrita em língua que eu pudesse compreender".
Ubatuba difere de certo modo de muitas cidades vizinhas, pois foi dotada de uma denominação indígena sonora, como outras, já encontradas em toda a
região quando se deu a descoberta. A não muitas léguas dessa vila, está a grande cidade de Angra dos Reis e a ilha denominada Ilha Grande dos Magos,
cujos nomes foram dados por Martim Afonso de Souza.
Embora vários destes portos e ilhas tenham sido previamente descobertos e provavelmente batizados —
devido à circunstância de Souza ser um colonizador de fato, circunstância essa somada ao fato de que, respeitando o calendário romano, ele
correspondia aos preconceitos peculiares aos seus compatriotas — os nomes impostos por ele são os únicos conservados pela posteridade.
O dia 6 de janeiro, designado em inglês como a Epifania, é chamado em português, Dia dos Reis
Magos. A Ilha de São Sebastião e o porto de São Vicente foram denominados de maneira semelhante, nos dias 20 e 22 do mesmo mês. Os nomes indígenas
das cidades brasileiras podem incluir-se entre os mais fluentes e sonoros encontrados em qualquer língua: — como Itaparica, Pindamonhangaba,
Inhomirim, Guaratinguetá Paraíba e seu diminutivo Paraibuna, etc.
São Sebastião
De Ubatuba até o nosso seguinte ponto de escala, foi apenas uma corrida de algumas horas. Percorremos continuamente uma das mais íngremes e
pitorescas costas que tenho observado. Junto à ilha e a cidade de São Sebastião (esta em terra firme), vieram-me à lembrança as margens do Reno, o
cenário dos lagos e montanhas da Suíça, embora aqui a perpétua vegetação embeleze penhascos e rochedos, os vales estejam cobertos com plantações de
café e açúcar,
e as laranjeiras sejam pródigas em seus frutos dourados.
A costa escarpada e alta, e promontórios bem arborizados projetam-se com grande nitidez de detalhes
na brilhante e pura atmosfera. A Ilha de São Sebastião está separada do continente apenas por um estreito braço de mar, e pareceu-me, ao
contemplá-la, uma das fabulosas Ilhas Hespérides. As íngremes e rochosas encostas de suas cadeias de montanhas são entremeadas de faixas de
floresta, de cuja folhagem espessa, cascatas de beleza verdadeiramente alpina deixam cair suas águas espumantes de centenas de pés de altura.
Foi numa aldeia dessa romântica ilha que Wilberforce — um jovial e imaginoso guarda-marinha inglês — diz ter visto traços de mãos portuguesas em uma
linda e branca igreja que se ergue no meio das casas de barro. "A antiguidade da construção",
escreve ele, "não era a única prova de sua origem. A presença de uma igreja é em si suficiente
para mostrar que portugueses ou brasileiros haviam encontrado a vila. Costuma-se dizer que a primeira construção que colonos portugueses erigem é
uma igreja: e a primeira que os brasileiros constroem é uma taberna de bebidas". E Wilberforce
acrescenta significativamente: "Nós regulamos essas coisas melhor na Inglaterra e construímos
as duas ao mesmo tempo".
Não posso dizer que as observações do guarda-marinha inglês sejam inteiramente exatas; mas é um
fato que os brasileiros já tenham demasiado igrejas para os sacerdotes, e também que principiem os núcleos de suas povoações por uma venda, que não
serve apenas como casa de bebidas, mas como lugar para repousarem e comer.
Os brasileiros são um povo moderado, como já observei, e não dado a bebidas como os povos do Norte;
por conseguinte, "taverna de bebidas" não é o termo correto para expressar a fundação de uma colônia brasileira. A religião e a venda não são sempre
inseparáveis; pois se encontrará frequentemente uma pequena cruz perto da estrada da venda e algumas vezes uma caixa de almas pregada na sua porta,
na qual estão pintadas "almas brancas e pretas" que elevam mãos de súplica das chamas do purgatório, e duro deve ser o coração que possa resistir a
tão piedoso espetáculo.
O guarda-marinha é, todavia, inteiramente justo em sua observação sobre mosquitos e os maléficos borrachudos. A indignação juntamente com a poesia,
nasceram do aborrecimento que eles lhe deram; pois ele eloquentemente expandiu-se no seguinte trecho: — "Quem
escrevesse uma ode à paisagem brasileira em [São Sebastião]
provavelmente começaria,
"Ye
mountains, on whose woody heights
The greedy borruchudo bites;
Ye forests, in whose tangled mazes
The dire mosquitos sting like blazes!"
e assim por diante até o fim do canto. Coisas que seriam poéticas tristemente se estragam com a
intromissão desses utilitários complementos — os mosquitos. Vorazes animais! Envergonho-me em vosso nome. Não poderíeis dispensar o vosso jantar e
deleitar a vossa mente com a poesia da paisagem?"
São Sebastião tem doze ou quatorze milhas de extensão, e quase tanto de largura. É bem cultivada e algum tanto populosa. Bem como a Ilha Grande, era
o ponto de reunião dos navios empenhados no comércio de escravos. Essas embarcações tinham grandes facilidades de desembarcar as suas cargas de
seres humanos nesses e noutros pontos contíguos; e quando não precisavam ir fazer reparos no porto do Rio, podiam munir-se em São Sebastião dos
papéis necessários para nova viagem. Não foi por outro objetivo que o vice-consulado de Portugal se estabeleceu na vila do lado oposto.
O sol estava se pondo quando o nosso pequeno vapor saiu da Baía de São Sebastião, e antes do amanhecer estávamos nos aproximando dos Alcatrazes,
duas ilhas rochosas de forma curiosa, bem conhecidas por todos os paulistas viajados.
Antes de me retirar para o camarote, tive uma interessante conversa com um português que estava orgulhoso de seu pequeno reino peninsular, e
jactava-se de seus grandes feitos e passados esforços, mas não falava de sua glória presente. O passageiro lombardo entretinha-se com narrativas da
revolta milanesa de 1848, e com canções bélicas em que o nome de Carlos Alberto "Il Ré di Sardegna" vinha sempre à baila.
Caixa das Almas
Imagem: reprodução da página 7 do 2º volume
da edição de 1941, da Cia. Editora Nacional
Santos
Na manhã seguinte chegamos a Santos, situada algumas milhas acima do rio do mesmo nome, que é o principal porto da florescente província de São
Paulo. Aqui desembarquei minhas duas caixas destinadas ao interior, e que esperava chegariam o seu destino antes que eu voltasse a Santos, para que
eu pudesse cavalgar com presteza sem o estorvo das mesmas, sem me atrasar nas excursões análogas que eu fizera na zona rural da província do Rio de
Janeiro.
Tive que vencer algumas dificuldades na alfândega; e ninguém, a não ser os estrangeiros que tenham
feito semelhante experiência no Brasil, pode imaginar os vários prejuízos a que cada objeto está sujeito. Não houve objeções para os livros porque
eram Bíblias, mas tive que pagar direitos (pequenos, é verdade) mais uma vez pelas mesmas. Pensei que já tendo pago direito no Rio, seria
suficiente; mas aqui há uma tarifa provincial, da qual ninguém está isento.
Tinha cartas do senador Vergueiro para seus dois filhos, que tem uma casa comercial aqui e, assim
como o pai, tem imensas plantações no interior; e foi para uma dessas plantações que resolvi me dirigir e, enquanto trabalhava pelo bem,
habilitar-me a ver, por mim próprio, a condição dos milhares de colonos europeus que os empreendedores Vergueiros tem sob suas ordens.
O sr. José Vergueiro, chefe da casa de Santos (Vergueiro & Filhos), estava ausente, e seu irmão, o quarto filho do senador, estava indisposto. Mas,
por sua ordem, fui tratado com a maior gentileza pelos empregados do estabelecimento; e, por um deles, meus livros foram logo despachados na
alfândega. Declinei seu convite para jantar no Trapiche, pois já tinha aceitado a boa oferta de meus companheiros de viagem brasileiros no hotel do
sr. Francisco. Diziam que este era um perfeito poliglota; mas achei, experimentando falar com ele em três línguas, que apenas falava um pouco de
cada uma.
O jantar foi abundante e excelente. Achei que as joviais qualidades dos brasileiros eram tão
notáveis como as de John Bull, — não que houvesse bebidas em excesso, mas comem com gosto, e divertem-se muitíssimo em cada brinde ou saudação, que
pareceu-me, o nosso banquete foi tão abundantemente provido como de substanciosos alimentos e doces. Os brasileiros são grandes fazedores de
brindes; numa mesa em que vinte ou mais pessoas estavam reunidas, vi cada qual propor pelo menos uma "saúde", enquanto alguns propunham, no fim da
refeição a saúde de nada menos de seis diferentes pessoas. Alguns destes brindes terminavam por hinos cantados por todos em tão altas vozes que
parecia serem estudantes alemães os seus executores.
O grupo, em casa do sr. Francisco, era composto de mercadores, médicos, alguns funcionários civis do Governo, e um coronel do exército regular.
Vinho em abundância foi posto sobre a mesa; mesmo assim foi usado com grande moderação pelos que beberam, alguns se abstendo totalmente. No ajuste
de contas ($1 cada), nenhum deles permitiu-me participar da despesa; e durante a refeição, sabendo que eu era um sacerdote protestante, foram mais
respeitosos em suas expansões, aprovando todos o trabalho em que me achava empenhado.
Refiro-me a esse particular, por causa de alguns escritores e visitantes do Brasil, que certamente
nunca viram mais do que casas de armadores de navios, hotéis ou, no máximo, alguma cidade costeira, e por isso se queixaram de que os brasileiros
são inóspitos, interesseiros e inteiramente desconfiados para com o estrangeiro. Quanto à falta de hospitalidade, fora das grandes cidades, não é
própria dos brasileiros; e mesmo no Rio e na Bahia, as maiores cidades do Brasil, sempre recebi o mais cordial tratamento dos brasileiros, a quem
nunca vira antes de entregar as minhas cartas de apresentação.
Entre as mais agradáveis lembranças de minha vida ficarão as provas da boa hospitalidade
manifestada para comigo pelos brasileiros na metrópole, onde mais do que em qualquer outro lugar costuma haver frieza. Quanto a egoísmo e
desconfiança para com os estrangeiros, possuem do primeiro o que faz parte da natureza humana, e do segundo não mais do que o manifestado por
ingleses ou americanos quando se aproximam de estrangeiros recém-chegados sem cartas de recomendação.
Do hotel do sr. Francisco fomos para bordo. Esta tarde, num grupo de passageiros, juntamente com o capitão e o piloto, estivemos acordados até alta
noite conversando a respeito da literatura desmoralizante que presentemente enche a França. Eles ouviam com grande atenção as opiniões que
aconselhavam cortar o mal pela raiz, e a religião corrompida foi avaliada pelo único e verdadeiro padrão — a grande Regra de Fé que nos é dada por
Deus em Seu verbo.
No dia seguinte, nosso vapor só deixou Santos à noite, tanto assim que tive oportunidade de ir outra vez ao armazém do sr. Vergueiro & Filhos.
Fiquei satisfeito por saber que o mais jovem Vergueiro pôde ir a seu escritório, embora o sr. José não tivesse ainda voltado do interior.
Ele sentiu muito que eu não pudesse então aceitar a hospitalidade de sua casa, expondo que seu pai
tinha escrito para eles pedindo-lhes que me prestassem todas as atenções, mas desejava que na minha volta de São Francisco do Sul lhes concedesse
uma longa visita. Tudo isto foi dito de uma maneira tão natural e cordial que excluía toda ideia de formalidade e insinceridade.
Às oito horas o vapor deixou Santos, e pouco depois passávamos velozmente pela barra.
São Vicente
Santos está situada sobre a porção Norte da ilha de São Vicente, que é destacada do continente apenas pelas duas bocas do Rio Cubatão. O rio
principal permite a entrada de grandes navios na maré alta, e é usualmente chamado "Rio de Santos", até o ponto em que está a cidade. Na sua saída,
na margem Norte, fica a fortaleza de S. Amaro. Esta relíquia dos tempos antigos está ocupada por alguns soldados, cuja principal ocupação é ir a
bordo dos navios quando saem e entram no porto, para servirem de guarda contra o contrabando.
O curso do rio é sinuoso e seu fundo lodoso. Suas margens são baixas e cobertas de mangues, tanto
assim que o fundo não é muito convidativo; mas da casa do leme contempla-se uma bela vista da região costeira e das montanhas distantes, que se veem
ao Norte. O capitão apontou o local de São Vicente — a primeira colônia regularmente estabelecida no Brasil. Como Martim Afonso de Souza pôde
escolher este lugar de preferência àquele em que atualmente está o Rio de Janeiro, é verdade difícil de justificar, exceto pelo motivo de serem os
índios Tamoios demasiado numerosos nas redondezas da Baía de Niterói.
Paranaguá
Tornando-se o mar agitado, tomei o meu velho e soberano remédio contra o enjoo: um bom leito — e não me levantei senão quando o sol já ia alto acima
das montanhas, e estávamos entrando no intrincado porto de Paranaguá. Antes de atravessar a barra, vimos fora uma escuna brasileira ancorada e
balouçando sobre as ondas. O capitão, com seu óculo, percebeu que era um navio fretado pela Steam Packet Company, e estava carregado com carvão de
que ele se devia abastecer para o resto da viagem. Era da maior importância, pois que a escuna atravessasse a barra. Com o presente vento seria
impossível. A proa do vapor foi dirigida para a escuna.
Essa gente do mar dificilmente se anima: e a maior indiferença foi manifestada pelo capitão do
pequeno navio a vela a essa proposta de reboque, que teria feito um marinheiro inglês ou yankee dançar de prazer. Sua resposta descansada
foi, "Se o sr. quiser". Essa resposta estava perfeitamente de acordo com a falta geral de energia, que caracteriza uma certa classe de brasileiros.
O navio foi amarrado ao P..., e fomos logo para a barra, subindo o difícil canal.
Um certo número de cartas que escrevi a um amigo durante a viagem foram guardadas por ele e depois devolvidas a mim; e julguei que seria melhor
intercalar aqui alguns trechos das mesmas, que possuem pelo menos o interesse de terem sido escritas no meio das cenas que descrevem. A seguinte foi
escrita do porto imediato ao Sul de Paranaguá.
Vista de Paranaguá
Imagem: reprodução da página 12 do 2º
volume da edição de 1941, da Cia. Editora Nacional
São Francisco do Sul — Província de Santa Catarina.
Este não é o São Francisco das maravilhas de progresso, dos aventureiros e dos sonhos dourados. Quanto ao ouro, não há nenhum; quanto aos
aventureiros, apenas dois marinheiros desertores; e quanto ao progresso, este está revirado, pois aqui há uma porção de casas para alugar,
precipitando-se depressa (a única pressa aqui notada) para uma ruína geral.
Mas eu voltarei atrás um dia ou dois em minha viagem.
Deixei Santos no dia 15. É agradável viajar em um vapor brasileiro, desde que não se esteja com pressa. Consideram tudo tão fácil: quero dizer, os
vapores e as pessoas. E deixe-me dizer que, de todos os viajantes com quem tenho viajado, os brasileiros são os de melhor temperamento e mais
agradáveis depois de travar amizade com eles. São muito corteses, mas mesmo assim de vez em quando podem demonstrar egoísmo como outros sentimentos
humanos em um navio — esse pequeno mundo em miniatura, onde tudo que é mau é facilmente tornado conhecido. Paciência é a palavra de ordem deles.
Quando se chega a uma finalidade, depois de ter sido terrivelmente sacudida pelo jogo do navio e
sofrido o mal do mar, pode-se contar com umas boas vinte e quatro ou trinta e seis horas em terra. É um grande luxo. Os passageiros abandonam o
navio, (muito embora bons jantares se lhes proporcionem a bordo), e correm para os hotéis; ou, na falta destes, procuram as "Casas de pasto", e
entregam-se a tais violências que se poderia julgá-los meio famintos.
A "ordem de exercícios" a bordo do vapor em alto-mar, pode ser facilmente dada. Toda manhã às seis horas o moço do camarote desperta-nos para dar
uma xícara de café, e trinta ou quarenta minutos depois uma grande tigela de mingau, (araruta ou maisena), bem salpicado de canela e açúcar, é
colocada na mesa, e um corpulento camarada, reforçado com uma colherona, está pronto para servir-nos com toda a graça e celeridade dos benfazejos
gênios que se encontra no "Faubourg du Temple" em Paris.
Às dez horas um imenso almoço composto de roast-beef e carne cozida, carne de porco, peixe
fresco, pirão, (preparado com mandioca) etc, etc., é colocado diante de nós. Comece a servir-se ou do contrário os seus vizinhos farão a mesma coisa
sem a menor demora e, quando se julgam satisfeitos ou fatigados com esta operação, variam de ocupação bebendo o chá que o despenseiro trouxe
fervendo.
Depois sobe-se para o passadiço. Se o mar não está forte, os cachimbos, charutos e passeios são o
número seguinte do programa. O panorama litorâneo é o meu charuto; e até agora não houve diminuição no meu prazer em contemplá-lo. Pelo contrário,
as montanhas são ainda mais fantásticas e variadas do que no Rio, e as baías e ilhotas são grandemente pitorescas. Os passageiros se mostram
fecundos em anedotas e gracejos durante uma ou duas horas, e depois dormem a sesta ou leem. Eu me arriscarei a afirmar que até agora nunca houve
tantos leitores da Bíblia a bordo de um navio brasileiro.
Por causa do ardor do clima, cada um destes vapores costeiros tem, em redor de todo o passadiço
superior, pequenos camarotes ou, mais propriamente, respeitáveis casas de cachorro, com uma janela de correr. Embora haja confortáveis leitos nos de
baixo, estes camarotes superiores são os mais agradáveis pois, de noite e de dia, tem-se sempre ar fresco e puro.
Os meus companheiros de viagem estavam todos ocupando esses pequenos camarotes com as janelas de
correr levantadas, e assim tive a oportunidade de vê-los quando passeava no tombadilho. Fui muitas vezes chamado para explicar as Escrituras, e
alegrava-me com a oportunidade de espalhar a semente que, embora semeada em região aparentemente imprópria, o Senhor pode fazer com que se
multiplique cem vezes.
Chegamos a Paranaguá na manhã do primeiro sábado depois de deixar o Rio, e agora posso dizer que estive na mais nova província brasileira — a de
Paraná. A entrada da baía é um perfeito "quebra-cabeça", e as montanhas ao fundo da cidade são altas e pitorescas. Enquanto o sol estava batendo
sobre o tombadilho do nosso vapor, fiz um rápido esboço a lápis de um trecho do porto, esboço que junto a esta carta,
explicando-lhe de antemão a impossibilidade de corresponder à beleza de toda esta costa sem o poder de um Constable, um Turner ou um Calame.
Paranaguá foi antigamente um célebre ponto de reunião para aventureiros de todas as nações empenhados no comércio de escravo; e quando o governo
britânico, há alguns anos passados, ordenou seus cruzadores que fizessem uma vigorosa demonstração na costa brasileira, o Cormorant, da
Marinha Real, navegou por esses canais, entrou no porto, e acabou um ninho inteiro de navios negreiros. O forte estava bem situado perto da barra, e
H. B. M. Cormorant devia passar neste ponto.
Depois de uma leve resistência antes de render-se aos seus navios, os capitães dos piratas e
tripulações correram por terra para o forte e apontaram os canhões, esperando ansiosamente o Cormorant quando ele se encaminhasse para o mar,
arrastando seus troféus consigo. Orgulhosamente navegou outra vez através a sinuosa saída para o oceano.
Os canhões do forte estavam bem apontados, mas H. B. M. Cormorant provou ter tanto de uma
sagaz raposa como de uma ave de rapina pois, percebendo a armadilha arranjada para ele, preparou um golpe mais engenhoso. A tripulação muito
habilmente colocou os maiores navios piratas entre o navio e o forte, e assim foi navegando para a frente o Cormorant. Ruidosamente troou o
canhão da fortaleza: mas as balas não atingiram a ave de rapina; num momento, ela se adiantou inesperadamente na frente dos navios piratas,
descarregou os pesados canhões de sua proa, e os desmantelados canhões do forte, que digam como foi certa a pontaria dos artilheiros da H. B. M.
Os navios piratas, todavia, prepararam-se para responder; mas o prudente Cormorant
astutamente escondeu-se por trás de um grande navio, embora apenas por um instante. Navegou uma vez mais para a frente e descarregou seu tiro de
despedida com tal efeito sobre o velho forte, que os piratas não fizeram mais tentativas para estorvar o Cormorant, que logo ganhou o mar
alto, e em poucos momentos, habilmente pondo-os a fundo, retirou os navios piratas do tráfico, que é como chamam os brasileiros o amaldiçoado
comércio de escravos.
A maior parte dos nossos passageiros desembarcou aqui, muitos deles destinando-se a Curitiba, a capital dessa jovem província. Nunca me hei de
esquecer das suas gentilezas; e sinto-me feliz por pensar que levarão consigo a Bíblia, talvez pela primeira vez, para lugares que provavelmente
nunca presenciaram casos de salvação.
Eu também fui à terra. Paranaguá é uma linda e asseada cidade — um pouco em decadência, pensei a princípio; mas a segunda inspeção mostrou-me que
não fizera justiça ao único porto do Paraná. Esta cidade tem cerca de três mil habitantes, e exporta anualmente um milhão de dólares de erva-mate. O
mate é a folha seca e a haste nova de uma espécie de planta que é colhida no interior e trazida para o litoral em pelos de couro cru, muito
apertadamente amarrados, sendo aqui embarcada para as repúblicas hispano-americanas.
Encontrei um certo número de grandes armazéns atacadistas fazendo bom negócio com os que vão buscar
os produtos do interior. Um desses negociantes convidou-me a ir para a casa de seu irmão para examinar o mapa da província, que em vão eu procurara
no Rio de Janeiro, os limites não tendo ainda sido definitivamente fixados.
Imaginem o que senti, quando, depois de passar por numerosas ruas, entrei numa casa onde uma
recente lavagem do assoalho fez tudo parecer úmido, e um grande mapa me foi apresentado, que parecia estar tão embebido de umidade quanto possível
sem se desfazer e, embora estivesse todo o resto em estado perfeito, só estava destruído na parte que justamente eu desejava ver — isto é: o limite
entre Paraná e São Paulo. A umidade, o mofo e os ratos tinham destruído cuidadosamente todo o desenho do engenheiro e todo o trabalho do gravador,
tanto assim que tive de regressar, lamentando a inconstância dos mapas e o descuido dos homens de Paranaguá.
Em uma destas ruas as ruínas de uma igreja atraíram minha atenção; e informaram-me que era um edifício quase concluído pelos jesuítas quando foram
expulsos. Pode-se raramente viajar centenas de milhas ao longo do litoral do Brasil (que se estende, com suas baías e ilhas, aproximadamente por
quatro milhas) sem se encontrar, em algum rico vale ou sobre alguma pitoresca eminência, uma imensa igreja, capela ou convento dessa ordem, cujos
membros entraram no Brasil quando sua prosperidade estava no auge e quando sua ambição não fora ainda embaraçada por circunstâncias externas.
Surpreendeu-me mais a grandeza excessiva de alguns dos edifícios de conventos do Brasil do que todos os do mesmo gênero que vi na França, Alemanha
ou Itália.
Quando a pequena canoa, na qual fomos do vapor para a cidade, se aproximava do porto interior, onde os navios estavam ancorados junto à costa,
percebi dois que pareciam notavelmente desolados e abandonados. Eram navios russos que se encontravam nas imediações desse porto no início das
hostilidades e que, temendo ser apanhados inesperadamente por algum H. B. M. Bulldog, Grabber, ou Jowler, refugiaram-se nesse
remoto esconderijo.
Parece muito singular ver estes pássaros do oceano do Norte, com suas asas aparadas aqui. Eles
estão verdadeiramente deslocados; pois suas vergas estão arrebatadas, os mastaréus caídos e, com seus sólidos cascos, cobertos por um toldo em
estilo de telhado de casa, e com sua falta geral de cordoalha, parecem os vulcões Fury e Hecla em seus trajes islandeses, ou melhor que a
frigidíssima Baía de Archangel fosse seu lugar de descanso, e ele e as margens que o circundam fossem repentinamente cobertas pelas mãos divinas com
o calor, as flores e a vegetação dessas terras de perpétuo verão.
Quando, na minha volta, entrei no vapor, reparei que uma senhora, cujo gosto singular de vestir-se
tinha atraído a atenção de todos a bordo, recebia as atenções de uns guapos senhores, cujos bigodes bem elegantes e sapatos bem lustrosos indicavam
que pertenciam a uma classe bem diferente aos daqueles passageiros, vestidos de ponche, que se dirigiam a Curitiba e aos sertões. Pouco depois fui
informado que a senhora em questão era a "brilhante estrela" de uma companhia teatral, que viajava então pelas províncias, e que os senhores eram da
mesma companhia, tendo chegado alguns dias antes da sua prima donna assoluta.
Os passageiros que se destinavam a Santa Catarina permaneceram esta noite no vapor; mas no dia seguinte (domingo), muito cedo, saíram todos, com
exceção de minha pessoa, para passar as horas do dia de descanso em Paranaguá, onde havia uma grande festa em honra daquela santa. Uma das maiores
atrações foram as representações teatrais dos atores viajantes, que deviam emprestar dignidade e honra à festa com comédias tolas e vulgares. Dirás
talvez: "Qual a vantagem de propagar a palavra de Deus entre pessoas como essas?" Responderei: "Não se poupe em fazer o bem"; e estas são as
próprias palavras de Deus. Meu dever é espalhá-lo em todas as partes, pregá-lo pelo exemplo sempre que possa, e deixar o resto por conta d'Ele. Já
encontrei mais de um notável caso no Brasil, onde a Bíblia, semeada sob circunstâncias justamente tão adversas, produziu seus frutos.
Passei o dia a bordo, mas tive muito pouco descanso por estar o vapor passando a sua carga de carvão da escuna para o costado, carvão esse do qual,
coisa inconcebível para o capitão do navio havia muitas toneladas a menos. Eu tinha tudo o de que necessitava, uma grande mesa provida com comida;
mas, sendo de natureza sociável, convidei o engenheiro (um jovem de bom senso e inteligente de Manchester) e o segundo piloto brasileiro, para se
associarem comigo.
Descobri do inglês que seus filhos e muitos de seus compatriotas residiam na Saúde (um distrito
municipal da cidade do Rio de Janeiro), abandonados moral e intelectualmente. Moram muito longe da Igreja Inglesa para assistirem ao serviço
religioso: mas este pretexto da distância talvez seja apenas para esconder o único real — o da indiferença.
Mas a verdade é que se podia arranjar alguma coisa para eles. São trabalhadores, e tanto os adultos
como as crianças não fazem o que deviam fazer, uma classe correndo para a cachaça e a outra para a ignorância, e para eles o "domingo não é
domingo". No próximo ano milhares de trabalhadores ingleses e irlandeses, virão para a Estrada de Ferro Pedro II, e por causa da distância e dos
deveres do sacerdote rev. ..., este não poderá atendê-los intelectual e espiritualmente.
Sobre o assunto aqui referido, algumas senhoras inglesas e um estudante americano de Teologia
(então em visita ao Brasil) tomaram-no a si, e interessaram negociantes americanos e ingleses em seu plano.
Forneciam os meios e, por coincidência, quando tudo estava bem organizado, encontraram um homem competente na pessoa de um piloto inglês, que então
viajava para a sua pátria, vindo da Austrália, e tencionando devotar o resto de seus dias a Deus de outro modo, que não fosse o de percorrer o
oceano, foi persuadido a se encarregar da nova escola, que em curto espaço de tempo estava em completo funcionamento, espalhando sua influência
benéfica sobre os pais e os filhos. Esta escola, em 1865, estava ainda muito florescente.
São Francisco do Sul
No dia seguinte (segunda-feira) deixamos Paranaguá. Após uma agradável corrida de oito horas ao longo da costa, em que abundavam as repetições de
Corcovados e Picos da Tijuca, entramos na segura Baía de São Francisco do Sul.
Cartas de apresentação são uma grande coisa no Brasil. Facilitaram o caminho para mim, em qualquer parte antes da chegada a este porto, e não
encontrei aqui nenhuma exceção à regra geral expressa nas linhas acima.
O sr. V., o agente da companhia de vapores, recebeu-me
muito gentilmente, e minhas caixas foram logo despachadas e desembarcadas na praia, que estava cheia de pescadores, mulatas, crianças seminuas, e
uma indescritível porção de diferentes coisas, arroz espalhado para secar, canoas viradas para cima etc. etc. Em mais uma hora o vapor tinha
contornado o promontório, e perdeu-se de vista em sua rota para Desterro. E eu, desta vez, vou dizendo: Adeus
[A42].
Notas do Autor
[A42]
Nota de 1866 - A Escola da Saúde, referida neste capítulo, tem sido agente de muitos benefícios no Rio; e, embora sua patrona chefe, sra. Jane S. D.
Garrett, tenha voltado à Inglaterra, deixando assim um vazio dificilmente preenchível, está cumprindo regularmente a sua boa tarefa.
Um reconhecimento pela hospitalidade recebida é devida aqui aos srs. Garrett, cuja lembrança de sua
casa em Laranjeiras será por muito tempo um dos meus "prazeres de memória".
O autor mais moço, durante suas visitas de 1862, 63, 64 e 65, recebeu no Rio muitas gentilezas da
família suíça do sr. Gustave Lutz, e nas casas americanas do sr. George N. Davis, sr. Henry E. Milford e sr. John Hayes. Sentimos prazer também em
reconhecer as cortesias do almirante Tamandaré, senhora Andrade Pinto (da Rua Santo Ignacio), do barão de Mauá, sr. Militão Maximo de Souza, sr.
Pinto W. G. Ginty e sr. Bennett. |