Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM)
O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é um estudo anual do Sistema FIRJAN que acompanha o desenvolvimento de todos os 5.564 municípios brasileiros em três áreas: Emprego & Renda, Educação e Saúde. Ele é feito, exclusivamente, com base
em estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde.
Mesmo com um recorte municipal, foi possível gerar um resultado nacional discriminado por unidades da Federação, graças à divulgação oficial das variáveis componentes do índice por estados e para o país.
De leitura simples, o índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da localidade. Além disso, sua metodologia possibilita determinar, com precisão, se a melhora relativa ocorrida em determinado município decorre da
adoção de políticas específicas ou se o resultado obtido é apenas reflexo da queda dos demais municípios.
FIRJAN: Brasil tem 62,9% de cidades
com desenvolvimento moderado e alto
IFDM aponta Centro-Oeste no patamar do Sudeste; Norte a duas décadas do alto grau de desenvolvimento; e atendimento básico universal só em 2037
Rio, 7 de novembro de 2011
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), criado pelo Sistema Firjan para acompanhar a evolução socioeconômica dos 5.564 municípios brasileiros, revelou nos dados de 2009 que o país tem 62,9% de cidades com desenvolvimento de moderado a
alto; que o Centro-Oeste está bem próximo do patamar do Sudeste; e que o Norte e o Nordeste vão demorar, respectivamente, 20 e 10 anos para chegar à condição das regiões mais desenvolvidas. A expectativa é que só em 2037 os municípios do país
garantam à população brasileira atendimento básico de saúde, ensino fundamental de qualidade e maior inserção no mercado formal de trabalho.
Com periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional, o IFDM considera três áreas de desenvolvimento – Emprego & Renda, Educação e Saúde – e utiliza-se de estatísticas oficiais municipalizadas divulgadas pelos Ministérios do Trabalho,
Educação e Saúde. Em 2011, os dados oficiais mais recentes disponíveis são de 2009. O estudo começou em 2008, comparando os anos de 2005 e 2000, e permite determinar com precisão se a melhora ocorrida em determinado município foi decorrente de
medidas políticas ou apenas o reflexo da queda de outro município. O índice varia de 0 (mínimo) a 1 (máximo) para classificar o nível de cada localidade. Os critérios de análise estabelecem quatro categorias: baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a
0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1) desenvolvimento.
O Centro-Oeste se destacou ao aumentar sua participação entre os municípios com índice de desenvolvimento moderado (entre 0,6 e 0,8) e alto (acima de 0,8): de 50% em 2006 para 83,4% em 2009. A região se aproximou, assim, do Sudeste, que tem 86% de
municípios nesse patamar (em 2006, eram 79%). Já o Sul consolidou sua posição privilegiada com 96,2% dos seus municípios com IFDM moderado e alto.
O Nordeste revelou avanços, com aumento do índice de desenvolvimento em 74,8% dos municípios. A região passou de 7,7% de seus municípios na faixa acima de 0,6 pontos para 24,6%. Mas a situação ainda preocupa, já que 382 municípios (21,3%), além de
registrar redução de seus indicadores, apresentaram IFDM baixo (menor que 0,4) ou regular (entre 0,4 e 0,6).
O Norte foi o que se desenvolveu em ritmo mais lento, subindo sua participação de 10% para 22,1% de municípios com IFDM moderado e alto. A região apresentou também desempenho regular ou baixo e redução de indicadores em 25,4% dos municípios. Em uma
simulação de futuro, o Nordeste alcançaria a condição do Sudeste em 2019 (tendo como referência 2009), caso mantivesse o mesmo ritmo de desenvolvimento dos últimos anos. Enquanto isso, o Norte chegaria ao mesmo patamar em quase duas décadas (2028).
Dos 1.668 municípios do Sudeste, 19% estão no grupo dos 500 maiores IFDMs ao lado de 11,7% dos 1.188 municípios do Sul e 6,5% dos 465 do Centro-Oeste. Sul e Sudeste, que reúnem 51% dos municípios brasileiros, predominam na lista com 91,2% de
participação. O estado de São Paulo é o que tem mais representantes no ranking dos 500 melhores (261 municípios), seguido por Rio Grande do Sul (65), Santa Catarina (39), Paraná (35) e Minas Gerais (32).
Apesar de ser a região com o maior número de municípios no país, 1.793, o Nordeste figura com a menor participação entre os 500 maiores IFDMs: 0,6%, atrás da região Norte, que aparece com 0,7% de seus 449 municípios. Apenas 13 municípios das duas
regiões mencionadas, incluindo nove capitais, estão presentes na lista dos 500 melhores.
As regiões Norte e Nordeste, onde estão localizados 40% dos municípios brasileiros, surgem de forma maciça no quadro oposto: na lista dos 500 menores índices de desenvolvimento, com 94,4% de participação. A Bahia figura com mais representantes, 160
municípios, seguida por Maranhão (94), Pará (59) e Piauí (42). A região Norte predominou entre os 500 piores índices com mais de um quarto de seus municípios (26,5%) no grupo. O Nordeste aparece em seguida, com um quinto dos seus municípios
(19,7%). Segunda maior região do país em número de municípios, o Sudeste tem 1,1% de participação entre os 500 piores índices, todos de Minas Gerais. O Centro-Oeste aparece com 1,3%, enquanto o Sul tem apenas um município nessa lista.
Mais de 90% dos municípios
apresentaram crescimento na década
O estudo apontou um aumento gradual e consistente de municípios brasileiros com IFDM moderado: de 30,1% em 2000 para 58,7% em 2009, apontando uma tendência na redução da desigualdade. Em uma década, mais de 90% dos municípios apresentaram
crescimento de seus IFDMs e, no mesmo período, caiu de 18,2% para 0,4% a presença de cidades com índices de baixo desenvolvimento. Ainda assim, 22 municípios (todos do Norte e Nordeste) continuam nessa situação e o retrato do país dividido em dois
persiste: de um lado, estão Sudeste, Sul e Centro-Oeste com indicadores superiores; do outro, Norte e Nordeste com pontuações mais baixas.
A distância entre os extremos do ranking merece atenção: a média dos 100 maiores índices (0,8660 pontos) é superior ao dobro da média dos 100 menores (0,4147) IFDMs. Isso significa que caso os municípios com índices mais baixos, como São
Félix das Balsas, no Maranhão, último da lista com 0,3413 pontos, continuem crescendo no ritmo observado desde 2005 (ano-base do primeiro IFDM), só atingirão daqui a 26 anos (em 2037) os padrões de alto desenvolvimento, a exemplo de Barueri, em São
Paulo, que registrou novamente a nota máxima do IFDM 2009, com 0,9303 pontos.
São Paulo (0,8930), Vitória (0,8838) e Curitiba (0,8731) são as líderes entre as capitais e estão também na lista dos 100 melhores índices, acompanhadas por outras seis: Florianópolis (0,8679), Campo Grande (0,8616), Belo Horizonte (0,8529), Palmas
(0,8492), Rio de Janeiro (0,8445) e Goiânia (0,8440). A capital de Tocantins merece destaque especial por ser a primeira cidade da região Norte a chegar ao Top 100 do IFDM.
Apenas 235 dos 5.564 municípios atingiram alto grau de desenvolvimento, acima de 0,8 pontos. No ranking dos estados, apenas três chegaram a esse patamar: São Paulo (0,8796), Paraná (0,8226) e Rio de Janeiro (0,8062). No extremo oposto, Alagoas
(0,5933) permaneceu como o estado com o pior índice de desempenho.
A média brasileira do IFDM em 2009 foi de 0,7603, 0,6% menor que a observada em 2008. Os dados retratam o impacto da crise mundial no desenvolvimento dos municípios brasileiros. Apesar disso, 3.841 municípios (69%) apresentaram melhora em seus
índices de desenvolvimento, um resultado um pouco melhor do que o observado em 2007, quando 67,3% registraram crescimento.
IFDM Saúde registrou alto grau
de desempenho pela primeira vez
O IFDM Emprego & Renda foi a única vertente a registrar retração frente ao ano anterior: de 0,7689 em 2008 para 0,7286 (-5,2%) em 2009, consequência da redução de 30% de empregos com carteira assinada no mesmo período de comparação, a reboque da
crise econômica mundial. O único município com nota máxima nessa categoria foi Ipojuca (PE), impulsionado pelas indústrias naval e petroquímica. No extremo oposto, em último lugar, aparece o município de Tarrafas (CE), com 0,0327 pontos, onde a
administração pública concentrou 98,6% dos vínculos empregatícios registrados em 2009.
Entre os 500 melhores resultados do IFDM nessa categoria, o estado de São Paulo, em termos absolutos, concentra o maior número de municípios (168), seguido de Minas Gerais (51) e Rio Grande do Sul (48). Em termos relativos, no entanto, considerando
o número de cidades de cada estado, o Rio de Janeiro surge como líder com 29 municípios (31,5% de participação) no ranking, reflexo do bom momento econômico que vive o estado já há alguns anos.
No ranking estadual do IFDM Emprego & Renda, São Paulo (0,8688), Rio de Janeiro (0,8541) e Paraná (0,8022) mantiveram-se no topo pelo quarto ano consecutivo, apenas com troca de posição entre o primeiro e o segundo lugar. Destaque para Rondônia
(0,6812), que subiu 13 posições no ranking (do 21° em 2008 para 9°).
O índice de desenvolvimento na vertente Educação atingiu 0,7506 pontos, crescimento de 2,6% em comparação a 2008. Pela primeira vez no IFDM foi alcançada a nota máxima na categoria Educação, patamar conquistado por dois municípios de São Paulo:
Dolcinópolis e Oscar Bressane. O pior resultado foi registrado no município de Piraí do Norte (BA), com 0,3923 pontos.
São Paulo manteve a supremacia no ranking com 98 municípios entre os cem melhores resultados de Educação e ficou na liderança entre os estados com 0,8909 pontos, seguido de Santa Catarina (0,8216), Distrito Federal (0,8145) e Espírito Santo
(0,8076), que conquistaram o status de alto desenvolvimento no IFDM Educação.
Pela primeira vez o IFDM Saúde alcançou classificação de alto desenvolvimento, com crescimento de 0,9% em 2009 e 0,8018 pontos. Todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, incluindo Distrito Federal, obtiveram alto grau de
desenvolvimento, considerando questões básicas e de competência dos municípios, como quantidade de atendimentos de consultas de pré-natal. O Paraná (0,8898) liderou o ranking dos estados, seguido por São Paulo (0,8789) e Rio Grande do Sul
(0,8698). |