CÂMARA
E AGENDA 21 REGIONAL - PARTE II - Capítulo 3 (cont.)
Sílvia
de Castro Bacellar do Carmo
3.1.2 -
Aspectos político-administrativos
A
divisão política-territorial da Baixada Santista é
resultado de vários desmembramentos. Os municípios de São
Vicente, Santos e Itanhaém, fundados em 1532, 1545 e 1561 respectivamente,
originaram os demais seis municípios, que conquistaram suas emancipações
durante o século XX. Cogita-se atualmente da viabilidade de futuros
desmembramentos nos municípios da região, como o de distrito
de Vicente de Carvalho, em Guarujá, não existindo, porém,
nenhum estudo oficial em andamento.
O quadro
3.1 mostra quais municípios tiveram seus territórios
reduzidos devido a emancipação de novas cidades, e a quais
deram origem. Não estão registradas nesta tabela as alterações
parciais de territórios relativas à troca de domínio
sobre áreas específicas, como o caso de Mongaguá,
que antes de integrar o território de Itanhaém constituía-se
em um bairro do Município de São Vicente.
1940 ¹ |
1950 ¹ |
1960 ¹ |
1970 ¹ |
1980 ¹ |
1991 ¹ |
1998 ² |
Guarujá |
Guarujá |
Guarujá |
Guarujá |
Guarujá |
Guarujá |
Guarujá |
Itanhaém |
Itanhaém |
Itanhaém |
Itanhaém |
Itanhaém |
Itanhaém |
Itanhaém |
Mongaguá |
Mongaguá |
Mongaguá |
Mongaguá |
Mongaguá |
Mongaguá |
Peruíbe |
Peruíbe |
Peruíbe |
Peruíbe |
Peruíbe |
Peruíbe |
Itariri ³ |
Itariri ³ |
Itariri ³ |
Itariri ³ |
Itariri ³ |
Itariri ³ |
Santos |
Santos |
Santos |
Santos |
Santos |
Santos |
Santos |
Bertioga |
Cubatão |
Cubatão |
Cubatão |
Cubatão |
Cubatão |
Cubatão |
S.Vicente |
S.Vicente |
S.
Vicente |
S. Vicente |
S.Vicente |
S.Vicente |
S.Vicente |
Praia |
Praia |
Praia |
Praia Grande |
1
– Municípios existentes à data dos respectivos censos. 2 –
Municípios atualmente existentes. 3 –
Município não pertencente à região considerada. |
Quadro
3.1: Sinopse dos Desmembramentos Ocorridos Fonte: IBGE.
Elaboração: EMPLASA, 2002.
O próximo
quadro,
3.2, apresenta os anos de criação dos nove municípios
e as leis ou decretos que os oficializaram, completando as informações
sobre os desmembramentos.
Municípios |
Ano de
Criação |
Dispositivo
Legal |
Bertioga |
1991
|
Lei Estadual
nº 7.664, de 30/12/1991 |
Cubatão |
1948
|
Lei nº
233, de 24/12/1948 |
Guarujá |
1934
|
Decreto nº
6.501, de 19/06/1934 |
Itanhaém |
1561
|
------- |
Mongaguá |
1958
|
Lei Estadual
nº 5.121, de 31/12/1958 |
Peruíbe |
1958
|
Lei Estadual
nº 5.121, de 31/12/1958 |
Praia Grande |
1963
|
Lei Estadual
nº 8.050, de 31/12/1963 |
Santos |
1545
|
Foral de 19
de janeiro |
São
Vicente |
1532
|
------- |
Quadro
3.2: Ano de Criação dos Municípios Fontes: diversas.
In: FRANCISCO, 2000. Elaboração:
EMPLASA, 1992. 3.1.3 Aspectos
físicos
A RMBS encontra-se
delimitada fisicamente pela Serra do Mar e pelo Oceano Atlântico,
o que lhe proporciona um formato alongado, não característico
de regiões metropolitanas.
O clima não
apresenta uniformidade em toda a extensão desta região. Encontra-se
sob influência da Massa de Ar Tropical Atlântica, com características
quente e úmida, e da Massa de Ar Polar Atlântica, fria e úmida.
O confronto destas duas massas de ar na estação do verão,
junto com os fatores topo climáticos da Serra do Mar, produz grande
instabilidade, traduzida em elevados índices pluviométricos:
a pluviosidade anual encontra-se compreendida entre 2.000 e 2.500 mm, colocando
a região entre as áreas onde mais chove no Brasil. A média
anual de temperatura é de 22°C, sendo a diferença de
temperatura média em torno de 7°C.
Em relação
ao relevo e ao solo, podem-se distinguir três tipologias:
Planícies
Litorâneas: formada por areia silte e argila, sedimentos depositados
pelo mar e pelos rios. É cortada por diversos canais sinuosos de
água salobra, que são influenciados pela maré, colaborando
no desenvolvimento dos mangues;
Maciço
de São Vicente: constituído por morros, de formas arredondadas
e afastados da Serra do Mar, que possuem solos argilosos. Localizam-se
na região central da Ilha de São Vicente;
Serra
do Mar: escarpa abrupta do Planalto Atlântico que desce de 800m
de altitude em direção à planície, sendo constituída
de granitos e gnaisses.
As características
dos solos não apresentam fertilidades adequadas para o desenvolvimento
da atividade agrícola. Os recursos minerais compreendem basicamente
matérias primas voltadas para a construção civil como
areia, cascalho, brita e pedras.
A Região
apresenta seis ecossistemas:
Matas
de encosta: representam as matas da Serra do Mar, fazendo parte da
Mata Atlântica. Possui uma vegetação exuberante, com
uma grande diversidade de plantas, com condições favoráveis
de umidade e iluminação, propiciando o desenvolvimento de
árvores copadas e de vegetação baixa. Destacam-se
as canelas, os cedros, as figueiras, as quaresmeiras e os ipês; as
palmeiras possuem um grande número de espécies e os palmiteiros
são abundantes;
Restingas:
constitui-se da faixa de areia depositada paralelamente ao litoral, e também
conhecida como jundu. A vegetação padrão apresenta
espécies de porte arbustivo-arbóreo, sendo algumas comestíveis.
O solo é arenoso, pobre em argila e matéria orgânica.
Encontra-se praticamente ocupada pelo avanço da expansão
urbana;
Estuário:
é a desembocadura larga e funda de um rio no litoral, ficando sujeita
aos efeitos da maré, e correspondendo a um vale submerso. São
geralmente utilizados para instalações portuárias;
Manguezais:
estende-se por todo o complexo estuarino e ao longo dos cursos d’água,
até onde se faz sentir o fluxo do mar, sob influência das
marés. Constituem um ecossistema complexo e dinâmico, com
tendências para o aterramento e o assoreamento ao longo do tempo.A
vegetação é densa, com espécies que suportam
a umidade e a salinidade do solo. A fauna associada é composta de
caranguejos, siris e camarões, além de algumas espécies
de peixes, moluscos e larvares;
Cordões
de Areia: são as praias arenosas expostas, desprovidas de vegetação
e sem organismos visíveis na superfície;
Costões
Rochosos: são os trechos de praias sem areia, mas com rochas.
Os mangues
da RMBS vem sendo degradados por atividades poluidoras industriais e pelo
crescimento das áreas urbanas, sendo que esta expansão é
viabilizada por extensos aterramentos, mesmo sendo estas áreas de
mangue consideradas, por legislação, como Áreas de
Preservação Permanente. O mesmo ocorre com vários
trechos de morros, tornando-os críticos em relação
a movimentos de massa do solo, os quais podem ser desencadeados por ocupações
impróprias ou inadequadas.
Os principais
cursos d’água da rede hidrográfica da RMBS são: Rios
Cubatão, Mogi e Quilombo ao centro; Rios Itapanhaú, Itatinga
e Guaratuba ao Norte; e, Rios Branco, Preto e Itanhaém, ao Sul.
Compõem a Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, que compõe
a 7ª Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos
do Estado de São Paulo. A figura 3.4, inserida
a seguir, mostra a localização dos diversos cursos d’água
dentro do espaço territorial estudado.
Fig. 3.4:
Drenagem Principal da RMBS Fonte: AGEM,
2002.
Esta rede hidrográfica
possui uma área total de drenagem de 2.789,08 km², e está
dividida em 21 sub-bacias conforme pode ser verificado no quadro
3.3.
Sub-bacia
|
Área
de drenagem (km²)
|
Praia do
Uma |
33,09
|
Rio Perequê |
64,34
|
Rio Preto
do Sul |
101,83
|
Rio Itanhaém |
102,83
|
Rio Preto |
324,63
|
Rio Aguapeu |
188,01
|
Rio Branco |
411,66
|
Rio Boturoca |
182,84
|
Rio Cubatão |
175,55
|
Rio Piaçabuçu |
58,60
|
Ilha de
São Vicente |
85,81
|
Rio Mogi |
68,39
|
Ilha de
Santo Amaro |
142,70
|
Rio Cabuçu |
69,65
|
Rio Jurubatuba |
79,36
|
Rio Quilombo |
86,88
|
Rio Itapanhaú |
149,32
|
Rio Itatinga |
114,88
|
Rio das
Alhas |
108,27
|
Ribeirão
Sertãozinho |
131,66
|
Rio Guaratuba |
108,78
|
Total |
2.789,08
|
Quadro
3.3: Sub-Bacias e Áreas de Drenagem Fonte: CETEC,
1999.
Na questão
da hidrografia, há um aspecto muito importante a se atentar, visto
comporem os mananciais de abastecimento da Região. Os cursos naturais
dos rios Guaratuba, em Bertioga, e Capivari, em Itanhaém, que possuem
suas nascentes nas encostas da Serra do Mar, são revertidos através
de represamentos e bombeamentos para o planalto, com o intuito de incrementar
o abastecimento de água da Região Metropolitana de São
Paulo.
Em contrapartida,
as águas do Rio Tietê são revertidas à Baixada
Santista, através do sistema Pinheiros/Reservatório Billings,
pois após serem utilizadas na geração de energia elétrica
na Usina Henry Borden, são lançadas no Rio Cubatão,
manancial que atende ao abastecimento humano das cidades de Santos, Cubatão,
São Vicente, e parcela de Praia Grande, assim como às atividades
industriais do pólo de Cubatão. O maior problema reside no
fato de que a Represa Billings se transformou em um grande reservatório
dos esgotos de São Paulo, e, portanto, as águas que são
despejadas no Rio Cubatão vêm impregnadas de poluição.
3.1.4 -
Aspectos sócio-econômicos
As funções
econômicas da RMBS estão principalmente voltadas para os setores
urbanos, destacando-se o terciário e o secundário como os
dois setores mais importantes na região. A economia é baseada
no tripé porto, indústria e turismo. As atividades
industriais estão concentradas em Cubatão, Santos e São
Vicente, com destaque para Cubatão, importante pólo siderúrgico
em escala nacional. Estas três cidades também concentram os
setores de comércio e serviços, largamente utilizados pelos
demais municípios.
Os municípios
localizados ao Sul da região, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém
e Peruíbe, dedicam-se mais ao turismo e veraneio. Em Itanhaém
e Peruíbe, que possuem grandes áreas de planície,
ainda pode-se considerar que a atividade agropecuária seja significativa
para a economia dos mesmos, porém, tendem a vincular a economia
básica ao setor turístico.
Guarujá
e Bertioga, ao Norte da região, também registram atividades
ligadas ao turismo, com o distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá,
apresentando um crescimento de atividades industriais.
O complexo
portuário de Santos, com aproximadamente 13 km de cais, é
responsável por mais de um terço do comércio exterior
do Brasil. O Porto de Santos estende-se para mais dois municípios,
Guarujá na sua margem esquerda e Cubatão, no fundo do estuário.
Tradicionalmente considerado o maior empregador da região, diminuiu
seus quadros com a mecanização de várias funções,
contribuindo para o desemprego regional.
Atualmente,
a tendência é para o investimento no turismo de negócios
como alternativa para o incremento econômico regional, podendo também
ser observado um aumento do interesse do turismo ecológico.
A análise
dos Índices de Desenvolvimento Humano Municipais [1]
(IDH-M) divulgados para a RMBS apontam para uma melhora no aspecto individual:
enquanto em 1991 deteve-se um índice de 0,773, o que é considerado
como um desenvolvimento médio, no ano de 2000 obteve 0,817, passando
para a classificação de desenvolvimento alto. O aumento dos
índices também ocorreu para todos os municípios individualmente
como pode ser verificado na tabela 3.4, inserida
a seguir.
Tabela
3.4
Índices
de Desenvolvimento Humano Municipais na RMBS
|
Município
|
IDH-M
1991
|
IDH-M
2000
|
Bertioga |
0,739
|
0,792
|
Cubatão |
0,723
|
0,772
|
Guarujá |
0,720
|
0,788
|
Itanhaém |
0,730
|
0,779
|
Mongaguá |
0,726
|
0,783
|
Peruíbe |
0,733
|
0,783
|
Praia Grande |
0,740
|
0,796
|
Santos |
0,838
|
0,871
|
São
Vicente |
0,765
|
0,798
|
Fonte:
Secretaria Estadual de Economia e Planejamento, 2004. |
Observa-se
que Santos detém a primeira posição quando se compara
o índice dos municípios da RMBS entre si, seguido de São
Vicente, Praia Grande e Bertioga. Em termos estaduais, Santos encontra-se
na 3ª posição enquanto que São Vicente, que apresenta
o segundo melhor índice regional, encontra-se classificado na posição
180, existindo, portanto, uma grande lacuna preenchida por outros municípios
do Estado, evidenciando a distância entre os municípios da
Região.
Os municípios
mais ao Leste, Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá, compõem
um segmento à parte, evidenciado na figura
3.5, que distingue os municípios através de um intervalo
de cores representativas.
Figura
3.5: Variação dos IDH-M Fonte: Atlas
do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2004.
O crescimento
ocorrido na Região acompanha os índices verificados para
o Estado de São Paulo e para o Brasil. A tabela
3.5 apresenta os índices dos anos de 1991 e 2000 para os três
casos, comprovando a melhora referida.
Tabela
3.5
Índice
de Desenvolvimento Humano
|
|
IDH
1991
|
IDH
2000
|
Brasil |
0,696 |
0,766 |
ESP |
0,778 |
0,820 |
RMBS |
0,773 |
0,817 |
Fonte:
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2004. |
3.1.5 Unidades
de Conservação
A RMBS possui
ainda uma extensa área de vegetação natural, destacando-se
uma grande parcela do remanescente da Mata Atlântica, declarada pela
Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Reserva da Biosfera, Patrimônio
da Humanidade. Atualmente restam no Estado de São Paulo somente
pouco mais de 7% da área que ocupava o território paulista,
estando esta área protegida através de decretos estaduais.
O quadro
3.4 demarca os Parques Estaduais, Áreas de Proteção
Ambiental, Parques Ecológicos, e Áreas de Relevante Interesse
Ecológico que se encontram compreendidas no espaço geográfico
da RMBS. Verifica-se que o Município de Bertioga é o que
compreende a maior parcela de Mata Atlântica em seu território.
Encontra-se
incluído na listagem o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos,
o primeiro parque marinho do Estado, o qual abrange áreas emersas
e imersas, sendo motivo de interesse para a conservação da
diversidade biológica da costa do Estado por acarretar uma grande
concentração de peixes na área.
A administração
das Unidades de Conservação, independente de sua tipologia,
é de responsabilidade do Estado ou da Federação, dependendo
da lei ou decreto que a criou. Porém, apesar de não estarem
sob jurisdição municipal, foram aqui incluídas por
serem extremamente relevantes na composição do quadro ambiental
da região em estudo, colaborando com a visualização
que se pretende fornecer sobre a questão.
Categorias
de Unidade de Conservação |
Instrumento
legal de criação |
Área
total (em ha) |
Município
com parcela territorial |
Área
no Município (em ha) |
Parque Estadual
da Serra do Mar |
D.E. 10.251
(30/08/1977)
D.E. 13.313
(06/03/1979) |
315.390,00
|
Bertioga Cubatão Itanhaém Mongaguá Peruíbe Praia Grande Santos São
Vicente |
24.059,21 7.389,03 21.094,46 3.772,17 6.697,00 4.531,61 12.690,76 8.407,68
|
Parque Estadual
Xixová-Japui |
D.E. 37.536
(27/09/1993) |
901.00
|
Praia Grande São
Vicente |
554,00 347,00
|
Parque Estadual
Marinho da Laje de Santos |
D.E. 37.537
(27/09/1993) |
5.000,00
|
Santos |
5.000,00
|
Estação
Ecológica Juréia-Itatins |
D.E. 24.646
(21/01/1986) |
79.270,00
|
Peruíbe |
8.067,56
|
Estação
Ecológica Tupiniquins |
D.F. 92.964
(21/07/1986) |
1780,00
|
Peruíbe |
Ilhas
de Peruíbe, Ilha Queimada Pequena, Ilhote e Laje Noite Escura
|
APA Cananéia-Iguape-Peruíbe |
D.F. 90.347
(23/10/1984) D.F. 91.892
(06/11/1985) |
217.060,00
|
Peruíbe |
Sobreposição
com a EE Juréia-Itatins
|
ARIE da Ilha
(fluvial) do Ameixal |
D.F. 91.889
(05/11/1985) |
400,00
|
Peruíbe |
Sobreposição
com EE J-I, e com APA C-I-P
|
ARIE das Ilhas
Queimada Pequena e Queimada Grande |
D.F. 91.887
(05/11/1985) |
33,00
|
Itanhaém |
Sobreposição
com a APA C-I-P e com EE Tupiniquins
|
Quadro
3.4: Unidades de Conservação na RMBS Fontes: Secretaria
de Estado do Meio-Ambiente, 2000. Elaboração: EMPLASA, 2002.
A figura
3.6 mostra as Unidades de Conservação relacionadas anteriormente
e destaca a mancha verde formada pelo Parque Estadual da Serra do Mar.
Pode-se observar também a mancha urbana dos Municípios que
formam a RMBS, e a distância que as separa do Parque, na maior parte
da sua extensão. Este mapa também permite observar que o
Município de Itanhaém detém a maior extensão
de áreas não tombadas.
Figura
3.6: Unidades de Conservação na RMBS Fonte: Secretaria
de Estado do Meio-Ambiente, 2000. Elaboração: EMPLASA, 2002.
3.1.6 Considerações
Gerais
Os nove municípios
apresentam um enorme desequilíbrio social na distribuição
da população em seu território. As áreas habitadas
pela população de baixa renda são carentes de infra-estrutura
básica, serviços e equipamentos urbanos, sendo que em grande
parte encontra-se em locais ambientalmente frágeis (CARRIÇO,
2002). As favelas aparecem nos municípios de Cubatão, Guarujá,
Praia Grande, Santos e São Vicente, representando o domicílio
de 15% do conjunto dos moradores da Baixada Santista (EMPLASA, 2002).
Em relatório
publicado pela Prefeitura Municipal de Santos, no ano de 1992 [2],
sobre os principais problemas ambientais da região da Baixada Santista,
foram elencados: a ocupação inadequada do solo, com assentamentos
habitacionais em áreas de mangue e encostas de morros, a extração
indiscriminada de recursos naturais, deficiências no sistema de saneamento
básico, as atividades industriais instaladas no sopé da Serra
do Mar, sítio ambientalmente inadequado, e os despejos de lixo portuário.
As matérias publicadas na imprensa geralmente tratam somente de
problemas pontuais, sem interrelacioná-los.
Segundo o Professor
Alfredo Cordella, ambientalista, em matéria publicada na imprensa
local, o principal problema regional é a degradação
ambiental causada por invasões a mangues e mananciais. Afirma também
que houve falta de visão dos responsáveis pelas políticas
públicas em relação ao Meio-Ambiente e que as decisões
são tomadas sem que se pense nos impactos causados às futuras
gerações (AUGUSTO; FERNANDES, 2001).
NOTA:
[1]
O Índice de Desenvolvimento Humano mede o desenvolvimento humano
utilizando-se de três indicadores: educação, longevidade
(esperança de vida ao nascer), e renda. Varia de 0 a 1, de acordo
com o seguinte critério: até
0,499 – desenvolvimento humano baixo; entre 0,500 e 0,799 – desenvolvimento
humano médio; maior que 0,800 – desenvolvimento humano considerado
alto.
[2]
Este relatório foi elaborado antes da criação da Região
Metropolitana, e não contemplou todos os municípios. |